Buscar

Planejamento e Trabalho com Grupos - leonardo koury

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PLANEJAMENTO E TRABALHO COM GRUPOS
Leonardo Koury Martins1
RESUMO: O presente artigo pretende facilitar o           
diálogo referente aos conceitos referentes aos         
trabalhos nos CRAS que se propõe a construir             
uma identidade coletiva e os significados de cada             
elemento fundamental na construção do Serviço         
de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.
Com a construção da Política Nacional de Assistência Social e com a positivação do Sistema                           
Único de Assistência Social referente a Lei Federal 12.435/11, os serviços socioassistenciais                     
tornam cena pública do trabalho em território e com famílias e torna­se fundamental discutir                         
estratégias para organização dos trabalhos no SUAS.
Acolhimento, Atendimento, Entrevista entre outros conceitos começam a ganhar vida, portanto                   
um dos conceitos fundamentais para a construção de uma identidade coletiva no território são                         
os Grupos. Sempre que pensamos em montar um grupo, é necessário fazer um planejamento                         
das ações, e para isto precisamos saber:
* Qual o público que vamos atender?
* Quais são as características desse público?
* Existe algum tema/problema/dificuldade que seja comum a esses sujeitos?
Se estes grupos forem construídos nos Centros de Referência da Assistência Social devemos                       
pensar em grupos que atinjam os sujeitos usuários da política de assistência social. Portanto,                         
nosso foco de trabalho deve estar voltado para o PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ­ PBF,                         
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA ­ BPC, e BENEFÍCIOS EVENTUAIS entre outros                   
públicos que se apresentam prioritários de acordo ao reordenamento do Serviço de Convivência                       
e Fortalecimento de Vínculos ­ SCFV em 2013.
1 Leonardo Koury Martins: Escritor, Assistente Social e Superintendente de Proteção Social Básica
Quando o objetivo do grupo é dar informações sobre a Política de Assistência Social, serviços                           
do CRAS no apoio ao Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família ­ PAIF , direitos,                               
deveres, cidadania, (por serem temas amplos e que devem ser discutidos com todos os                         
usuários) pode ser realizado com todas as pessoas que possuem perfil dos usuários do CRAS                           
e atores do território que procuram o serviço.
Se começarmos pelo público prioritário do CRAS ­ os beneficiários do PBF, é necessário definir                           
alguns parâmetros para planejar o grupo.
*  Todos os usuários apresentam as mesmas vulnerabilidades?
* Quais são os tipos de vulnerabilidades vividas por estas famílias?
(As mais evidentes/gritantes)
* Como podemos intervir sobre essas vulnerabilidades?
A partir dai, o primeiro passo é montar o PROJETO. É importante escrever, pensar o projeto,                             
entender porque se justifica esta ação, definir os objetivos, a metodologia, o público, o                         
cronograma. O projeto é que dá direcionamento ao trabalho. É através dele que podemos                         
avaliar se atingimos os objetivos propostos inicialmente, se o grupo caminhou para outros                       
objetivos (e o porquê? qual foi a necessidade que desviou o foco?). Enfim, é por meio do projeto                                 
que damos substancialidade as ações que realizamos no CRAS.
TIPOS DE ATIVIDADES COM GRUPOS
O trabalho de grupos prevê várias construções metodológicas, todas voltadas a construção e                       
significado das ações, portanto alguns conceitos são fundamentais para compreender este                   
trabalho. Estes conceitos se refere a tipologia aplicada de cada atividade.
As atividades realizadas em grupos podem ser das seguintes modalidades:
● Palestras;
● Oficinas;
● Grupos Sócio­educativos.
PALESTRAS
As palestras são formas de organização oral ou apresentação didática vinculado a um tema                         
específico, na qual a mesma pode ser construída conjunto a necessidade do público ou                         
referenciada pela necessidade de intervenção naquele momento.
As palestras encontram no sentido de organizar, problematizar e dialogar alguma temática que                       
possa contribuir com as discussões já iniciadas com os grupos e oficinas. Portanto é                         
necessário compreender que as palestras podem ser construídas com públicos mistos, com                     
os grupos já trabalhados ou até mesmo em momentos específicos como semanas de                       
cidadania ou dias referentes a algum simbolismo como: dia da luta de contra a homofobia, dia                             
de luta contra a exploração do trabalho infantil entre outros simbolismos.
As palestras são importantes subsídios ao trabalho no território, pois descentralizam a                     
informação e tem o objetivo de abrir o espaço do grupo para manifestações externas, como                           
exemplo dia da família, na qual todos os integrantes da família participariam da mesma temática                           
mesmo que estejam em grupos diferentes.
OFICINAS
As oficinas são atividades desenvolvidas com um grupo de pessoas que propiciam a                       
ampliação de conhecimentos de um determinado assunto. As oficinas são atividades que                     
pressupõem vivências concretas resultantes da vida cotidiana das famílias e pode utilizar (ou                       
não) abordagens lúdicas. Existem dois tipos de oficinas.
Oficinas de Reflexão:
● É um trabalho estruturado utilizando temas que o grupo se propõe a discutir. Podem ser                           
usados recursos lúdicos, interativos e reflexivos que facilitem a reorganização do pensar,                     
sentir e agir diante da questão abordada. Este trabalho desenvolve a consciência crítica                       
