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SUA PETICAO S5 t

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Direito do Trabalho
SEÇÃO 5
SUA PETIÇÃO
Seção 5
Direito do Trabalho
Sua causa!
Caro aluno, bem-vindo à seção 5! Na seção 3 você fez as vezes 
de advogado do J Albano Machado e apresentou Recurso 
Ordinário. Já na seção 4 você atuou como advogado da Sra. 
Maria José Pereira, apresentando Recurso Ordinário. Não se 
pode esquecer que esta atuação para as duas partes da relação 
processual se deu apenas fi ns para didáticos, não podendo 
ocorrer na prática, sob pena de violação dos preceitos éticos 
que regem a advocacia.
Nesta seção você atuará como advogado do trabalhador Albano. 
No dia 11/12/2017 houve publicação concedendo-lhe vista do 
Recurso Ordinário interposto pela reclamada.
Diante da mencionada intimação, adote a medida processual 
adequada à defesa dos interesses do seu cliente.
Abaixo a reprodução do Recurso Ordinário interposto:
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) do Trabalho da 2a 
Vara do Trabalho de Goiânia/GO
Processo n. 0010001-10.2017.518.0002
2
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COM SUPORTE EM AVA
DIREITO DO TRABALHO - SUA PETIÇÃO - SEÇÃO 5
Maria José Pereira, já qualificada nos autos em epígrafe, doravante 
simplesmente denominada recorrente, por seu advogado que 
esta subscreve, nos autos da reclamação trabalhista que é movida 
por Albano Machado, também já qualificado no presente feito, 
ora denominada recorrido, vem interpor Recurso Ordinário 
para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 3a Região, com 
fulcro no art. 895, “a”, da CLT. 
Satisfeitos os mandamentos legais, requer seja o apelo recebido 
e enviado à apreciação do Tribunal Regional.
Requer, por fim, a remessa das razões anexas ao Egrégio Tribunal 
Regional do Trabalho da 3a Região. 
Termos em que pede juntada de ferimento.
Data, assinatura.
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO
PELA RECORRENTA MARIA JOSÉ PEREIRA
Colendo Tribunal
I – Tempestividade
A reclamada foi intimada da sentença por meio de publicação 
oficial ocorrida no dia 21/11/2017, segunda-feira. 
Dessa forma, o prazo para interposição do Recurso Ordinário 
se iniciou em 21/11/2017, terça-feira, e finda em 01/12/2017, vez 
que pela nova redação do art. 795, da CLT, os prazos devem ser 
contados em dias úteis.
33
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Assim, o presente Recurso Ordinário é tempestivo.
II – Depósito Recursal e Custas Processuais
No caso em tela foi deferida assistência judiciária gratuita, o que 
torna desnecessário o recolhimento das custas processuais, nos 
termos do art. 790-A, da CLT.
Também não é necessário o depósito recursal, pois o art. 899, 
§100, da CLT, dispõe que são “isentos do depósito recursal os 
beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as 
empresas em recuperação judicial”.
III – Mérito
III. 1 – Feriados laborados em dobro
A decisão de primeiro grau julgou procedente o pedido de 
pagamento em dobro dos feriados, invocando a Súmula 444, 
do TST. Veja-se trecho da sentença:
O pleito do reclamante de pagamento de domingos e 
feriados em dobro merece ser acolhido parcialmente.
A Súmula 444, do Colendo TST, dirime esta questão:
Súmula n0 444 do TST
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. 
ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT 
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 - republicada em 
decorrência do despacho proferido no processo TST-
PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 26.11.2012
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze 
horas de trabalho por trinta e seis de descanso, 
prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante 
acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva 
44
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos 
feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao 
pagamento de adicional referente ao labor prestado na 
décima primeira e décima segunda horas.
Como se infere, há previsão expressa de que o feriado 
deve ser pago em dobro. Isto porque o trabalhador, 
mesmo no regime 12x36, tem direito à folga neste dia, 
além daquelas 36 horas de descanso que são inerentes 
ao sistema em questão. Uma vez ocorrido o labor em 
dia de feriado, sem qualquer compensação, é devido 
seu pagamento em dobro.
Com a devida vênia, a decisão merece reforma.
