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O Programa Bolsa Família, enfim na gestão do SUAS - Leonardo Koury

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O Programa Bolsa Família, enfim na gestão do SUAS
¹Leonardo Koury Martins
Ressumo: Este pequeno artigo tem como objetivo dialogar sobre 
o Programa Bolsa Família incorporado dentro do Sistema Único da 
Assistência Social após a aprovação da alteração da LOAS num 
âmbito de SUAS em todo país.
O Programa Bolsa Família e as políticas de transferência de renda no 
Brasil
Historicamente a República Federativa do Brasil, inclusive antes de ser 
República teve como prática para promoção social através da renda, sendo 
que a política voltada à renda básica objetiva-se na transferência simples, ou 
seja, uma compensação voltada a uma necessidade imediata ou a uma dívida 
história àquele seguimento reivindicado. 
Esta renda quando não apresentada como ganho social era acumulada 
como favor estabelecido entre senhores de terras, donos de produção ou pelo 
próprio estado quando não financiadores, interlocutores destes benefícios.
Portanto, desta história a unificação do cadastro único, muitos avanços 
e conquistas surgiram que vão deste a integração do direito a transferência de 
renda numa ótica humana básica à alimentação (sendo que alimentação é um 
direito humano perpassado pelo modo de produção capitalista) até mesmo a 
descentralização do Cadastro Único tendo os municípios função propiciar não 
apenas a inscrição, mas a fiscalização e a garantia do direito social da renda.
O SUAS e seu papel articulador no combate a miséria
A consolidação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS traz a 
marca mais fundante do olhar nacional sobre os mais pobres deste país, não 
trata apenas da transferência da renda, mas da integralidade e objetividade de 
pensar ações concretas do estado brasileiro em todas suas esferas e poderes 
no combate extensivo a miséria.
_____________________
¹Leonardo Koury Martins; Graduado em Serviço Social pelo Centro Universitário UNA e Gerente dos 
Centros de Referência da Assistência Social – Contagem, MG
Estas ações são fundamentais serem pensadas em diferentes lógicas 
da administração pública, que de acordo com Fleury (1994), propiciar espaços 
de dialogo não numa ótica de fazer “para”, mas construir “com”, tanto numa 
ótica intersetorial, mas na construção entre governo e sociedade civil.
O SUAS toma forma quando percebe nos CRAS e CREAS e demais 
equipamentos instâncias construtivas de Controle Social que pensem, 
fiscalizem e construam não apenas a Assistência Social, mas possibilite que 
através dela reconheça toda diversidade de discussões e produções no 
território.
Este novo modelo de organização pública proposto no sistema e ao 
mesmo tempo dialogável com os demais setores governamentais e 
seguimentos sociais nos fazem perceber que a Assistência Social interpretou 
inclusive diálogos já fortalecidos e institucionalizados como na política de 
saúde como abaixo descreve a visão de integralidade:
[...] integralidade de assistência, entendida como um conjunto 
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, 
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema. (Lei 8080/90. p. 4)
Possamos assim perceber que pensar sujeitos integrais e pensar que 
todos os setores têm papel organizador fugindo da lógica do “para” e 
produzindo políticas sociais e conhecimento técnico que fortalecem o conceito 
mais amplo de cidadania.
Neste aspecto a transferência de renda perde uma visão isolada em 
reconhecimento institucional e passa a ser um importante braço na 
consolidação dos direitos socioassistenciais e propiciar ao seu funcionamento 
algumas questões relevantes.
Desafios na construção da transferência de renda através do Programa 
Bolsa Família no SUAS
Primeiramente assim como FERNANDES (1972), lembrar que desafios 
não servem para nos afastar intelectualmente, mas são fundantes numa 
relação democrática entre saberes construídos e na lógica da consolidação de 
uma política pública são fundamentais para construirmos o percurso potencial 
da cidadania intermediada pelo estado democrático de direitos.
Neste aspecto dois desafios são principais na sua construção, o 
primeiro no que diz respeito à articulação no âmbito da Assistência Social que 
os serviços ofertados como PAIF e PAEF no qual o Bolsa Família tem sua 
oferta, monitoramento e acompanhamento em trânsito percebendo que a 
Assistência Social é uma política que não permite sua hierarquização fazendo 
qualquer uma das suas proteções porta de entrada.
[...]V - A equipe do CRAS ou equipe técnica da PSB, bem 
como a equipe do CREAS ou equipe técnica da PSE deverão 
encaminhar, quando necessário, as famílias beneficiárias para 
as demais políticas públicas. [...] (MDS, pag. 11. 2010)
Nesta lógica, perceber que o Programa Bolsa Família deve em sua 
origem a intersetorialidade, pois assumir o desafio de combate a miséria e 
perceber que para além da renda outras vulnerabilidades intercalam e trazem 
em sua complexidade o agravamento das relações e em alguns casos 
rompimento de vínculos sociais e comunitários quando não risco pessoal, 
social entre outros.
O diálogo entre saúde e educação por mais lógico que possa parecer 
numa ótica integradora como políticas de território devem ser percebidos como 
inicio de canal intersetorial de dialogo também com outras políticas como as de 
transporte, habitação, segurança pública bem como o próprio cidadão usuário 
do direito a transferência de renda.
Outro desafio apontado é a consolidação do Índice de Gestão 
Descentralizado que passa a ser IGD-SUAS, tendo seu aporte de recursos 
para o sistema um todo bem como o controle social municipal o Conselho 
Municipal de Assistência Social o papel de fiscalizar e o entender como 
indicador fundamental, sendo que o mesmo passa a comportar análise como o 
ID-CRAS.
Agora é propiciar a discussão não apenas no nível central da gestão 
SUAS, mas para toda sua operacionalidade como CRAS, CREAS, conselhos e 
demais espaços com o propósito mais enriquecedor de um modelo 
democrático popular que é a construção coletiva percebendo a sociedade civil 
um ator preponderante não para a excelência do trabalho, mas para a 
efetividade da cidadania que tanto ressaltamos na teoria.

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