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TGPp19_Dos atos processuais_Conceito

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
TEORIA GERAL DO PROCESSO
 Tema 19: 	DOS ATOS PROCESSUAIS. Conceito e classificação. Forma e finalidade. Atos do Juiz, dos Auxiliares do Juízo e das Partes.
Conceito e classificação. Forma e finalidade.
Atos do juiz, dos auxiliares do juízo e das partes.
Ato, em sentido genérico, é todo movimento do ser vivo, tudo aquilo que se fez. É, assim, a manifestação de uma vontade por meio da ação, palavras e obras, ou mesmo quando se traduz por simples pensamento. No campo jurídico, entretanto, denomina-se ato processual a atividade das Partes, do Juiz e dos Auxiliares do Juízo, que se desenvolve no curso da relação jurídica processual, visando a composição da lide. Como preleciona Amaral Santos, - “ato é todo movimento do ser vivo, quer se exteriorize, quer permaneça no íntimo do agente (Santo Tomás). O pensamento, a palavra, o gesto, o feito, nesse sentido amplo, tudo são atos. Mas, desde os romanos, no sentido jurídico, a palavra ato expressa a vontade manifestada, não bastando a vontade em pensamento: ‘A palavra ato é geral, seja que se refira à palavra ou fato’. (Ulpiano, D. 50.16.19, cf. Lopes da Costa) .” (Obr. Cit págs. 274/275) 
Realmente, fato jurídico é todo acontecimento sobre o qual a lei incide, criando, modificando ou extinguindo direitos. Quando o fato é decorrente da vontade humana, denomina-se de ato. Fato é o gênero e o ato a espécie. O nascimento e a morte, por exemplo, são fatos jurídicos porque a lei, incidindo, cria ou extingue direitos. O contrato, manifestando a vontade das partes, é um ato, sem deixar de ser um fato.
Ora, o processo se constitui de uma seqüência de atos, praticados pelos sujeitos processuais, tendo os primeiros como pressupostos e os seguintes como conseqüentes. Esses atos são regulados e concatenados pela lei processual, disciplinando o procedimento, como elos que se ligam formando uma cadeia, tendo como escopo a composição do conflito de interesses suscitado na ação. São atos do processo que se desenvolvem, ordenadamente, no curso da relação jurídica processual.
Esses atos, como ensina Chiovenda, visam “a constituição, conservação, desenvolvimento, modificação ou definição de uma relação jurídica processual ” (Instituzioni di Diritto Processuale Civile).
Os atos do processo devem ser escritos no idioma nacional, só se admitindo a juntada ao processo de documento redigido em língua estrangeira, quando traduzido para o vernáculo, firmado por tradutor juramentado (art. 157).
Vale ainda salientar que os atos processuais devem ser realizados em dias úteis, das seis (6) às vinte (20) horas, podendo ser concluídos, depois das vinte (20) horas, os atos já antes iniciados, quando o adiamento em sua conclusão prejudicar a diligência ou causar grave dano. São excluídos da regra exposta, os atos de citação e de penhora que, mediante autorização do Juiz, podem ser realizados em domingos e dias feriados, como também, nos dias úteis, fora dos horários apontados, em casos excepcionais, como tudo explicita o artigo 172 e parágrafos do CPC, e observando o disposto no art. 5º., inciso XI, da CF, quanto à inviolabilidade do domicílio.
Salienta também a norma processual, explicitamente, ser vedado, em regra, a efetivação de atos processuais nas férias e nos feriados, excluídos a produção antecipada de prova (medida cautelar), a citação para evitar perecimento de direito, o arresto, o seqüestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiros, a nunciação de obra nova e outros atos análogos, como reza o artigo 173 do mesmo Código. Entre os atos análogos merece apontar o casamento “ IN EXTREMIS ”.
O artigo apontado quando veda a prática de atos processuais durante as férias quer se referir às férias coletivas e não as férias individuais do juiz. Exclui-se ainda da proibição os atos processuais que se devem efetuar no curso das ações que têm andamento durante as férias coletivas, como preceitua o artigo - 174, verbis : 
“Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas : 
I.	os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento ;
II.	as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e curadores, bem como as mencionadas no art. 275 ;
III. 	todas a causas que a lei federal determinar ”. 
NOTA :	O art. 275 se refere às causas de procedimento sumário. O Decreto 8.570, de 1946 regrou, completando o entendimento sobre as ações excluídas da suspensão, atribuindo aos Estados, em suas leis de organização judiciária, decretarem férias coletivas e indicarem os processos que durante as mesmas deverão correr.
A CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS, não encontra ponto pacífico na doutrina, sendo concebidas diferentes formas de sua classificação. Consoante preleciona Frederico Marques, “O agrupamento dos atos processuais, em categorias homogêneas, através de uma classificação racional e metódica, constitui tarefa ainda não realizada”. (obr. cit. pág. 323)
Todavia, para efeito didático e atividade pedagógica, no particular, a matéria está encaminhada com mesclagem da classificação que nos apresenta Ada Pellegrini e seus Pares.
Regularmente o processo se inicia por um ato constitutivo que se denomina de petição inicial e termina por um ato decisório do Juiz que se nomeia de sentença. Daí dispor o Código de Processo Civil (arts. 262 e 263) que o processo civil começa por iniciativa da parte autora, mas se desenvolve por impulso oficial (do Juiz) produzindo efeitos para o réu, após a citação deste. Embora a relação processual só venha a instalar-se, no concernente ao demandado, depois da citação válida, cabe, afinal, ao Juiz, definir a lide pela prestação jurisdicional. Isto também ocorre quando oportuna a extinção do processo, sem audiência do Réu.
São sujeitos processuais, capazes portanto para praticarem atos, o autor, o juiz e o réu (lembrar que o advogado é sujeito especial, conforme a lei e a constituição), sendo partes na ação as pessoas que compõem a relação de direito material que nela se articula, isto é: autor e réu. O juiz , no exercício da função jurisdicional, é o agente da prestação jurídica. Temos assim perfeitamente definidos, pela sua própria natureza e finalidade, os atos das partes (praticados pelo autor e réu) e os atos do Juiz. Visam os atos das partes o resguardo de seus direitos. Tendem, os atos do juiz, ao desenvolvimento válido e regular do processo e a definição da lide, segundo a vontade da lei e a verdade dos fatos.
Além desses atos, das partes e do juiz, outros são praticados por auxiliares do Juízo, como examinaremos adiante.
Esquematizando a classificação :
 	Postulatórios
 	 unilaterais
 	Dispositivos 	concordantes
 	 	bilaterais
	Atos das partes
 	 	 aleatórios
 	Instrutórios 
 	 		probatórios
 	Reais
	 	despachos
		decisões interlocutórias
	Atos do Juiz 	sentenças
		acórdãos
		documentação (assinatura)
	 	 autuação
Atos Processuais 	 Atos de movimentação 	vista
		 conclusãoremessa
 	 Atos dos Auxiliares
				 termo
						 juntada
 						 certidão
		Atos de documentação assentada
						 ata
 auto
			
 	Atos Simples ( se exaurem em si mesmo
 	Atos Complexos ( conglomerado de vários atos
Os atos das partes podem ser postulatórios, dispositivos, instrutórios e reais. Postulatórios são os que buscam uma decisão do juiz com determinado conteúdo. Seriam assim as petições, os recursos, etc. Atos Dispositivos são aqueles atos facultados às partes capazes de influir na ordem procedimental, suspendendo, modificando, extinguindo ou compondo a lide, ou mesmo impulsionando ou instruindo o processo. Seriam atos de manifestação unilateral ou bilateral da vontade, ou ainda concordantes. Unilaterais são as desistência ou modificação/ emendada da petição inicial antes da citação do réu (defesa), e todos os demais atos cuja realização dependesse exclusivamente da vontade única do agente, como os requerimentos, confissão, renúncia e petições. Bilaterais, ao contrário, se formalizam pelo acordo de vontade das partes, como as transações e acordos de qualquer espécie (negócios jurídicos processuais). Concordantes são atos unilaterais de concordância com ato praticado por outro agente, podendo essa concordância ser tácita ou expressa. Reais são atos não escritos cuja manifestação da vontade se realiza por si mesmo - Res non verba - como oferecimento de documento, apresentação de coisa, preparo de autos, prestação de caução ou de depósito, pagamento de custas. E os Atos Instrutórios visam a instrução do processo, isto é, a comprovação dos fatos relevantes da causa argüidos pelas partes: É a instrução do feito, oportunidade em que são colocados os fundamentos jurídicos e legais.. Ai ocorrem os alegatórios e os probatórios. 
Os atos do Juiz são os despachos, decisões interlocutórias , sentenças e acórdãos (art. 162 a 165 do CPC).
Os despachos são atos de comando da causa, de impulso processual, praticados pelo juiz de ofício ou a requerimento das partes. As decisões interlocutórias são atos decisórios julgando incidentes processuais, sem extinção do processo. As sentenças seriam atos definitivos ou terminativos do processo, com ou sem julgamento do mérito.
Denomina-se de acórdão o ato de julgamento proferido pelos tribunais. Decisões dos Órgãos Colegiados de Jurisdição, de instâncias superiores.
