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FACULDADE DE INTEGRAÇÃO DO SERTÃO – FIS CLARCSON SANTANA MAIA DE MEDEIROS ERIVAN MIGUEL PHILYPY CAMPOS GOMES FATOS, ATOS E NEGÓCIO JURÍDICO AQUISIÇÃO, MODIFICAÇÃO, DEFESA E EXTINÇÃO DE DIREITOS FENÔMENO DA REPRESENTAÇÃO NO DIREITO SERRA TALHADA - PERNAMBUCO 2014 CLARCSON SANTANA MAIA DE MEDEIROS ERIVAN MIGUEL PHILYPY’ CAMPOS GOMES FATOS, ATOS E NEGÓCIO JURÍDICO AQUISIÇÃO, MODIFICAÇÃO, DEFESA E EXTINÇÃO DE DIREITOS FENÔMENO DA REPRESENTAÇÃO NO DIREITO O presente trabalho fora realizado com o intuito de estimular a pesquisa acadêmica e compor parte da nota referente à segunda verificação de aprendizagem, a ser realizada na disciplina Direito Civil I, ministrada pelo professor Roberto Leonardo, no semestre letivo de 2014.2, na Faculdade de Integração do Sertão – FIS, e será apresentado em forma de seminário. SERRA TALHADA - PERNAMBUCO 2014 Sumário Fatos, Atos e Negócio Jurídico ...................................................................................................... 4 Fatos Jurídicos ............................................................................................................................... 4 Atos Jurídicos ................................................................................................................................. 5 Negócio jurídico ............................................................................................................................. 6 Unilaterais ...................................................................................................................................... 6 Bilaterais ........................................................................................................................................ 6 Plurilaterais .................................................................................................................................... 6 Complexos ..................................................................................................................................... 6 Causais .......................................................................................................................................... 6 A título gratuito .............................................................................................................................. 6 A título oneroso ............................................................................................................................. 6 Solenes ou formais ....................................................................................................................... 6 Não solenes ................................................................................................................................... 7 Pessoais ......................................................................................................................................... 7 Patrimoniais ................................................................................................................................... 7 Pura administração ...................................................................................................................... 7 Disposição ..................................................................................................................................... 7 Inter vivos ....................................................................................................................................... 7 Mortis causa: ................................................................................................................................. 7 Aquisição, Modificação, Defesa e Extinção de Direitos. ......................................................... 7 Aquisição de Direito ...................................................................................................................... 7 Modificação de Direitos ................................................................................................................ 8 Defesa de Direitos .......................................................................................................................... 8 Extinção de Direitos ...................................................................................................................... 8 Fenômeno da Representação no Direito ..................................................................................... 9 Núncio ............................................................................................................................................... 9 Exteriorização da representação ............................................................................................. 10 Prazo decadencial ........................................................................................................................ 10 Tipos de representação .............................................................................................................. 10 Efeitos da representação ........................................................................................................... 