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Provas Páginas de Curso de Direito Civil Paulo Nader Vol 1 2016

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PROVA DOS FATOS JURÍDICOS 
Sumário: 161. A forma dos negócios jurídicos. 162. A noção jurídica de 
prova. 163. Valoração da prova. 164. Confissão. 165. Documento. 166. A 
prova testemunhal. 167. Presunção. 168. Perícia. 
161.A FORMA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS 
A forma de um negócio jurídico corresponde ao modo como se 
exterioriza a declaração de vontade. Ela integra o negócio jurídico como 
um de seus elementos essenciais. Desde que haja declaração de vontade 
haverá uma forma, que deve sempre ser a prescrita ou não proibida em lei. 
Se falta a forma é porque não há negócio jurídico e, sem este, tem-se o 
chamado negócio jurídico inexistente. O art. 104 do Código Civil dispõe 
que a validade do negócio jurídico requer, entre outros elementos, a “forma 
prescrita ou não defesa em lei” e o 166, IV, considera nulo o ato que “não 
revestir a forma prescrita em lei”. Todavia, o negócio jurídico nulo poderá 
subsistir como espécie diversa se atender a todos os requisitos de um outro 
negócio jurídico e desde, ainda, que seja válido supor que esta seria a 
vontade de quem declara, se tivesse consciência da nulidade. Uma escritura 
de doação de bem imóvel por instrumento particular, por exemplo, é 
negócio jurídico nulo, mas subsiste como promessa de doação. 
Em princípio a forma dos atos negociais é livre, podendo os declarantes 
adotar a de sua preferência. Há negócios que se perfazem sem uma palavra 
entre as partes, como na compra direta em máquinas automáticas, quando o 
adquirente introduz a moeda na fenda. Outros se fazem, ora por escrito, ora 
verbalmente, como nos contratos de trabalho. Quanto mais relevante o ato 
negocial, mais tende à formalidade. Assim, qualquer negócio, cujo valor 
não ultrapasse o décuplo do salário mínimo, pode ter a forma livre e ser 
provado apenas por testemunhas; ultrapassado tal limite, deverá 
consubstanciar-se em algum documento (art. 227, CC). Em se tratando de 
ato negocial que vise à constituição, transferência, modificação ou renúncia 
de direitos reais sobre imóveis, cujo valor exceda a trinta vezes o maior 
salário mínimo, a escritura pública é essencial, ressalvada qualquer 
disposição especial. O casamento, tal a sua importância e repercussão na 
vida das pessoas, requer forma solene, sem a qual será nulo o ato. 
Diz-se que os ordenamentos contemporâneos, comparados ao Direito 
Romano, são informais, todavia, como anota Sílvio de Salvo Venosa: “São 
tão numerosos os atos formais no momento atual, que a doutrina chega a 
afirmar que, na realidade, a regra é a forma prescrita”. Para o civilista, as 
pressões sociais provocam a desconfiança e a necessidade de maior 
proteção contra a má-fé, daí advindo o “ressurgimento da forma”.1 
Não há de se confundir a forma dos atos negociais com os seus 
elementos de prova. A forma, como se disse, é elemento integrante do ato 
negocial; a prova pode ser constituída por um elemento do negócio 
jurídico, como o instrumento de um contrato ou por meio estranho ao 
negócio, como qualquer outro documento, confissão, testemunha, 
presunção, perícia. 
162.A NOÇÃO JURÍDICA DE PROVA 
O vocábulo prova provém do latim, probatio, que significa prova, 
verificação, exame, argumento, confirmação, que por sua vez deriva do 
verbo probare, equivalente no vernáculo a provar, verificar, examinar, 
persuadir.2 
O elemento probatório comporta estudos de Direito material e de 
Direito formal. Ao primeiro cabe arrolar os meios de sua produção pelos 
quais se verificará a existência e validade dos atos negociais. Ao Direito 
Processual cabe dispor sobre a oportunidade, forma e condições gerais da 
produção de prova em juízo. Para tanto, a lei formal deve conhecer os 
meios de prova situados na lei material e adaptá-los aos ritos. A lição de 
Moacyr Amaral Santos é clara neste sentido. Após enfatizar que a função 
de determinar os meios de prova é do Direito material, acentua que a lei 
instrumental “não pode deixar de, acompanhando o direito substantivo, 
tomar para si, para a própria efetivação deste, a obrigação de verificar 
quais os meios de prova que a lei indica como admissíveis para a 
afirmação da existência, ou inexistência, dos fatos alegados em juízo”.3 Há 
uma necessidade imperiosa da articulação entre o Direito material e o 
processual, pois enquanto o primeiro orienta como praticar o ato, o 
segundo informa como este deve ser apurado.4 
Quanto ao elenco das provas, há sistemas em que a enumeração é 
taxativa, como a do Código Civil do Chile e a do revogado Código Civil de 
Portugal. A lei estabelece determinados meios de prova e não comporta 
quaisquer outros. Alguns sistemas limitam-se à listagem das provas, sem, 
todavia, excluírem outras espécies não vedadas em lei. O Código Civil de 
2002 não é claro a respeito, tanto que provocou a indagação do eminente 
jurista José Carlos Barbosa Moreira: “Questão que desde logo se põe é a 
de saber se pretende ser taxativa a enumeração constante do art. 212, que 
abrange: confissão, documento, testemunha, presunção e 
perícia”.5 Procede o questionamento, pois se aquele preceito for de 
natureza taxativa entrará em colisão com o do art. 332 do Código de 
Processo Civil, que permite todos os meios legais e os moralmente 
legítimos para a prova da verdade. Ou seja, este dispositivo da lei 
instrumental estaria revogado, uma vez que a lei posterior revoga a 
anterior quando seja com ela incompatível.6 A matéria ganha novo 
contorno em face do art. 369 do CPC de 2015, que tem o poder de revogar 
a disposição do Código Civil, ao dispor que “As partes têm o direito de 
empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda 
que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em 
que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do 
juiz”. 
Algumas razões me convencem que a relação do art. 212 da Lei Civil 
não é exaustiva. Em primeiro lugar porque o legislador não empregou 
termos peremptórios, como os adotados por Visconde de Seabra no Código 
Civil português de 1865: “Os únicos meios de prova admitidos por este 
Código são...”, nem a sugestiva fórmula do legislador chileno “As 
provas consistem em...”. O legislador pátrio, após ressalvar o negócio para 
o qual se exige determinada espécie de prova, enuncia que “o fato jurídico 
pode ser provado mediante...”. Em primeiro lugar, tem-se que a linguagem 
não é indicativa de um elenco fechado, taxativo. Depois, tem-se a abertura 
do disposto no art. 225, que admite a adoção de variados meios de 
reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas, embora a sua 
exatidão possa ser objeto de impugnação. Um outro argumento ponderável 
está no fato de que alguns códigos, tidos por modelares, como os da 
França, Itália, Portugal, onde o legislador pátrio, com alguma frequência, se 
apoiou, não são herméticos na indicação do elenco dos meios de prova. 
