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TGPp15_Figuras do Juizo

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
TEORIA GERAL DO PROCESSO
 TEMA 15 -	ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO. Figuras do Juízo. Registros de atuação do Juiz. O juiz e seus auxiliares. Auxiliares de fé pública e de encargo judicial. Das testemunhas.
ORGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
O tema da relação jurídica processual já foi objeto de exame em oportunidade anterior. Todavia, como consta da determinação programática, vale aligeirado retrospecto com novos argumentos.
Sabe-se que, quando alguém é titular de um direito, está-se diante de uma situação jurídica; quando este mesmo direito é preterido e/ou envolvido por outrem, resistindo, negando ou lesando, ou seja quando os interessados entram em conflito (interesses conflitantes), surge a lide; quando uma das partes decide mover ação judicial e instala-se o processo, estabelece-se a relação jurídica processual, para compor o litígio, emergindo esta nova relação jurídica que vincula os seus atores: autor, juiz e réu. É uma nova situação jurídica que acolhe e subjuga a lide.
Sobre esse tema, melhor esclarece Theodoro Júnior :
“Conceito
	Para exercer a função jurisdicional, o Estado cria órgãos especializados. Mas estes órgãos encarregados da jurisdição não podem atuar discricionária ou livremente, dada a própria natureza da atividade que lhes compete. Subordinam-se, por isso mesmo, a um método ou sistema de atuação, que vem a ser o processo.
	Entre o pedido da parte e o provimento jurisdicional se impõe a prática de uma série de atos que formam o procedimento judicial (isto é a forma de agir em juízo), e cujo conteúdo sistemático é o processo.
	Esse método, porém, não se resume apenas na materialidade da seqüência de atos praticados em juízo; importa, também e principalmente, no estabelecimento de uma relação jurídica de direito público geradora de direitos e obrigações entre o juiz e as partes, cujo objetivo é obter a declaração ou a atuação da vontade concreta da lei, de maneira a vincular, a esse provimento, em caráter definitivo, todos os sujeitos da relação processual.
	Distinguem-se, destarte, no processo, dois aspectos relevantes: o processo concebido como continente (iudicium) e o seu objeto, concebido como mérito da causa (res in iudicium, deducta)’.
	
Isto porque a jurisdição pressupõe caso concreto a dirimir e o processo não pode ser utilizado como simples instrumento de especulação doutrinária ou teórica.
	Assim, como instrumento da atividade intelectiva do juiz, o processo se apresenta como a ‘serie de atos coordenados regulados pelo direito processual, através dos quais se leva a cabo o exercício da jurisdição.
	E o objeto dessa mesma atividade intelectiva do juiz é a relação jurídica substancial travada ou disputada entre as partes e se tornou controvertida em face de um conflito de interesses qualificado por pretensão de um e pela resistência de outro, conforme a sempre citada lição de Carnelutti. ”
 							 (Obr. cit., págs. 46)
E, às fls. 292 da citada obra, o mesmo Autor arremata :
“O processo é uma relação jurídica, pois apresenta tanto o seu elemento material (o vínculo entre as partes e o juiz) como o formal (regulamentação pela norma jurídica), produzindo uma nova situação para aos que nele se envolvem.”
Igualmente sabemos, de aulas anteriores, existirem três importantes teorias a respeito do estabelecimento de vínculo da relação jurídica processual, valendo rememorar : São as teorias de Kohler, para quem é uma relação linear estabelecida entre autor e réu. O juiz é um ator estranho à relação de direitos e deveres no processo. A relação processual seria a mesma relação de direito material tornada litigiosa; de Hellwig, que é uma relação angular em que as partes se vinculam por intermédio do juiz. Todas são sujeitos de direitos e deveres no processo. Segundo o citado Mestre (fls., 249 - obr. cit.), esta teoria é “hoje a mais aceita pelos modernos processualistas ... ”; e a de Bülow e Wach que é a teoria da relação triangular, contendo direitos e deveres não só entre as partes, mas também entre estas e o juiz. Processualmente a relação se estabeleceria, também, diretamente entre as partes. 
FIGURAS DO JUÍZO 
DOS JUIZES
No sistema judiciário brasileiro, existem órgãos judicantes singulares e colegiados. Os singulares, também chamados de monocráticos, são órgãos de atuação do Poder Judiciário na primeira instância, ou seja no primeiro grau de jurisdição, os quais são compostos por apenas um juiz; no segundo grau de jurisdição, ou seja na segunda instância, ou instância recursal, ( ressalvados os casos de competência originária do Tribunal), os juízos são colegiados ou coletivos, os chamados tribunais, compostos portanto de vários juizes, cujos ocupantes destes órgãos ordinariamente se denominam de desembargadores ou, nos tribunais superiores, de ministros.
Vale registrar que a Constituição de 1988 criou a “figura do Juiz de Paz, que deve ser eleito pelo voto popular, com competência definida por lei ordinária, para procedimento de habilitação e celebração de casamento, e para exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional (art. 98, inc. II)” - idem pág. 198.
No tocante aos requisitos de atuação do Juiz e à garantia de Magistratura transcrevemos o citado Mestre, para apreciação em sala de aula:
“Requisitos da atuação do juiz
	
