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Breve história do Direito no Brasil

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UBM – Centro Universitário de Barra Mansa
Luís Fernando Nascimento / Igor Valente
Breve História do Direito do Brasil
IED
Barra Mansa
2018
Sumário										Pág.
Introdução											03
1 – O Direito Português									04
1.1 – Ordenações Afonsinas							05
1.2 – Ordenações Manuelinas							05
1.3 – Ordenações Filipinas							06
2 – Inicio da Justiça no Brasil Colônia							07
2.1 – Estrutura do Judiciário no Brasil Colônia				07
2.2 – Primeiros Tribunais no Brasil						08
3 - Império, a Independência e o Fim Da Monarquia: 1808 A 1889		10
Conclusão											12
Referências Bibliográficas									13
Introdução
O presente trabalho é sobre a história do direito no Brasil durante o período colonial até ao fim do Império do Brasil, mais concretamente sobre a o Direito instaurado durante essa faixa história do país.
É objetivo de esse trabalho informar e relatar como era estruturado o Direito no Brasil, como ele fez o seu caminho ao longo da história brasileira e serviu de base para as leis atuais da nossa legislação.
E a metodologia de pesquisa utilizada, foi a de pesquisas bibliográficas através de sites na internet e artigos em revista.
Origem Do Direito Português
O estudo da história do Direito Brasileiro deve necessariamente iniciar-se pela península ibérica e pelo direito português. Importa saber, em seguida, qual foi o direito imposto pela Metrópole à Colônia, bem como as transformações locais que esse direito lusitano sofreu no meio brasileiro.
A península ibérica, especificamente o território que se tornaria Portugal, foi habitada por vários povos antes dos romanos, celtas, iberos, cartagineses, fenícios gregos, entre outros, e os celtiberos, dentre estes destacando-se os lusitanos. Não havia unidade étnica ou política no território. Nessa fase primitiva, anterior à nacionalidade portuguesa, o direito possuía natureza consuetudinária, ligada à religião, embora haja referência a leis que não chegaram até o Brasil.
No início do século VIII da era cristã, os muçulmanos invadem a península ibérica e lá permanecem até o século XV, influenciando sobremaneira os costumes e a cultura da região. Duraram vários séculos a luta para a expulsão dos mouros da região. 
O feudo, que se denominava Condado Portucalense, conseguiu formar um reino, com a dinastia de Borgonha e com o reconhecimento da Igreja, em 1139. Com esse reino independente, a luta pela chamada reconquista contra os árabes continuou e o território foi progressivamente sendo conquistado. O reinado de Dom Diniz (1279-1325) foi marcante para a formação da nação portuguesa, pois esse monarca unificou a língua em todo o território e o Português passou a ser utilizado nos documentos públicos, que antes eram redigidos em Latim.
Em Portugal, no século XV, começa-se a sentir profundamente a necessidade de uma legislação que harmonize e sistematize as diversas leis já existentes no Reino. É preciso determinar o domínio exato do direito canônico e do direito romano e, ao mesmo tempo, definir suas relações com o direito nacional.
Direito canônico - Definindo de uma forma muito simplista, o Direito Canônico é o Direito da Igreja, a gama de normas que regem, ampara, determinam direitos, deveres, ritos, formas, normas a serem seguidas para que a Igreja cresça organizadamente e cumpra a sua finalidade nesta terra que é a salvação de todas as almas.
Direito Romano - conjunto de princípios, preceitos e regras que formaram as relações jurídicas do povo romano nas diferentes épocas de sua história.