Além de tais argumentos, há de se considerar, ainda, que a mencionada 
disposição do art. 369 do Código de Processo Civil concilia a modernidade 
com o sistema de legalidade e com os valores éticos. 
Ao arrolar, no art. 212 do Código Civil, os meios de prova dos atos 
negociais, o legislador direciona advogados e juízes no sentido de sua 
valoração nos pleitos judiciais. Aos causídicos cumpre asseverar ou 
contestar os atos negociais em conformidade com aqueles meios e ao juiz, a 
busca de sua convicção e os fundamentos fáticos de seu decisum. 
Prova de negócio jurídico consiste em um meio legal pelo qual o 
espírito alcança a convicção da existência de uma declaração de vontade 
unilateral ou não, capaz de gerar, modificar ou extinguir uma relação 
jurídica. A convicção do juiz não é de índole psicológica, pois esta pode 
formar-se até por intuição,mas a racional deve formar-se à luz dos meios 
legais de prova. 
Nossas referências têm sido, até então, neste capítulo, à prova dos 
negócios jurídicos, mas o Código Civil dispõe de forma ampla, 
considerando a prova dos fatos jurídicos. A noção destes é bem mais 
extensa, pois abarca todo e qualquer acontecimento, legal ou não, capaz de 
criar, modificar, conservar ou extinguir direitos. Um contrato é um fato 
jurídico; uma lesão corporal também o é. Da mesma forma, o nascimento, 
uma incapacidade física geradora de aposentadoria, entre outros fatos. 
Algumas normas se referem apenas à prova dos negócios jurídicos, como a 
do art. 215, relativa às escrituras públicas. As demais se valem para a 
verificação das mais variadas espécies de fatos jurídicos. A confissão 
declarada na forma da lei, por exemplo, é prova insofismável de 
responsabilidade na prática de atos ilícitos. A testemunhal é relevante na 
discussão das causas de separação de casais. A prova pericial é decisiva 
quando se questiona a paternidade. A presunção é operação intelectual, que 
não se aplica indiscriminadamente como elemento probatório, conforme a 
própria dicção do art. 230. Há de se aplicá-la com segurança e muita 
prudência. Examinemos, de per si, cada meio de prova arrolado no art. 212 
do Código Civil: confissão, documento, testemunha, presunção e perícia. 
163.VALORAÇÃO DA PROVA 
No elenco dos meios de prova que o art. 212 do Código Civil apresenta 
não há uma ordem de preferência ou grau de importância. Nem ali se 
esgotam os meios possíveis de comprovação dos negócios jurídicos em 
juízo. O fundamental é que o magistrado firme a sua convicção em 
elementos objetivos, constantes nos autos, não importando se o estado de 
certeza baseou-se na prova literal ou testemunhal, no laudo pericial ou em 
qualquer outro recurso. Além disto é importante que apresente os 
fundamentos fáticos e jurídicos de sua convicção. 
Teoricamente, três são os sistemas possíveis em matéria de valoração 
das provas: o critério positivo ou legal, o da livre convicção e o da 
persuasão racional. O primeiro deles, já abandonado, prevaleceu nas 
primeiras fases do Direito Romano, entre os bárbaros e no sistema 
germânico. A lei estabelecia uma hierarquia entre as fontes e o magistrado 
devia por ela orientar-se. Tal critério conduzia mais à verdade formal do 
que à real. No dizer de Moacyr Amaral Santos, “cada prova tem um valor 
inalterável e constante, previsto pela lei, e por isso, ao juiz não é lícito 
apreciá-la senão na conformidade da eficácia que a lei lhe atribui”.7 
O sistema da livre convicção é diametralmente oposto ao positivo ou 
legal, uma vez que é concedida total liberdade ao magistrado na formação 
de seu convencimento. Segundo Humberto Theodoro Júnior, “o que deve 
prevalecer é a íntima convicção do juiz, que é soberano para investigar a 
verdade e apreciar as provas”.8 Por este sistema, que não foi adotado em 
qualquer povo civilizado, ao decidir o juiz sequer possui a obrigação de 
dizer os motivos de seu convencimento. Se de um lado favorece o trabalho 
do juiz na busca da verdade real, de outro constitui verdadeiro atentado aos 
princípios de segurança jurídica. 
O sistema que harmoniza a valoração da prova com os valores excelsos 
do Direito – justiça e segurança– é o da persuasão racional, adotado pela 
generalidade dos ordenamentos jurídicos. Por ele a lei relaciona os meios 
de prova, taxativamente ou não, mas concedendo ampla liberdade ao juiz 
para delas se utilizar na pesquisa da verdade real. E o magistrado não se 
coloca inerte, em atitude passiva, limitado à apreciação dos elementos 
probatórios ofertados pelas partes. Ao contrário, o juiz contemporâneo, 
embora não se arvore em defensor de parte, deve ser ativo, determinando a 
realização de prova pericial, requisitando informações ou peças 
probatórias, tomando a iniciativa de ouvir partes ou testemunhas não 
arroladas, promovendo a inspeção judicial, entre outras medidas possíveis. 
Por este sistema, também denominado convicção condicionada, o 
magistrado, em sua sentença e após o relatório, deve apresentar os 
fundamentos de sua convicção. Nesta parte, a mais importante, porque 
condiciona o decisum, deve dizer das razões de seu convencimento, quando 
então analisa as provas produzidas no processo. Os juízos deverão formar-
se necessariamente com base em elementos constantes nas peças 
processuais. Este sistema se harmoniza com a índole democrática que deve 
imperar no âmbito da justiça, inclusive. 
164.CONFISSÃO 
Em princípio a confissão extingue a divergência em torno de um fato 
jurídico, porque a própria parte faz prova contra si, deixando, 
consequentemente, de se opor à versão sustentada por seu ex 
adverso quanto aos fatos. A confissão tem sempre por objeto um fato 
jurídico. Por ela confirma-se o que foi alegado pela parte contrária. Se a 
versão do fato jurídico é levada aos autos por uma parte, a confirmação do 
fato por ela própria em depoimento pessoal não configura confissão. Se a 
confirmação provém, todavia, da parte oponente, este ato, sim, terá o 
sentido de uma confissão. Como expõe Moacyr Amaral Santos, “O 
confitente, pela confissão, não visa beneficiar-se dela”.9 O seu objetivo é 
fornecer prova à parte contrária, dispensando-a do ônus de comprovar a sua 
alegação. 