através da análise da vida cotidiana e dos conflitos relacionais, tendo por base também os                           
direitos e deveres inscritos nas legislações sociais.
● Deve­se oportunizar a promoção da comunicação, permitindo a troca de experiências. A                     
oficina articula o que o grupo pensa, sente e faz sobre determinado tema. Além de transmitir                             
a informação, também promove a reflexão e compreensão sobre esta questão da vida das                         
pessoas envolvidas.
● O planejamento das oficinas é flexível e deve levar em conta o contexto, o público, a                             
demanda e os recursos disponíveis. O grupo participa na definição de suas regras,                       
escolhas de temas e sub­temas e formas de discussão. A partir da escolha destes temas                           
os coordenadores organizam cada encontro.
Oficinas de Convivência:
● São encontros periódicos com pessoas que vivenciam questões de interesses comuns e                     
que serão compartilhadas e refletidas coletivamente. O objetivo deste grupo é conviver e                       
para tal precisa trabalhar as relações inter pessoais (organizar conversas, passeios,                   
lanches, troca de habilidades, cuidados mútuos e promoções do grupo).
● O trabalho deve envolver a reflexão sobre temas de interesse do grupo ou de produção de                             
algum produto. O grupo define e escolhe as atividades ao longo do processo. Os técnicos                           
podem apresentar sugestões de atividades e temas.
Vale considerar que nestes dois espaços as atividades lúdicas e recreativas são transversais                       
ao andamento dos temas, portanto não podem ser pensadas como únicoobjetivo do grupo. É                           
fundamental que exista uma relação harmônica do orientador social e do facilitador da oficina                         
para que possibilite melhor compreensão da metodologia e maior possibilidade de compreender                     
os objetivos alcançados.
GRUPOS SOCIOEDUCATIVOS
As práticas socioeducativas se constroem por meio de processos e atividades e possibilita                       
aprendizagens que contribuem para o desenvolvimento da família, atualizando e                 
complementando conhecimentos já trazidos por elas (famílias), fruto de sua vivência e cultura.
Segundo AFONSO (2006) É um espaço de aprendizagem voltado para o desenvolvimento de                       
capacidades individuais e valores éticos, estéticos e políticos para promover o acesso,                     
compreensão e processamento de novas informações estimulando a convivência em grupo e a                       
participação na vida pública.
A principal característica dos grupos socioeducativos  é o exercício da convivência social.
As ações socioeducativas são um caminho estratégico para enfrentar a desigualdade. Devem                     
propiciar atividades que reflitam as garantias da proteção social e desenvolver interesses e                       
talentos em seus participantes. Segundo AFONSO (2006) A apropriação de conceitos, atitudes,                     
valores, e competências pessoais e sociais podem ser feitas em contextos intencionais, para                       
garantir seu aprendizado.
Entretanto é fundamental perceber que os grupos são ações que constrói o espírito coletivo no                           
território, estes espaços muitas das vezes são a primeira entrada para os usuários no intuito de                             
propiciar a participação popular. Na sua formação é importante que o mesmo não se caraterize                           
como um grupo problema (grupo de mulheres vítimas de violência) e sim com uma identidade                           
positiva para não estigmatizar a sua formação.
Através do trabalho de grupos, os cidadãos e cidadãs do território se reconhecem, interagem e                           
constroem não apenas vínculos, mas uma identidade coletiva. Neste espaços, mulheres que                     
sofreram algum tipo de violência, mulheres negras, mulheres jovens, mulheres trabalhadoras e                     
mulheres dos movimentos culturais se reconhecem enquanto mulheres, encontram igualdade e                   
diferenças e dialogam acerca da diversidade.
Esta ampliação da informação envolve experimentar e circular nos diversos espaços e lugares                       
da cidade e na interação com diferentes pessoas.
É importante também compreender:
* Que o usuário ou usuária participe do planejamento e da responsabilização em relação ao                           
projeto e aprenda a elaborar o seu projeto de desenvolvimento pessoal e social;
* As escolhas das atividades precisam levar em conta a história sociocultural e as questões                           
que surgem na comunidade e no mundo, ampliando o repertório e as oportunidades de                         
aprendizagens, suas demandas, necessidades e valores;
* Articulação com a rede, reconhecendo e valorizando as diferentes alternativas de proteção;
* Oferta de espaço de acolhimento, diálogo e interação, discutindo as questões desafiantes do                         
cotidiano, estimulando­os a buscar alternativas para as questões apresentadas;
* Reconhecer e validar os valores trazidos pelas famílias e que são vivenciados nos seus                           
relacionamento e comunidade, mas introduzir novas aprendizagens voltadas para a busca da                     
verdade e da ética.
Essa figura abaixo mostra como acontecem esses três momentos que devem permear o grupo                         
para que aconteça a dialética do conhecimento::
1­ CONCEITUAL (Rosa)
2­ ATITUDINAL (Azul)
3­ PROCEDIMENTAL (Verde)
REFERÊNCIAS
AFONSO, Maria Lúcia (Org.) Oficinas em dinâmica de grupo: Um método de intervenção                       
psicossocial. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.
EQUIPE DE PESQUISA ­ INTERVENÇÃO PUC MINAS SÃO GABRIEL. Oficinas de Intervenção                     
Psicossocial: uma metodologia de trabalho com grupos, 2009. Texto
Site: http://grupocras.blogspot.com.br/2012/05/video­vulnerabilidades­e­protecao.html Acessado
em 11 de Junho de 2013

Outros materiais