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Artigo oleos lubrificantes

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Reciclagem e Reuso de Óleos Lubrificantes 
Cristiane Pohl Dellatorre
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curso de Tecnologia em Processos Ambientais
Resumo – Com os mais variados impactos ambientais gerados pelo destino incorreto de óleos lubrificantes, o presente trabalho realizou estudo sobre a reciclagem desse resíduo classificado como perigoso. A descrição do processo de rerefino, mais utilizado para reciclagem de óleos lubrificantes, assim como outras formas de reuso são apresentadas a seguir.
Palavras-chave: Óleos Lubrificantes, Rerefino, Reutilização, Destinação.
1.INTRODUÇÃO
	
Com a expressiva preocupação ambiental a partir da década de 1950, leis ambientais e tecnologias de reciclagem e reaproveitamento de resíduos foram desenvolvidas com o objetivo de diminuir os impactos ambientais gerados pelo consumo desequilibrado que vem predominando no mundo inteiro. No entanto, o mundo atual necessita de uma conscientização maior sobre o consumo desequilibrado e a produção dos resíduos, uma vez que essa se constitui em um problema mundial, sendo que uma grande parcela dos resíduos gerados nas indústrias, residências, oficinas e demais locais, têm destino final inadequado. Nesse cenário de consumo desequilibrado que surgem os automóveis, o sonho de consumo desde 1910. Desde que foi inventado na Europa no final do século XIX, o automóvel conquistou o mundo, invadiu as cidades e se transformou num protagonista da vida cotidiana.
A América do Sul é a região do planeta com maior crescimento na produção de veículos automotores. O Brasil possui mais de 70 milhões de veículos automotores. Sendo que 
aproximadamente 57% constituído por automóveis e poucos mais de 22 % por motocicletas, e os 
demais 21 % constituídos por motonetas, camionetas, ônibus, etc. Em 2002, a frota nacional era de 
pouco mais de 36 milhões (Ministério das Cidades, 2012), o que correspondeu a uma taxa de 
crescimento de aproximadamente 94% ou uma média de 7,8% ao ano.
Com a enorme frota de veículos rodando no Brasil e no mundo, é grande a quantidade de óleo lubrificante automotivo usado. Praticamente todo equipamento que trabalha com peças ou componentes em movimento utiliza um fluido lubrificante para evitar o desgaste de suas partes móveis, na maioria das vezes um óleo de origem mineral formulado a partir do petróleo. Tais óleos lubrificantes, essenciais para o desenvolvimento das atividades humanas, em função do uso normal ou circunstâncias acidentais acabam se degradando a ponto de não mais se prestarem às suas finalidades, originando um resíduo perigoso rico em metais pesados, ácidos orgânicos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA's) e dioxinas. Sendo assim o descarte de óleos usados pode gerar inúmeros impactos ambientais devido a destinação incorreta do resíduo, como 
poluição nos mares; contaminação do lençol freático e lançamento na atmosfera compostos de clorados e sulfurados, monóxido de carbono, dioxinas, metais pesados (chumbo, cromo, cádmio, zinco) pela queima de óleo usado sem um pré-tratamento.
Com a grande utilização dos óleos lubrificantes no setor automobilístico e nas industrias e pelo seu vasto potencial poluidor ,este trabalho visa apresentar as formas de tratamento para reciclagem e reuso dos óleos lubrificantes classificados como resíduos perigosos.
2.METODOLOGIA
 O presente trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisas bibliográficas, que utilizam fundamentalmente, contribuições de diversos autores sobre determinado assunto. Neste caso com base no estudo de artigos publicados sobre reciclagem e outras soluções para o reuso de óleos lubrificantes. 
3.RESULTADOS 
3.1 Re-refino:
 O rerrefino é  uma categoria de processos industriais de remoção de contaminantes, produtos de degradação e aditivos dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, conferindo aos mesmos características de óleos básicos.
Segundo a Resolução CONAMA n° 362/2005 : A categoria de processos tecnológico-industriais chamada genericamente de rerrefino, corresponde ao método ambientalmente mais seguro para a reciclagem do óleo lubrificante usado ou contaminado, e, portanto, a melhor alternativa de gestão ambiental deste tipo de resíduo;
Art. 3 o Todo o óleo lubrificante usado ou contaminado coletado deverá ser destinado à reciclagem por meio do processo de rerrefino. 