Ordenações: significa ordens, decisões, ou normas jurídicas avulsas ou as coletâneas que dos mesmos preceitos se elaboraram, ao longo da história do direito português. No reinado de D. João I (1385-1433), diante das queixas formuladas na Corte em relação ao estado de confusão das leis, o corregedor João Mendes foi encarregado de proceder à desejada reforma. Se na Corte existia a incerteza em relação ao direito em vigor, a falta de precisão era ainda maior no interior do país. Não estando esta tarefa terminada por ocasião da morte do rei D. João I, Dom Duarte “O Eloquente”, que reinou de (1433 a 1438), decidiu prosseguir a obra iniciada por seu predecessor. A brevidade do reinado de D. Duarte não lhe permitiu acabar esse "difícil trabalho”. Então, o recém nomeado príncipe regente, D Pedro, deu continuidade a reforma jurídica. A nova legislação foi confiada ao doutor Rui Fernandes, famoso magistrado do Conselho Real. Rui Fernandes concluiu a obra em julho de 1446.  Esse corpo legislativo é conhecido sob o nome de Ordenações Afonsinas, em homenagem ao rei Afonso V que, em 1446, havia alcançado sua maioridade.
Ordenações Afonsinas
Foi elaborada sob os reinados de D. João I, D. Duarte e Afonso V. Como o trabalho foi finalizado no reinado de Afonso V, recebeu o nome de Ordenações Afonsinas. São uma coletânea de leis promulgadas, como primeira compilação oficial do século XV, considerado também o primeiro código da Europa. Compunham-se de cinco livros, compreendendo organização judiciária, competências, relações da Igreja com o Estado, processo civil e comercial.
As Ordenações Afonsinas realizaram, de certa maneira, a sistematização que os tribunais portugueses desejavam, mas o modo de assegurar seu efetivo conhecimento em todo o país necessitava ainda ser compreendido. Embora com cinco livros, as Ordenações estavam longe de constituir um sistema completo; no direito privado há institutos que são esquecidos e outros excepcionalmente lembrados. Estas Ordenações não apresentam uma estrutura orgânica comparada à dos códigos modernos. No entanto, não ficaram em desvantagem comparadas com os outros códigos vigentes na época em outros países.
Essas ordenações ocupavam uma posição destacada na história do direito português: representaram o final da evolução legislativa que vinha desde D. Afonso III, e forneceram as bases das coletâneas seguintes.
As Ordenações Afonsinas constituem, assim, uma importante fonte para o conhecimento do direito anterior à sua publicação. Nem sempre os textos foram reproduzidos de uma forma exata e frequentemente os compiladores atribuíram a um monarca leis elaboradas por outro.
Ordenações Manuelinas
Durante o reinado de D. Manuel (1495-1521) novamente, o problema da divulgação das Ordenações no Reino foi mais uma vez levantado. A solução se acelerou com a invenção da imprensa que, provavelmente, fez sua aparição em Portugal em 1487.
Mais de 50 anos se passaram depois da compilação das Ordenações Afonsinas. Muitas e novas leis foram decretadas nesse espaço de tempo, o que levou o rei Dom Manuel a pedir uma revisão dos textos legislativos. No prólogo do novo código, o monarca justifica a compilação fazendo observar "a confusão e repugnância de algumas leis, classificando-as de extravagantes, gerando muitas dúvidas e debates". Para remediar esses inconvenientes, Dom Manuel ordenou "reformar estas ordenações e fazer uma nova compilação, tirando tudo que era supérfluo, suprimindo os defeitos”.
Ele encarregou Rui Boto, o chanceler-mor do Reino, de efetuar este estudo. Em dezembro de 1512, saiu o Livro I do novo corpo legislativo. Em 1513, apareceu o Livro II e, mais tarde, entre março e dezembro de 1514, foi feita uma edição completa dos cinco livros que, em conjunto, foram chamados de Ordenações Manuelinas.
Somente em 1521 tal ordenação foi promulgada, assim, substituindo Ordenações Afonsinas. Essa ordenação compunha de 113 títulos e a inclusão de todas as leis extravagantes publicadas e não codificadas desde as ordenações passada. 
