Buscar

Resumo O capital

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

A mercadoria, objeto de investigação do capítulo primeiro, é cada bem útil, como ferro, papel etc. A utilidade desse bem faz dele um valor de uso, este é, portanto, o corpo da mercadoria, como ferro, trigo, diamante etc. O valor de uso pressupõe sempre sua determinação quantitativa, como dúzia de relógios ou tonelada de ferro, ele se realiza somente no uso ou no consumo e constitui-se como o portador material do valor de troca.
O valor de troca possui uma relação quantitativa, ou seja, a proporção na qual valores de uso de uma espécie são trocados por valores de uso de outra espécie, esta relação é mutável no tempo e no espaço. Por exemplo, 1 quarter de trigo, troca-se por x de graxa de sapato, ou por y de seda, ou z de ouro etc., expressando múltiplos valores de troca nas mais diferentes proporções.
Quando se abstrai o valor de uso dos corpos das mercadorias o que resta é apenas uma única propriedade que é a de serem produtos do trabalho, desaparecem, dessa forma, as diferentes formas concretas desses trabalhos, igualando-se em sua totalidade ao trabalho humano, o trabalho humano abstrato. Assim, um valor de uso ou bem possui valor por que nele contêm trabalho humano abstrato. Essa grandeza de valor é medida pelo tempo de duração desse trabalho, frações de tempo, como horas, dias, etc.
Sendo assim, o valor das coisas é medido pela quantidade de trabalho despendido durante a sua produção. Esse trabalho é fruto de forças de trabalho individuais que vale apenas como uma única força de trabalho que possui o caráter de força média de trabalho social, sendo consumido para a produção de uma mercadoria o tempo de trabalho socialmente necessário, que é aquele que requer para produzir qualquer valor de uso condições de produção socialmente normais, e um grau social médio de habilidade de intensidade de trabalho.
O tempo de trabalho socialmente necessário se altera se houver uma mudança na força produtiva do trabalho, que é determinada por meio de circunstâncias diversas, entre outras pelo grau médio de habilidade dos trabalhadores, o volume e a eficácia dos meios de produção etc. Nesse sentido, quanto maior (menor) a força produtiva do trabalho, tanto menor (maior) o tempo de trabalho exigido para a produção de um artigo, tanto menor (maior) a massa de trabalho nele cristalizada, tanto menor (maior) seu valor.
Os valores de uso são coisas qualitativamente diferentes assim como são produtos de trabalhos úteis qualitativamente diferentes, essa é uma condição necessária para que as mercadorias possam ser trocadas. A divisão social do trabalho (diferentes trabalhos úteis ou trabalhos privados autônomos) é condição de existência para a produção de mercadorias. O duplo caráter do trabalho consiste em diferenciar o trabalho em trabalho humano abstrato e em trabalho concreto útil, aquele é dispêndio de força de trabalho do homem no sentido fisiológico que gera o valor da mercadoria e este é dispêndio de força de trabalho do homem sob forma especificada adequada a um fim, ou seja, produzir valores de uso.
As mercarias apresentam uma duplicidade, a forma natural e a forma de valor, e apesar disso elas possuem uma forma comum de valor, a forma dinheiro, que contrasta com a heterogeneidade das formas naturais que apresentam seus valores de uso. A forma mercadoria possui um caráter misterioso que consiste no fato de que ela reflete as características sociais do trabalho dos homens como características objetivas dos próprios produtos dos trabalhos, reflete a relação social dos produtores com o trabalho total como uma relação social externa a eles, entre objetos. A forma fantasmagórica assumida pela mercadoria chama-se fetichismo, os produtos do trabalho humano se relacionando entre si e com os homens como figuras autônomas.
Para que as mercadorias se refiram uma as outras é necessário que seus guardiões se relacionem entre si e mediante a vontade comum a ambos se apropriem da mercadoria um do outro. A mercadoria a ser trocada por outra não tem valor de uso direto para o possuidor dela, para ele a mercadoria tem apenas o valor de uso de ser portadora do valor de troca e, portanto, meio de troca que proporcionará a ele a capacidade de trocá-la por uma mercadoria cujo valor de uso o satisfaça. A troca de mercadorias entre seus possuidores faz com que elas realizem-se como valores entre si, sendo assim, antes de se realizarem como valores de uso têm que se realizarem como valores.
Em contrapartida, as mercadorias antes de poderem se realizar como valores têm que comprovarem-se como valores de uso, pois o dispêndio de força de trabalho tem que ser despendido de forma útil para outros, portanto, seu produto satisfaz as necessidades alheias, e isso apenas pode ser demonstrado através da troca.
A necessidade de uma forma valor independente de seu próprio valor de uso se desenvolve com o crescente número e variedade das mercadorias que entram no processo de troca. Com o processo de circulação de mercadorias surge uma terceira mercadoria que serve de equivalente de outras mercadorias diferentes, a forma de equivalente geral ou social. A partir do desenvolvimento da troca de mercadorias ela se fixa exclusivamente em espécies particulares de mercadorias, a forma dinheiro. Como todas as mercadorias são meros equivalentes particulares do dinheiro e o dinheiro seu equivalente geral há uma relação delas como mercadorias particulares com o dinheiro, como a mercadoria geral.
Para explicar a medida dos valores o autor simplifica utilizando o ouro como a mercadoria monetária. Nesse sentido, o ouro tem por função fornecer a todas as mercadorias o material para sua expressão de valor ou em representar os valores das mercadorias como grandezas de mesma denominação. Desse modo, o ouro funciona como medida geral dos valores, função pela qual torna o ouro inicialmente dinheiro. Enquanto o dinheiro serve apenas para a função de medida de valor o preço depende totalmente do material monetário.
O valor como o quantum de trabalho humano presente, por exemplo, em 20 varas de linho, é expresso num quantum imaginário da mercadoria monetária, que possui mesma quantidade de trabalho. Por isso, ouro e prata serve de medida do valor, o valor das 20 varas de linho recebem expressões de preço totalmente diferentes ou se apresenta em quantidades diversas de ouro e prata. O valor das mercadorias transforma-se em quantidades imaginárias de ouro de tamanhos diferentes e embora exista uma enorme variedade de corpos de mercadorias elas podem ser expressas por grandezas de mesma denominação, ou seja, grandezas de ouro.
O dinheiro, forma geral de valor atribuída ao ouro quando este exerce essa função, exerce duas funções inteiramente distintas, ele é medida dos valores por ser encarnação social do trabalho humano e padrão dos preços por ser um peso fixado em metal.
O processo de intercâmbio da mercadoria acontece por meio de duas metamorfoses opostas e reciprocamente complementares, a mercadoria de transforma em dinheiro que se retransforma em mercadoria novamente. Os momentos da metamorfose da mercadoria são transações de quem possui a mercadoria, no primeiro momento a venda, intercâmbio da mercadoria por dinheiro e no segundo momento a compra, intercâmbio do dinheiro por mercadoria. Os momentos da metamorfose são ao mesmo tempo unidade de ambos os atos vender e comprar. Portanto, o processo de intercâmbio se completa na seguinte mudança de forma: M – D – M.

Outros materiais