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BURSITE SUBACROMIAL

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BURSITE SUBACROMIAL 
 
Drª. Andreia de Almeida 
Drª. Biliana Stefanova 
Drª. Marta Silva 
 
Anatomia e Biomecânica da Cintura Escapular 
Para melhor compreender o quadro clínico da patologia e a sua 
etiologia, apresentar-se-á uma breve abordagem em termos de 
anatomia do complexo do ombro. 
 
A anatomia da cintura escapular permite mobilidade do membro superior. 
Como resultado, a mão pode ser colocada quase em todo o lugar dentro de 
uma esfera de movimento, sendo limitada primariamente pelo comprimento do 
braço e o espaço tomado pelo corpo. A mecânica combinada das suas 
articulações e músculos permite e controla a mobilidade. 
 
B. Articulações sinoviais 
 
➟ Articulação gleno-umeral (GU) 
 
Articulação triaxial, incongruente, com uma cápsula articular frouxa. É 
suportada pelos tendões da bainha rotadora e ligamentos gleno-umerais 
(superior, médio e inferior) e coraco-umeral. A cavidade glenóide (parte óssea 
côncava), localiza-se na margem supero-lateral da escápula. O lábio glenóide 
(fibrocartilaginoso), aprofunda a cavidade para dar maior congruência. 
A parte óssea convexa é a cabeça do úmero. Somente uma pequena 
porção da cabeça fica em contacto com a cavidade. 
Com os movimentos do úmero (movimentos fisiológicos), a cabeça 
convexa desliza na direcção oposta ao úmero. 
Movimentos fisiológicos do úmero: Flexão, Extensão, Abdução, 
Adução, Rotação interna, Rotação externa, Abdução horizontal e Adução 
horizontal. 
Se o úmero é estabilizado e se a escápula se mover, a cavidade glenóide 
côncava desliza na mesma direcção em que se move a escápula. 
 
➟ Articulação acromio clavicular (AC) 
 
Articulação triaxial deslizante, plana, que pode ou não ter um disco. A 
fraca cápsula é reforçada pelos ligamentos acromioclaviculares superior e 
inferior e a estabilidade é dada primariamente pelo ligamento coracoclavicular. 
A parte óssea convexa é uma faceta na extremidade lateral da clavícula e 
a côncava é uma faceta no acrómio da escápula. 
Com os movimentos da escápula, a superfície do acrómio desliza na 
mesma direcção desta, uma vez que a superfície é côncava. 
 
 1
 
➟ Articulação esternoclavicular (EC) 
 
Articulação em formato de sela, tiaxial, incongruente, com um disco. È 
suportada pelos ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior e pelos 
ligamentos interclavicular e costoclavicular. 
A extremidade interna da clavícula é convexa no sentido de superior para 
inferior e côncava de anterior para posterior enquanto que a porção supra-
lateral do manúbrio e da primeira cartilagem costal é côncava de superior para 
inferior e convexa de anterior para posterior. 
Com os movimentos antero-superiores da clavícula, a superfície articular 
desliza na mesma direcção e com os movimentos e com os movimentos 
supera-inferiores a superfície desliza para o lado oposto. 
Os movimentos da clavícula ocorrem como resultado dos movimentos 
escapulares de elevação, depressão, protração e retração. A rotação da 
clavícula ocorre como um movimento acessório quando o úmero é elevado 
acima da horizontal e a escápula roda para cima; não pode ocorrer como um 
movimento voluntário isolado. 
 
C. Articulações Funcionais 
 
➟ Escapulo-Torácica 
Os movimentos da escápula requerem deslizamento da mesma sobre o 
tórax. Normalmente existe flexibilidade considerável de tecido mole, o que 
permite que a escápula participe de todos os movimentos do membro superior. 
Temos como movimentos da escápula, a elevação, depressão, protração e 
retração, vistos com movimentos claviculares na articulação EC, movimentos 
de rotação para cima e para baixo, vistos com movimentos do úmero e 
também colocação alar do bordo medial e inclinação do ângulo inferior, vistos 
com movimentos na articulação AC simultaneamente com movimentos do 
úmero. 
 
➟ Supra-umeral 
Inclui o arco coracoacromial, composto pelo acrómio e pelo ligamento 
coracoacromial, situando-se sobre a bolsa subacromial ou subdeltóideia. Esta 
bolsa fica sobre o tendão do supra-espinhoso e uma porção do próprio 
músculo. 
Estas estruturas permitem e participam da função normal do ombro. O 
comprometimento desse espaço, uma mecânica deficiente, ou lesão dos 
tecidos moles nessa região, leva a síndromes de compressão. 
 