Em 15 de março de 1521, o rei ordenou a proibição da circulação da antiga ordenação. Todo juiz que utilizasse a antiga legislação seria condenado a uma multa de 100 cruzados.  Além disso, aquele que desobedecesse este decreto tornava-se um criminoso público, merecendo pelo menos um "degredo de dois anos no além-mar". A carta real impunha ainda a todos os ConselhosMunicipais a aquisição de uma cópia das novas ordenações.
Apesar da enorme quantidade de leis compiladas nas Ordenações Manuelinas, uns grandes números de novos decretos foram editados e publicados após sua impressão. Em geral, conhecemos somente uma pequena parte da impressionante quantidade de regulamentos que, ao longo dos dias, multiplicaram-se infinitamente. Os juízes consultavam, portanto, além das Ordenações Manuelinas, todas estas leis Extravagantes que completavam a compilação de D. Manuel.
Leis Extravagantes: são as leis que tratam de matérias que foram objeto de compilação ou de codificação oficial, mas que não haviam sido incorporadas ao texto das Ordenações. Ainda que elas não fossem introduzidas nos textos das ordenações principais, estas leis eram consideradas como uma compilação oficial, tendo legítimo valor de fonte de direito.
Ao final do século XVI, o número elevado de leis que existia fora das Ordenações Manuelinas e da compilação das leis extravagantes de Duarte Nunes do Leão começava, novamente, a dificultar o trabalho dos juristas.
Ordenações Filipinas
Por decisão do rei Felipe I, uma nova compilação foi ordenada e, em 1595, precisamente aos 5 de junho, foi aprovada. O novo código, batizado de Ordenações Filipinas, não chegou, a princípio, a ser imposto, por não ser suficientemente completo para substituir as Manuelinas. Somente mais tarde, por novo decreto real de 11 de janeiro de 1603, elas entraram em vigor. Mais que uma jurisdição liberal, sua maior preocupação é de reunir num só texto as Ordenações Manuelinas, a compilação de Duarte Nunes do Leão e as novas leis que foram ordenadas depois das Extravagantes.
Mesmo proclamada a independência política do Brasil em 7 de setembro de 1822, por Dom Pedro I, o Código Filipino continuou em vigor, devido a uma Assembléia Constituinte, onde pelo art. 1º do decreto de 20 de outubro de 1823, foi revigorada a vigência das leis portuguesas, especialmente para o Livro Quinto das Ordenações Filipinas, "enquanto não se organizassem novos códigos ou não fossem revogados aqueles atos legislativos" em tudo que não contrariasse a soberania nacional e o regime brasileiro. Assim, o país herdava de Portugal as normas contidas nas ordenações.
As Ordenações Filipinas regeram todo o reino português, inclusive no Brasil Colônia até 1830, com o advento do Código Criminal e posteriormente em 1832 com o Código de Processo Criminal do Império, sendo, portanto, o nosso primeiro Código Penal e Processual Penal e também o ordenamento jurídico criminal que mais tempo vigorou no Brasil, mais de dois séculos.
Trata-se de um reagrupamento das ordenações portuguesas precedentes e não de uma legislação castelhana como se poderia supor, dada à nacionalidade do novo rei e a situação política de Portugal.
O próprio Felipe II foi atento para não ferir as susceptibilidades dos novos súditos. Ele não quis tocar nem na estrutura nem no conteúdo das ordenações: provavelmente, uma política que o rei utilizou para mostrar seu respeito pelas instituições portuguesas.
Mesmo com a revolução de 1640, que pôs fim à dominação de Castela sobre Portugal, a validade das Ordenações Filipinas continuou por muito tempo e João IV (Duque Bragança), que sucedeu a Felipe IV da Espanha, confirmou, de maneira geral, todas as leis que haviam sido promulgadas sob a dominação de Castela. Em 29 de janeiro de 1643, João IV prescreveu “confirmar, promulgar e ordenar que dos ditos cinco livros das Ordenações sejam postos em prática e que se lhes obedeça, como se tivessem sido por mim mesmo feitos, ordenados, promulgados e estabelecidos”.