11 Autocontratação ........................................................................................................................... 11 Bibliografia ......................................................................................................................................... 12 4 Fatos, Atos e Negócio Jurídico Fatos Jurídicos Fatos jurídicos são todos acontecimentos ou eventos, naturais ou humanos, que de forma direta ou indireta, acarretam efeito jurídico, isto é, seja capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir relações jurídicas. Podemos classificar os fatos jurídicos em sentido amplo e em sentido estrito. Os fatos jurídicos em sentido amplo englobam todos os eventos que acarretam efeito jurídico, sejam eles fatos naturais, isto é, sem interferência humana, ou fatos humanos, que advenham de vontade humana. Os fatos jurídicos em sentido estrito englobam apenas o eventos ou fatos naturais, que independentemente da vontade do homem, podem ocasionar efeitos jurídicos. Eles subdividem-se em Fatos Jurídicos em sentido estrito ordinário e extraordinário. Os fatos jurídicos em sentido estrito ordinários: são aqueles que ocorrem frequentemente na vida real, ou seja, são comuns à própria realidade fática, acontecendo de forma continuada ou sucessiva. São fatos naturais, provenientes da própria natureza, apesar do homem participar na formação de alguns deles. Há três tipos de fatos ordinários: nascimento, morte e decurso de tempo, este último apresenta-se como usucapião, decadência, prescrição; Os fatos jurídicos extraordinários: caracterizam-se pela sua eventualidade, não acontecendo necessariamente no dia-a-dia. Também não são provenientes da volição humana, podendo, porém, apresentar a intervenção do homem em sua formação. São os casos fortuitos ou de força maior, como terremotos, enchentes, alagamentos, etc. Há uma divergência hermenêutica nas correntes doutrinárias sobre a definição do que seja o caso fortuito e a força maior. Diógenes Gasparini, Antônio Queiroz Telles, Hely Lopes Meirelles que afirmam que “Força maior é o acontecimento originário da vontade do homem, como é o caso da greve, por exemplo, sendo o caso fortuito o evento produzido pela natureza, como os terremotos, as tempestades, os raios e os trovões”. Porém, Maria Sylvia diPietro, Lucia Valle Figueiredo e Celso Antônio Bandeira de Mello, entendem que a conceituação é inversa, entrando em choque com o “Iuris Corpus Civilis”, caracterizando uma divergência hermenêutica. Ainda há uma terceira corrente doutrinária, como é o caso de Orlando Gomes e José 5 dos Santos Carvalho Filho, que pensam que o melhor é o agrupamento dos termos, por considerarem idênticos os seus efeitos, e que não há interesse público na distinção dos conceitos, até porque o Código Civil Brasileiro não fez essa distinção conforme a redação abaixo transcrita: Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. Atos Jurídicos São também conhecidos como atos humanos ou atos jurígenos. Dividem-se em atos jurídicos ilícitos e atos jurídicos lícitos. Há uma contrariedade na doutrina sobre a existência, ou não, de um “ato jurídico ilícito”. Isto acontece devido afirmarem que se o ato é ilícito, ele é antijurídico, logo não há a possibilidade de um ato jurídico, ser antijurídico. Porém, a corrente oposta indica que os atos que sejam promanados direta, ou indiretamente pela vontade humana, que sejam contrários ao direito, e que ocasionem danos a terceiros, geram efeitos jurídicos, e portanto devem ser considerados como atos jurídicos. Portanto, adotamos a definição que atos jurídicos ilícitos podem assim ser definidos, e são aqueles atos que, advindo direta ou indiretamente de vontade humana, sejam contrários ao Direito, e ocasionem danos a terceiros. Os atos jurídicos lícitos são os atos praticados com vontade humana que não sejam contrários ao Direito. Podemos dividi-los em atos jurídicos meramente lícitos e negócio jurídico. Os atos jurídicos meramente lícitos são os atos lícitos praticados com vontade humana, podendo até mesmo provocar efeitos jurídicos, mas sua intenção originária não era a de provocar efeitos jurídicos. Podemos citar como exemplos os seguintes atos meramente lícitos a construção de uma casa ou pintura sobre uma tela, dentre outros. Há ainda o negócio jurídico. 6 Negócio jurídico O negócio jurídico são os atos jurídicos lícitos praticados com a intenção de provocar efeitos jurídicos. Há uma série de classificação quanto aos tipos de negócio jurídico existente, que não se limitam aos apresentados, mas são os adotados por Venosa, e assim também o fizemos. Dessa forma, podemos dizer que os negócios jurídicos são classificado como: Unilaterais: são atos em que é necessária uma única vontade para a produção de efeitos jurídicos. Exemplo: Testamento. Bilaterais: são atos em que são necessárias as manifestações de duas vontades para a produção de efeitos jurídicos. Exemplos: Contratos de conteúdo patrimonial; Casamento. Plurilaterais: atos em que são necessárias as manifestações de mais de duas vontades para a produção de efeitos jurídicos. Exemplo: Venda de imóvel de pai para filho, havendo necessidade de autorização dos outros filhos e esposa. Complexos: são os que há um conjunto de manifestações de vontade, sem existência de interesses antagônicos. Exemplo: contrato de sociedade. Causais (concretos ou materiais): são os que estão vinculados às causas que devam constar nos próprios contratos. São abstratos (ou formais): os que têm existência desvinculada de sua causa, de sua origem. Produzem efeito independentemente de sua causa. Exemplo: Títulos de crédito (nota promissória, letra de câmbio). A título gratuito: só há a prestação do negócio jurídico de uma das partes. Exemplo: Doação. A título oneroso: uma parte cumpre sua prestação para receber a outra. Exemplo: Compra e venda. Os negócios jurídicos a título oneroso se divide em comutativos, em que são prestações equivalentes, certas e determinadas; aleatórios em que as prestações de uma das partes depende de acontecimentos incertos e inesperados; e álea em que a sorte é o elemento do negócio. Solenes ou formais: são os que só têm validade se revestidos de determinada forma. Há uma especificação de determinada forma. Exemplo: Necessidade de escritura pública para contratos de direitos sobre imóveis com valor superior a 30 vezes o salário mínimo. 7 Não solenes: são os que não há uma formalidade especial. Pessoais: são os que se ligam às disposições de família, como o casamento, o reconhecimento de filho, a emancipação. Patrimoniais: são os que contêm um relacionamento com o patrimônio, como o testamento e os contratos. Pura administração: estes não implicam transferência do domínio ou disposição de direitos. Disposição: estes implicam a transferência de direitos. Inter vivos: tem a finalidade de regular patrimônio de pessoa viva. Exemplo: Compra e venda. Mortis causa: tem a finalidade de regular patrimônio de pessoa morta. Exemplo: Testamento. Aquisição, Modificação, Defesa e Extinção de Direitos. Aquisição de Direito O direito pode ser adquirido pode ser adquirido através das seguintes formas: Originário: quando não existe entre o adquirente e seu antecessor qualquer vínculo jurídico. Exemplo: ocupação. Derivado: quando existir uma relação jurídica entre o atual titular e o anterior. Exemplo: compra e venda. Por ato próprio: quando a pessoa deve possuir plena capacidade civil. Por intermédio de outrem: através de representantes legais, mandatários, etc. Sem ato do adquirente ou intermediação de outrem. Exemplo: aluvião, herança. Gratuito: se não houver contraprestação. Exemplo: doação. Oneroso: se houver contraprestação. Exemplo: compra e venda. A título universal: tem por objeto uma universalidade ou uma quota ideal de uma universalidade. Exemplo: direito do herdeiro A título singular: tem por objeto um ou alguns direitos determinados. Exemplo: compra e venda. Simples: se o fato gerador da relação jurídica consistir num só ato. Exemplo: assinatura de título de crédito. 8 Complexo: se for necessária a prática de mais de um ato, sucessivamente ou simultaneamente. Exemplo: usucapião. Modificação de Direitos A modificação dos direitos pode ocorrer por uma das seguintes formas: Objetiva que atinge a quantidade (quantitativa) ou a qualidade do objeto ou o conteúdo da relação jurídica (qualitativa); Subjetiva que atinge algum ou alguns dos sujeitos da relação jurídica, sem que esta se extinga. Nem todos os direitos comportam modificação subjetiva, tendo em vista que alguns deles têm caráter personalíssimo. Os julgados têm aceitado a investigação de ancestralidade (relação avoenga) pelos herdeiros de indivíduo não reconhecido. Defesa de Direitos A defesa dos direitos se exercita através de mecanismos. Existem os mecanismos extrajudiciais preventivos, como cláusula penal, arras, fiança; os mecanismos de autodefesa, como a legitima defesa da posse, desforço imediato; e a via judicial que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” – art. 5º, XXXV da CF/88. Extinção de Direitos Há uma importante diferenciação entre a perda do direito da extinção propriamente dita. A perda do direito ocorre quando há o desligamento do direito do seu titular, passando a existir no patrimônio de outrem, enquanto a extinção propriamente dita é conceito que enfoca o desaparecimento do direito para qualquer titular. O perecimento ou perda do direito pode ocorrer quando o objeto perder suas qualidades essenciais, como é o caso terreno invadido por águas marítimas;quando o objeto se confundir com outro, de modo que não se possa distingui-lo, como é o caso de mistura de líquidos; quando o objeto cair em lugar de onde não possa ser retirado; quando surgir a confusão; e quando o titular do direito aliená-lo de forma espontânea ou forçada. 