A partir da publicação da resolução Conama o rerefino é o processo mais utilizado para reciclagem de óleos lubrificantes. Se coletado e rerrefinado, o óleo usado pode gerar até 70% de óleo básico de alta qualidade, pronto para reiniciar o ciclo que pode se repetir indefinidamente.
O processo de rerefino é constituído pelas fases de desidratação, destilação Flash, desasfaltamento, tratamento químico, clarificação e filtração. Mas antes dessas etapas um dos principais passos para que o rerefino seja um processo eficiente é necessário uma coleta e armazenamentos corretos.
O coletor é uma pessoa jurídica licenciada pelo órgão ambiental e autorizada pela ANP para exercer atividade de coleta, em diversos pontos de geração (postos, oficinas, empresas transportadoras, garagens, aeroportos, e outros) e entregar o resíduo a empresa de rerrefino. 
A armazenagem desse produto deve ser feita em tanques ou containeres específicos, 
contendo ao seu redor diques de contenção que tenha 30% da capacidade superior a do recipiente do óleo para contenção em caso de acidente. A coleta deve ser realizada por caminhões específicos, que possuam sobre o tanque uma bomba de sucção para fazer a retirada do resíduo dos tambores que são utilizados nos pontos geradores, e equipamentos de identificação e sinalização . 
Ao chegar na empresa de rerefino, o óleo lubrificante começa seu processo de reciclagem na etapa de desidratação. O óleo usado passa por um peneiramento e por uma filtração para a retenção de partículas grosseiras. A desidratação é iniciada com um pré-aquecimento do óleo até 80°C antes de ser enviado aos desidratadores. Nos desidratadores a temperatura é elevada a 180ºC para que a água e outras substâncias mais voláteis vaporizem. A água e os solventes evaporados são retirados pela parte superior do vaso para serem a seguir condensados e separados em um separador de fases. Os solventes são aproveitados como combustível para os fornos e a água é enviada para tratamento numa estação de tratamento de efluentes (ETE)
Uma vez desidratado, o óleo é bombeado para um forno onde é aquecido até uma temperatura de 280°C. A partir daí, o óleo entra no sistema de vasos de flasheamento sob alto vácuo (28 mBAR). Aqui são separadas as frações leves do óleo usado: óleo neutro leve, óleo spindle e óleo diesel. O óleo neutro leve entra na formulação de óleo com média viscosidade. O óleo spindle é usado em formulações diversas. O óleo diesel é empregado como combustível. Estas frações 
precisam de um acabamento antes do seu uso.
O óleo destilado é bombeado para outro forno para o desasfaltamento, onde é aquecido a uma temperatura de 380 C°, e enviado para os evaporadores de película. Nesta etapa é separada a borra neutra do óleo. A borra neutra é composta pela maior parte degradada do óleo lubrificante usado. Na sua composição encontramos principalmente polímeros, metais, resinas, aditivos, e compostos de carbono. A borra neutra é empregada na fabricação de mantas e produtos asfálticos em geral.
O óleo proveniente do desasfaltamento ainda possui alguma quantidade de componentes oxidados. Para extrair estes componentes aplica-se pequena quantidade de ácido sulfúrico, que promove a aglomeração dos contaminantes que decantam, gerando a borra ácida. A borra ácida é um resíduo altamente poluente se lançado ao ambiente e por isso é necessário dar-lhe um tratamento adequado. Assim é lavada com água, neutralizada e desidratada transformando-se em combustível. A água ácida gerada na lavagem desta borra ácida é neutralizada com a lama e cal virgem, transformando-se em gesso para corretivo de solo. A águaneutralizada é enviada para tratamento. 
Após a sulfonação, o óleo é bombeado para os reatores de clarificação, onde é adicionada argila descorante. A mistura óleo/argila é aquecida para promover a absorção de compostos indesejáveis. No final, é adicionada a cal para corrigir a acidez do óleo. A mistura óleo/argila/cal passa por filtros prensa para separar a fração sólida. A argila com cal impregnada com óleo é empregada em indústrias cerâmicas e cimenteiras. O óleo ainda passa por filtros de malha mais fina para eliminar os particulados remanescentes. No final, é obtido o óleo básico mineral re-refinado com as mesmas características de óleo básico virgem. Após estas etapas, o óleo é armazenado em tanques. Para atender às especificações de viscosidade, cor, ponto de fulgor, etc., cada lote é analisado e corrigido pelo laboratório.
 