Início Da Justiça No Brasil Colônia
Em 1530 chega ao Brasil à primeira expedição colonizadora, chefiada por Martim Afonso de Sousa. Foram-lhe concedidos plenos poderes, tanto judiciais quanto policiais; assim como aos donatários das capitanias hereditárias, que também gozavam dos mesmos poderes. 
Devido a abusos nas funções judiciais que alguns cometiam, houve uma estruturação do judiciário (que se iniciou em 1549, com a instalação do Governo-Geral, por Tomé de Sousa).
Junto com o Governador-Geral veio o Desembargador Pero Borges, que desempenhou a função de administrador da Justiça, no cargo de Ouvidor-Geral.
Cada capitania tinha um Ouvidor da Comarca (jurisdição dos Juízes de Direito), que solucionava as pendengas jurídicas nas vilas. Caso alguém se sentisse prejudicado com alguma decisão do Ouvidor da Comarca, poderia recorrer ao Ouvidor-Geral, que ficava na Bahia.
Devido à complexidade e especificidades das funções judiciais da época (as funções judiciais confundiam-se com as funções administrativas e também com as funções policiais) havia outros responsáveis pela efetivação das atividades jurisdicionais nas comarcas: chanceleres, contadores e vereadores, que formavam os Conselhos ou Câmaras Municipais.
Na Bahia surgiram os Juízes do Povo, que eram eleitos pela população.
Também houve os almotacés, que tinham jurisdição restrita (assim como os Juízes do Povo). Os almotacés julgavam as causas relacionadas a obras e construções; e de suas decisões cabiam recursos para os ouvidores da comarca.
Com o tempo o Corregedor passou a ter mais poderes sobre os ouvidores e juízes, tornando-se a autoridade judiciária superior nas Comarcas.
Estrutura Do Judiciário No Brasil Colônia
Com a chegada da corte real ao Brasil, vieram, também, os juízes, que eram chamados de ouvidores do cível e ouvidores do crime (o nome variava conforme a especialidade que julgavam). Estes juízes formaram o que se denominou Casa da Justiça da Corte. 
Além das Ordenações, as fontes normativas utilizadas pelo judiciário da época eram:
“Lex Romana Wisigothorum – direito comum dos povos germânicos; 
Privilégios – direitos assegurados aos nobres pelos reis; 
Forais – leis particulares locais, asseguradas pelos reis.”
“Com a expansão do reino pela reconquista do território da península ibérica aos mouros, e a uniformização das normas legais, consolidadas nas Ordenações do Reino (Afonsinas de 1480, Manuelinas de 1520 e Filipinas de 1603), foram surgindo outras figuras para exercerem a função judicante e aplicarem as diversas formas normativas:
Juízes da Terra (ou juízes ordinários) – eleitos pela comunidade, não sendo letrados, que apreciavam as causas em que se aplicavam os forais, isto é, o direito local, e cuja jurisdição era simbolizada pelo bastão vermelho que empunhavam (dois por cidade).
Juízes de Fora (figura criada em 1352) – nomeados pelo rei dentre bacharéis letrados, com a finalidade de ser o suporte do rei nas localidades, garantindo a aplicação das ordenações gerais do Reino.
Juízes de Órfãos – com a função de serem guardiões dos órfãos e das heranças, solucionando as questões sucessórias a eles ligadas.
Provedores – colocados acima dos juízes de órfãos, para o cuidado geral dos órfãos, instituições de caridade (hospitais e irmandades) e legitimação de testamentos (feitos, naquela época, verbalmente, o que gerava muitos problemas). 
Corregedores – nomeados pelo rei, com função primordialmente investigatória e recursal, inspecionando, em visitas às cidades e vilas que integravam sua comarca, como se dava a administração da Justiça, julgando as causas em que os próprios juízes estivessem implicados.
