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Uma nova ordem societária precisa de novas formas de Poder - Leonardo Koury

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Uma nova ordem societária precisa de novas formas de Poder
¹Leonardo Koury Martins
No ideário da autora e revolucionária Rosa Luxemburgo (1906), não podemos 
pensar em uma nova ordem societária se não repensarmos as nossas formas 
de poder, o nosso espaço de condução das “coisas no mundo”.
Não seria desfavorável ressaltar que hoje completamos quase 3000 anos (se 
considerarmos o ano de 1.1OO a.C.) do modelo de condução do poder em 
Atenas que apesar de toda sua adversidade histórica buscava uma relação 
de autorgados na igualdade. Posterior a ele reproduzimos relações sociais 
hierarquizadas e desiguais entre cidadãs e cidadãos em qualquer espaço que 
conduzimos como em Roma, nos Feudos e nas relações burguesas.
Mantemos por todos estes milênios no mundo ocidental considerando uma 
análise histórica e dialética, a construção entre opressores e oprimidos na qual 
ainda não superamos. 
Construímos ao longo desta faixa de tempo produções importantes na 
humanidade como diria Michel Foucault (1979) como à arte, a ciência, a 
matemática, mas não conseguimos superar o desafio da desigualdade 
anunciada das relações. Nesta perspectiva, os sujeitos que tem uma identidade 
socialista, que busca antes de tudo o combate a opressão e a construção de 
uma nova forma de organização da sociedade deve perceber as manifestações 
esféricas e como representam a forma das instituições e a legalidade que 
garante a continuidade de um modelo repressor forjado muitas vezes de uma 
falsa democracia suja na economia do capital.
Michel Foucault trabalha esta dimensão, buscando compreender o poder em 
toda sua representação na esfera social, econômica e cultural como abaixo: 
"Trata-se (…) de captar o poder em suas extremidades, em suas 
últimas ramificações (…) captar o poder nas suas formas e instituições 
mais regionais e locais, principalmente no ponto em que ultrapassando 
as regras de direito que o organizam e delimitam (…) Em outras 
palavras, captar o poder na extremidade de cada vez menos jurídica de 
seu exercício (Foucault, 1979, p.182)."
Perceber como manifestamos frente às condições já construídas e que tão 
importante quanto o ato de propiciar uma transformação que somente será 
socialmente igualitária quando superamos a relação de controladores e 
controlados, de presidentes e presididos como também de trabalhadores e 
patrões ou de reis e plebe.
¹. Leonardo Koury Martins é formado em Serviço Social, professor e militante do MAIS PT.
Não se pode compreender um mundo tão moderno como descreve Foucault 
(1979), pois além de construiu maquinários como Microondas, nave espacial 
e até jogos tridimensionais não conseguimos problematizar outras formas de 
construção coletivas que fujam da esfera do comandar e do ser comandado.
Na mesma perspectiva, na condução de buscar outras formas de poder para 
a construção de outro tipo de humanidade deve-se lembrar que chegamos a 
um mundo no qual por mais que os teóricos do século 16 previam a morte pela 
fome, se tem nos dias de hoje supermercados sem nenhuma prateleira vazia e 
pessoas com fome ao lado de fora. 
Buscar uma nova ordem na qual tantas mulheres não sejam mortas pela 
intolerância masculina, que negras e negros não sejam alvo do racismo da 
polícia ou que milhares de quilômetros de florestas deixem de existir acabando 
com toda diversidade ambiental para dar espaço ao agronegócio.
Não iremos superar tamanhos desafios para um novo mundo se assim como 
Rosa Luxemburgo não percebemos a importância de discutir formas de 
democracia do poder. 
Afinal, se acreditamos que outro mundo é possível, é mais que necessário 
buscarmos uma construção onde sejamos socialmente iguais, humanamente 
diferentes, pois somente assim seremos totalmente livres.

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