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1 Bandagem Funcional e Kinesio Tapping na Condromalácia Patelar Daniel Lourenço Azevedo1 Dan_lourenco@ig.com.br Dayana Mejia2 Pós-graduação em Ortopedia e traumatologia – Faculdade FASAM Resumo Esta pesquisa visa comparar a eficácia das técnicas de Bandagem Funcional e Kinesio Taping na Condromalácia Patelar. Trata-se de uma revisão literária, onde foram buscados em livros, artigos, revistas cientificas, especialmente as mais atuais, evidências que comprovem os efeitos técnicos na condromalácia patelar. A Bandagem funcional e a Kinesio Taping visam reduzir a incidência da condromalácia patelar, o conhecimento anatômico é imprescindível para aplicação destas técnicas bem como conhecimento etiológico das lesões que facilita o terapeuta na identificação de cada estrutura lesada, tem por objetivo limitar os movimentos prejudiciais, permitem movimentos funcionais livre de dor e retorno precoce as atividades. Os resultados nos mostram que a técnica de Kinesio Taping apresentou bons resultados devido aos seus efeitos fisiológicos, bem mais complexos quanto a diminuição da dor em tempo minimo, suporte muscular, reduzindo a fadiga e previnindo lesões, efeito de drenagem melhorando a circulação e efeito de correção, sendo fundamental para o alinhamento da patela, por sua vez fora de eixo, uma das causas da condromalácia patelar. Entretanto se faz necessário mais estudos quanto as diferenças de ambas as técnicas. Palavras-chave: Condromalácia Patelar; Kinesio Tapping; Fisioterapia. 1. Introdução O joelho é considerado uma das articulações mais lesionadas na prática esportiva. Por ser incapaz de dissipar as forças excessivas, torna-se suscetível a lesão e ao desenvolvimento de enfermidades resultante da absorção dessas forças (SANTOS et al, 2008). Tendo em vista que a condromalácia patelar tem acometido diversos jovens, atletas de elite e obesos, desenvolve- se mais comumente após um desalinhamento patelar consequente aumento da sobrecarga articular, aumento do estresse por contato. Os sintomas nesta patologia é devido a dor retropatelar, produzida pelos movimentos de compressão da patela sobre o fêmur, dor relacionada com a contração do quadríceps; rigidez ou bloqueio articular; creptação subpatelar nos movimentos ativos; e sensação de instabilidade (POMPEO; MELLO & VAZ, 2012) . Sendo assim, buscamos através dos beneficios das bandagens funcionais que segundo Santos (2008), é fornecer apoio e proteção para os tecidos moles, sem limitar suas funções e aumento da estabilidade articular. As bandagens funcionais são um instrumento terapêutico muito utilizado pelos Fisioterapeutas de todo o mundo, devido aos seus benefícios no auxilio de técnicas de reabilitação em lesões articulares, ligamentares, musculares, posturais entre outras das atividades dentro da amplitude articular normal. Outros objetivos das bandagens funcionais incluem inibir a hiperatividade dos músculos agonistas e antagonistas; facilitar a atividade sinergista; promover uma otimização da coordenação e do alinhamento articular estaticamente e durante o movimento; diminuir a irritação do tecido neural; inibir direta e indiretamente a dor associada ao movimento (PERRIN, 2008) . A bandagem aplicada de tal maneira que há pouca ou nenhuma tensão, enquanto parte do corpo é posicionada na parte desejada no plano. Irá, portanto, desenvolver mais tensão quando o movimento ocorre fora 1 Pós-graduando Fisioterapia em ortopedia e traumatologia . 2 Graduada em Fisioterapia, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Aspecto Bioéticos e Juridicos da Saúde. 2 dos parâmetros. Esta tensão será percebida conscientemente dando assim um estímulo para o individuo corrigir o movimento padrão. Com o passar do tempo e com a repetição suficiente e feedback, estes padrões podem tornar-se componentes de aprendizado do engrama motor dos movimentos.Trata-se efetivamente da pele mediando o biofeedback proprioceptivo , em atletas o uso de bandagens funcionais pode evitar lesões ou facilitar o retorno do atleta lesionado a competição (SILVA JR,1999). Nos anos 70 foi desenvolvido pelo Dr. Kenzo Kase a técnica de kinesio taping onde seu principal objetivo é obter um suporte nos processos de regenaração do organismo, com um material apropriado e utilizando uma técnica de aplicação particular. Esta técnica demonstra a sua eficácia através da ativação dos sistemas neurológico e circulatório. Aos músculos não é apenas atribuída a função de locomoção do corpo, mas também a de controlarem a circulação venosa e linfática, a temperatura corporal, etc. Assim sendo, quando os músculos não funcionam corretamente, surgem vários tipos de sintomas (PEREIRA M, 2012). Observaremos a seguir os resultados alcançados na condromalácia patelar, comparando ambas as técnicas. Justifica-se a importância da realização desta pesquisa, como fonte de embasamento teórico para futuras pesquisas e referências. 