É cristalino que a Súmula n. 444, do TST, preveja o pagamento 
dos feriados laborados no regime 12x36. 
Todavia, em que pese o entendimento consolidado, esta não é 
a melhor diretriz quando se analise o trabalho no mencionado 
sistema. Ele foi criado para permitir a alternância de trabalhadores 
de modo contínuo em situações como a do enfermo, que 
merece cuidado vinte e quatro horas por dia. Ao dispor que o 
feriado deve ser pago em dobro, o Colendo Tribunal Superior do 
Trabalho estabelece que aquele dia deveria ser de folga. Neste 
contexto, indaga-se: quem iria cuidar do enfermo? 
Por óbvio que a sistemática própria do regime 12x36 já compensa, 
automaticamente, o trabalho exercido em dia de feriado, da 
mesma maneira que ocorre com o labor aos domingos.
Não há razão plausível para se permitir a compensação aos 
domingos e negá-la em casos de feriados, como feito pela 
decisão atacada.
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao Recurso 
Ordinário, a fim de julgar improcedente o pedido de pagamento 
dos feriados em dobro.
55
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
III. 2 – Intervalo intrajornada
A sentença também deferiu ao trabalhador o pagamento de uma 
hora por dia decorrente da supressão o intervalo intrajornada, 
acrescida de 50%, a partir de 02/06/2015 até o término do 
contrato de trabalho, com os reflexos legais.
Mais uma vez a decisão merece reparo.
Como salientado na peça contestatória, é óbvio que o 
reclamante não ficava trabalhando ininterruptamente durante 
12 horas. Embora o enfermo, vítima de acidente vascular 
cerebral, demandasse cuidados especiais, resta evidente que o 
trabalhador tinha meios de usufruir da pausa intervalar de uma 
hora. Isto poderia ser feito, por exemplo, quando o enfermo 
estava assistindo televisão. 
Além disso, em vários outros momentos do turno de trabalho, 
o reclamante também poderia descansar, haja vista a precária 
condição de saúde do marido da reclamada.
Dessa forma, resta claro que o laborista cumpria diariamente 
o intervalo para refeição de descanso, razão pela qual requer 
o provimento do Recurso Ordinário para julgar improcedente 
o pleito.
III. 4 – Indenização por danos morais
A decisão de primeiro grau condenou a reclamada ao pagamento 
de indenização por danos morais no importe de R$ 10.000,00 
pelo fato de ter sido aposto na CTPS do trabalhador que a 
rescisão do contrato de trabalho se deu por justa causa.
66
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Data maxima venia, equivocada a sentença.
O art. 29, parágrafo 20, “c”, da CLT, que determina que a 
anotação da rescisão do contrato de trabalho deve constar na 
CTPS. Foi exatamente o que foi feito pela recorrente. O fato de 
fazer menção à modalidade de dispensa, isto é por justa causa, 
não constitui ilegalidade, pois o citado dispositivo legal não 
faz qualquer ressalva quanto à impossibilidade de se apor no 
documento a modalidade da rescisão do pacto laboral.
Ademais, ainda que se entenda pela irregularidade da anotação, o 
que se admite somente em atenção ao princípio da eventualidade, 
não há dever de indenizar.
No caso em tela, o reclamante não demonstrou a existência 
de qualquer constrangimento ou a dificuldade gerada pela 
anotação na busca de novo emprego. Não há nenhuma prova 
nos autos neste sentido, como exigem os arts. 818, da CLT e 373, 
inciso I, CPC, aplicado subsidiariamente ao Direito Processual 
do Trabalho.
Portanto, os requisitosensejadores da responsabilidade 
civil insculpidos nos arts. 186 e 927 do Código Civil não se 
encontram presentes. A ausência de dano é patente, eis que 
como explicitado, o trabalhador não sofreu qualquer prejuízo 
efetivo com a anotação da dispensa por justa causa em sua CTPS. 
Além disso, a simples anotação não gera constrangimento ou 
ofensa a direito da personalidade passível de indenização por 
danos morais.
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao Recurso 
Ordinário, a fim de julgar improcedente o pedido de indenização 
por danos morais.
