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Caso concreto 06
O Grupo Construções e Incorporações X S/A contraiu dívida de grande valor com o Engenheiro Eduardo Paranhos, mas não efetuou o pagamento estipulado no contrato, sem que tal conduta configurasse qualquer tipo de fraude. Após algumas tentativas frustradas de cobrança. Eduardo ajuizou ação e conseguiu decisão favorável, tendo a sentença transitado em julgado. No momento de indicar o bem que viria a ser penhorado para efetuar o pagamento, o Grupo Construções e Incorporações S/A indicou um imóvel de sua propriedade, mas o mesmo não foi aceito por Eduardo, que solicitou ao juiz a desconsideração da personalidade jurídica do Grupo Construções e Incorporações S/A para que os bens dos sócios respondessem pela dívida. Considerando os fatos acima descritos e tomando por base a disciplina da desconsideração da personalidade jurídica, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE: 
A) O que é a desconsideração da personalidade jurídica e em que hipóteses ela pode ser 
utilizada? 
De acordo com o art. 50, CC, a desconsideração da personalidade jurídica é um instrumento que inibira fraude e o abuso no emprego de sua personalidade por parte de seus sócios, levantando o véu societário e rompendo com sua autonomia patrimonial para, consequentemente, responsabilizar seus dirigentes pelo dano financeiro causado. Ainda o art. 50, CC, contemplando a teoria maior, estabelece que a desconsideração será feita sempre que houver abuso da personalidade da pessoa jurídica, caracterizada pela confusão patrimonial ou pelo desvio de finalidade. Doutrina e jurisprudência consideram que também a fraude à lei e a fraude ao contrato são hipóteses que autorizam a desconsideração. 
 
B) É cabível, neste caso, a desconsideração pleiteada por Eduardo? 
 Não. É firme o entendimento segundo o qual mero inadimplemento, sem indícios de fraude, não é suficiente para a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. O enunciado da questão é claro ao dizer que não houve abuso da personalidade, de maneira que, pelo princípio da autonomia patrimonial, é a própria sociedade que responde pelas obrigações contraídas (art. 43, CC)
Semana teoria e prática 
Caso concreto 07
Os irmãos José e Pedro receberam por doação de seus pais um terreno loteado com área de 
210 m2. Pretendendo cada qual construir uma residência no terreno, firmaram escritura pública de divisão, em que ficou localizada a parte de cada um, com 105m2, sendo levada ao Serviço de Registro de Imóveis. Ocorre que, pelo art. 4°, II, da Lei 6.766/79, a área mínima exigida é de 125 m2. Com base na disciplina jurídica dos bens, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE: 
A) Levando em consideração a classificação dos bens considerados em si mesmos, classifique o bem em questão. 
Trata-se de bem imóvel e indivisível . A indivisibilidade do terreno decorre de imposição legal. 
B) Você, na qualidade de funcionário do Serviço de Registro de Imóveis, faria o registro? Justifique a sua resposta com base no princípio da autonomia privada e na disciplina dos bens considerados em si mesmos. 
 Não. Há lei impondo área mínima para loteamento, de maneira que se o bem for fracionado, ficará com área inferior à permitida na lei. Dessa maneira, correta a atitude do Cartório em negar o registro de divisão. 
Questão objetiva: 
 Marcos ganhou como presentes de casamento, um quadro assinado por seu autor; um liquidificador de marca conhecida e disponível no mercado, um relógio de parede, único, que havia pertencido a seu bisavô, e certa quantia em dinheiro. São considerados bens infungíveis o: 
a) quadro, o relógio e o dinheiro. 
b) dinheiro, apenas. 
c) relógio, apenas. 
d) relógio e o liquidificador. 
e) quadro e o relógio.
Caso concreto 08
Otavio e Thalita emprestaram de Pedro um imóvel para fins residenciais por três anos. Durante o tempo que passaram no apartamento , Otavio e Thalita consertaram algumas infiltrações, colocaram um forno a lenha daqueles inamovíveis, e aplicaram papel de parede em todos os quartos. Findo o prazo do contrato, Otavio e Thalita foram notificados para deixar o bem. 
Nesse caso, e conforme a disciplina jurídica dos bens no Código Civil, responda: 
A) Classifique cada espécie de bem a cessório que aparece no comando da questão. Justifique a sua resposta. 
Os bens acessórios que aparecem na situação em comento são: 
- conserto das infiltrações: benfeitorias necessárias, pois destina -se à conservação do bem. 
- forno a lenha: benfeitora útil, pois trará maior facilidade para utilização do bem. 
- pape de parede: benfeitoria voluptuária, pois serve para deixar os quartos mais belos. 
 
