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A educação na construção de uma nova ordem societária- Leonardo Koury

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A educação na construção de uma nova ordem societária. 
Leonardo Koury Martin 
Assistente Social, Coordenador da CECADI/SEDUC Contagem, MG 
 
Diferente do costume de alguns artigos que já escrevi, percebi que se fosse 
explanar algumas idéias sobre a construção de uma educação popular que tem por 
objetivo o caráter libertador, deveria não deixar de me aproximar do científico, mas 
que pudesse através da escrita fazer-me entendido pela simplicidade que as palavras 
podem ter, por mais complexa que pudesse ter seu sentido. 
 Uma educação libertadora, que pudesse no conceito mais amplo perceber 
assim como Paulo Freire que ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. Construir 
no dia a dia do mundo uma verdadeira possibilidade de perceber o outro nas suas 
diferenças, pois se falamos em autonomia e vivemos no coletivo somente poderíamos 
viver de forma harmônica se nossa liberdade não nos levasse a prisão seja ela de 
forma concreta ou no silêncio do não dito. 
 Na formulação mais ampla que se atribuiu ao sentido político e pedagógico da 
educação, a dimensão humanista e criadora de novas possibilidades nos deu as 
experiências do espaço aplicado à possibilidade de perceber o quanto é perigoso 
apenas a teorização destas perspectivas educadoras, que para alguns campos trouxe 
apenas a linguagem do politicamente correto. O dizer que se acredita em outras 
possibilidades pedagógicas para esconder preconceitos e conflitos na busca positivista 
de um mundo sereno. 
Dialogo sobre este papel de teoria e prática, pois acreditar em um modelo 
transformador de educação é construí-lo justamente na movimentação do conflito, na 
possibilidade da diferença quando a mesma não a transforma em desigualdade, pois 
se esta possibilidade de diferença trouxer uma deformidade de condições é porque 
apenas vivenciamos em nossos discursos o que não possibilitamos ao coração. 
Passaríamos assim como Raul Seixas na música “Por Quem os Sinos Tocam” a dizer que 
convencemos as paredes do quarto e dormimos tranqüilos, aonde sabemos que no 
fundo do peito não era nada daquilo, era apenas uma forma do tempo passar. 
Continuando conforme Raul Seixas, explorar na música, “Por Quem os Sinos 
Tocam” nos traz a responsabilidade de antes da aplicação do que chamamos de 
Projeto Político Pedagógico – PPP, lembrando que o mesmo não se serve apenas para 
a Unidade Escolar, mas na busca de um projeto societário que se permeie também 
pela educação devemos constantemente nos perguntar, por quem fazemos, para 
quem fazemos e com quem fazemos? Para que dialogo nesta perspectiva e se a 
mesma tem o compromisso de mudança ou de apenas manter o modelo de produção 
como esta. 
Se nosso planejamento e ação servir para a continuidade, nosso papel será 
como Florestan Fernandes ressaltava aliado daqueles que exploram. Este espaço a 
educação apenas será o lugar do treinamento e domesticação e não o da educação 
que desejamos que transmitissem em seu cotidiano com o mundo suas possibilidades 
revolucionárias de pensar o diferente. Sem a possibilidade de construir o novo, apenas 
nos cabe o estabelecimento da ordem vigente. 
Uma educação que se permita ao mundo, ela deve ser alem de humanista para 
a mesma não perceber apenas a humanidade como transformadora, sendo em uma 
ótica ambiental, nossa construção enquanto humanas e humanos trouxe ao mundo 
em que vivemos mais degradação do que consolidação do papel educativo, a 
liberdade. É importante que perceber que não simplesmente buscamos a educar, mas 
vivenciamos a educação no dia a dia do mundo, este sim não pode considerar como 
educador ou educando apenas os seres humanos, mas todos os seres vivos que 
contribuem em algum momento com a construção da vida. 
Essa educação para a vida tem que perceber nas possibilidades do toda a 
integralidade das relações que se formam que no seu fazer coletivo desejos de ordem 
individual ou coletiva se completam e não se priorizam. 
Uma nova ordem societária deve ser pensada pelas vias da educação, não se 
pode ser concretizada se não percebemos a importância de olhar a educação não 
como possibilidade finalista de atuação, mas como parte de um processo em que 
percebemos em que seres vivos ofertam de forma individual ou coletiva a 
possibilidade de uma construção do todo. 
Afinal, dizemos o tempo todo que um mundo melhor precisa de Educação, 
porem que educação é esta? Para quem ela serve com quem ela se constrói e ela está 
a serviço de que. Não acredito em uma educação que não provoque mudança. 
Termino este pequeno pensamento, possibilitando assim como Buda uma 
grande reflexão que nos traz o concreto e abstrato nas nossas possibilidades de 
observar e possibilitar construções, pois apenas vivemos porque queremos a busca da 
felicidade, que me impossibilito de acreditar que esta possa ser apenas minha, pois 
não vivo sozinho no planeta, este pensamento retrata a seguinte expressão: Se as 
pessoas percebessem que a única realidade definitiva é a mudança, elas seriam mais 
felizes. Para que eles e elas sejam felizes temos que buscar uma educação para além 
de tudo já proposto, mas que se propunha se construir na dialética pela vida.

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