Em atenção ao princípio da eventualidade, caso se entenda que 
a hipótese é de reparação civil, o valor arbitrado (R$ 10.000,00) 
deve ser drasticamente reduzido.
77
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
A quantia da indenização por danos morais violou o princípio 
da proporcionalidade e razoabilidade, assim como os arts. 884, 
885, 886, 944, 945, do Código Civil.
Cabe ao julgador a fixação do quantum indenizável em casos 
dessa natureza, sendo que a indenização do dano moral não 
pode se converter em fonte de abuso e enriquecimento ilícito. 
Para arbitrá-la cabe ao magistrado utilizar-se de parâmetros e 
critérios razoáveis, considerando tanto a situação econômica 
do ofensor, quanto à da vítima.
Ressalta-se que a condição econômica da recorrente não permite 
o pagamento de indenização no valor fixado, principalmente, 
por se tratar de empregadora doméstica, cujo marido está em 
idade avançada e em precária condição de saúde.
Exige-se, por isso mesmo, muita prudência e cautela da parte 
dos Julgadores no trato desse delicado tema, evitando-se, assim, 
indenização desproporcional ao suposto dano acarretado, 
levando ao enriquecimento sem causa do recorrido, violando 
diretamente os artigos 884, 885 e 886 do Código Civil, que 
assim dispõem:
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer 
à custa de outrem, será obrigado a restituir o 
indevidamente auferido, feita a atualização dos 
valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto 
coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a 
restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição 
se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.
Art. 885. A restituição é devida, não só quando não 
tenha havido causa que justifique o enriquecimento, 
mas também se esta deixou de existir.
Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, 
se a lei conferir ao lesado outros meios para se ressarcir 
do prejuízo sofrido.
88
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Da mesma forma, tanto o parágrafo único do artigo 944, quanto 
o artigo 945, do CC/2002, determinam que se houver excessiva 
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, deverá 
o julgador, para a fixação do quantum, utilizar o princípio da 
razoabilidade e da proporcionalidade.
A reparação civil também deve levar em conta a extensão do 
dano, o que não foi considerado no caso vertente, em clara 
afronta ao art. 944 do Código Civil:
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção 
entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz 
reduzir, equitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para 
o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-
se em conta a gravidade de sua culpa em confronto 
com a do autor do dano.
Com efeito, a utilização de elementos meramente subjetivos, 
não apuráveis no caso concreto, para fixação da pena pode 
possibilitar a condenação em indenizações completamente 
diferentes para situações substancialmente iguais.
Nítida a violação ao artigo 50, V, da Constituição da 
República/88, haja vista que as decisões não obedeceram ao 
princípio da proporcionalidade.
Neste aspecto, pelo princípio da eventualidade, cabe enfatizar 
a orientação fixada pelo Código Civil, eis que nos artigos 944 a 
946 são estabelecidos critérios para a fixação do valor pecuniário 
nas reparações civis. A indenização deverá ser analisada tendo 
em vista, exclusivamente, a repercussão do dano na vítima e a 
sua mensurabilidade em pecúnia.
99
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Por todo o exposto, incontroverso que a fixação de indenização 
por danos morais no valor de R$10.000,00 é extremamente 
exorbitante, devendo ser reduzida a patamares razoáveis e 
proporcionais. Nesse sentido é o entendimento do Colendo 
Tribunal Superior do Trabalho:
RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS. BANCÁRIO. TRANSPORTE DE NUMERÁRIO. 
DESVIO DE FUNÇÃO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. A 
fixação do valor da indenização por dano moral deve se 
pautar na razoabilidade e proporcionalidade, pelo que 
se deve evitar um valor exorbitante ou irrisório, a ponto 
de levar a uma situação de enriquecimento sem causa 
ou a de não cumprir a função inibitória. Observadas as 
circunstâncias do caso concreto, o valor da reparação 
deve ser reduzido de R$ 100.000,00 (cem mil reais) 
para R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), por traduzir 
prudência e proporcionalidade ao dano sofrido, pois 
não consagra a impunidade do empregador ante a 
reiteração da conduta ilícita e serve de desestímulo 
a práticas que possam retirar do trabalhador a sua 
dignidade, ofendendo-lhe a honra e a imagem. 
Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 651-
44.2012.5.05.0035, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da 
Veiga, Data de Julgamento: 21/05/2014, 6ª Turma, Data 
de Publicação: DEJT 30/05/2014).
Diante do exposto, caso não seja o pleito julgado improcedente, 
requer seja o valor da indenização por danos morais 
drasticamente reduzido.
II. 4 – Honorários Advocatícios
Como já salientado no início da peça recursal, foi deferido à 
recorrente os benefícios da assistência judiciária gratuita. Todavia, 
1010
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
foi determinado o pagamento de honorários advocatícios. 
Não resta dúvida de que a condenação ao pagamento de 
honorários advocatícios contraria a ordem legal processual, 
eis que a Lei n. 13.467/17, cuja vigência se inicia em 11/11/2017, 
não pode ser aplicada para casos ajuizados anteriormente a tal 
data. Entendimento diverso, como o consignado na sentença, 
implica em violação ao princípio da segurança jurídica, o que 
não pode ser tolerado.
Quando o Código de Processo Civil de 2015 entrou em vigor 
houve controvérsia semelhante, pois as regras referentes 
aos honorários advocatícios passaram por significativas 
mudanças. O Superior Tribunal de Justiça pacificou o seguinte 
entendimento a respeito do tema:
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. NATUREZA JURÍDICA. 
LEI NOVA. MARCO TEMPORAL PARA A APLICAÇÃO 
DO CPC/2015. PROLAÇÃO DA SENTENÇA. (…) 7. 
Os honorários advocatícios repercutem na esfera 
substantiva dos advogados, constituindo direito 
de natureza alimentar. 8. O Superior Tribunal de 
Justiça propugna que, em homenagem à natureza 
processual material e com o escopo de preservar-se 
o direito adquirido, AS NORMAS SOBRE HONORÁRIOS 
ADVOCATÍCIOS NÃO SÃO ALCANÇADAS PELA LEI 
NOVA. 9. A sentença, como ato processual que 
qualifica o nascedouro do direito à percepção dos 
honorários advocatícios, deve ser considerada o 
marco temporal para a aplicação das regras fixadas 
pelo CPC/2015. 10. Quando o capítulo acessório da 
sentença referente aos honorários sucumbenciais for 
publicado em consonância com o CPC/1973, serão 
aplicadas as regras do antigo diploma processual até a 
ocorrência do trânsito em julgado. Por outro lado, nos 
casos de sentença proferida a partir do dia 18.3.2016, 
as normas do novo CPC regularão a situação concreta. 
11. No caso concreto, a sentença fixou os honorários 
em consonância com o CPC/1973. Dessa forma, 
1111
Direitodo Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
não obstante o fato de esta Corte Superior reformar 
o acórdão recorrido após a vigência do novo CPC, 
incidem, quanto aos honorários, as regras do diploma 
processual anterior. (STJ, 4a Turma, Recurso Especial 
N0 1.465.535 – SP (2011/0293641-3, Rel. Ministro Luis 
Felipe Salomão, Publicação DJ Eletrônico: 07/10/2016)
Ademais, o art. 791-A, da CLT, padece de vício de 
constitucionalidade, como já arguido em sede de Ação Direta 
de Inconstitucionalidade (n. 5766). Ora, não é razoável que 
o Poder Judiciário reconheça que a parte não tem condição 
de arcar com os custos do processo sem prejuízo do seu 
próprio sustento e, ainda assim, determinar o pagamento de 
honorários advocatícios.
Ora, se a recorrente é pobre no sentido legal, sendo dispensada 
do pagamento das custas processuais e até mesmo do depósito 
recursal, por óbvio que não há qualquer razoabilidade ou lógica 
na condenação ao pagamento de honorários advocatícios.
Dessa forma, requer seja dado provimento ao Recurso 
Ordinário, julgando-se improcedente o pagamento de 
honorários advocatícios.
IV– Pedido
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao Recurso 
Ordinário, nos termos da fundamentação supra.
Termos em que pede juntada deferimento.
1212
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Fundamentando!
Vamos rememorar os aspectos processuais que são necessários 
serem observados para que o operador do direito maneje, 
corretamente, a peça processual a ser apresentada.