2. Anatomia e Fisiologia do Joelho A articulação do joelho é considerada a mais complexa articulação do corpo, sendo classificada como sinovial bicondiliana complexa. Seu funcionamento normal oferece ao mesmo tempo movimento suave, estabilidade e proteção contra deteriorização. Tal complexidade e resultante das estruturas que envolvem o joelho, porém não lhe impede de sofrer lesões. Constitui-se de 3 ossos: fêmur (extremidade distal do fêmur), tíbia (extremidade proximal da tibia, através dos côndilos tibiais) e a patela, o maior osso sesamóide do corpo, possuindo formato arredondado, é palpável, medindo em torno de 5 centimetros e sua função é a proteção da articulação e aumentar força de extensão do joelho. Tanta complexidade torna o joelho uma articulação com grande disponibilidade a sofrer lesão, seja traumática ou degenerativa (Cruz e Mejia, 2012). A preencher o espaço entre tíbia e fêmur, estão os meniscos cuja função é amortecer o impacto entre estes dois ossos, aumentando a congruência e distribuindo o peso sobre a articulação, além de proporcionar estabilidade, lubrificação e nutrição das cartilagens do joelho. Neste complexo articular, podemos destacar três superfícies articulares, porém formam duas articulações diferentes dentro de uma mesma capsula articular: articulação patelofemoral (podendo ser considerada independente), e a tibiofemoral. A articulação tíbio-peroneal superior não é considerada como parte do complexo articular do joelho, uma vez que não está contida no interior da capsula articular do joelho (PERRIN, 2008). A respeito dos côndilos, são estruturas localizadas na porção distal do fêmur que se articulam com a parte proximal da tíbia, dividindo o joelho em medial e lateral. A patela desliza através de um sulco formado pela parte anterior dos côndilos femorais, denominado tróclea. Revestindo este complexo articular , existe a capsula articular, que reveste a borda da patela e das superfícies articulares do fêmur e da tíbia. Internamente a articulação é revestida por uma cartilagem articular, cuja principal função é proporcionar uma estrutura lisa, que permite à patela e ao fêmur deslizarem facilmente, reduzindo o atrito, absorvendo choques e facilitando os movimentos. A capsula articular está ausente entre o tendão do quadríceps e a face anterior do fêmur, permitindo que a membrana sinovial forme uma ampla prega nessa região e constitua a bolsa suprapatelar (Cruz e Mejia, 2012). Vários ligamentos estabilizam a articulação relativamente frouxa entre o fêmur e a tíbia. O ligamento colateral medial, denominado colateral tibial, dá suporte ao aspecto medial do 3 joelho, evitando odeslocamento valgo excessivo. O ligamento colateral lateral, chamado colateral fibular, estabiliza o aspecto lateral do joelho, prevenindo o deslocamento varo excessivo. Os ligamentos cruzados anterior e posterior cruzam a articulação do joelho. O anterior, previne o deslocamento anterior da tíbia em relação ao fêmur, enquanto o cruzado posterior evita o deslocamento posterior. A cartilagem intra-articular, os meniscos, aprofunda-se na articulação e protege as superfícies articulares da tíbia e fêmur. O menisco medial tem forma oval e liga-se firmemente à tíbia e ao ligamento colateral tibial. O menisco lateral é mais redondo e move-se livremente, ele não se encontra preso ao ligamento colateral fibular. Os tendões são estruturas fibrosas, que conectam os músculos aos ossos e tem com função a transmissão da força produzida pelos elementos contráteis. Sendo o maior tendão do joelho, o patelar, que liga os quadríceps a patela e a patela a tíbia e controla as forças causando o deslocamento inferior da patela (KAPANDJI, 2000). Quanto a estabilização do joelho, estão os músculos do quadríceps e os isquiostibiais, os quais irão gerar força para a articulação. Os isquiostibiais possuem tendões que inserem-se na parte Antero-medial da tíbia, compreendidas pelos músculos grácil, sartório e semitendinoso. Os músculos do quadríceps alinham o joelho, puxando ao tendão patelar através da patela, o vasto medial puxa a patela medialmente e o vasto medial lateralmente. Nas estruturas nervosas encontramos o nervo ciático, o mais importante do joelho, conferindo-lhe controle muscular e sensibilidade. Divide-se acima do joelho formando os nervos fibular e tibial, este inerva a parte posterior e caudal, enquanto o fibular percorre a parte anterior e lateral do joelho. Encontramos também as artérias e veias poplíteas, que oferecem suporte para a perna e o pé. Uma lesão nesta artéria necessita reparo imediato, pois ela oferece aporte sanguíneo para estas regiões, assim como a veia poplítea, que faz o retorno do sangue para o coração. As ramificações das artérias do ramo femoral, tibial anterior e circunflexa fibular também levam suprimento para esta região. O joelho é uma articulação com só um grau de liberdade: a flexão-extensão, que lhe permite aproximar ou afastar a extremidade do membro a sua raiz (MICHAELSEN, 2012). Biomecânica femoropatelar A articulação femoropatelar é constituída pela face patelar (fêmur) e a face posterior da patela, esses dois ossos precisam funcionar em perfeita harmonia para que haja não só um bom deslizamento da patela sobre o fêmur, mais também para que os côndilos femorais possam rolar, deslizar e rodar sobre o platô tibial (WHITING, 2001). O perfeito funcionamento femoropatelar será influenciado vigorosamente pelos estabilizadores estáticos (estruturas não contráteis) e dinâmicos (estruturas contráteis) da articulação. A patela se desloca constantemente nos movimentos ativos do joelho, movimentando-se, em um padrão com um formato de “C”. No plano frontal em extensão do joelho a 0 graus começa supero – lateral, a partir