A confissão, que na palavra de João Mendes de Almeida Júnior, deve 
ser “livre, verdadeira, certa, clara”,10 pode ser judicial ou extrajudicial. A 
primeira se faz no curso de um processo e pode ser formulada por 
procurador com poderes específicos.11 Se apresentada com a peça de 
resposta ou petição posterior, denomina-se reconhecimento da procedência 
do pedido e leva à extinção do feito com julgamento de mérito, consoante a 
disposição do art. 487 do CPC de 2015. Opera-se, também, em depoimento 
pessoal. A confissão pode ser espontânea ou provocada. Na primeira 
modalidade, a parte se manifesta voluntariamente, como impulso pessoal; 
na segunda, mediante depoimento. A convocação da parte para depor pode 
ser requerida por seu oponente ou por iniciativa do próprio magistrado. No 
cível, o depoimento pessoal não é direito da parte que deseja falar. É meio 
de prova da parte adversa ou do próprio juízo. Se intimada para prestar 
depoimento pessoal e não comparece injustificadamente ou, comparecendo, 
recusa-se a responder às indagações, tem-se a chamada confissão ficta. 
Preceitua o art. 343, por seu § 2º, que “Se a parte intimada não 
comparecer, ou comparecendo, se recusar a depor, o juiz lhe aplicará a 
pena de confissão”. 
O Superior Tribunal de Justiça, por decisão da 5ª Turma, não 
reconheceu a confissão que teria sido expressa em audiência de 
conciliação: “Afirmações e manifestações colhidas em audiência de 
conciliação não têm força de confissão, nem importam alteração do pedido 
inicial. O procedimento conciliatório é pressuposto do procedimento 
contencioso (arts. 447 e 448, CPC)”.12 Via de regra, comentários e 
observações das partes, durante audiência de conciliação, não constam de 
ata mas, uma vez transcritos, poderão ser objeto de traslado ou de certidão 
e submetidos à consideração judicial como elemento probatório relevante. 
Não se terá a formalização de uma confissão, mas um elemento valioso a 
influenciar o juízo de avaliação. 
A confissão extrajudicial se faz mediante instrumento particular ou por 
escritura pública. João Monteiro, antigo processualista pátrio, ao conceituar 
a confissão, excluiu a extrajudicial, não obstante a previsão no famoso 
Regulamento nº 737, de 1850. 
A confissão pode ser simples ou qualificada. Na primeira espécie, o 
declarante limita-se a dizer sobre o fato jurídico, não expendendo 
consideraçõesadicionais, nem deixando lacunas. Na confissão qualificada, 
o confitente não se limita a reconhecer o fato jurídico, mas acrescenta 
outros dados ou então restringe, limita o reconhecimento. Para a lei 
processual, ex vi do art. 395, a confissão é indivisível, vale dizer, a parte 
não poderá invocá-la apenas nos pontos em que é favorecida. 
Enquanto no cível a confissão assume caráter decisivo, pois refere-se a 
direitos privados e, em regra, alienáveis, na esfera criminal 
a autocondenação não possui igual valor, pois a liberdade é direito 
indisponível. Segundo Malatesta, se a máxima confessus pro judicato 
habetur é sempre válida no âmbito civil, em matéria criminal é 
rejeitada.13 Enquanto no cível a confissão é prova bastante para a decisão, 
no crime é apenas um importante elemento de prova, mas isoladamente é 
insuficiente para o decreto condenatório. Há de haver, pelo menos, um 
conjunto de circunstâncias confirmadoras da confissão. 
Para ser proveitosa, a confissão deve emanar de quem possui a 
disponibilidade do direito correspondente ao fato confessado. Se não é a 
parte diretamente quem confessa, mas seu representante, este deve estar 
investido de tal poder, sem qualquer vedação legal. São as imposições do 
art. 213 da Lei Civil. 
Uma vez reconhecido o fato jurídico alegado pela parte adversa, a 
confissão é irrevogável. Será irrelevante pretender desdizer, salvo se 
comprovar que a confissão resultou de erro de fato ou de coação. É o que 
dispõe o art. 214 do Códex. 
165.DOCUMENTO 
165.1.Conceito 
A palavra documento provém do verbo latino doceo, que 
significa mostrar, indicar. Em sentido amplo,documentum é objeto que dá 
conhecimento de alguma coisa que está fora de si. Nesta acepção lata “deve 
entender-se todo o objeto corpóreo, que apresente traços da atividade 
humana destinada a registrar uma notícia aos pósteros e precisamente aos 
que a procuram”, conforme define Schultze.14 Stricto sensu, deve-se 
entender por documento qualquer escrito que dê conhecimento, direta ou 
indiretamente, de algum fato relevante. 
165.2.Autor do documento e autor do fato 
documentado 
Distinguem-se estas duas expressões. A primeira refere-se à pessoa que 
produziu o documento, enquanto a segunda diz respeito ao personagem do 
fato documentado. Às vezes o autor do documento não apenas foi o seu 
mentor, mas também quem o preparou materialmente. Pode, todavia, uma 
pessoa ser a idealizadora e uma outra a executora da tarefa. Aquele 
primeiro é chamado por autor e o segundo, por elaborador. Este, por 
exemplo, por orientação daquele, digita uma carta e o autor assina o seu 
nome. Tais distinções são relevantes, como destaca Moacyr Amaral 
Santos: “A indagação da autoria do documento é de importância capital, 
tanto do aspecto teórico como do aspecto prático, pois que diz respeito à 
proveniência do documento, e, portanto, à verificação da fé que deve 
merecer”.15 
Quanto ao seu autor, ainda, os documentos podem 
ser autógrafos ou heterógrafos. Nos primeiros, oautor do documento é a 
mesma pessoa que figura como autor do fato documentado. 
Nos heterógrafos, são pessoas distintas. Os documentos públicos, por 
motivos óbvios, são sempre heterógrafos, enquanto os particulares podem 
ser de uma ou de outra espécie. 
165.3.Documentos públicos 
Os documentos se dividem em públicos e particulares. Aqueles são os 
elaborados por órgãos vinculados aos Três Poderes, como secretarias, 
cartórios e repartições em geral. Os documentos privados são os produzidos 
por particulares: pessoas naturais ou jurídicas. O seu conteúdo pode ser da 
mais diversa natureza, mas somente constituirá prova se der notícia, direta 
ou indireta, em torno de fato jurídico. Os documentos públicos se 
classificam em: administrativos, judiciais e extrajudiciais. Os documentos 
administrativos são os exarados por autoridades e servidores do poder 
público. Tais documentos são, em regra, as certidões ou livros chancelados. 