1) Contrarrazões
O Direito Processual do Trabalho, como os demais ramos do 
direito, observa os preceitos constitucionais do contraditório e 
da ampla defesa.
No Recurso Ordinário interposto, a recorrente tem o dever de 
explicitar as razões pelas quais não se conforma com a sentença 
prolatada. Deve lançar mão de todos os argumentos fáticos e 
jurídicos possíveis para ensejar a reforma do julgado. A ausência 
de combate aos fundamentos da decisão judicial acarretam 
o não conhecimento do recurso, ou seja, ele sequer tem seu 
mérito analisado pelo órgão julgador. Neste contexto, o Tribunal 
Superior do Trabalho (TST) editou a Súmula n. 422, cuja redação 
é a seguinte:
RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. 
NÃO CONHECIMENTO (redação alterada, com inserção 
dos itens I, II e III) - Res. 199/2015, DEJT divulgado em 
24, 25 e 26.06.2015. Com errata publicada no DEJT 
divulgado em 01.07.2015.
Local, 010 de dezembro de 2017. 
Nome e assinatura do advogado.
1313
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior 
do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam 
os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em 
que proferida.
II – O entendimento referido no item anterior não se 
aplica em relação à motivação secundária e impertinente, 
consubstanciada em despacho de admissibilidade de 
recurso ou em decisão monocrática.
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente 
ao recurso ordinário da competência de Tribunal 
Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja 
motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos 
da sentença.
No atual momento merece destaque o disposto em seu 
inciso I, que prevê justamente que a falta de impugnação 
dos fundamentos da decisão faz com que o recurso não seja 
conhecido. Embora a mencionada Súmula verse sobre recurso 
para o TST, ela se aplica analogicamente aos demais recursos.
As razões recursais, portanto, delimitam a matéria que foi 
devolvida ao Tribunal para a prolação de nova decisão. São 
justamente os fundamentos lançados pelo recorrente em 
seu Recurso Ordinário que devem ser combatidos pela parte 
contrária, com o intuito de que a decisão seja mantida naquilo 
que lhe foi favorável.
As contrarrazões são, portanto, o exercício pleno do contraditório 
garantido pelo art. 50, inciso LV, da CF/88, consagrando a 
dialeticidade processual.
Elas devem ser interpostas no mesmo prazo do recurso a que se 
combate, contados de intimação específica para a prática deste 
ato processual, conforme disposto no art. 900, da CLT:
Art. 900 - Interposto o recurso, será notificado o 
recorrido para oferecer as suas razões, em prazo igual 
ao que tiver tido o recorrente.
1414
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Deve-se fazer menção particular aos Embargos de Declaratórios. 
Nos termos do art. 1.022, do Código de Processo Civil de 2015, 
aplicável subsidiariamente ao Direito Processual do Trabalho por 
força do art. 769, da CLT, o referido recurso é cabível em caso 
de omissão, contradição, obscuridade ou erro material. A CLT 
disciplina a interposição dos Embargos de Declaratórios no art. 
897-A, esclarecendo em seu §20 que a parte contrária somente 
terá oportunidade de se manifestar sobre os mencionados 
Embargos se houver possibilidade de efeito modificativo, isto é, 
que ao sanar omissão, obscuridade, contradição ou erro material 
o julgador altere o conteúdo decisório. Veja-se todo o disposto 
no art. 897-A:
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da 
sentença ou acórdão no prazo de cinco dias, devendo 
seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou 
sessão subsequente a sua apresentação, registrado na 
certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos 
casos de omissão e contradição no julgado e manifesto 
equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do 
recurso. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000).
§ 10 Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício 
ou a requerimento de qualquer das partes. (Redação 
dada pela Lei nº 13.015, de 2014).
§ 20 Eventual efeito modificativo dos embargos de 
declaração somente poderá ocorrer em virtude da 
correção de vício na decisão embargada e desde que 
ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias. 
(Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014).
§ 30 Os embargos de declaração interrompem o prazo 
para interposição de outros recursos, por qualquer 
das partes, salvo quando intempestivos, irregular a 
representação da parte ou ausente a sua assinatura.