D. Cápsula Articular e Membrana Sinovial 
 
A cápsula articular fibrosa do ombro, envolve toda a articulação gleno-
umeral. Esta cápsula é frouxa e laxa e para além da função mecânica de 
manutenção das superfícies articulares em contacto, constitui uma barreira à 
progressão de infecções para a articulação. 
 2
A laxidão da cápsula articular permite uma amplitude de movimento 
considerável, que é característica desta articulação. 
A cápsula articular possui duas aberturas. Uma delas, na união da mesma 
com o úmero, permitindo que a longa porção do bicípite se introduza na 
goteira bicipital deste osso, por meio de uma extensão da membrana sinovial 
que funciona como uma bainha para o tendão da porção do bicípete. A outra 
abertura localiza-se abaixo do tendão subescapular permitindo a saída da 
membrana sinovial que dá origem a uma bolsa extracapsular, a bolsa 
subcoracóide. 
A membrana sinovial envolve toda a superfície interior da cápsula articular 
fibrosa, bem como, as estruturas que penetram na cápsula. 
 
 
B. Bolsa subacromial 
 
As bolsas sinoviais são pequenas estruturas saculares, envolvidas por uma 
membrana sinovial semelhante à que recobre uma articulação verdadeira. A 
sua finalidade é facilitar o deslizamento dos músculos ou tendões sobre ossos 
ou superfícies ligamentosas. 
Sobre o tendão da coifa dos rotadores do ombro encontra-se a grande 
bolsa subacromial. A sua extensão externa pode designar-se por “bolsa 
subdeltoideia”, pois situa-se debaixo do músculo deltóide. 
 
A bolsa subacromial facilita o movimento entre a grande tuberosidade do 
úmero, onde se inserem o supra-espinhoso, o infra-espinhoso e o pequeno 
redondo e o acrómio, durante a abdução do braço, movimento este que 
provoca a sua compressão. 
 
B. Principais Músculos 
 
Alguns músculos que movem a cintura escapular têm origem na coluna 
vertebral ou nas costelas, e fixam-se na escápula. 
Agindo como um todo, o Deltóide abduz o braço, sendo auxiliado nessa 
função pelo Supraespinhoso. 
A acção combinada do Trapézio com o Grande Dentado permite a rotação 
da escápula na direcção posterior. 
No início da abdução é necessário evitar o deslizamento da cabeça do 
úmero na cavidade glenóide. Isso é conseguido pelas acções do Infra-
espinhoso e Pequeno Redondo, os quais têm fixação nas faces posteriores da 
escápula e do úmero e que são também rotadores externos do braço, e do 
Subescapular que se estende da face anterior da escápula à face anterior do 
úmero (que é um rotador interno do braço). Assim, da coifa dos rotadores do 
ombro fazem parte, o Supra-espinhoso, o Infra-espinhoso, o Pequeno Redondo 
e o Subescapular. 
 
 
 
 
Introdução à Patologia 
 3
 
A cintura escapular é grandemente solicitada em situações de trabalho, 
quer de uma forma dinâmica quer de uma forma estática. 
As mudanças de intensidade ou duração da actividade são muitas vezes 
suficientes para o aparecimento de sintomas bem como de fadiga por uso 
excessivo do sistema musculo-esquelético. 
Os ombros são bastante solicitados, quer em situações laborais como no 
próprio dia-a-dia e devido à complexidade desta articulação os problemas 
tornam-se complicados. 
As tarefas repetitivas podem influenciar as fibras dos ligamentos 
produzindo-se uma instabilidade articular aumentando o risco de lesão, sendo 
o período de recuperação prolongada, devido à fraca irrigação que possuem. 
 
 
➟ Etiologia 
 
Na articulação do ombro, na área sujeita a repetidas pressões duranteo 
movimento existe uma estrutura designada por bolsa subacromial que, tal 
como já foi referido, tem como principal função almofadar a região sujeita a 
atrito (tendão do rotador da coifa, mas essencialmente o tendão do Supra-
espinhoso) reduzindo a fricção entre as partes móveis. 
Por excesso de utilização o tendão pode tornar-se rígido, podendo 
caminhar para uma situação crónica ao afectar a bolsa subacromial adjacente 
provocando uma reacção inflamatória designada por Bursite Subacromial. 
Eventualmente, com a inflamação ocorre depósito de cálcio nesse tendão, e 
mais tarde interfere no movimento do ombro. Se a bursite persiste, os 
músculos poderão atrofiar ou degenerarem. 
 