dos primeiros 40 graus de flexão a patela tornar-se mais inferiorizada e medializada. No plano sagital a patela sofre uma flexão de 65 a 75 graus, que ocorre depois da flexão da tíbia. A partir de 90 graus de flexão no plano frontal a patela não só está sendo medializada como também sofre uma lateralização quando o joelho estiver hiperfletido. No plano transversal a tíbia parece exercer uma vigorosa influência sobre o grau de inclinação, desvio e rotação da patela. A rotação externa da tíbia acarreta em um aumento da inclinação, desvio e rotação lateral da patela, ao passo que o oposto acontecerá na rotação interna de tíbia. As rotações axiais do joelho são realizadas ativamente ou “automaticamente”. As rotações automáticas ou involuntárias estão relacionadas aos movimentos de flexão e extensão e ocorrem principalmente nos últimos graus de extensão ou no início da flexão. Quando o joelho se estende eleva o pé para rotação externa. De maneira 4 inversa quando o joelho está flexionado a perna gira em rotação interna. As áreas de contato da patela com o fêmur serão estabelecidas de acordo com o ângulo de flexão do joelho e pela força de contração excêntrica do quadríceps (Oliveira e Guimarães, 2012). Na flexão do joelho o quadríceps produz uma força dirigida para cima, enquanto o tendão patelar suporta essa força em sentido oposto. A resolução dessas forças, origina uma resultante no sentido posterior, que provoca o aumento da compressão da patela com o fêmur. Em ângulos inferiores a 30 graus, a compressão femoropatelar diminui. Isso significa diminuição do contato entre as duas superfícies articulares e diminuição do vetor de força resultante dirigido posteriormente. Nesta angulação a patela está apoiada em um coxim gorduroso supra-troclear. Deve-se ressaltar que o ângulo de inserção de 0 grau aproximadamente cria um vetor de estabilidade. O tendão paralelo ao osso gera um braço de potência muito pequeno, o músculo quadríceps exerce um trabalho muito maior para suportar a perna em extensão e favorece a estabilização e não o deslocamento. Já o tendão perpendicular ao osso favorece ao deslocamento e não a estabilização (MONERRAT et al, 2010). Os mecanismos de lesão desta articulação incluem mau alinhamento da patela, aumento do ângulo-(q) do quadríceps, hiperpronação dos pés ou fraqueza no músculo vasto medial obliquo (MACHADO, 2005). Biomecânica patelofemoral anormal Segundo Kisner (2005), o deslocamento lateral excessivo da patela a caracteriza como patela alta e pode ocorrer em função do desequilíbrio entre os compartimentos lateral e medial do quadríceps. A patela alta, ou melhor, a inclinação estrutural da patela, resulta do encurtamento do retináculo lateral como um processo de adaptação, o qual aumenta anormalmente a carga sobre a faceta lateral, reduzindo e distorcendo o peso na faceta medial e distal (FELD, 2000). Para Felkerson (2000) normalmente há uma ampla distribuição de contato, ao longo da patela distal, aos 30 graus de flexão do joelho. Torna-se evidente que uma alteração, mesmo que pequena, no alinhamento patelofemoral, pode criar picos de carga na cartilagem articular que, eventualmente podem promover alterações patológicas na articulação, como a condromalácia. O desequilíbrio muscular dos compartimentos medial e lateral do quadríceps representa a maior incidência dos casos de condromalácia (KISNER, 2005). Como já relatado anteriormente, o vasto lateral é o músculo mais forte do quadríceps. Caso ele esteja trabalhando ativamente no mecanismo extensor do joelho, tracionando a patela para cima e lateralmente e se não houver uma força contrária igual do compartimento medial, haverá uma tendência a um deslocamento lateral excessivo, provocando aumento da tensão e encurtamento do vasto lateral e banda iliotibial, hipotonia e fraqueza de vastos mediais. Neste caso, deve-se fortalecer os vastos mediais para tracionar a patela medialmente e evitar o estiramento retinacular medial e tensão retinacular lateral (GABRIEL, 2001). Condromalácia Patelar A condromalácia patelar é um processo degenerativo da cartilagem articular da patela e dos côndilos femorais, caracterizada por fissuras, fibrilação e ocasionalmente erosões que expõem o osso subcondral. Microtraumas repetidos podem causar desgastes excessivo da cartilagem e pertubar a nutrição, sendo esta patologia a precursora da artrose nos joelhos (gonartrose) em atletas. A instalação da condromalácia ocorre em 4 etapas: 1. enfraquecimento, edema e fibrilação localizada da cartilagem; 2. Fragmentaçãoe fissura em uma área de 1,3cm ou menos de diâmetro; 3. Fragmentação e fissura em uma área de mais de 1,3cm de diâmetro; 4. Erosão da 5 cartilagem abaixo do osso subcondral. Em casos avançados a área oposta da cartilagem femoral também afetada (CHIAPPA, 2001 p142). Fisiopatologia A condromalácia desenvolve-se mais comumente após um desalinhamento patelar consequente aumento da sobrecarga articular, aumento do estresse por contato. Normalmente durante o movimento de flexão, a patela desce e entra em direção aos côndilos. Já na presença da condromalácia, a patela não desliza no sulco intercondiliano, devido ao seu desalinhamento lateral ou medial (OLIVEIRA, 2003). No estágio inicial ocorre a condromalácia fechada, sendo que o primeiro sintoma é visto na zona de contato. Neste estágio há somente