Importante que tais documentos sejam assinados por quem tem atribuição 
para tanto. Os documentos judiciais são os elaborados pelos cartórios ou 
secretarias que atuam junto às varas ou colegiados dos tribunais. Os 
documentos públicos extrajudiciais são os que provêm de repartições 
públicas onde se processam os instrumentos civis, como as escrituras, 
testamentos, registros em geral, protestos de títulos. A certidão de 
nascimento, como as demais expedidas pelos cartórios de registro civil, é 
documento público extrajudicial. 
165.4.Escritura pública 
Esta é declaração de vontade, exarada por pessoas naturais ou jurídicas 
de direito privado ou público, em assentamentos públicos e perante tabelião 
ou oficial autorizado, dotada de fé pública e apta a produzir prova plena. 
Não obstante a relação possa ser entre particulares o documento é público, 
pois visa a produzir efeito jurídico em sociedade. Qualquer pessoa 
interessada pode requerer certidão de escritura pública, para fins de prova 
perante órgãos públicos ou não. 
Para ter validade é indispensável que a escritura se revista das 
formalidades enumeradas no art. 215, § 1º, do Código Civil. O ato deve 
estar situado no tempo e no espaço, ou seja, ser datado e indicar o 
município onde foi lavrado. Antes de redigir a escritura, necessariamente 
em língua nacional, o Tabelião deverá certificar-se da natureza do negócio 
jurídico a ser praticado, identificar as pessoas que dele participarão e 
inteirar-se, ainda, da capacidade de fato das partes, de seus assistentes ou 
representantes, bem como de intervenientes e testemunhas. Todos os dados 
pertinentes ao estado das pessoas deverão constar do ato e, se relevante 
para o negócio jurídico, o regime de bens do casamento, nome e filiação do 
cônjuge. Se alguém entre os participantes não for conhecido do tabelião, 
nem portar documento que o identifique, a lacuna poderá ser suprida por 
duas pessoas capazes, que o conheçam e atestem sua identidade (art. 215, § 
5º, CC). 
Cuidado especial deverá ter o tabelião ao reproduzir, com clareza, no 
texto, a declaração de vontade manifestada pelos participantes do ato. 
Desde que haja exigências legais e fiscais incidentes sobre o ato, deverá 
constar referência ao seu cumprimento. O texto será lido em voz alta na 
presença de todos (partes, intervenientes, testemunhas), antes das 
assinaturas, podendo os participantes optar por sua leitura, constando do 
texto a forma escolhida. O ato se encerra com a assinatura de todos os 
participantes, incluindo-se a das testemunhas e do tabelião ou seu substituto 
legal. Se algum dos participantes não souber ou não puder assinar, pessoa 
capaz assinará a seu pedido. 
Se algum dos participantes do ato não souber a língua nacional e o 
tabelião não conhecer o idioma em que aquele se expressa, o tradutor 
público deverá estar presente ao ato e, caso a localidade não disponha de 
um deles, o tabelião convidará pessoa que, a seu juízo, seja capaz e idônea 
(art. 215, § 4º, CC). 
165.5.Traslados autênticos e certidões 
Ambos são meios de prova equivalentes aos originais de qualquer 
assentamento judicial ou extrajudicial constante em cartórios e 
tabelionatos. A lei faz algumas distinções quanto à formalidade da extração 
de um e de outra. As certidões judiciais devem ser extraídas pelo escrivão, 
ou sob a sua vigilância, e por ele assinadas. Igual procedimento deve ser 
adotado, relativamente aos traslados de autos, quando por outro escrivão 
consertados (art. 216, CC). Os traslados e certidões de instrumentos ou 
documentos lançados em suas notas deverão ser extraídos pelo tabelião ou 
oficial de registro (art. 217, CC). 
Os traslados e as certidões serão considerados instrumentos públicosse 
extraídos de documentos produzidos em juízo como prova de algum ato 
(art. 218, CC). 
165.6.Documentos particulares 
A lei presume como verdadeiras as declarações constantes em 
documentos particulares ou públicos e relativas aos signatários. Tal 
presunção é juris tantum, ou seja, comporta prova em contrário. Esta é a 
disposição do caput do art. 219, que é ampla e abrangente. O parágrafo 
único, todavia, impõe limites à disposição. A presunção alcança apenas os 
enunciados principais e diretamente ligados aos declarantes. Em relação ao 
sobejante, prevalece o princípio de que “o ônus da prova cabe a quem 
alega”. 
Quando a realização de um ato depender da anuência ou autorização, a 
prova de tal assentimento se fará por igual meio de prova necessário ao ato. 
Tal concordância, de ordinário, deve constar do próprio instrumento, mas 
será igualmente válida se em separado (art. 220, CC). Se o compromissário 
comprador, por exemplo, desejar transferir o contrato para terceiros deverá 
ter a anuência do compromitente vendedor, ressalvada cláusula em 
contrário. 
Declarações e contratos particulares, desde que assinados por quem 
goza de plena capacidade, inclusive para o ato específico, são meios 
idôneos de prova, independentemente do valor. Seus efeitos, inclusive os 
da cessão, todavia, somente alcançam terceiros se previamente lançados em 
registro público. Dispõe a Lei Civil, ainda, que o negócio jurídico poderá 
ser provado por outros meios admitidos em lei. Deve-se estar atento, 
porém, às restrições constantes nos arts. 108 e 401. O primeiro exige 
escritura pública para a validade dos atos negociais pertinentes a direitos 
reais, cujo valor exceda a trinta vezes o maior salário mínimo do país. O 
segundo, dispõe que a prova apenas testemunhal é admissível apenas em 
negócios jurídicos cujo valor não exceda ao décuplo do maior salário 
mínimo vigente. 
Dispõe o art. 222 que, na hipótese de contestação à autenticidade de um 
telegrama, far-se-á a prova com o original assinado. A cópia fotográfica de 
documento autenticado possui valor probante de declaração de vontade. 
Todavia, o original deverá ser apresentado se impugnada a autenticidade da 
cópia. O art. 223, pelo parágrafo único, abre exceção aos títulos de crédito, 
cujos originais devem ser apresentados. Admite, ainda, igual exigência, 
sempre que a lei ou as circunstâncias impuserem a exibição. 
Relativamente aos documentos expressos em outro idioma, deverão ser 
traduzidos para o vernáculo e registrados em títulos e documentos para 
terem efeitos legais (art. 224).16 
Os livros e fichas fazem prova contra os empresários e sociedades a 
que pertencem, mas poderão também beneficiá-los caso a escrituração não 
revele vícios extrínsecos ou intrínsecos e se confirmados por outros 
elementos. Todavia, não fazem prova de fatos jurídicos, quando para estes 
a lei exigir escritura pública ou escrito particular devidamente formalizado. 
Em qualquer caso, comprovada a falsidade ou inexatidão dos lançamentos, 
aqueles meios deixarão de ser idôneos para beneficiar a quem pertencem. É 
o teor do art. 226 do Diploma Civil. 