Desembargadores - magistrados de 2ª instância, que apreciavam as apelações e os recursos de suplicação (para obter a clemência real). Recebiam tal nome porque despachavam ("desembargavam") diretamente com o rei as petições formuladas pelos particulares em questões de graça e de justiça, preparando e executando as decisões régias. Aos poucos, os reis foram lhes conferindo autoridade para tomar, em seu nome, as decisões sobre tais matérias, passando a constituir o Desembargo do Paço.”
A Casa da Justiça da Corte passou, então, a se chamar Casa da Suplicação, mudando também sua função, constituindo-se um tribunal de apelação. 
A Casa da Suplicação era formada por duas mesas, uma civil (do Cível) e uma criminal (do Crime), também conhecida como “casinha” eformalmente chamada de Desembargo do Paço (julgava as apelações criminais onde a pena imputada fosse a pena de morte, podendo ser agraciada, ou não, com a concessão da clemência real.
Em 1521 o Desembargo do Paço transformou-se em corte independente e especial. 
Em 1532 foi criada a Mesa de Consciência e Ordens para resolver os casos jurídicos e administrativos que contavam com foro privilegiado, que eram os que se referiam às ordens militar-religiosas: Ordem de Cristo, Ordem de Avis e Ordem de Santiago.
Com o tempo a Mesa de Consciência e Ordens excedeu suas funções e passou a julgar as causas eclesiásticas que envolviam os clérigos do reino.       
Com a instituição dos Tribunais de Relação como cortes de 2ª instância, a Casa da Suplicação passou a ser a Corte Suprema para Portugal e as Colônias. “Assim, a Casa da Suplicação passou a ser o intérprete máximo do direito português, constituindo suas decisões assentos que deveriam ser acolhidos pelas instâncias inferiores como jurisprudência vinculante.”
O Corregedor ou o Provedor é quem decidia o que podia ser considerado como instância última (a indicação das instâncias recursais variava pelo valor da causa) e, conforme o valor, a apelação poderia ser direta para o Tribunal de Relação.
Primeiros Tribunais No Brasil Colônia
Em 1587, Filipe II criou um Tribunal de Relação no Brasil: o Tribunal de Relação da Bahia. Com a criação desse órgão colegiado, houve um declínio nos poderes dos ouvidores.
Sob pressão dos Governadores-Gerais (que controlavam os ouvidores), o tribunal de Relação da Bahia foi extinto em 1626, voltando a ser reinstalado em 1652, desta vez como Corte Superior Brasileira.
Em 1734 foi criado o Tribunal de Relação do Rio de Janeiro (para desafogar o   excesso de processos que comprometiam o bom funcionamento do Tribunal de Relação da Bahia).
O Tribunal de Relação do Rio de Janeiro era formado por 10 Desembargadores (divididos em 4 Câmaras de 2 ou 3 juízes).
Uma missa era celebrada antes das sessões “para que as decisões a serem tomadas fossem presididas pelo ideal de Justiça.”
Em 1758 foi criado a Junta de Justiça do Pará, que era um órgão recursal colegiado de nível inferior aos Tribunais de Relações. Era presidida pelo Governador da província e formada por 1 ouvidor, 1 intendente, 1 Juiz de Fora e 3 vereadores. Adotavam uma forma processual sumária.
A partir de 1765 foram criadas outras juntas semelhantes, abrangendo localidades distantes. “Assim (…) foi se estruturando a Justiça no Brasil, através da criação de Cortes de Justiça responsáveis pela revisão das sentenças dos magistrados singulares de 1º grau.”
“A partir do século XVII começam a funcionar tribunais e juizados especializados: Juntas Militares e Conselhos de Guerra (para julgar os crimes militares e crimes conexos); Juntas da Fazenda (para apreciar as questões alfandegárias, tributárias e fiscais); Juntas do Comércio (para apreciar as questões econômicas, envolvendo também a agricultura, navegação, indústria e comércio).”
Já no fim do período colonial, o Brasil possuía seus tribunais e magistrados próprios, porém as instâncias recursais superiores encontravam-se em Portugal. 