	A função jurisdicional que toca a todos os juizes, em qualquer grau, para ser válida e eficazmente exercida reclama a concorrência de vários requisitos jurídicos, que foram sintetizados por Silva Pacheco, através do seguinte esquema :
‘ a)	jurisdicionalidade, isto é, devem estar (os juizes) investidos do poder de jurisdição;
b)	competência, ou seja, devem estar dentro da faixa de atribuições que, por lei, se lhe assegura;
c) imparcialidade ou alheabilidade, ou seja, devem ficar na posição de terceiro em relação às partes interessadas;
independência, isto é, sem subordinação jurídica aos tribunais superiores, ao Legislativo ou ao Executivo, vinculando-se exclusivamente ao ordenamento jurídico;
e)	processualidade, isto é, devem obedecer à ordem processual instituída por lei, a fim de evitar a arbitrariedade, o tulmuto, a inconseqüência e a condição descoordenada.’
Na feliz síntese de Couture, para bem e fielmente cumprir a sua missão jurisdicional, o juiz competente há, enfim, de gozar de independência e autoridade e ser responsável. A independência o coloca acima dos poderes políticos e das massas que pretendem exercer pressão sobre suas decisões. A autoridade é necessária para que suas decisões não sejam ditames acadêmicos nem peças de doutrina, mas se cumpram efetivamente pelos órgãos encarregados de executá-las. E a responsabilidade é o freio indispensável para que o poder não se converta em despotismo e prepotência.
Garantias da magistratura
Para assegurar a independência dos juízes, sejam membros de juízos singulares ou coletivos, outorga-lhes a Constituição da República três garantias especiais :
a)	a vitaliciedade : de modo que não podem perder o cargo senão por sentença judicial;
b)	a inamovibilidade : isto é, não podem ser removidos compulsoriamente, senão quando ocorrer motivo de interesse público, reconhecido pelo voto da maioria absoluta do respectivo t ou do |Conselho Nacional de Justiça (CF, arts. 95, III, e 93, VIII, EC nº 45/2004);
 