Pelo art. 225, o Código Civil dá ampla abertura para a comprovação 
dos atos negociais, mediante reproduções fotográficas, cinematográficas, 
registros fonográficos e quaisquer outras produções mecânicas ou 
eletrônicas. Havendo impugnação, e estando a matéria no âmbito do 
Judiciário, o magistrado conduzirá o litígio a fim de avaliá-la e decidir a 
respeito. 
166.A PROVA TESTEMUNHAL 
166.1.O valor do testemunho no Direito Romano 
No período clássico do Direito Romano, a prova testemunhal possuía 
grande prestígio e era considerada o principal meio probatório. Com a 
decadência dos costumes, especialmente a partir do século III de nossa Era, 
o valor dos depoimentos entrou em declínio, sem perder ainda a 
preferência. Surgiam as restrições. O legislador já não tinha confiança, 
conforme dizia Villebrun, “ele multiplica os conselhos aos magistrados; 
aconselha-os, por exemplo, a fundarem-se mais na palavra dos homens das 
classes superiores do que na dos indivíduos de baixa origem, porque estes 
podiam ser mais facilmente corrompidos”.17 A prova testemunhal aos 
poucos foi perdendo a preeminência, nivelando-se ao grau de importância 
da documental. Assim, à época de Constantino, já não se admitia o 
julgamento formado apenas com a prova testemunhal, tratando-se de 
determinadas matérias, como a legitimação, que passou a exigir também a 
prova documental. 
Entre os estudiosos da matéria, não há convergência de opiniões quanto 
ao meio de prova que prevaleceu, no último período do Direito Romano, 
especialmente diante do conflito entre a prova documental e a testemunhal. 
Enquanto Pothier e Domat apontavam a preferência romana para a prova 
documental. Toullier atribuía prevalência à testemunhal, segundo relato de 
Moacyr Amaral Santos.18 
166.2.O art. 227 do Código Civil 
Tal preceito parece uma herança do desprestígio da prova testemunhal 
perante o Direito Romano, à época do fenômeno conhecido por decadência 
dos costumes. Aquela que deveria ser considerada a excelência das 
provas está desacreditada. A simples leitura, de fácil assimilação, do art. 
227, dá esta compreensão. O seu valor absoluto não ultrapassa o 
equivalente a dez vezes o maior salário mínimo do país. Quando o objeto 
do negócio jurídico é superior àquela cifra a prova testemunhal pode ser 
apenas coadjuvante ou subsidiária da produzida por escrito. A prova 
testemunhal oferece a vantagem do diálogo e tem a capacidade de explicar 
fatos e circunstâncias. Não é muda como a documental. A razão do limite 
legal, em parte, é de natureza ética; traduz desconfiança. Há todo um 
mecanismo de proteção contra a testemunha suspeita, que pode ser 
contraditada (art. 457, § 1º, do CPC de 2015 e até presa em flagrante por 
crime de falso testemunho (art. 342 do Código Penal). Além disto, não é 
prova absoluta, pois deve ser avaliado o grau de conhecimento revelado, a 
coerência do relato, a firmeza nas respostas. Se há motivos suficientes para 
impedir tal prova além daquele valor, haveria motivo também para as cifras 
aquém daquele limite. Se está em jogo a justiça e esta não tem preço, mas 
princípios, o critério seria apenas um. O limite do valor contratual que 
permitia a prova testemunhal foi expressamente revogado pelo Código de 
Processo Civil de 2015, assim, caso a lei não exija forma expressa para o 
negócio jurídico, a sua existência pode ser comprovada pela prova 
testemunhal. 
Em todo caso é direito das partes a produção de prova testemunhal e o 
seu indeferimento injustificado caracteriza cerceamento do direito de 
defesa, fato gerador de nulidade processual.19 Em regra a prova deve ser 
colhida não obstante a existência de elementos probatórios nos autos. Neste 
sentido foi o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, em feito relatado 
pelo Min. Felix Fischer: “Não se admite, por causar indevido cerceamento 
de defesa, o indeferimento de prova testemunhal sob o argumento de que o 
exame pericial já havia constatado a ausência do nexo causal entre a lesão 
e a atividade profissional, se a finalidade dos depoimentos não é 
comprovar o nexo, mas sim demonstrar que o laudo partiu de premissa 
errada...”.20 
166.3.Os que não podem testemunhar 
A Lei Civil não distingue entre testemunhas incapazes para depor, 
impedidas e suspeitas, como o fizera o Código de Processo Civil de 1973, 
pelo art. 405, ora revogado, pois sob a regra de que “Não podem ser 
admitidos como testemunhas” apresenta um elenco em cinco incisos: “I – 
os menores de dezesseis anos; II – aqueles que, por enfermidade ou 
retardamento mental, não tiveremdiscernimento para a prática dos atos 
da vida civil; III – os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer 
provar dependa dos sentidos que lhes faltam; IV – o interessado no litígio, 
o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes; V – os cônjuges, os 
ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma 
das partes, por consanguinidade, ou afinidade”. 
O Código de Processo Civil, de 2015, dispõe sobre a matéria em 
epígrafe nos arts. 447 e 448, revogando as regras pertinentes do Código 
Civil, devido à anterioridade destas. Só não podem depor as pessoas 
incapazes, impedidas ou suspeitas.21 Pode ser que o desenrolar do processo 
tenha evidenciado a necessidade de se ouvir alguém em uma daquelas 
condições, excetuadas as pessoas incapazes, sobretudo “o interdito por 
enfermidade ou deficiência mental e o que tiver menos de 16 (dezesseis) 
anos” (art. 447, § 1º, do Código de Processo Civil de 2015). O cego e o 
surdo, quando a ciência do fato não depender dos sentidos que lhes faltam, 
podem testemunhar. A testemunha que for acometida por enfermidade ou 
retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, dependerá da 
avaliação judicial do magistrado que a ouvirá sobre o seu discernimento no 
momento da ocorrência dos fatos. Ou se, eventualmente, no momento do 
depoimento, a testemunha não está habilitada a transmitir as percepções 
que tem sobre os fatos percebidos. 
A pessoa portadora de deficiência poderá depor em “igualdade de 
condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os 
recursos de tecnologia assistiva” (art. 228, § 2º, do Código Civil). 
166.4.O dever legal de depor e suas exceções 
Devidamente intimada para depor em dia, hora e local designados, a 
testemunha é obrigada a comparecer em juízo e dizer o que souber, quando 
interrogada pelo magistrado. A ausência, não justificada, pode implicar a 
sua condução coercitiva. É o preceito do art. 455, § 5º, do CPC de 2015. 
