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Temática Direito Constitucional Seção 3

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE CEARÁ.
Mandado de Segurança n° ____________ 
MAGNÓLIA ,já qualificado nos autos do mandado de segurança em epígrafe, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado, com base nos artigos 1.027 e seguintes do novo Código de Processo Civil, artigo 102 inciso II alínea “a” e artigo 105 inciso II alínea “b” da Constituição Federal, interpor
RECURSO ORDINÁRIO
Contra a decisão que denegou a ordem no mandado de segurança impetrado contra a Secretaria de Saúde do Estado, também já qualificado, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor. 
Pugna-se pelo recebimento do presente recurso ordinário e, após a tramitação de praxe, o seu encaminhamento para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a fim de que seja reformada a decisão que negou a segurança do presente mandamus.
Termos em que pede deferimento.
Fortaleza, ...... de ......................... de .........
....................................................
OAB/.... ............
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA TURMA
EMINENTES MINISTROS
O acórdão recorrido julgou como improcedentes os pedidos formulados pelo Recorrente. Todavia, a decisão merece ser reformada, pelas razões expostas neste recurso. 
DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso deve ser tido como tempestivo vez que a Defensoria Pública tomou conhecimento da referida decisão em 20/12/2017 através de intimação pessoal.
 À luz do que preceitua o art. 219 do Novo Código de Processo Civil, o presente recurso fora aviado tempestivamente. 
FATOS
Magnólia, portadora de Lúpus tem se socorrido da assistência jurídica da Defensoria Pública do Estado do Ceará para garantir a proteção ao seu direito Saúde. 
Impetrou mandado de segurança contra a Secretaria de Saúde do Estado que, na pessoa do Secretário de Saúde, negou o fornecimento do medicamento receitado para o seu tratamento de saúde, tendo seu direito pleiteado denegada em decisão colegiada proferida pela E. Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, a qual alegou no acórdão proferido que o Estado possui o poder discricionário de decidir sobre o fornecimento de medicamentos, de acordo com a sua conveniência e disponibilidade financeira, não podendo o Poder Judiciário obrigá-lo. 
A Defensoria Pública tomou conhecimento da referida decisão em 20/12/2017 através de intimação pessoal
FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Conforme relatado, o Recorrente possui direito líquido e certo ao recebimento gratuito do medicamento necessário a sua sobrevivência.
O presente recurso ordinário tem fundamento no artigo 1.027 do novo Código de Processo Civil, in verbis:
Art. 1.027.  Serão julgados em recurso ordinário:
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão;
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
A Constituição Federal também prevê, no seu artigo 105, o recurso ordinário em caso de decisão denegatória de segurança:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
II - julgar, em recurso ordinário: [...]
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
Como visto, a autoridade coatora ignorou o direito da Recorrente, em evidente ato munido de ilegalidade e vícios graves que ensejam a sua nulidade.
Em síntese, o juízo a quo entendeu pela ausência de direito líquido e certo da Recorrente pelo seguinte:
“Alega em síntese, que o Estado possui o poder discricionário de decidir sobre o fornecimento de medicamentos, de acordo com a sua conveniência e disponibilidade financeira, não podendo o Poder Judiciário obrigá-lo.”
No entanto, tal entendimento merece reforma. Isso porque O direito líquido e certo da Recorrente decorre do artigo 196 e do próprio art. 6º, “caput”, da Constituição Federal, que dispõem claramente sobre o dever do Estado, no que diz respeito aos serviços de saúde pública:
“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas leis nº 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e nº 8142/90, o SUS tem como finalidade alterar a situação de desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, especialmente ao hipossuficiente.
É incontestável a necessidade do medicamento e o tratamento adequado, conforme prescrição do médico da Impetrante, sendo o profissional habilitado para tanto.
Nesse sentido é a jurisprudência:
FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO - Legitimidade passiva das entidades estatais solidárias - Direito à vida e à saúde e correspondente dever concreto do Estado, cuja incúria não legitima omissão que afronte norma constitucional específica e os princípios do art. 37 da Constituição, em especial da legalidade e da moralidade - Paciente acometida osteoartrose necessitada de medicamentos, segundo prescrição médica - direito subjetivo comprovado nos autos. Recurso voluntário da Fazenda Estadual provido em parte, excluindo a fixação de verba honorária - Instituto da Confusão - Credor e Devedor que são as mesmas pessoas jurídicas de Direito Público - Recurso do Autor provido, reformando-se a sentença,com a condenação do Estado no fornecimento dos medicamentos efetivamente prescritos.
(TJ-SP 990101901170 SP, Relator: Leonel Costa, Data de Julgamento: 13/07/2010, 3ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 20/07/2010)
O direito à saúde é direito social fundamental, previsto no art. 6º, da Constituição Federal que integra o próprio direito à vida em seu art. 5º. Neste sentido, saúde e vida são direitos indissociáveis e indivisíveis, de modo que a ausência de um implica à não garantia do outro.
Portanto, é direito líquido e certo daquele que não tem recursos financeiros de obter junto aos órgãos públicos medicamentos e tratamentos para se garantir à existência digna, respeitando-se assim, o valor supremo da dignidade da pessoa humana.
Diante disso, conclui-se que o município tem responsabilidade no que tange ao fornecimento de medicamento para garantir o direito a saúde dos cidadãos, assim, espera-se que V. Exa. entenda dessa forma e defira os pedidos existentes na presente ação. 
Nesse sentido, a reforma da decisão recorrida é medida que se impõe.
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA
A antecipação de tutela de urgência se traduz na antecipação do provimento jurisdicional favorável quando evidenciados a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, podendo ser revertida em caso de improcedência do recurso.
Uma vez presentes os requisitos do artigo 300 e seguintes, bem como o artigo 932, todos do novo Código de Processo Civil, o relator do presente recurso ordinário pode e deve antecipar a tutela de urgência requerida, veja-se:
Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Art. 932.  Incumbe ao relator: [...]
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
De igual modo, há risco de morte na demora da prestação jurisdicional. Observa-se que a impetrante é detentora de Lúpus, e por essarazão necessita urgentemente de medicamentos específicos para tratamento de saúde. 
Nos termos do art. 7º, III da Lei n. 12.016/2009, os requisitos para a concessão de liminares que antecipam os efeitos de sentenças concessivas de Mandados de Segurança são singelamente dois: relevância dos motivos que se assenta o pedido na inicial e a possibilidade de ocorrência de lesão irreparável ao direito da Impetrante se vier ser reconhecido somente quando da decisão de mérito (fumus boni juris e periculum in mora).
Em sendo assim, presentes, pois, os requisitos autorizadores da concessão da medida, pelo que se pugna, a concessão dos efeitos da tutela de urgência, liminarmente e inaudita altera pars.
PEDIDOS
Em razão do exposto, requer-se seja conhecido e provido o presente recurso ordinário, reformando a decisão que denegou a segurança do mandamus impetrado e determinando à autoridade coatora que _______________. 
 
Termos em que pede deferimento.
Fortaleza, ...... de ......................... de .........
....................................................
OAB/.... ...........

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