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Artigo Ribeirão das Neves e o Desenvolvimento Social - leonardo koury

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Ribeirão das Neves e o Desenvolvimento Social 
Leonardo Koury Martins1
Resumo:
O objetivo deste artigo é tentar traçar um breve 
retrato sobre a condução das políticas públicas 
voltadas ao Desenvolvimento Social no âmbito da 
Administração municipal em Ribeirão das Neves.
Palavras-chave: Intersetorial, Gestão Pública, 
Governo Municipal, Ribeirão das Neves.
Passado um ano do início do governo da prefeita Daniela Corrêa, eleita pelo Partido dos 
Trabalhadores em Ribeirão das Neves, podemos perceber em vários aspectos uma 
melhora significativa no âmbito da administração pública municipal na cidade.
Neste breve artigo, irei me ater aos aspectos vinculados a melhoria da gestão que vão de 
encontro com as políticas sociais e suas interfaces que vão ao interesse de proporcionar 
melhor qualidade de vida a população nevense. Obviamente, não são apenas as políticas 
públicas sociais que trazem esta qualidade de vida, mas as mesmas, articuladas ao 
desenvolvimento urbano e econômico são fundamentais na proposta de uma construção 
do governo democrático popular preconizado como modo da esquerda de governar.
Na pretensão de trazer um panorama de diversas áreas, este artigo também tem como 
interesse dialogar sobre intersetorialidade e a transversalidade, princípios que traduzem a 
modernidade das ações e uma preocupação dialética com o que os governos de 
esquerda no Brasil e na América Latina mais investiram nas últimas décadas.
Novos horizontes sobre as políticas sociais
Segundo PIAGET (1977), o princípio da transversalidade não está e nem se constrói da 
ingenuidade de se perceber integrado, mas na proposição de construir estratégias no 
âmbito político e pedagógico que tendem a formulação de ações coletivas. 
1 Leonardo Koury Martins - Escritor, Assistente Social, MBA em Gestão Pública. Atualmente é Servidor Público da Prefeitura 
Municipal de Ribeirão das Neves – MG na gestão da Prefeita Daniela Corrêa; PT
Neste sentido o trabalho de políticas como meio ambiente e turismo em Ribeirão das 
Neves, como exemplo, o circuito ambiental da Lajinha, traduzem consideravelmente a 
proposta de trabalho conjunto ao entender os aspectos naturais como potencializador de 
desenvolvimento sustentável, entre seus visitantes e sua reserva ambiental.
Não muito distante, mas a construção de uma política pública voltada ao gênero feminino 
e o diálogo sobre uma rede de enfrentamento a violência contra a mulher, cada dia mais 
propõe como desafio o combate a diversas formas de opressão. Essa construção vem 
sido pautada por diversos setores públicos, bem como participação da sociedade civil. O 
diálogo sobre a garantia dos Direitos Humanos em Ribeirão das Neves, sem dúvidas não 
é uma ação isolada de governo, mas sim uma importante estratégia de construir a 
participação popular como mecanismo de pertencimento. Ações como a inclusão 
produtiva, acesso ao trabalho e inclusão digital também trabalham na interlocução do 
diálogo da gestão com a participação comunitária visando potencializar o controle social.
Na política pública de educação, qual a cidade encontra-se como uma das cinquenta 
melhores redes municipais de ensino, a ampliação da jornada escolar aliada a diversidade 
e qualidade na oferta do tempo integral, traz a marca de uma Escola Cidadã. Aliada aos 
princípios e discussões sobre território, a política educacional do município cada dia mais 
procura um dialogo entre novos atores sociais in-loco. Estes atores como os sujeitos 
culturais, políticas de garantia de direito e família vem sendo alvo de uma outra ótica 
educativa proposta nesta gestão. 
Enquanto política de saúde, a reconstrução do olhar sanitarista e toda preocupação sobre 
as estratégias de matriciamento e territorialização, trazem ao Sistema Único de Saúde em 
Ribeirão das Neves uma proposta de qualidade de vida na comunidade. 
Romper com a lógica da hospitalização e construir junto ao programa Mais Médico (no 
qual o município foi no Estado o que recebeu o maior número de profissionais), na 
implantação de academias da cidade, na maior estruturação da atenção primária e no 
diálogo do Programa Saúde da Família. Á política de aprimoramento dos PSFs aliada a 
formação continuada dos servidores, destacam-se como grande estratégia para rediscutir 
o que MENDES (2008) descreve como romper com a lógica da saúde enquanto doença.