A estrutura da Justiça brasileira, no fim do período colonial era a seguinte:
1ª Instância
Juiz de Vintena (Juiz de paz para os lugares com mais de 20 famílias, decidindo verbalmente pequenas causas cíveis, sem direito a apelação ou agravo (nomeado por um ano pela Câmara Municipal).
Juiz Ordinário(eleito na localidade, para as causas comuns);
Juiz de fora (substituía o ouvidor da comarca).
2ª Instância
Relação da Bahia (de 1609 a 1758, teve 168 Desembargadores);
Relação do Rio de Janeiro.
3ª Instância
Casa da Suplicação;
Desembargo do Paço;
Mesa da Consciência e Ordens.
Com a vinda da família real ao Brasil em 1808, a Relação do Rio de Janeiro foi transformada em Casa da Suplicação para todo o Reino, com 23 desembargadores (Alvará de 10 de maio de 1808), criando-se, então, as Relações do Maranhão, em 1812, e de Pernambuco, em 1821.
Como órgãos superiores das jurisdições especializadas, foram instituídos nessa época:
Conselho Supremo Militar( Alvará de 1 de abril de 1808);
Mesa do Desembargo do Paço e da Consciência e Ordens (Alvará de 22 de abril de 1808);
Juiz Conservador da Nação Britânica (Decreto de 4 de maio de 1808), como garantia de foro privilegiado para os súditos ingleses, sendo exercido por um juiz brasileiro, mas eleito pelos ingleses residentes no Brasil e aprovado pelo embaixador britânico (foi mantido após a independência brasileira, como parte do tratado de reconhecimento da independência pela Inglaterra, sendo extinto pela Lei de 7 de dezembro de 1831);
Intendente Geral de Polícia (Alvará de 10 de maio de 1808), com jurisdição sobre os juízes criminais, que recorriam para ele, podendo prender e soltar presos para investigação;
Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas, Navegação do Estado eDomínios Ultramarinos(Decreto de 23 de agosto de 1808).
Império, a Independência e o Fim Da Monarquia: 1808 A 1889
Esse período contido entre a chegada da Família Real ao Brasil e a Queda do Império é de rica efervescência no mundo do Direito e da Justiça, seja pela transferência de órgãos estatais portugueses, seja pela necessidade de criação de órgãos, após a partida de D. João VI e com a Independência.
O Alvará de 10 de maio de 1808, que “regula a Casa de Suplicação e dá a bem da administração da Justiça” no Brasil é um dos inúmeros atos do Rei, editados logo após achegada ao Brasil com sua Corte, após fuga das perseguições de Napoleão. Evita-se com isso a necessária remessa a Portugal dos recursos interpostos contra as decisões proferidas no Brasil, uma vez que a comunicação entre as duas partes do Reino estava interrompida.
Esse Alvará previa na sua composição que:
“A Casa de Suplicação do Brasil se comporá além do Regedor que eu
houver por bem nomear, do Chanceler da Casa, oito Desembargadores
dos agravos, de um Corregedor de Crime da Corte e Casa, de um Juiz
dos Feitos da Coroa e Fazenda, de um Procurador dos Feitos da Coroa e
Fazenda, de um Corregedor do Civil da Corte, de um Juiz da Chancelaria,
de um Ouvidor do Crime, de um Promotor de Justiça e demais seis extravagantes.”
D. João VI parte e aqui fica seu filho, D. Pedro I, que declara a Independência do Brasil do reino de Portugal em 1822, depois de pressões brasileiras pela permanência do Príncipe no país. A partir desse momento se inicia a fase de fortalecimento das instituições jurídicas do país e as tentativas de formação de uma cultura nacional.