B) O que Otávio e Talita podem fazer com os bens acessórios identificados no item 
anterior? Cabe direito de retenção? Justifique a sua resposta. 
 O casal pode exigir que as benfeitorias necessárias e úteis sejam indenizadas e que possa ser levantada a benfeitoria voluptuária, desde que isso não implique destruição da coisa principal. Cabe, sim , direito de retenção, mas apenas com relação às infiltrações e ao forno a lenha. As benfeitorias voluptuárias não estão sujeitas nem à retenção, nem à indenização, podendo, no máximo, Otávio e Thalita levantarem o papel de parede, desde que disso não resulte prejuízo a Pedro
Caso concreto 09
Augusto Ribeiro é casado e tem três filhos desse casamento. Recentemente, Augusto descobriu que é pai de Ana, 20 anos, fruto de uma relação passageira, anterior ao seu casamento. Após a descoberta, Augusto decidiu reconhecer a paternidade de Ana, mas pretende celebrar acordo para que a moça não inclua o sobrenome Ribeiro em seu nome. Com base no Código Civil, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE: 
a) Qual a natureza do ato de reconhecimento de paternidade? 
Trata-se de um ato jurídico em sentido estrito. 
b) Augusto pode impor que Ana não utilize seu sobrenome? 
 Não. No ato jurídico em sentido estrito o agente não tem autonomia para estipular os efeitos do ato, devendo sujeitar-se aos regramentos legais. Demais disso, o direito ao nome é direito de personalidade e, por isso, Augusto não pode dispor do nome de Ana. 
 
 Questão Objetiva 
 Em relação à interpretação do negócio jurídico, é correto afirmar que 
 a) quaisquer negócios jurídicos onerosos interpretam-se estritamente. 
 b) na vontade declarada atender-se-á mais à intenção das partes do que à literalidade da linguagem. 
 c) a renúncia interpreta-se ampliativamente. 
 d) o silêncio da parte importa sempre anuência ao que foi requerido pela outra parte. 
 e) como regra geral, não subsiste a manifestação da vontade se o seu autor houver feito a reserva mental de não querer o que manifestou 
Aplicação: articulação teoria e prática 
Caso concreto 10
 Em 1993, o jogador de futebol Oswaldo Giroldo Junior, conhecido por Juninho, foi cedido, por contrato, pelo Ituano Futebol Clube ao São Paulo Futebol Clube por $350.000,00 (trezentos e cinquenta mil dólares) com a seguinte condição: pela cláusula quinta do referido contrato, o Ituano Futebol Clube teria uma participação de 50% (cinquenta por cento) no lucro que fosse auferido com a venda do p asse do jogador a outro clube, caso esta fosse efetuada até o dia 31.12.199 4, e 25% (vinte e cinco por cento), caso a venda fosse efetuada entre 01.01.1995 e 31.08.1995. Depois desse período, todo o lucropercebido com a venda do passe do jogador seria do São Paulo Futebol Clube. Durante a vigência do contrato, o São Paulo Futebol Clube recusou algumas propostas de compra do p asse de Juninho, vindo a vendê-lo n o dia 10.10.1995 por $7.500.000,00 (sete milhões e quinhentos mil dólares) ao Middlesbourg, time da Inglaterra, sem pagar qualquer percentual ao Ituano Futebol Clube. Ressalte-se que durante a vigência do contrato, o mesmo Middlesbourg havia oferecido quantia pouco inferior ao valor posteriormente ajustado, mas tal oferta foi recusada pelo São Paulo Futebol Clube. 
 Sentindo-se lesado, o Ituano Futebol Clube ajuizou ação pleiteando o pagamento do percentual acertado no contrato, alegando que o São Paulo Futebol Clube, por estar em uma situação privilegiada, vendeu o jogador depois para afastar a repartição dos lucros. Com base na no Código Civil, principalmente no que tange a teoria dos negócios jurídicos, analisando os planos da validade e da eficácia da referida cláusula quinta do negócio celebrado entre o Ituano Futebol Clube e o São Paulo Futebol Clube, responda se há fundamento jurídico para a irresignação do Ituano Futebol Clube. 
O aluno deve inicialmente analisar os requisitos de validade deste negócio, quais sejam, a capacidade das partes, o objeto e a forma prescrita ou não defesa em lei, e concluir que, no plano da validade, não há qualquer irregularidade. Depois, deve examinar o plano de eficácia, entrando no estudo das modalidades d os negócios jurídicos para concluir que sobre esta cláusula quinta incide uma condição suspensiva, pois submete a produção dos efeitos (repartição dos lucros) a um evento futuro e incerto (venda do passe do jogador). O aluno deve identificar que esta é uma condição puramente potestativa, pois traduz uma relação de poder do São Paulo, já que depende única e exclusivamente dele a venda do passe do jogador, ficando o Ituano completamente à mercê da conduta do São Paulo. As condições puramente potestativas são consideradas ilícitas no direito civil brasileiro e, por força do art. 123, CC/2002, invalidam o próprio negócio jurídico – as condições, diferente dos outros elementos acidentais do negócio jurídico (termo e encargo), não são anexas, e sim inexas, possuindo o condão de extrapolar o plano de eficácia para interferir na própria.

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