edema da cartilagem articular, sendo que microscopicamente a superfície está intacta, esse edema representa o primeiro sinal de degeneração articular da patela, e pode ser um simples edema até um edema com cacifo. Este amolecimento da cartilagem pode ser explicado pela perda de integridade da rede de colágeno. Após esse processo, ocorre a formação da condromalácia aberta que caracteriza por um aumento da atividade dos condrócitos, causado pelo aumento do metabolismo, da síntese de proteoglicanos, acúmulo de filamentos, multiplicação das células e formação de chaves. Ocorre ainda um descréscimo no número de condrócitos e ruptura na rede de fibras da matriz, inicia-se aqui o período de necrose que é caracterizado pela destruição das fibras da cartilagem, ocorrendo a fragmentação da matriz e eventualmente exposição do osso subcondral (TEIXEIRA, MEJIA, 2012). Sintomatologia Os sintomas mais comumente relatados por portadores de condromalácia são: dor retropatelar, produzida pelos movimentos de compressão da patela sobre o fêmur, como por exemplo ao se levantar da cadeira e ao subir escadas, ao treinar em planos inclinados, pliometria (TUREK, 1993); dor relacionada com a contração do quadríceps; rigidez ou bloqueio articular; creptação subpatelar nos movimentos ativos; e sensação subjetiva de instabilidade. Epidemiologia A condromalácia patelar e a mais comum, compreendendo 25% dos diagnosticos nas clinicas ortopédicas e 30 a 33% dos casos na medicina esportiva e nos centros de reabilitação. Estas desordens envolvem o mecanismo extensor do joelho, sendo caracterizada por dor difusa anterior ou retropatelar, comumente referida após a realização de atividades como subir ou descer escadas, ajoelhar-se, agachar-se, permanecer muito tempo na posição sentada e durante a pratica de atividades esportivas devido ao mau alinhamento da patela. Atinge um em cada quatro indivíduos, afetando mais comumente adolescentes e adultos jovens de 15 a 35 anos principalmente atletas do sexo feminino. Apesar dos fatores etiológicos não serem claros, alguns pesquisadores relacionam o surgimento das disfunções patelofemorais com alterações anatômicas e biomecânicas do membro inferior ou restrição de tecidos moles (desequilíbrio estático), assim como distúrbio muscular do joelho (desequilíbrio dinâmico). Dentre estas alterações, o desequilíbrio dinâmico tem sido estudado por vários autores relacionando o surgimento do padrão anormal do alinhamento patelar (SANTOS, et al, 2008). A sua incidência varia entre os 10% na população em geral e os 28% em indivíduos fisicamente activos (McConnell, 1986; Witvrouw, 2000 citado por Jardim, 2008). A sua prevalência abrange um vasto número de indivíduos com idades compreendidas entre os 10 e os 35 anos e ocorre 2 a 3 vezes mais nas mulheres do que nos homens (Lichota, 2003 citado por Ng, Zhang & Li, 2008). 6 Tratamento Convencional O tratamento se dá com medicamentos anti-inflamatórios, meios físicos e cinesioterapia e a evolução costuma ser favorável. Inicialmente, o tratamento é conservador, com fortalecimento do músculo quadríceps, principalmente do vasto medial oblíquo. Perda de peso é recomendada para diminuir o estresse sobre a articulação patelofemural. Órteses podem ser benéficas, bem como o uso de medicações anti-inflamatórias. Em seguida iniciam-se exercícios de hipertrofia do quadríceps através de exercícios isotônicos assistidos. Outra técnica com excelente resultado, é a RPG (Reeducação Postural Global). Na técnica o paciente é mantido em posturas corretoras que se relacionam com a articulação e as estruturas musculoesqueléticas envolvidas direta e indiretamente (GREVE e AMATUZZI, 1999). A reabilitação da disfunção patelo-femoral, após a avaliação abrangente, deverá concentrar-se no recrutamento do vasto medial obliquo, na normalização da mobilidade patelar e no aumento da flexibilidade geral e do controle muscular de toda a extremidade inferior. Não existem exercícios específicos que se tenha revelado capazes de isolas o vasto medial obliquo(VMO). A extensão do joelho com rotação tibial interna, a adução do quadril com contração do quadríceps e a rotação externa do quadril com contração do quadríceps foram propostas coma intenção de isolar o VMO, porém não existe nenhuma prova de sua eficácia. Considerando que a dor patelo-femoral é reproduzida tipicamente com atividades que são associadas com maior força de contato patelo-femoral, parece que um programa de exercício deveria ser projetado para aumentar o fortalecimento do quadríceps. Isto é particularmente importante durante a fase aguda da dor quando os seus sintomas são exacerbados. Durante exercícios de cadeia cinética aberta a quantidade de força exigida do quadríceps para estender o joelho aumenta com o movimento de extensão do joelho (CABRAL et al, 2008). Estudos demonstraram que a força do quadríceps aumenta em 60° nos últimos 15° de extensão do joelho, além deste aumento de força também foi constatado que a área de contato patelo-femoral era diminuída. Esta combinação do quadríceps aumentando a força e diminuindo a área de contato durante a extensão do joelho resulta em um maior estresse de contato patelo-femoral comparado com maiores ângulos de flexão do joelho onde a força do quadríceps não é grande mas a área de contato é maior. Já durante exercícios de cadeia