Todos esses atos devem ser redigidos, datados e assinados pelos Juizes e, quando proferidos oralmente, o taquígrafo datilografo/digitador o registrará, para depois de reduzidos a escrito serem revistos e assinados pelo julgador.
As sentenças e acórdãos devem pautar-se com a observância de requisitos formais e substânciais, com forma e conteúdo exigidos expressamente na lei (art. 458, CPC), isto é, neles há de constar: relatório, motivação e decisão, para que tenham eficácia. As demais decisões igualmente devem ser fundamentadas, embora que concisamente, por constituírem atos de julgamento (art. 165). Ainda, praticam os Juizes atos de documentação no processo cuja existência condiciona-se à assinatura do juiz.
Atos dos auxiliares do Juízo - São auxiliares do Juízo todos os sujeitos que com as partes e o juiz atuam no processo, realizando atos processuais (o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, etc., art. 139). O atual Código, regula na Seção IV, art. 166 e ss., os atos do Escrivão ou do Chefe da Secretaria, disciplinando em outras oportunidades os atos de outros serventuários, como oficiais de justiça, porteiros de auditórios, avaliadores, etc. Cabe ao escrivão a autuação do processo e a formação seguinte dos autos da ação, numerando e rubricando todas as suas folhas, escrevendo e assinando os termos de juntada, de vista, de conclusão, de remessa e tantos outros que devem ser por ele escritos, datados e assinados, usando tinta indelével, sem rasuras e emendas, nem abreviaturas, nem espaços em branco, etc., como diz o artigo 171 do CPC - “Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco, bem como entrelinhadas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvados”.
Entre os atos praticados pelos auxiliares da justiça, notamos como mais relevantes os praticados pelo escrivão (“pessoa do juízo, que reduz à escrito os atos da causa e sucessivamente os coordena”), e nestes incluímos a autuação, a lavratura de termos, de auto e atas. - A autuação constitui o termo pelo qual se inicia o processo da ação, ou bem seja a formação dos autos. Termo, por seu turno, traduz a redução por escrito de um ato realizado no processo. É a expressão escrita de um ato processual. Não se confunda aqui o sentido de termo com o que se lhe empresta o processo ao cuidar dos prazos. Lá, na contagem dos prazos, termo significa a fixação de um instante, de um momento processual, e assim falamos de termo inicial e termo final de um prazo. Mas não é nesse sentido que se fala em termo processual, ou bem seja a documentação por escrito de ato praticado no processo. Já o auto, no singular, é a descrição pormenorizada de um diligência judicial. E ata, expressa a narração escrita e autenticada de atos praticados no processo, de uma seqüência de atos, coordenados e dependentes.
NOTA : AUTO no singular - é a narração pormenorizada de ato ou diligência judiciária/ administrativa.
	Assim falamos de :		Auto de penhora;
Auto de flagrante;
Auto de infração; 
Auto de imissão de posse; etc.
Auto judiciário é, em regra, lavrado pelo escrivão ou pela autoridade responsável pela diligência.
AUTOS no plural -	denomina o conjunto de todas as peças componentes do processo e da documentação dos atos praticados no curso da lide, formando uma unidade metódica e cronologicamente ordenada, descritiva do curso da ação. Tem o formato de um caderno - pasta no tamanho de papel de ofício, com capa de cartolina impressa ou manuscrita, onde se indica : Ano, Juízo - natureza da ação - nomes do Autor e Réu e dos respectivos advogados das partes - e número de registro.
Sobre a forma dos atos processuais o art. 154 do CPC dispõe que “Os atos e termos processuais não dependem da forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial”. A lei, entretanto, poderá prescrever determinada forma fulminando de nulidade o ato quando realizado de outra maneira, sem observância da forma prescrita, ressalvando apenas os atos defeituosos quando a declaração de nulidade for requerida pela parte que lhe deu causa. A nulidade do ato deve ser alegada logo que oportuno, isto é, no primeiro momento em que seja dado à parte se pronunciar no processo, depois do ato defeituoso, sob pena de preclusão, salvo os casos em que a nulidade deva ser, ou possa ser, declarada de ofício pelo juiz.
_________________________________________________________
APOSTILA ELABORADA PELOS PROFºS MÁRIO MARQUES DE SOUZA E LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
José Frederico Marques	Manual de Direito Processual Civil
	1º Vol. - 13ª Edição
Moacyr Amaral Santos	Direito Processual Civil Brasileiro
	1º Vol. - 15ª Edição
Antonio Carlos Araújo Cintra	Teoria Geral do Processo
Ada Pellegrini Grinover	Volume Único - 9ª Edição
Cândido R. Dinamarco
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
	
	Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, comodiretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
 	
	Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em 07/05/07_dsn/:
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