A Constituição do Império definiu a estrutura do Poder Judicial independente, deixando aos códigos a definição estrutural e as competências, podendo o Imperador suspender os juízes, ouvido o Conselho de Estado (art. 154). Definiu-se a existência expressa do duplo grau de jurisdição, pelas Relações das Províncias (art. 158), apublicidade (art. 159), a arbitragem (art. 160). Prevê-se a criação do Supremo Tribunal de Justiça, instalado em 1828, competente para o exame do recurso de revista e conflitos entre as Relações Provinciais, entre outras atribuições. São extintos no Brasil o Desembargo do Paço a Mesa de Consciência e Ordens e destituídas do poder judicante das Câmaras Municipais, como o início de uma verdadeira e nascente separação de poderes.
Definiu a atuação do Procurador dos Feitos da Coroa, e Soberania Nacional, ao tratar do Senado do Império, quando a autoridade fosse processada nessa casa legislativa,com papel de defesa do Império e, também como acusador nos juízos da Câmara de Deputados (art. 48).
Criação dos Cursos Jurídicos em Olinda e São Paulo (1827) anuncia o ponto inicial da independência cultural no plano jurídico da nação, permitindo a formação de bacharelismo Brasil e a formação de uma elite de estudiosos no Brasil.
No âmbito legislativo se iniciam as missões de criação de Códigos e de outras normas gerais, inaugurada pelo Código Criminal (1830), Código de Processo Criminal(1832), e Código Comercial(1850). No plano civil mantém-se vigentes as Ordenações e no processual civil, edita-se o Regulamento 737 (1850)31 e a Lei de Terras (1850), que definem a forma de apossamento das terras públicas.
A criação do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), em 1843, pelo esforço do Conselheiro Aragão, ministro do Supremo Tribunal de Justiça, e de outros bacharéis como Francisco Gê Acaba Montezuma (1º Presidente), Teixeira de Freitas e Agostinho Perdigão Malheiros, associados a 23 outros integrantes, deram início que viria a ser, quase um século depois, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O IAB, formado por expoentes da advocacia na Corte, registrado no Ministério dos Negócios da Justiça, contribuía para a consolidação do nascente império independente e para a afirmação de D.Pedro II, como jovem monarca. 
A legislação civil, diante da ausência de um Código, foi consolidada por obra de Teixeira de Freitas (1857), encarregado posteriormente de apresentar o projeto do código,tarefa que cumpriu entre 1860-1865, com a divulgação do Esboço. A doutrina nacional inaugura-se em Direito Penal, com Pimenta Bueno e seu Apontamentos sobre o Processo Criminal pelo Jury; Direito Processual, com Paula Batista e seu Compêndio de Theria e Prática de Processo Civil. Paralelamente à consolidação de uma doutrina brasileira privada, se iniciam as publicações de Direito Público e Constitucional, também com Pimenta Bueno, na obra Direito Público e Analyse da Constituição do Império (1857).
A Abolição da Escravatura, em maio de 1888, prenuncia o irreversível enfraquecimento da Monarquia e a ascensão das idéias republicanas. A abolição final é o resultado de um longo período de abrandamento das leis escravistas e de uma campanha social intensa que opuseram liberais e conservadores.
A crise política se resolve com a Proclamação da República e queda do Império àqual se segue profundas mudanças na estrutura legal e judicial do país.
Conclusão
Neste trabalho foi abordado o assunto da história do direito no Brasil, de como ele foi aplicado no país e sua trajetória ao longo dos séculos, suas bases e princípios.
Cumprimos com todos os objetivos que foram propostos neste trabalho, uma vez que, é essencial que tenhamos conhecimento da história do Brasil, no entanto, principalmente da historia do direito brasileiro, de sua origem.
E este trabalho foi muito importante para nós, pois aprofundou o nosso conhecimento no tema, uma vez que, permitiu-nos aperfeiçoar competências relacionadas ao direito no que se refere à parte histórica.
Referências Bibliográficas
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7088;
https://www.recantodasletras.com.br/textosjuridicos/2975921;
http://www.brasil.gov.br/governo/2009/11/imperio;
CARÚS GUEDES, Jefferson. Brevíssimas Notas Sobre A História Do Direito E Da Justiça No Brasil, Item 5, pag. 8.

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