cinética fechada a força do quadríceps é relativamente mínima quando o Joelho está estendido. Com tudo que foi descrito conclui-se que o tratamento da dor patelo-femoral é principalmente direcionado ao fortalecimento da musculatura do quadríceps por este ser o mais importante estabilizador da patela. Como a insuficiência do vasto medial oblíquo é vista como uma das principais causas de dor patelo-femoral devemos dar ênfase a este músculo no nosso tratamento. As atividades de fortalecimento em cadeia aberta para o quadríceps são mais seguras de 50° a 90° e de O a 10° ao passo que atividades em cadeia cinética fechada são mais seguras se forem feitas de 0° a 50° porque acima desse valor o contato fêmuro-patelar é muito excessivo (TEIXEIRA, MEJIA, 2011). Técnica de Bandagem Funcional A técnica do uso de bandagem, destina-se a dar suporte a ossos, ligamentos, tendões, músculos, nervos e articulações do corpo e, atua também de forma preventiva de lesões, podendo ser utilizada em todas as idades. 7 Segundo Perrin, David (2008) é uma técnica complementar para reedução postural do individuo, onde estimula grupos musculares e inibe outros grupos a fim de favorecer um reequilíbrio neuro muscular de seguimentos desequilibrados. Obtem a vantagem de fácil aplicação, porém se faz necessário que o profissional compreenda as estruturas anatômicas, o mecanismo de lesão e o propósito da bandagem, que pode ser a imobilização,a restrinçao do movimento ou o suporte de um ligamento ou músculo. O uso da bandagem permite comprimir regiões anatômicas reduzindo os exudatos inflamatórios,redução do stress tecidual local, proteção devido ao correto posicionamento , minimizar a extensão da lesão(agudo) e profilaxia. Entre as indicações estão: contusões, deformidades, edemas, fissuras e fraturas, lesões articulares, capsulares, ligamentares, musculares, tendinosas e pós gesso. E contra indicações, podemos citar as alterações sensitivas, fraturas completas e recentes, ferimentos expostos, rupturas completas de tendões ou ligamentos e problemas circulatórios. Os efeitos da bandagem são produzidos através de mecanismo biomecânicos onde o tecido estando sujeito a uma carga ou tensão, irá deformar-se, e se essa tenção for aplicada de uma forma muito rápida ou prolongada, poderá entrar em sobrecarga, comprometendo a habilidade do tecido em se adaptar e cicatrizar, dando origem a lesão e a dor. E o mecanismo neurofisiológico age na modulação da dor com estimulo tátil, onde fibras aferentes ativam os interneurônios produtores de encefalinas, que inibem as fibras C da dor. A aplicação da bandagem a nível patelar pode reduzir a inibição neural do quadríceps e modular a dor através das fibras aferentes o que pode ser atribuído ao fato de que as fibras aferentes chegam mais rápido ao cérebro do que os sinais da dor (VERONESI JR, 2008). Segundo Wheeler (2001) acredita-se que ao estimular o sistema nervoso central com aferências sensoriais dos proprioceptores musculares, permite através de pontos gatilhos da dor, reduzir a aferência nociceptiva e consequentemente a dor. O período de permanência da bandagem varia de 3 a 5 dias, dependendo da região de tratamento e estado de conservação. Técnica de Kinesio Taping O taping é uma nova aplicação de ligadura adesiva, que melhora a função muscular sem limitar os movimentos, ao contrario do que acontecia com outros métodos. Apenas em 1998, emerge na Europa este conceito de Bandas Neuromusculares (Zuilen et al., 2009). Desta forma surgiu, um novo método com diferentes efeitos terapeuticos, proporcionando diminuição da dor, aumento da força muscular e melhora no padrão de marcha (Kase et al., 2003). Caracterizam-se como uma banda fina porosa, sem odor, resistente à água, pode ser alongada aproximadamente a 120-140% do tamanho original e não contém quaisquer substâncias químicas ou medicinais. Estas características permitem que este material seja praticamente impercetível à pele humana. A sua utilização durante 3 a 5 dias é proposta para dar continuidade ao tratamento 24 horas por dia (Kinesio Taping Association International, 2007; Fu et al., 2008; Kumbrink, 2012). A aplicação da banda no músculo é feita com 10% de alongamento, sendo as formas mais utilizadas de Kinesio Taping em forma de I ou Y (Kumbrink, 2012). As bandas de kinesio Taping suportam de forma seletiva musculos e são também um meio de contenção, permitindo o movimento total ou parcial dependendo do tipo de aplicação realizada nos músculos e articulações. O seu mecanismo de ação está num tratamento efetivo para o restabelecimento da função muscular e diminuição da dor (Akbas et al., 2011). As bandas possuem diferentes efeitos fisiológicos, dos quais se destacam: efeito analgésico, de suporte muscular, de drenagem e de correção articular (Yoshida e Kahanov, 2007; Espejo e Apolo, 2011). O efeito analgésico é o resultado da ação exterocetiva das bandas neuromusculares, isto é, da sua ação sobre a pele. A sua aplicação estimula os mecanorreceptores cutâneos, que ativam impulsos nervosos quando 8 é criada deformação (Yoshida e Kahanov, 2007). Com esta ativação dos mecanorreceptores provoca uma despolarização que desencadeia os impulsos nervosos ao longo da fibra aferente até ao sistema nervoso central (Halseth et al., 2004). Na ação de suporte, permite uma melhora na contração muscular, redução