No âmbito da Assistência Social e das demais políticas de combate a pobreza e 
fortalecimento dos direitos de cidadania, destaca a construção de uma nova perspectiva e 
aprimoramento do espaço e da família como atuação da oferta socioassistencial na 
cidade. O amadurecimento da gestão em propiciar canais de dialogo e articulação entre 
os servidores e a construção de diagnósticos e indicadores, trouxeram uma nova 
discussão entre necessidade, demanda e oferta da política social. 
A construção de uma equipe específica para abordagem social nas ruas traz o sentimento 
de proteção e combate as violações cometidas a crianças e adolescentes, bem como 
promoção da população em situação de rua. A construção de uma rede capaz de pensar 
a oferta das políticas sociais no território, aliada a nova condição de trabalho dos 
conselhos municipais trazem à tona uma outra dimensão dos trabalhos ofertados pela 
sociedade civil e pela primazia da oferta do poder público. 
Ações intersetoriais no eixo da execução do direito a transferência de renda, também 
possibilitam não apenas a saúde, a educação e assistência social uma melhor 
apropriação das suas ações. Esta condução intersetorial promove a melhor qualidade do 
acompanhamento de famílias em situação de vulnerabilidade social. Ações aliadas as 
políticas integradas de trabalho como SINE e o PRONATEC, sem dúvida constroem 
espaços de maior integração ao mercado de trabalho e saída do quadro de pobreza antes 
vivenciado por muitas destas famílias.
Desafios e a construção da identidade e dos Direitos Humanos
Não se pode deixar de considerar que ainda há muito para ser feito. Porem sem observar 
tamanhos avanços, que também perpassam na proteção da pessoa idosa, da juventude e 
da defesa dos direitos das comunidades tradicionais, como exemplo o diálogo com a 
comunidade cigana na região central, tão pouco perceberemos este norteamento da 
gestão pública enquanto garantidora dos Direitos Humanos.
É importante considerar que a administração pública e o governo da prefeita Daniela 
Corrêa pensam sua condução no viés da cidadania entendendo a administração pública 
como motor fundamental para a consolidação dos Direitos Humanos, como descreve o 
autor abaixo:
A administração pública é a ocupação de todos aqueles 
que atuam em nome do povo – em nome da sociedade, 
que delega de forma legal – e cujas ações têm 
consequências para os indivíduos e grupos sociais no 
fortalecimento da cidania. (CKAGNAZAROFF 1999, p.34)
Contudo, os desafios da intersetorialidade e da participação popular devem 
constantemente serem provocados a toda gestão, pois os setores finalísticos tendem a 
ser sensível na sua função cotidiana. A interdependência dos setores de contratação, 
licitação e obras públicas devem estar em sintonia com a execução das políticas no 
território e participar ativamente percebendo este panorama. (CKAGNAZAROFF 1999) 
Neste aspecto, o governo petista em Ribeirão das Neves, busca qualificar a 
administração, na preocupação de adequar não apenas a gestão de pessoas, mas 
aspectos tecnológicos e processuais. 
As características de um governo democrático popular estão na construção cotidianado 
diálogo com a sociedade civil organizada, no respeito aos olhares contrários, mas acima 
de tudo, em possibilitar a classe trabalhadora uma interlocução permanente para sua 
construção. Produzir na lógica da democracia a permanência e a condição de visualizar 
nas minorias sociais uma outra discussão de poder, emergindo da ordem da diversidade e 
da pluralidade e da construção coletiva. 
Apenas os governos democráticos populares podem pensar a população como eixo 
gerador de desenvolvimento, tão pouco sem esta perspectiva, nenhuma cidade pode 
dizer que está próxima aos anseios de seus munícipes. 
Referências
MENDES, Aloíso Menin. Saúde não é Doença: A educação Física como estratégia de 
saúde sanitarista. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008
PIAGET, Jean. A Tomada da Consciência. Trad. Edson B. de Souza. São Paulo: 
Melhoramentos e EDUSP, 1977
CKAGNAZAROFF, Ivan Bico. Da gestão da intersetorialidade: o caso do Programa BH 
Cidadania. In: X Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la 
Administración Pública, Santiago p. (18-21), 1999.

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