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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PRESIDENTE PRUDENTE FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
DISCIPLINA: Regiao e Regionalizacao – 2º Ano Noturno
DOCENTE: Maria Terezinha Serafim Gomes
DISCENTE: Felipe Trovani Antonio
Fichamento 2º cap. Região e Geografia de Sandra Lecioni.
A geografia como ciência e a região como objeto de estudo. 
 Lencioni (1996) analisa através da evolução da ciência geográfica os fundamentos da categoria Região e os elementos referentes para sua evolução. Com isso compreendem-se a está categoria os seus movimentos filosóficos e artísticos que garantiram novas visões sobre o pensar o mundo e a natureza dentre os quais destacamos como o iluminismo, idealismo, renascimento, iluminismo, possibilismo e determinismo, necessários para a compreensão das transformações sócias espaciais durante o século XIX que influenciaram o desenvolvimento da categoria geográfica a primeiro momento, ainda sem transformações radicais pós-Segunda Guerra Mundial.
Mesmo tendo provas que alguns elementos exaltados em alguns movimentos recebem influências filosóficas anteriores a Cristo como mostra Lencioni (1996, p. 84) a relação de causa e efeito analisada por Aristóteles, sobretudo no que se refere ao desenvolvimento científico sob influência das transformações sócias espaciais são relembrados quando são sistematizados os elementos que motivaram a uma ruptura da Geografia a subdividindo em inúmeras Geografias. No caso do Renascimento deixa claro que o movimento visava criticar as ditas “ações divinas” exaltando a capacidade humana para intervir em algumas questões, como por exemplo, melhorar a produção. Quanto ao Iluminismo destaca a importância da descrição e comprovação dos fatos que possibilitam generalizações. Lencioni (1996) critica o Positivismo como condicionante a entender as relações entre os fatos, além destes elementos frisa principalmente o ato da observação, experimentação, explicação, deduções que geralmente ainda são utilizados na Geografia Contemporânea como métodos de pesquisa. Resgata-se por meio do Idealismo alemão, através da influência de Kant na ciência geográfica, a defesa do espaço como seu fundamento para a percepção sensível do mundo e seus objetos.
Aprimorando seu pensamento sobre a evolução da Região Lencioni (1996) realiza um resgate nos estudos entre os séculos XVIII e XIX, deixando claro que sua reflexão veio da leitura Kantiana consistindo no ato de repensar a organização de ideias e o modo como a pesquisa e o entendimento sobre a funcionalidade da região a partir da relação homem e natureza.
Lencioni (1996) ainda se remete sobre o apoio do Estado francês e alemão às associações científicas na conquista de novos povos, bem como expansão de domínios. Em outro momento histórico intensifica como o Estado. Outro exemplo destacado é a Revolução Industrial, no século XVIII, que faz desenvolver no mundo uma corrida por novos modos e meios de exploração da natureza bem como gera novas relações sociais.
Tratasse de acontecimentos históricos que marca a ciência geográfica influenciada por ideologias e interesses específicos e que consequentemente mudam a estrutura das categorias de análise das ciências. Destaca o determinismo como primordial para entender como se sistematizava o entendimento sobre Região enquanto Natural para ressaltar os porquês de apenas algumas regiões serem classificadas como desenvolvidas.
Lencioni (1996, p. 81) destaca como Ratzel aproveitou-se do determinismo para afirmar que a organização social e política alemã, bem como europeia estavam acima de outras no mundo. Segue-se criticando o pensamento determinista alegando que o pensamento de Spencer, sobre a seleção natural, no liberalismo não ocorreria de fato, como algo simplesmente dependente de fenômenos e elementos naturais, mas sim do capital, produto do homem.
 Lencioni (1996, p. 86) sistematiza descritivamente as relações ora dualistas ora complementares entre Humboldt (defendia a interpretação de fenômenos através das ligações/relacionamentos entre os elementos) e Ritter (que defendia uma visão geral, através das causas e efeitos, do mundo através da Geografia e a Região como um de seus elementos) rompem as generalizações descritas sobre os lugares e não ignoram possíveis relações entre fenômenos existentes entre lugares diferentes.
Segundo a autora o conhecimento geográfico nos moldes clássicos, face ao desenvolvimento da geografia fundada nos parâmetros da ciência moderna, foi sendo superado, no Brasil, mais lentamente. Na Europa a contribuição de Humbold e Ritter foi, aos poucos sendo assimilada, mas a geografia oficial francesa permaneceu por mais tempo atada ao modelo clássico de descrições e inventários. Nesse quadro, o debate entre o determinismo e o possibilismo e entre positivismo e historicismo promoveram a multiplicação dos estudos geográficos e fizeram avançar, teórica e metodologicamente, a disciplina geográfica.
A maior expressão da geografia regional foi Paul de La Blache (1845-1918), sendo imprescindível para se compreender a força do paradigma regional na geografia conhecer algumas de duas ideais. Afirmando a unidade dos aspectos físicos e humanos por meio do estudo regional, Vidal incorpora á geografia o conceito de gênero de vida, que se define como resultado das influencias físicas, históricas e sociais, presentes na relação do homem como o meio.
Embora a influencia de Vida La Blache no desenvolvimento da geografia francesa seja inquestionável não era única e absoluta, apesar de ser a vos corrente oficial. À margem do reconhecimento social da época, vale lembrar a contribuição de Jean Jacques Èlisée Reclus (1830-1905), que conheceu uma forte influencia do pensamento de Ritter, tendo inclusive assistido a suas aulas em Berlin, em 1849-1850, onde foi seguir os estudos que lhe dariam a formação para pastos, o que acabou não ocorrendo. Reclus procurou compatibilizar sua posição anarquista com uma visão teleológica do mundo. A posição politica libertaria de Reclus resultou em perseguições, por ter apoiado a comuna de Paris e se oposto a Napoleão III, sendo obrigado, assim se exilar nos Estados Unidos.
Yves Lacoste opina que a dificuldade para o reconhecimento das propostas de Reclus, na França, indica que êxito oficial de Vidal de La Blache coincidia com a escassa valorização que Reclus teve da parte de Marx e Engel. Dessa maneira, Reclus e Kropotikin representavam vozes isoladas, discordantes e radicais do rumo oficial que a institucionalização da Geografia, nas associações e universidades, havia repercutido em vários países. Entre as alternativas criticas apresentadas por vários geógrafos do discurso colonialista, emergia cada vez com mais força no debate da Geografia, em grande parte motivado pela polemica entre determinismo e possibilismo, a noção de região. Embora nesta emergência não houvesse qualquer concomitância, linearidade ou consenso em relação a noção de região, conforme esclarece Tim Unwin,”a interpretação do significado de geografia regional varia muito tanto de um país para o outro, tanto quanto com a passagem do tempo”.
REFERÊNCIAS.
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. São Paulo: Edusp, 1999.

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