de fadiga, diminuição da retração muscular, diminuição da inicidência de cãimbras e lesões musculares e aumento da amplitude de movimentos (Yoshida e Kahanov, 2007). Quanto ao efeito de drenagem é consequência das propriedades unicas do material, que provoca uma elevação da pele, aumentando os espaços entre a fáscia superficial, o tecido subcutâneo e os músculos, reduzindo a pressão localizada e promovendo melhor a circulação, resultando na redução dos espasmos, da dor e edema ( Akbas et al., 2011). O efeito de correção está ligado com o de suporte, pois através do uso destas bandas é possivel corrigir desalinhamentos articulares, reposicionar estruturas, normalizar o eixo de movimento de uma articulação e aliviar as tensões mecânicas (Halseth et al., 2004). As bandas de Kinesio Taping podem ser aplicadas em qualquer músculo ou articulação do corpo, e são indicadas para diferentes situações, desde a utilização em atletas até doentes com determinadas patologias do foro musculo esquelético (Halseth et al., 2004), lesões desportivas, osteoartrites e dores femoropatelares (Chen, 2008; Fu, 2008; Akbas, 2011), recuperação pós-operatória de ligamento cruzado anterior (Solecki e Herbst, 2011), dor miofascial (Garcia-Muro, 2010). Quanto a aplicação técnica da bandagem para a correção mecânica da patela, ou seja, o ajuste patelar: o joelho deve estar em extensão, a tensão da banda deve ser de 50 a 75% e o corte da bandagem deve ser em forma de “Y”, objetivando centralizar a patela (BATES,J.; MCDUFFIE. M.; HARPER, J.; SALISBURY, C. 2008). Contudo, é preciso ter especial atenção em algumas situações, nomeadamente em grávidas e individuos que apresentem traumatismos graves, carcinomas, alergias e diabetes, tromboses venosas, feridas ou edemas (Zuilen et al., 2009). Metodologia Esta pesquisa está fundamentada em revisão de literaturas, entre os anos de 2000 à 2014, tendo como fonte de pesquisa, livros de acervo próprio, artigos eletronicamente disponibilizados na internet. Com o objetivo de obter informações acerca do tema, analisando sistematicamente quanto à verificação de opiniões sobre as técnicas de bandagem funcional e kinesio taping no tratamento de condromalácia patelar. Todavia, através de artigos encontrados na internet, selecionamos e desenvolvemos os mais importantes tópicos relacionados a ambas as técnicas, onde apresentamos no desenvolvimento desta pesquisa, que estará disponível para conhecimento e como fonte de pesquisa. Resultados e Discussão A causa da instabilidade da articulação femoropatelar, ocorre devido a vários fatores como: desequilíbrio da musculatura vasto lateral e vasto medial, tendinite patelar, sobrecarga por tracionamento excessivo de retináculo e tendão, torção tibial externa, ângulo Q aumentado, condromalacia patelar, desalinhamento patelar, etc. (GREVE & AMATUZZI, 1999; ANDREWS, 2000; ROSA FILHO et. al. 2002). A subluxação patelar é o deslocamento parcial da patela, que dependendo do grau de extensão de seu ligamento e músculos, pode ser reduzida ao seu local, através do uso de órtese, a qual manterá a patela em sua posição anatômica (MENDES, 2011). Reduzir e manter a patela em sua posição normal, é o principal objetivo no tratamento da subluxação patelar em sua fase aguda. No entanto, é de extrema importância buscar alternativas no que se refere ao tratamento, visando o complexo articular do joelho como um todo, tendo em vista que a mobilidade do joelho é colocada em ação constantemente na 9 marcha e em todas as situações onde o corpo deve variar sua altura. Portanto a força muscular é importante, e é esta que garante a estabilidade da articulação (FERRON, 2007). McConnell (1996), apontou dois fatoresque considerou como essenciais para o controle da dor patelofemoral. Primeiro, uma análise meticulosa da situação deverá ser exercida, visando identificar os elementos contributivos. Como consequente, cada elemento tende a ser direcionado especificamente para afetar uma mudança no alinhamento patelofemoral. O segundo fator é o contexto do treinamento específico dos músculos que contribuem para o alinhamento patelar. Diante do exposto, sugere a aplicação da bandagem patelar para o aumento da contração dos músculos VMO, que se tornam críticos nas fases iniciais de tratamento, além do fortalecimento específico dos músculos contribuintes para o alinhamento da patela. Jardim, (2009) mostrou que a aplicação da bandagem patelar tem influência nos tempos de recrutamento muscular e diminui a intensidade da dor em indivíduos portadores da condromalácia, sem interferir de forma significativa ao nível da intensidade da contração muscular. A bandagem terapeutica reaplicada semanalmente e usada durante 3 semanas reduziu significamente a dor em 38 a 40% e a deficiência melhorou em pacientes com osteoartrite no joelho, esta redução foi mantida por três semanas depois que o uso da bandagem foi interrompido (CRUZ, T; 2011). Existem estudos em que se verificam resultados benéficos, como se verifica na análise de Chen, Hong e Huang (2006), em que foi relatado que o início da atividade do vasto interno oblíquo, em indivíduos com diagnóstico de síndrome de dor patelofemural, ocorreu mais cedo com a aplicação do Kinesio Tape. Por outro lado, as bandas de Kinesio Tape parecem facilitar o movimento livre de dor. Embora alguns estudos não