Além de motivos que justifiquem, como o de doença ou morte na família, a 
testemunha arrolada e intimada pode deixar de depor sobre fatos que deva 
guardar segredo profissional. É a situação em que se encontram os analistas 
em geral, os advogados, religiosos. Também estão acobertados pela 
disposição legal – art. 229 do Código Civil – aqueles que, se depusessem, 
estariam expondo a própria honra, ou a de seu cônjuge, parente em grau 
sucessível ou amigo íntimo. Neste particular a lei revela-se sensível à 
natureza humana ao atribuir importância ao sentimento das pessoas. Por 
outro lado, a autoproteção e a defesa de pessoas próximas atuam na psique 
imperativamente, daí qualquer depoimento colhido nestas circunstâncias 
poderia estar comprometido do ponto de vista da veracidade. A licença 
para não depor existe ainda como autoproteção ou defesa de cônjuge, 
parente em grau sucessível ou amigo íntimo, quando houver perigo de vida, 
de demanda, ou de dano patrimonial imediato. 
167.PRESUNÇÃO 
167.1.Conceito 
Presunção é recurso técnico de lógica formal, utilizado pelo espírito, a 
fim de alcançar a verdade operacional. O ponto de partida é a necessidade 
de se conhecer determinado fato que não se revela diretamente ao sujeito 
cognoscente. Este, em sua pesquisa, apura alguns dados que não fornecem 
a certeza do conhecimento, mas apenas indicam a verdade provável. 
Presunção, por conseguinte, vem a ser o raciocínio lógico que, partindo de 
um fato conhecido, toma-se por verdadeiro um outro, desconhecido, mas 
que revela íntima conexão com ele. Emprega-se a presunção em raciocínios 
quando não se consegue apurar diretamente o fato verdadeiro. O 
conhecimento por presunção se faz por probabilidade, pelo que encerra 
sempre um coeficiente de dúvida. 
167.2.Espécies de presunção 
Esta pode ser legal ou simples, também denominada comum. Legal, 
como o próprio nome indica, é a fixada em lei e subdivide-se 
em absoluta e relativa. A doutrina registra uma terceira espécie: 
a mista.Presunção absoluta ou juris et de jure é a que não admite prova em 
contrário. Dado um fato “A” a lei presume “B” e não admite que se prove 
“C”. Para os fins legais, assim, prevalece a versão “B”. A presunção do art. 
574 do Código Civil é exemplo da espécie juris et de jure. Dispõe a 
lei: “Se, findo o prazo, o locatário continuar na posse da coisa alugada, 
sem oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo 
aluguel, mas sem prazo determinado”. 
Na presunção relativa, também chamada juris tantum, a lei estabelece 
determinada presunção, mas admite prova em contrário. Numerosos são os 
exemplos constantes em nossa Lei Civil. É de se notar que, em 
determinados enunciados o legislador deixa claro que se trata de presunção 
relativa, apondo a expressão “até que se prove o contrário” ou “salvo 
prova em contrário”. A do art. 6º é da espécie: “A existência da pessoa 
natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes...”. No 
exemplo do art. 322 do Código Civil encontra-se aquela expressão 
identificadora: “Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação 
da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem 
solvidas as anteriores”. 
Em torno das certidões exaradas pelos oficiais de justiça há 
presunção juris tantum de veracidade, uma vez gozem eles de fé-pública, 
todavia podem ser ilididas mediante elementos probatórios. Neste sentido é 
o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que decidiu: “Declarado pelo 
meirinho que houve a cientificação da avalista, agora já falecida, porém 
sem que das certidões constasse nem a sua assinatura em ambas as 
ocasiões, nem a justificativa para a não colheita da firma e tampouco a 
descrição da coexecutada, desfaz-se a presunção legal da higidez dos atos, 
acarretando a nulidade dos mesmos, ao teor do art. 247 do CPC”.22Tal 
artigo corresponde ao 280 do CPC de 2015. 
A modalidade de presunção considerada mista configura-se quando a 
lei, dado um fato conhecido, conclui pela existência de um desconhecido, 
sem admitir prova em contrário, salvo se a parte utilizar determinado meio 
de prova por ela especificado. Nem todos autores admitem-na. Para Pontes 
de Miranda a espécie se aproxima da presunção juris et de jure, daí preferir 
chamá-la por “presunções de iure intermédias”, enquanto para Moacyr 
Amaral Santos a presunção mista mais se aproxima da juris tantum.23 A 
presunção do art. 1.545 é de natureza mista: “O casamento de pessoas que, 
na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham 
falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo 
mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma 
delas, quando contraiu o casamento impugnado”. 
Ao analisar as normas jurídicas que apresentam presunções, toda 
atenção deve ser dispensada pelo intérprete, a fim de não se equivocar na 
qualificação das espécies, uma vez que há resultados práticos na distinção. 
Finalmente, a presunção simples ou comum, também denominada 
de homem (praesumptio hominis), diz respeito às ilações que as pessoas 
fazem no cotidiano. A cada momento o ser humano presume. É uma 
necessidade imperiosa da vida. Na falta de um conhecimento direto, impõe-
se a presunção, que deve ser acompanhada da certeza da falibilidade do 
juízo. Ao apreciar os fatos que lhe são submetidos a julgamento, no exame 
das provas, os juízes também utilizam-se das presunções simples, mas com 
a prudência que se impõe em tal tipo de raciocínio. 
O único dispositivo de orientação que o Código Civil apresenta, quanto 
às presunções, consta do art. 230 e diz respeito às simples. É vedado ao juiz 
decidir com fundamento em presunção simples quando a lei exclui a prova 
testemunhal. Nenhuma restriçãoa lei faz quanto à aplicação, em qualquer 
hipótese, das presunçõesjuris et de jure e juris tantum. 
168.PERÍCIA 
168.1.Conceito 
Quando a quaestio facti se mostra complexa e exige conhecimento 
especializado para a sua avaliação, o juiz, por iniciativa própria ou a 
requerimento de parte, determina a realização de perícia, 
nomeando expert de sua confiança, podendo as partes indicar assistentes 
para acompanhamento da prova e apresentação de laudo. Por mais culto 
que seja o juiz, há áreas do conhecimento que escapam à sua experiência e 
quando isto ocorre é forçoso que recorra ao apoio de técnicos. Nem todo 
processo, naturalmente, comporta esta modalidade de prova. A começar, 
quando no feito se questiona apenas matéria de Direito – quaestio iuris –, 
incabível a prova técnica, que repousa sempre sobre a matéria. Há questões 
de fato que se dilucidam com fundamento em prova documental ou 
testemunhal. Às vezes ocorre de o juiz determinar a realização de perícia 
sobre documentos, ou seja, faz-se prova de prova. A perícia, neste caso, 
tem por objeto a prova documental. 