Referiu-se anteriormente que o movimento de abdução do braço irá 
provocar compressão na bolsa, bem como, a exagerada flexão. A elevação dos 
braços é considerada agressiva, em especial se for realizada durante longos 
períodos de tempo e envolver um trabalho muscular estático. Ora, por 
exemplo, um operador fabril ou um empregado de grandes armazéns, que 
tenha de realizar repetidamente estes movimentos para empilhar caixas em 
prateleiras elevadas, estará sujeito ao aparecimento de uma bursite. Também 
no desportista, o ombro está sujeito a uma infinidade de lesões traumáticas, 
quer provocadas por microtraumatismos directos por contusão ou indirectos 
por quedas em apoio palmar, quer ainda pelos stress gestuais repetitivos nas 
modalidades onde a utilização dos membros superiores é fundamental para o 
desenrolar harmonioso do gesto desportivo. Podemos dar o exemplo do 
jogador de Volleibool. Deste modo, conclui-se que os efeitos no corpo humano 
dos movimentos realizados dependem da postura adoptada, da força exercida 
para a realização do gesto e o número de vezes que é executado. 
 
 
➟ Quadro Clínico 
 
 4
A inflamação da bolsa subacromial manifesta-se por um quadro agudo, 
caracterizado por dores intensas ao nível do ombro, podendo irradiar à região 
cervical, ao braço e inclusive ao antebraço e dedos, acompanhando-se de uma 
incapacidade funcional marcada. O quadro poderá confundir-se facilmente com 
uma nevralgia cervico-braquial ou mesmo até com uma artrite séptica, pois 
poderá haver uma tumefacção, com calor local, ligeira febrícula e aumento da 
velocidade de sedimentação. 
O exame radiográfico mostra com freqüência áreas de calcificação. 
 
 
➟ Tratamento (em termos de Fisioterapia) 
 
Fase aguda 
 
Para aliviar a dor e promover cicatrização, é necessário repouso da parte 
afectada pelo processo inflamatório, colocando a tipóia para evitar irritação 
contínua da bolsa. Contudo, uma imobilização completa pode levar à aderência 
de fibrilhas em desenvolvimento de tecido vizinho, enfraquecimento do tecido 
conectivo e alteração na cartilagem articular, pelo que, é importante serem 
realizados períodos intermitentes de movimento controlado para manter 
amplitudes e inibir a dor. 
Devem ser utilizadas técnicas leves (movimentos passivos) de mobilização 
articular na articulação gleno-umeral dentro do limite da dor e exercícios 
pendulares 
Precaução: Se o movimento causar aumento de dor ou uma resposta 
inflamatória, provavelmente a dosagem estará a ser excessiva ou o movimento 
não deveria ser executado. É necessário cuidado extremo com os movimentos 
nesta fase. 
 
A infiltração local de anestésicos e corticóides geralmente dão bons 
resultados clínicos. 
 
Fase subaguda 
 
Nesta fase a função deve ser recuperada sem se irritar a bolsa. É um 
período de transição durante o qual o movimento activo pode iniciar e 
progredir com cuidado. Se a actividade é mantida dentro de dosagem e 
freqüência seguras, os sintomas de dor e edema irão diminuir 
progressivamente a cada dia. A resposta do paciente é o melhor guia para 
saber com que velocidade e intensidade deve ser a progressão. 
Devido ao uso restrito da região lesada, ocorre certo enfraquecimento 
muscular, pelo que, inicialmente se devem aplicar movimentos isométricos 
dentro da tolerância do paciente, começando cautelosamente com resistência 
leve e ir progredindo para exercícios isotónicos com resistência conforme for 
tolerado. 
 
Precaução: Se os sinais de inflamação aumentarem, a intensidade do 
exercício e da actividade deve ser diminuída. 
 
 5
Carga estática e dinâmica 
 
Alguns mecanismos causadores de lesão musculo-esquelética são o 
aumento de cargas estáticas e dinâmicas. 
O músculo responde mal a carga estática porque este tipo de contracção 
limita o aporte sanguíneo para a respectiva área implicando alterações do 
desequilíbrio químico da mesma. Como conseqüência observamos sensação de 
dor e desconforto. 
A ausência de conforto tem como conseqüência: 
 
• A curto prazo: 
 - Distracção 
 - Aumento dos erros 
 - Diminuição da efectividade do trabalho 
 - Aumento dos acidentes 
• A longo prazo: 
 - Doenças do sistema músculo-esquelético; 
 - Espasmos musculares; 
 - Inflamação dos tecidos moles. 
 