consigam demonstrar efeitos benéficos para as bandas, é relatado que estas podem proporcionar um efeito na fáscia que facilita o movimento livre de dor (O’SULLIVAN & BIRD, 2011). McConnell, (1986) introduziu um programa de reabilitação que incorpora técnicas com bandagem patelar para melhorar a localização patelar na articulação patelofemoral, assim como alongamento dos tecidos moles do joelho lateral, fortalecimento do VMO em cadeia cinética fechada. O programa taping patelar McConnell destina-se a correção da localização patelar por medializar a patela, o que permite ao paciente exercer sem dor exercícios fisioterápicos. Noutro estudo, as bandas de Kinesio Taping tiveram resultados benéficos no tratamento do desalinhamento da rótula. O estudo suporta a sua utilização para promover a diminuição de dor, aumentar a atividade do quadríceps e estabilidade do joelho durante atividades funcionais (OSTERHUES, 2004). Quanto ao uso da bandagem funcional de kinesio taping com o objetivo de estabilizar esta articulação, a qual poderá ser utilizada durante as fases de reabilitação (aguda, subaguda e crônica), também utilizada como prevenção, e que contribui para a melhora da função muscular, articular e circulatória é extremamente importante (MESQUITA E MEJIA, 2011). Na técnica da kinesio taping, as bandas neuro musculares modelam-se perante as características da pele do paciente e estão indicadas nos processos de drenagem, uma vez que permitem um maior espaço entre a pele e o tecido muscular, libertam o tecido conjuntivo, abrem as vias linfáticas e deslizam a pele em relação à fáscia o que, por sua vez, estimula a circulação venosa e linfática (MORAIS & CERVAENS, 2012). O grande diferencial do método de kinesiotaping, é a capacidade de reabilitar o sistema muscular, oferecendo suporte simultaneamente às articulações e músculos (MORO, 2010). A banda é apresentada como tendo a capacidade de suporte de um músculo ou grupo muscular durante um movimento ou uma atividade motora (HAMMER, 2006). A técnica de correção articular que irá realizar um alinhamento articular permitindo assim um eixo de movimento mais funcional. A sua utilização tem o intuito de aumentar o recrutamento 10 muscular e aumentar a estabilidade articular, o que por conseguinte dificultará o mecanismo de lesão (SIJMONSMA et al., 2007). As estruturas do sistema músculo-esquelético necessitam de movimento para transmitir tensão às estruturas de uma articulação. Esta idéia está na origem das bandas e na sua aplicação com objetivo de drenagem linfática, uma vez que leva a uma redução da pressão e irritação dos receptores neurais e sensoriais, melhorando assim a circulação sanguínea e linfática (AIXÀS, 2010). Bates (2008) descreve que diversos tipos de bandagens muitas vezes restringem os movimentos e as articulações, exercendo algumas vezes a obstrução da passagem dos fluidos orgânicos, porém a bandagem funcional elástica, também conhecida como kinesio taping, que foi criada no Japão, por um quiropraxista chamado Kenzo Kase em 1986 tornou-se diferente exatamente por revolucionar as técnicas de bandagens, uma vez que a mesma além de exercer as funçoes básicas de qualquer bandagem, permitia também que o paciente não perdesse a amplitude de movimento tão pouco a função dada ao segmento afetado. Para o alívio da dor, o método de Kinesio Taping baseou-se num componente teórico: teoria do Gate Control. Há uma modelação dos impulsos aferentes e permite assim regular os mecanismos dolorosos, através de uma ativação do sistema de inibição (THELEN, DAUBER & STONEMAN, 2008). Quanto a estimulação da proprioceção é proposto que os mecanorrecetores cutâneos são estimulados pelo Kinesio Tape, havendo uma melhoria da informação sobre o movimento e posição articular (Riemann & Lephart, 2002, citado por BASSET, LINGMAN & ELLIS, 2010). A bandagem funcional é uma forma de tratamento conservador, e bastante utilizado em indivíduos portadores da condromalácia patelar, com o diversos objetivos, sendo os principais, obter controle neuromuscular (atividade do quadríceps, o início da atividade do vasto medial oblíquo em relação ao vasto lateral e biomecânica do joelho durante a atividade), corrigir alterações na cinemática femoropatelar, correção da posição articular e diminuir a dor (JARDIM, 2009). Segundo Veronesi Jr (2008), a bandagem funcional tem efeito analgésico, estabilizador articular, estimulação proprioceptiva. A analgesia ocorre através da estimulação das vias nervosas dos mecanorreceptores que vão das vias de maior calibre que são as vias nociceptivas da dor, levando uma supressão da via dolorosa pela via proprioceptiva, chamada de efeito comporta. Na estabilização articular as bandagens bloqueiam as articulações assim proporcionando uma maior estabilidade. Estimulação proprioceptiva quando a fita adesiva é colocada longitudinalmente ao ventre muscular ocorre uma estimulação das fibras muscular devida o estímulo do fuso-muscular, e se colocada transversalmente ao ventre do músculo, ocorre à inibição devida estimulação do órgão tendinoso de Golgi. Devido à ação dos receptores sensoriais, na primeira sessão, o tempo de aplicação da bandagem funcional deve ser de 1 hora, para verificar a aceitação do paciente quanto aos estímulos que será proporcionado e provocar uma estimulação gradativa aos receptores. A