Importante, sempre, que o magistrado não se limite a homologar 
laudos, não obstante a confiança que venha a depositar no perito. É seu 
dever inteirar-se primeiramente para então avaliá-lo. Tal prova deve fazer-
se sob o princípio do contraditório, dando-se oportunidade às partes para a 
formulação de quesitos e manifestação sobre o laudo, além de requererem, 
fundamentadamente, o comparecimento do perito em audiência, a fim de 
responder a indagações previamente definidas. 
A prova pericial deve fazer-se quando o feito carece de recursos 
suficientes à diagnose dos fatos. A sua realização não configura sempre um 
direito da parte, pois às vezes o requerimento é apenas revelador do 
propósito de alongamento do feito, a fim de se “ganhar tempo”. Nesta 
circunstância impõe-se o indeferimento do pleito, não obstante a potencial 
alegação de cerceamento ao direito de defesa. O Superior Tribunal de 
Justiça decidiu neste sentido: “Se os autos contêm provas suficientes, o 
Juiz deve indeferir o requerimento de perícia desnecessária”.24 
A prova pericial não se confunde com a inspeção judicial, prevista nos 
artigos 481 a 484 da Lei Processual. Tal medida sequer constitui 
modalidade de prova, pois consiste em inspeção de pessoa ou coisas, feita 
diretamente pelo juiz, a fim de melhor se inteirar sobre fato relevante ao 
julgamento. A inspeção pelo magistrado se mostra muitas vezes essencial, 
especialmente em ações onde se discutem servidões, conveniência de 
demolição de prédio, que ameace a desabar, existência de benfeitorias, 
possessórias em geral, entre diversas outras. 
168.2.Dispositivos legais do Código Civil 
A prova técnica pode realizar-se sobre documentos, objetos, imóveis e 
sobre as pessoas. Quando nomeritum causae há controvérsia sobre a 
sanidade física ou mental de uma pessoa a prova pericial sobreleva-se de 
importância. Ninguém pode ser compelido coercitivamente, a submeter-se 
a tal prova, conforme têm assentado nossos tribunais, todavia, dispõe o art. 
231 do Código Civil que a parte que se nega a submeter-se a exame médico 
não poderá tirar proveito de sua recusa. Embora o texto se refira a exame 
médico deve-se entender não apenas o realizado diretamente por médico ou 
sob a sua supervisão, como ainda os exames laboratoriais em geral, 
inclusive os radiológicos. A interpretação do art. 231, portanto, deve ser 
extensiva. Assim, não poderá alegar, em razões finais, que a prova técnica 
é imprescindível à formação do juízo crítico. A recusa a submeter-se a 
exame médico pode produzir consequência mais drástica, ou seja, a 
presunção de procedência da imputação que se lhe faz. Diz o art. 232 do 
Código Civil: “A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir 
a prova que se pretendia obter com o exame”. Neste sentido já vinham 
decidindo nossos tribunais e com maior incidência em ações de 
investigação de paternidade. A recusa do pretenso pai em participar de 
prova de DNA, em laboratório, gera a presunção de paternidade, consoante 
homogênea jurisprudência e em face, agora, do disposto no art. 232 do 
Código Civil de 2002. 
REVISÃO DO CAPÍTULO 
■A declaração de vontade, essencial à existência do negócio 
jurídico, exterioriza-se por múltiplas formas. Para algumas 
modalidades a forma é livre, como na locação de imóveis e nos 
contratos de trabalho. Qualquer que seja a forma, o ato negocial 
deve ser suscetível de prova. 
■A forma do negócio jurídico deve ser a prescrita em lei ou não 
vedada. Os negócios, cujo valor exceda dez vezes o maior 
salário mínimo, hão de ser documentados. A escritura pública é 
necessária quando o negócio se referir à constituição, 
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre 
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo. O 
casamento exige forma solene, sob pena de nulidade do ato. 
■Prova é meio que induz o convencimento da existência e 
validade um ato negocial. O Direito material relaciona os meios 
de prova, já ao Direito processual cabe regular a oportunidade 
em que as provas devem ser produzidas em juízo. 
■Há dúvida no âmbito doutrinário se a relação dos meios de 
prova, constante no art. 212 do Código Civil (confissão, 
documento, testemunha, presunção e perícia), é taxativa ou 
simplesmente enumerativa. Entendemos que o elenco não é 
exaustivo, comportando, sim, outros meios que não colidam com 
a lei, uma vez que o relevante é trazer à tona a verdade real. No 
elenco das provas não há uma hierarquia. 
■Embora estejamos nos referindo aos negócios jurídicos, o 
Código Civil se refere à prova dos fatos jurídicos, cujo conceito é 
mais amplo, conforme estudo em capítulo anterior. 
■Três são os sistemas em matéria de valoração das provas: 
o positivo ou legal, o da livre convicção e o da persuasão 
racional. O primeiro, adotado apenas em um passado bem 
distante, a lei enumerava as provas estabelecendo hierarquia 
entre elas. O sistema da livre convicção é oposto ao anterior, 
pois o juiz fica livre na formação de seu convencimento. O da 
persuasão racional, seguido pelos sistemas jurídicos em geral, o 
juiz tem liberdade para valorar as provas. Ao julgar, deve expor 
os fundamentos fáticos de sua decisão, reportando-se 
necessariamente às provas dos autos. Tal sistema é 
denominado também convicção condicionada. 
■Confissão. Esta é uma prova da maior importância, quase 
sempre decisiva para o julgamento, mas seu valor não é 
absoluto. Por ela a parte reconhece a veracidade dos fatos 
expostos pela parte contrária. A confissão pode ser em juízo ou 
mediante declaração em instrumento público ou particular. A 
confissão não prevalece se for convincente ou ilidida pelo 
conjunto probatório. Ao decidir o juiz deverá dizer os motivos 
pelos quais se apóia ou não na confissão. Esta é indivisível, isto 
é, vale como um todo. Para ser valiosa a confissão há de partir 
de quem tenha a disponibilidade do direito em foco. 
■Em sentido amplo, documento é qualquer objeto que 
proporcione conhecimento de algum fato. Em sentido estrito, é 
escrito que dá conhecimento de algum fato. 
■Autor do documento é quem o preparou; autor do fato 
documentado é quem assume a autoria. Aquele redigiu e este, 
assinou. Quando a pessoa é a mesma, o documento se 
diz autógrafo; quando forem pessoas distintas, heterógrafo. 
■Documentos públicos são os produzidos por órgãos ligados aos 
Três Poderes. Escritura pública é o documento elaborado em 
cartórios de notas, chancelado pelo tabelião e assinatura de 
testemunhas, onde a pessoa física ou jurídica emite declaração 
de vontade. A escritura, que deverá consignar o local e a data do 
ato, além de todos os dados importantes para a natureza damatéria, é lavrada pelo tabelião, após certificar-se da identidade 
das pessoas participantes, de sua capacidade de fato. 