As cargas estáticas que resultam da manutenção do corpo ou de partes 
deste em posições estáticas durante grandes períodos de tempo são mais 
fatigantes que as cargas dinâmicas produzidas através do movimento. 
Por outro lado tarefas que requerem movimento freqüentes e repetitivos 
de certas partes do corpo durante longos períodos de tempo podem ser 
igualmente causa de sobrecarga muscular. 
Por isso, o melhor desenho do posto de trabalho é aquele que tem em 
conta a estrutura esquelética e muscular do corpo e a sua afinidade para o 
movimento e a necessidade para minimizar a carga estática. 
Os problemas músculo-esqueléticos estão na maioria das vezes 
associados a uma inadequada posição e uma inadequada ajustabilidade dos 
distintos elementos constituintes dos postos. 
Os estudos feitos mostram que as exigências músculo-esqueléticas do 
trabalho estão dependentes do conteúdo das tarefas realizadas. Estas tendem 
a diminuir quando o trabalho tem uma natureza menos repetitiva ou há 
possibilidade de pausas freqüentes. As pessoas com menor probabilidade de 
problemas músculo-esqueléticos são aqueles cuja tarefa é de natureza variada 
e não são obrigados a permanecerem todo o tempo na mesma posição. 
Uma das afecções musculares causadas pelo esforço repetitivo, ou seja, 
pela execução contínua de determinados movimentos que afectam ombros 
braços antebraços pulsos mãos dedos e regiões escapulares é designada pela 
expressão "Repetitive Strain Injury" ou "lesões por esforço repetitivo". Esta 
expressão é utilizada para danos dos músculos, tendões e nervos e outros 
tecidos moles como resultado não só de uso excessivo mais também de um 
mau uso. 
 Os factores que podem induzir RSI são os seguintes: 
 
• Factores Psicossociais e de Organização do Trabalho 
 6
- tempo de trabalho excessivo; 
- velocidade do trabalho excessiva; 
- movimentos muito repetidos e rápidos; 
- pausas inadequadas para descanso durante o trabalho; 
- grande controlo de supervisão; 
 
• Adopção de Posturas Inadequadas no Local de Trabalho durante a 
Realização das Tarefas. 
 
• Organização dos Vários Elementos Constituintes do Posto de Trabalho. 
Trabalho na Posição Ortostática 
 
A determinação da altura do plano de trabalho é de extrema importância na 
concepção de postos de trabalho. Se o plano de trabalho é muito alto, é 
necessário compensar com um aumento da flexão dos ombros, que poderá 
provocar campos dolorosos ao nível das omoplatas, pescoço e ombros, 
nomeadamente o agravamento de uma situação crónica evoluindo para uma 
bursite subacromial . Se a altura do plano de trabalho é, pelo contrário, 
insuficiente, a coluna terá de sofrer um encurvamento acentuado que 
provocará dor na musculatura para-vertebral. Assim sendo, a altura do plano 
de trabalho deve ser adaptada à altura do operador, quereste trabalhe em pé 
ou sentado. 
A altura mais satisfatória do plano de trabalho, no caso de um trabalho 
manual, é de 5 a 10 cm abaixo do cotovelo. A altura média do solo ao cotovelo 
é de 105 cm para os homens e de 98 cm para as mulheres. 
Podemos, assim, concluir que a altura média do plano de trabalho é de 95 
cm a 1m para os indivíduos do sexo masculino, e de 88 a 93 cm para os 
indivíduos do sexo feminino. 
No entanto, para além destas considerações antropométricas, devemos ter 
em conta a natureza do trabalho: 
 
➟ No caso de um trabalho de precisão (por exemplo, desenho), os cotovelos 
devem estar apoiados de modo a reduzir as cargas estáticas nos músculos 
para-vertebrais. A altura ideal do plano de trabalho é de 5 a 10 cm abaixo do 
nível do cotovelo. 
➟ No caso de um trabalho que requira um grau médio de esforço, o plano de 
trabalho dever-se-à situar 10 a 15 cm abaixo do nível do cotovelo. 
➟ No caso de um trabalho que requira grande esforço e que utilize o peso 
da parte superior do corpo, o plano de trabalho deve estar baixo: 15 a 40 cm 
abaixo do nível dos cotovelos. Isto poderá evitar a flexão excessiva do ombro 
de modo a prevenir eventuais casos de bursite. 
De um ponto de vista ergonómico, a melhor solução é a concepção de planos 
de trabalho ajustáveis à altura do indivíduo. 
 