c) a irredutibilidade de subsídio (art. 95 da Constituição Federal, com redação da Emenda nº 19, de 4.6.1998)).
Para completar o sistema de garantias, e preservar a imparcialidade dos juízes, a Constituição traça, também, restrições às atividades do magistrado, no processo e fora dele.
Com essa preocupação de assegurar a lisura do exercício da função judicante, o art. 95, parágrafo único, da Carta Magna, dispõe que ‘aos juizesé vedado :
I - 	exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo de magistério;
II - 	receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III -	dedicar-se à atividade político-partidária;
IV-	receber, a qualquer titulo ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades publicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V -	exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.’.
Por outro lado, o Código de Processo Civil completa o quadro das garantias do bom exercício da função judicante, estipulando normas sobre requisitos de capacidade, deveres, poderes e responsabilidade dos juizes.
Com tudo isso, procura o legislador, pelos meios a seu alcance, garantir que a prestação jurisdicional seja sempre feita dentro da estrita legalidade e que haja isenção de suspeita quanto à imparcialidade e independência dos juizes.”
		 					 (idem págs. 207 /208)
DOS AUXILIARES DE FÉ PÚBLICA E DE ENCARGO JUDICIAL
Os auxiliares do juízo são serventuários regularmente admitidos pelo Poder Judiciário para exatamente comporem os juízos. Tais serventuários são imprescindíveis à realização das atribuições do juízo e, no seu conjunto e sob a direção do Juiz-detentor do poder jurisdicional, compõem o Juízo.
Consoante expõe o mesmo autor :
“De acordo com o art. 139 do Código de Processo Civil, ‘são auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete’.
	Entre esses ‘outros auxiliares’ a que alude o Código, são mais comuns o distribuidor, o partidor, o contador e o tesoureiro.
	Os serventuários do juízo costumam ser divididos em duas categorias : os permanentes e os eventuais.
	Permanentes são os que atuam continuamente, prestando colaboração em todo e qualquer processo que tramite pelo juízo, como o escrivão, o oficial de justiça e o distribuidor. Sem estes auxiliares, nenhum processo pode ter andamento.
	Há, porém, auxiliares que não integram habitualmente os quadros do juízo e só alguns processos são convocados para tarefas especiais, como o que se passa com o intérprete e o perito. Esses são os auxiliares eventuais.”
									(idem, pág. 205)
O Escrivão é o mais importante dos auxiliares, tem fé pública, é o gerenciador do Cartório.
A incumbência do Escrivão está descrita no CPC:
“Art. 141 - Incumbe ao escrivão:
I. 	redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais atos que pertencem ao seu ofício;
II. 	executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem como praticando todos os demais atos, que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;
III.	comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo;
IV.	ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que saiam de cartório, exceto:
a) quanto tenham que subir à conclusão do juiz;
b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;
c) quando devam ser remetidos ao contador ou partidor;
d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo;
V - 	dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo do processo, observado o disposto no art. 155”.
			 	- vide arts. 162, §4º, 166 a 171, 140 a 142 3 144 -
O Oficial de Justiça “é o antigo meirinho, o funcionário de juízo que se encarrega de cumprir só mandados relativos a diligências fora do cartório, como citações, intimações, notificações, penhoras, sequestros, busca e apreensão, imissão de posse, condução de testemunhas, etc. (idem pág. 207)
As tarefas do oficial de Justiça, igualmente estão escritas no CPC :
“art. 143 - Incumbe ao oficial de justiça :
I - fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais diligencias próprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com menção de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á na presença de duas testemunhas;
II-	 executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;
III-	 entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido;
IV-	estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da ordem.”
 									 - vide art. 144 -
O oficial de justiça, como o escrivão, é auxiliar judiciário que tem fé pública.
Quanto ao perito, intérprete e auxiliares outros, o assunto será colocado em sala de aula.
A T E S T E M U N H A
Acerca da testemunha, preferimos dar apenas alguns conceitos, transcritos na obra de Theodoro Júnior, uma vez que, no curso de DPC, aprofundam-se os estudos da prova testemunhal :
“Prova testemunhal é a que se obtém através do relato prestado, em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso.
	Testemunhas, pois, são - no dizer de Paula Batista - ‘as pessoas que vêm a juízo depor sobre o fato controvertido’.
	Não podem ter interesse na causa e devem satisfazer a requisitos legais de capacidade para o ato que vão praticar.
	Assim, é completa a definição de João Monteiro que conceitua a testemunha como ‘pessoa, capaz e estranha ao feito, chamada a juízo para depor o que sabe sobre o fato litigioso.
	Não se confunde com o perito, porquanto este informa sobre os dados atuais extraídos do exame do objeto litigioso, feito após a ocorrência do fato que serviu de base à pretensão da parte. Já a testemunha reproduz apenas os acontecimentos passados que ficaram retidos em sua memória, desde o momento em que presenciou o fato litigioso ou dele tomou conhecimento.”
									(idem, pag. 463).
_____________________________________________________________
APOSTILA DE RESPONSABILIDADE DO PROFº LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
Ernane Fidélis dos Santos	Manual de Direito Processual Civil
	3º Vol. – 3ª Edição – 1994
 Humberto Theodoro Júnior 	Curso de Direito Processual Civil
	Vol. I – 49ª Edição - 2008
 	
 Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
	Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
 Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em novembro/2009
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