■Diz-se traslado autêntico a transcrição de uma escritura pública, 
devidamente assinada pelo titular do cartório ou seu substituto 
legal. Certidão judicial é cópia de peça processual ou declaração 
sobre fato pertinente aos autos processuais. 
■Documentos particulares são os produzidos pelas partes, por si 
ou por seus representantes, sem a intervenção de oficial público. 
A lei presume verdadeiras as afirmações neles constantes, bem 
como em instrumentos públicos, e pertinentes aos signatários. A 
presunção é relativa, cabendo ao interessado a prova em 
contrário. Para determinados atos a lei exige escritura pública, 
como nos negócios que envolvam direitos reais, cujo valor seja 
superior a trinta vezes o maior salário mínimo. Em se tratando de 
negócio, cujo valor não seja superior a dez vezes o maior salário 
mínimo, é possível a prova apenas testemunhal. 
■O art. 225 do Código Civil admite a prova de fatos e de coisas 
pelas mais variadas formas de produção mecânica ou eletrônica. 
■Estão impedidos de figurar como testemunha o interdito por 
enfermidade ou deficiência mental e o que tiver menos de 16 
(dezesseis) anos. Os cegos e surdos apenas quando as 
respectivas deficiências impedirem a compreensão do fato que 
se pretende comprovar, os interessados no litígio, amigos 
íntimos ou inimigos das partes, os cônjuges, companheiros, 
ascendentes, descendentes e colaterais até o terceiro grau de 
uma das partes. 
■As testemunhas intimadas para depor em juízo estão obrigadas 
a comparecer às audiências, sob pena de serem conduzidas 
coercitivamente. O Código de Processo Civil de 2015, pelo art. 
448, exime a testemunha da obrigação de depor sobre fatos dos 
quais deve manter sigilo profissional ou devido ao seu estado. 
Também estão desobrigados aqueles que estariam expondo 
sobre fatos que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu 
cônjuge ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou 
afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. Também 
quando as pessoas elencadas ficarem em perigo de demanda. 
■Presunção consiste no fato de se tomar como verdadeiro o que 
é provável. Utiliza-se a presunção quando não se tem acesso 
direto à realidade. A presunção pode ser simples ou legal. A 
primeira é a que se faz sobre fatos ou ocorrências. É a que 
utilizamos ao longo de nossa vida. O juiz costuma dela se valer 
quanto aos fatos tratados nos autos. Legal, como o nome indica, 
é a que deriva da lei. Pode ser absoluta (juris et de jure) ou 
relativa (juris tantum). A primeira não admite prova em contrário; 
a relativa admite. Alguns doutrinadores admitem uma terceira 
modalidade: presunção mista. A lei, dado um fato conclui pela 
existência de outro e não admite prova em contrário, salvo 
mediante determinada espécie. 
■Prova pericial é exame de fatos desenvolvido por técnico 
especialista. Quem se recusa a se submeter à prova pericial não 
pode obter proveito de sua recusa (art. 231 do CC). A recusa à 
perícia médica, conforme dispõe o art. 232, poderá suprir a prova 
que se poderia obter com o exame. 
_____________ 
1Op. cit., ed. cit., vol. I, p. 520. 
2Cf. Moacyr Amaral Santos, Prova Judiciária no Cível e Comercial, São Paulo, 
Editora Max Limonad, 1952, vol. I, p. 73. 
3Op. cit., vol. I, p. 73. 
4No conflito de leis no espaço, prevalece a lex loci em relação aos meios de 
prova e a lex fori quanto à sua dedução em juízo. Cf. Raphael Cirigliano, Prova 
Civil, 2ª ed., São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1981, p. 12. 
5Fórum, nº 2, ano 2002, p. 28, Revista da Associação dos Magistrados do 
Estado do Rio de Janeiro. 
6V. o art. 2º, § 1º, da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. 
7Op. cit., vol. I, p. 328. 
8Curso de Direito Processual Civil, vol. I, p. 415. 
9Op. cit., vol. 2, p. 12. 
10Op. cit., p. 190. 
11Como dispõe o art. 105 do Código de Processo Civil de 2015, a procuração 
geral para o foro não habilita o advogado para confessar, reconhecer a 
procedência do pedido, entre outros fins, os quais exigem poderes específicos. 
12REsp. 201356/RJ, rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, julg. de 
21.06.1999, DJ de 21.06.1999, p. 00195. Atualmente, a possibilidade de 
conciliação a ser aberta pelo Juiz está prevista no art. 359 do Código de 
Processo Civil de 2015. 
13Nicola Framarino dei Malatesta, A Lógica das Provas em Matéria Criminal, 
Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1911, vol. 2, p. 195. 
14Apud Moacyr Amaral Santos, op. cit., vol. IV, p. 31. 
15Op. cit., vol. IV, p. 35. 
16Tal redação, que modifica o texto anterior, decorre de projeto do relator na 
Câmara dos Deputados, dep. Ricardo Fiúza. 
17Cf. Moacyr Amaral Santos, Prova Judiciária no Cível e Comercial, vol. III, ed. 
cit., p. 20. 
18Op. cit., ed. cit., vol. III, p. 21. 
19O Código de Processo Civil de 2015 prevê expressamente as ocasiões em que 
o Juiz pode indeferir a produção da prova testemunhal, art. 443. 
20REsp. 3162217/SP, julgamento de 6.06.2002, DJ de 1.07.2002, p. 00374. 
21O valor de um depoimento colhido nestas condições não deve ter o mesmo 
peso que o de uma testemunha que não se acha relacionada no art. 228 do 
Código Civil. A Lei Processual prevê, para esta hipótese, conforme o art. 477, § 
5º, que o depoimento será colhido sem o devido compromisso. Penso que tal 
prática deva ser observada, embora o Código Civil não seja explícito a respeito. 
O Superior Tribunal de Justiça, pela 4ª Turma, decidiu que “Não se configura o 
cerceamento da defesa se a testemunha arrolada pela ré é ouvida em juízo, 
apenas que, com admissão da contradita, considerado como informante, por se 
tratar do próprio condutor do veículo envolvido na colisão, portanto diretamente 
interessado no resultado da causa e, à época, empregado da recorrente”. REsp. 
190456/SP, rel. o Min. Aldir Passarinho Júnior, julgamento de 25.04.2000, DJ de 
28.08.2000, p. 00087. 
22REsp. nº 178.020/SP, 4ª turma, rel. o Min. Aldir Passarinho Júnior, julg. de 
12.03.2002, DJ de 03.06.2002, p. 00209. 
23Op. cit., vol. V, p. 407. 
24Acórdão da 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, relator o Min. Humberto 
Gomes de Barros, julgamento de 16.04.2002, DJ de 24.06.2002, p. 00206.

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