 Ainda assim, podemos conceber uma tabela resumo: 
 
 7
Tipo de Trabalho Homem Mulher 
Trabalho de Precisão 100-110 95-105 
Trabalho de Grau de Esforço Médio 90-95 85-90 
Trabalho de Grau de Esforço Elevado 75-90 70-85 
 
 
TTrraabbaallhhoo nnaa PPoossiiççããoo ddee SSeennttaaddoo 
 
Outras actividades que podem ter repercussões a nível do ombro através do 
aumento de carga estática, é o trabalho na posição de sentado. 
Para um trabalho sentado, a altura óptima do plano de trabalho situa-se a 
alguns centímetros abaixo do nível dos cotovelos. Se o trabalho for de 
manipulação delicada e precisa, a altura do plano de trabalho deverá ser 
prevista tendo em conta a distância de visão óptima. O operador deverá poder 
trabalhar numa postura correcta sem fatigar os olhos. 
 
Trabalho com Computadores 
 
Existem certos princípios básicos , que devem ser considerados na 
concepção de qualquer posto de trabalho sentado, especialmente para aqueles 
que trabalham com ecrãs de visualização. 
Utiliza-se como critério os ângulos de conforto no limite dos quais as 
diversas partes do corpo podem desenvolver melhores condições com menor 
esforço e constrangimento possível. 
Em vários estudos realizados revelou-se relações estreitas entre adopção de 
posturas com diferentes amplitudes de ângulos ao nível do pescoço, 
antebraço-mão, e a incidência de desconforto físico músculo-esquelético. 
A flexão da cabeça não deve ultrapassar os 30º. Caso isto aconteça provoca 
demasiada tensão e dor muscular ao nível do pescoço que pode irradiar para o 
ombro. Estes sintomas aumentam proporcionalmente com o aumento da 
flexão. 
No que respeita a articulação do cotovelo o ângulo entre o braço e o 
antebraço deve ser superior a 70º, o punho deve estar na posição neutra de 
forma a não provocar pressão nos tendões da mão. Deve ser evitada a 
sustentação freqüente ou prolongada dos braço, de modo a não provocar na 
coluna uma grande carga estática de sustentação e para não dar origem a 
dores musculares ao nível dos ombros. 
A mão não deve ter desvios laterais (cubital ou radial) pois estes podem 
causar a médio prazo dor e inflamação dos músculos do antebraço e estruturas 
associadas. 
 
 
 
 
Trabalho de Escritório 
 
 8
É bastante fácil escolher uma altura ideal do plano de trabalho quando se 
trata de um trabalho corrente, que não implica problemas de distância visual, 
de altura de máquina e não necessitando de esforço físico estático. A mesa 
ideal para este tipo de trabalho é a secretária de escritório clássica utilizada 
para ler e escrever. Tendo isto em conta, as alturas ideais para mesas de 
escritório sem qualquer tipo de máquina são: 
 
 
Sexo Alturas do Plano de Trabalho 
Masculino 74 a 78 cm 
Feminino 70 a 74 cm 
 
 
Como resumo, podemos elaborar uma tabela com alturas de planos de 
trabalho sentados: 
 
Tipo de Trabalho Homem Mulher 
Trabalho de Precisão 90-110cm 80-100cm 
Trabalho de Escritório 74-78 cm 70-74 cm 
Trabalho com Computador 68 cm 65 cm 
 
 
EEssppaaççoo NNeecceessssáárriioo ppaarraa MMoovviimmeennttaarr OObbjjeeccttooss 
 
Para uma boa concepção de comandos, de utensílios ou de diversos 
acessórios, é importante determinar os espaço necessário para os braços e 
mãos para retirar e colocar objectos. Agarrar objectos muito afastados obriga a 
movimentos excessivos do tronco, o que compromete a precisão do gesto e 
agrava os riscos de fadiga e de dor a nível do dorso e dos ombros. Movimentos 
excessivos de abducção acima de 90º podem, como já foi referido, originar um 
quadro clínico de bursite subacromial pela compressão mantida e repetitiva da 
bolsa subacromial. Uma preensão vertical implica um raio de acção dos braços 
com as mãos em posição de preensão. A altura do eixo da articulação do 
ombro e a sua distância à mão fechada são os elementos mais importantes 
neste caso. Tendo em conta o percentil representado pelos homens de 
pequena altura, temos as seguintes medidas: 
 
 
 
 
 
 
 
É possível tolerar um aumento dos limites de preensão dados, com a condição 
de que seja ocasional, a fim de não impor esforço excessivo ao tronco e aos 
ombros através do alongamento excessivo. 
 