 Figura 1 : Fluxograma do Processo de Rerefino
3.2 Reuso de Óleos em Processos Industriais
É um processo de reaproveitamento sem a retirada dos aditivos. São removidos os contaminantes originários da degradação termo-oxidaditiva em baixas proporções, através de processos físicos. Para as empresas que utilizam grande quantidade de óleos lubrificantes, a recuperação de determinados tipos de óleos para reutilização no mesmo ou outros fins constituem-se uma grande forma de economia. Através dos métodos de decantação, centrifugação e filtração, consegue-se recuperar ou aumentar a vida útil dos lubrificantes industriais. A reutilização de óleos lubrificantes é eficiente para aplicações menos exigentes e não pode sofrer qualquer forma de comercialização.
Este processo é aplicado a óleos hidráulicos, de turbina, compressores e isolantes elétricos. Não é adequado aos óleos de uso automotivo. As seguintes etapas são realizadas neste processo: 
Sedimentação: ocorre a decantação das impurezas com densidade maiores. 
Filtração: feita pela passagem por camada filtrante de argila ativada. 
Centrifugação: separação das impurezas dos líquidos pelo processo mecânico. 
Destilação a vácuo: reduz o teor de água dissolvida, gases e ácidos voláteis. 
Readitivação: recuperação das características originais do óleo lubrificante.
Entretanto, sempre haverá uma parte que não poderá ser reaproveitada e que precisará ser descartada. Através das orientações do CNP - Conselho Nacional do Petróleo, a empresa é obrigada a captar todas as sobras e envasá-las convenientemente em tanques ou embalagens limpas, para posterior revenda às empresas especializadas em recuperação e re-refinação de óleos lubrificantes.
4.CONCLUSÃO
O reaproveitamento de óleos lubrificantes é um processo eficiente, os ganhos ao meio ambiente são evidentes, tanto por evitar a sua contaminação, como reduzir o consumo do petróleo para sua fabricação. 
As técnicas de reciclagem como rerefino são viáveis, e embora possam ter alguns impactos ambientais, pouco relevantes se comparados ao prejuízo do descarte dos lubrificantes usados diretamente na natureza. A reutilização garante a menor utilização de óleos dentro das industrias de forma segura.
Apesar das atuais legislações e da obrigatoriedade do tratamento do óleo lubrificante 
usado, este poderia ser realizado em escalas ainda maiores com políticas de incentivos e fiscalização melhores.
5.REFERÊNCIAS
THIAGO A. S; KATIA M. O.:Descarte de Óleos Lubrificantes e suas Embalagens: Estudo de Caso dos Postos de Gasolina e Oficinas da Cidade de Ituiutaba, MG. OBSERVATORIUM: Revista Eletrônica de Geografia, v.3, n.7, p. 101-114, out. 2011.
Óleos Lubrificantes Minerais : Uma Análise das Potencialidades da Reutilização
(Gustavo Morini Ferreira Gândara – Dissertação de Mestrado, 2000 - UNIMEP).
JULIANO M. M.; FRANCISCO F. D.; PEDRO L. R. M.: Re-refino no Brasil: A reciclagem de óleos usados No. 17. pag. 75-96, 1996
JOSÉ A. M. T.; JADIR V. S. J.; VIRGÍNIA T. V. T.; Gestão Ambiental de Resíduos de Óleos Lubrificantes: O Processo de Rerrefino. 2010
GISELE T. C.; NATHIELLE A. S.; TAMARA M. R.; FERNANDA M. S.; RAIMUNDO M. R. N.: Descarte de Óleos Lubrificantes e suas Embalagens nas Oficinas Mecânicas de Laranjal do Jari, Amapá. VII CONNEPI – 2012
Fiscalização da Coleta do Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado: Estudo de Caso da “Operação Óleos Queimado ” em Sarandi-PR
(FÁBIO JOSÉ RIBEIRO – Especialização, 2009 – UEM)
Evolução da Frota de Automóveis e Motos no Brasil Observatório das Metrópoles 
(Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Relatório, 2013)
 
 
 
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