9 O direito será extinto pela renúncia, quando o titular abre mão de seu direito sem transferi-lo a outrem. É o abandono voluntário. Como regra geral os direitos privados são renunciáveis. E pelo falecimento do titular quando o direito for personalíssimo. Fenômeno da Representação no Direito A atuação em negócio jurídico é executada geralmente o próprio interessado. Nestes casos dizemos que ele é seu “presentante”. Porém, há a possibilidade de haver um representante do próprio interessado para atuar em negócio jurídico em seu nome e executando a sua vontade. Este fenômeno é denominado de representação. A representação é o fenômeno pelo qual uma outra pessoa (representante) pratica atos da fida civil no lugar e interesse da própria pessoa interessada (representado). Para que este fenômeno seja passível de execução há a necessidade do ordenamento jurídico permitir que ele exista, e há a necessidade que os requisitos exigidos para a representação sejam cumpridos. Em regra geral pode haver representação. Porém, há a exceções em que o fenômeno da representação não é permitido, como nos casos dos atos personalíssimos, a exemplo, o:testamento. Núncio É importante, quando se fala do fenômeno da representação, fazer menção ao núncio. O núncio é também conhecido por mensageiro, porta-voz, pois ele apenas realiza a entrega de documento constando a vontade do interessado ou apenas executa uma simples reprodução oral da vontade de alguém. Há uma responsabilização do núncio pela reprodução de distorcida da mensagem. Devido a não expressão de vontade própria, há a possibilidade de o núncio ser até um incapaz. Dessa forma podemos citar algumas características à figura do núncio, quais sejam, que o distingue do representante: Não atua em nome do verdadeiro titular. Não é um tipo de representação e não é parte do negócio jurídico. 10 Representação pode exprimir a sua vontade como complemento da vontade do titular, desde que completando a vontade do mandante, já o núncio não. Exteriorização da representação O mandato é a forma pelo qual se torna conhecida a representação por vontade dos interessados. O instrumento do mandato é a procuração, que é uma espécie de contrato. Prazo decadencial Importante também é ressaltar o prazo decadencial 180 dias para anulação do negócio jurídico a contar da conclusão do negócio ou cessação da incapacidade, uma vez que pode haver um vício na expressão, excedendo ou restringindo, da vontade do representado pelo representante, e este último acabar exprimindo a sua vontade, tendo o representado, portanto, a possibilidade de contestação do negócio jurídico durante esse prazo. Além disso, há a possibilidade de o terceiro que fez o negócio jurídico, também contestar o negócio, se o representante não tinha cumprido devidamente os requisitos para executar a representação, ou estava executando de maneira viciosa. Tipos de representação Existem três tipos de representação, a legal, a voluntária, e a judicial. A representação legal é a representação que a lei estabelece. A legislação trará os casos deste tipo de representação, como é o caso dos incapazes, da tutela e da curatela. Será também especificada na legislação a extensão do âmbito da representação, os casos em que é necessária, o poder de administrar, e a disposição dos direitos do representado. A representação voluntária é a que é realizada de forma bilateral, e é realizada pelo mandato, utilizando como seu instrumento a procuração. Nos casos da representação voluntária, os efeitos gerados pelas ações do representante serão produzidos no representado. Há a necessidade do terceiro que está realizando o negócio jurídico ter a ciência da representação, sob pena de nulidade. 11 A representação judicial existe em casos em que pessoas, nomeados pelo juiz, passam a ser administradores de bens no decurso de processo judicial, como depositários. Efeitos da representação É importante ressaltar que tudo que for feito, desde que exercido o poder de representação, terá seus efeitos sobre o representado, dessa forma, há uma necessidade de averiguação do poder de representação, que na representação voluntária se dará no instrumento, a procuração, que deverá especificar aquele determinado poder, e na representação legal, que a lei deverá assegurar que se tenha aquele poder. Autocontratação Dentro do fenômeno da representação há uma particularidade quanto à execução dos poderes concedidos pela representação, é o caso da autocontratação. A autocontratação é o ato de, investido no poder de representação de outrem, realizar negócio consigo mesmo. O nosso ordenamento jurídico, visando preservar o interesse do representado, veda este tipo de negócio jurídico, excetuando-se os casos que houver previsão legal ou o representado autorizar este tipo de negócio jurídico. 12 Bibliografia VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil Parte Geral. São Paulo: Atlas, 2014. GAGLIANO Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil 1: Parte Geral. 14ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2012. http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/580567/stj-manifesta-seu-entendimento-sobre- caso-fortuito-e-forca-maior. Acessado em 08 de outubro de 2014. http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&art igo_id=6907. Acessado em 08 de outubro de 2014. http://www.infoescola.com/direito/fato-juridico/. Acessado em 08 de outubro de 2014. http://profpatriciadozele.blogspot.com.br/2011/09/aquisição-modificação-defesa- e-extinção. Acessado em 08 de outubro de 2014.
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