bandagem neuromuscular se diferencia devido sua propriedade elástica e microporos que ao ser aplicado desenvolve a técnica de ativação muscular através da regulação do tônus e a técnica de correção articular assim permitindo um eixo de movimento mais funcional, portanto o objetivo é aumentar o recrutamento muscular e aumentando a estabilidade articular, onde teoricamente dificultaria o mecanismo de lesão (SILVA JR,1999; VERONESI JR 2008; BARRETO, 2010). A técnica da bandagem mostrou benéfica nas lesões articulares, ligamentos, musculares, posturais e outras atividades dentro da amplitude articular normal. Promove assim, a coordenação e o alinhamento articular durante omovimento,diminuindo a irritação do tecido neural e inibe a dor ao movimento. Além disso, efeito analgésico, estabilizando a articulação e estimulação proprioceptiva. Sua estimulação proprioceptiva é devido a fita adesiva colocado no ventre muscular que ocorre uma estimulação das fibras musculares devido ao estímulo 11 fuso-muscular, quando colocado transversalmente ocorre inibição devido a estimulação do Órgão de Golgi (CESAR, MEJIA, 2012). A bandagem compressiva é utilizada pois a compressão promove uma pressão nos líquidos dos espaços intersticiais para dentro do vaso com o diâmetro aumentado, onde encontra também com o fluxo aumentado e que faz com que esse líquido seja rapidamente absorvido em proporções maiores que de normal. Um fator importante e favorecedor para que isso ocorra é a postura elevada do membro, que representa o meio mais simples de reduzir a pressão venolinfática, favorecendo, assim a reabsorção e o transporte do edema (uma redução de 1 mmHg é obtido com elevação do membro em 1,28 cm). A compressão reforça a reabsorção no nível dos capilares sanguíneos, diminui a complacência tecidual e permite uma melhor recuperação do trofismo nos tecidos patológicos distendidos pelas variações do edema (FERRANDEZ, 2001). A bandagem funcional fornece suporte à articulação patelofemoral para deslocar a patela medialmente ou para realinhá-la. As joelheiras com contrafortes laterais possibilitam o deslocamento medial (PERRIN. D, 2008). A técnica da bandagem pode ser utilizada nas disfunções musculoesqueléticas agudas e crônicas e seus efeitos também podem ser vistos em disfunções neurais e articulares (CRUZ, T; 2011). Conclusão O complexo articular do joelho é composto por estruturas estabilizadoras (estáticas e dinâmicas) que são submetidas a constantes impactos ao longo do dia. A atividade física irregular e o excesso de peso são exemplos de sobrecarga impostas a esta articulação, que ao longo dos anos pode predispor a lesões. A Condromalácia Patelar caracteriza-se pelo amolecimento e degeneração da cartilagem articular. A aparência danificada da cartilagem é citada como um dos pontos iniciais da osteoartrose, que consiste na erosão cartilagínea e do osso subcondral, com sintomas de fraqueza muscular. Ambas as técnicas apresentam efeitos significativos para alivio de dor pra que indivíduos voltem as suas atividades o quanto antes. A Bandagem Funcional pode ser aplicada tanto antes como depois da lesão, fornecendo apoio e proteção para os tecidos moles e, aumentando a estabilidade articular, atuando na prevenção de outras lesões patelares e seus efeitos analgésicos. Na estabilização articular a bandagem bloqueia a articulação proporcionando uma maior estabilidade. A duração da fita adesiva na primeira sessão em torno de uma hora e de acordo com a aceitação do paciente vai aumentando gradativamente. O método de Kinesio Taping tem sido cada vez mais utilizado em diversas áreas de atuação da Fisioterapia, no entanto nesta altura não se tem verificado uma análise científica específica e os supostos benefícios fisiológicos das bandas de Kinesio Taping estão ainda a ser analisados e explorados. Por conta da Kinesio Taping favorecer o processo de regeneração do organismo e das lesões através da ativação dos sistemas circulatório, linfático e nervoso, e devolver o individuo utilizador da técnica mais rapidamente as suas atividades cotidianas, este método mostrou-se altamente eficaz no tratamento da condromalácia patelar, tornando-se alternativa positiva para os fisioterapeutas que recebem pacientes com esta queixa. Esta aceitação aplica-se certamente aos resultados encontrados através da aplicabilidade da técnica. Foram analisados outros tipos de bandagens funcionais similares a Kinesio Taping, onde concluímos que, existem diferenças significativas entre esta técnica e outros tipos de bandagens funcionais, as quais limitam o movimento, ao contrário da Kinesio que proporciona a estabilidade articular dando-lhe suporte funcional sem limitar literalmente o movimento, promovendo desta forma, o processo de regeneração tecidual. 12 Para a utilização da técnica, mostrou-se clara a necessidade do conhecimento teórico de anatomia e biomecânica, bem como o conhecimento prático da aplicação da bandagem, adquirido através de cursos oficiais, para que o método tenha bons resultados. Por fim, nota-se a necessidade de mais pesquisas acerca do assunto e assim cumpre-se o objetivo da pesquisa que é justamente comparar ambas as ténicas para a melhor resolutividade no tratamento da condromalácia patelar. Referências Bibliográficas AIXÁS, J. E. (2010). 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