 
 9
Medidas: Homem Mulher 
Altura do Ombro na Posição Ortostática 130 cm 120 cm 
Altura do Ombro na Posição de Sentado 54 cm 49 cm 
Comprimento do Braço (Mão Fechada) 65 cm 58 cm 
AAllttuurraa ddee AAllccaannccee ddoo BBrraaççoo 
 
Para determinar o deslocamento e a deposição em estantes, em 
superfícies altas, a posição de pegas e comandos é necessário conhecer a 
altura máxima de alcance do braço. 
Esta pode-se obter através do coeficiente entre a altura do braço e a 
altura do operador: 
 
Altura Máxima de Alcance Útil = 1,24 x altura do operador 
 
Em baixo, temos uma tabela onde podemos encontrar um resumo entre 
os alcances máximos do braço e a altura útil que permite deslocar um objecto: 
 
 
Percentil 
Alcance Máximo 
do Braço 
Alcance Útil que 
permite agarrar 
Homens 
Grandes 
Médios 
Pequenos 
 
95 
50 
5 
 
228 
213 
198 
 
216 
201 
186 
Mulheres 
Grandes 
Médias 
Pequenas 
 
95 
50 
5 
 
213 
200 
186 
 
201 
188 
174 
 
Sendo assim, as estantes mais altas não devem passar uma altura de: 
a) para os Homens: 150 a 160 cm 
b) para as Mulheres: 140 a 150 cm 
 
A estas dimensões podemos, ainda, juntar 60 cm para a profundidade da 
estante. 
 
AAllccaannccee HHoorriizzoonnttaall ddoo BBrraaççoo ssoobbrree uumm PPllaannoo ddee TTrraabbaallhhoo 
 
Os equipamentos e o material devem ser localizados sobre o plano de 
trabalho. 
A área de alcance óptimo sobre o plano de trabalho pode ser traçada 
girando os antebraços em torno dos cotovelos, com os braços caídos 
naturalmente. Estes deverão escrever um arco de 35 a 45 cm de raio. A zona 
central situada à frente do corpo e resultado da intersecção dos dois arcos, 
será a zona de alcance óptimo. A área de alcance máximo será obtida pela 
rotação dos braços estendidos em torno da articulação do ombro (arco com 55 
a 65 cm de raio). 
 
 Referências Bibliográficas: 
 
 10
Grandjean, E. – Ergonomics and Health in Modern Offices – Taylor & 
Francis, London, 1984 
 
Corlett, Nigel et al. – The Ergonomics of Working Postures – Taylor & 
Francis, London, 1986 
 
Galer, Ian – Applied Ergonomics Handbook – Butlerworths, Loughborough,1986 
 
Grandjean, Etienne – Précis d’Ergonomie – Paris, 1985 
 
Tichauer, E.R. – The Biomechanical Basis of Ergonomics – Wiley 
Interscience Publication, New York, 1978 
 
Karwowski, Waldemar – Ergonomics in Reabilitation – Taylor & Francis, 
Philadelphia, 1989 
 
Gendrier, Michel – L’Ergomotricité: Corps, Travail et Santé – Pug, 1988 
 
Mekjavic, Igor et al. – Evironmental Ergonomics – Taylor & Francis, Canadá, 
1988 
 
Buckle, Peter – Musculoskeletal Disorders at Work – Taylor & Francis, 
London, 1985 
 
Colby, Lynn Allen at al. – Exercícios Terapêuticos : Fundamentos e 
Técnicas – Manole, 1992 
 
Lassow, Jacob Francone – Anatomia e Fisiologia Humana – Guanabara, 
1982 
 
Polley e Hunder – Physical Examination of the Joints – Saunders, 1983 
 
Massada, Leandro – Lesões Típicas do Desportista – Caminho, Lisboa, 1987 
 
 
 Fonte: www.fisioterapia.no.sapo.pt 
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