1515
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
No tocante aos pontos que devem ser tratados na peça 
processual, você, aluno, deverá utilizar os argumentos fáticos 
e jurídicos constantes na petição inicial e na própria sentença 
para rebater a pretensão empresarial de reforma da decisão de 
primeiro grau. 
Vamos peticionar?
QUADRO SINÓPTICO DA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA 
CONSOLIDADA APLICÁVEL
(Referidos e não referidos nas explicações anteriores)
ASSUNTO CRFB/88 CLT CPC/2015 TST STF
Contrarrazões
Art. 50, inciso 
LV.
Art. 893; 
Art. 895; 
Art. 899; 
Art. 900
Art. 1.022. Súmula n. 422; -
Feriados 
laborados
- - - Súmula n. 444;
Lei n. 
605/49
Intervalo 
intrajornada
- Art. 71 - Súmula n. 437
Indenização 
por danos 
morais
Art. 70, inciso 
XXVIII
Art. 29, Art. 
223-A; Art. 
223-B; Art. 
223-C; Art. 
223-D; Art. 
223-E; Art. 
223-F; Art. 
223-G;
-
Acórdão n. 
0001114- 
19.2012.505.0024
Arts. 186 
e 927 do 
Código 
Civil
Honorários 
advocatícios
- Art. 791-A; - - -
Fonte: Elaborado pelo autor.
1616
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Vamos peticionar!
Caro aluno, assim como no Recurso Ordinário, a peça processual 
deve ser endereçada para o juízo que prolatou a decisão, devendo 
combater os argumentos lançados no recurso pela reclamada. 
Indique na peça recursal as razões pelas quais a decisão de 
primeiro grau deve ser mantida no que tange aos temas tratados 
no Recurso Ordinário.
Sugere-se para fi ns didáticos que a peça processual tenha 
tópico relativo à tempestividade, a fi m de demonstrar que ela foi 
interposta no momento adequado.PRIMEIRA FASE!
Questão 1 – A respeito da interposição das contrarrazões, 
assinale a alternativa correta:
a) As contrarrazões servem para buscar a reforma da sentença.
b) Quando forem interpostos Embargos de Declaração, a 
parte contrária sempre deve se manifestar sobre ele antes de 
seu julgamento.
c) Os fundamentos lançados pelo recorrente em seu Recurso 
Ordinário não devem ser combatidos pela parte contrária 
nas contrarrazões.
d) As contrarrazões devem ser interpostas no mesmo prazo do 
recurso a que se combate, contados de intimação específi ca 
para a prática deste ato processual.
e) Quando forem interpostos Embargos de Declaração, a parte 
contrária nunca deve se manifestar sobre ele antes de seu julgamento.
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Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Questão 2 – Analise as afirmativas abaixo e assinale a 
alternativa correta:
I – As contrarrazões são o exercício pleno do contraditório.
II – As razões recursais não delimitam a matéria que será 
devolvida ao Tribunal para a prolação de nova decisão.
III – Os Embargos de Declaração somente são cabíveis no 
Direito Processual do Trabalho para sanar erro material.
a) Se todas as afirmativas forem verdadeiras.
b) Se apenas a afirmativa I for verdadeira.
c) Se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras.
d) Se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras.
e) Se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras.
Gabarito:
Questão 1 – d)
As contrarrazões se prestam a rebater os argumentos lançados 
pela parte contrária na recursal. Devem ser interpostas no mesmo 
prazo do recurso a que se combate, contados de intimação 
específica para a prática deste ato processual, conforme previsão 
do art. 900 da CLT. 
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Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 5NPJ 
No que diz respeito aos Embargos de Declaração, a parte contrária 
somente se manifestará sobre ele caso haja possibilidade de 
efeito modificativo da decisão embargada.
Questão 2 – b)
As contrarrazões são o exercício pleno do contraditório, pois 
permitem que a parte recorrida se manifeste sobre o Recuso 
Ordinário apresentado.
Por sua vez, as razões recursais delimitam a matéria que será 
devolvida ao Tribunal para a prolação de nova decisão. Somente 
as questões que estão contidas no Recurso Ordinário é que 
poderão ser objeto de apreciação pela instância superior.
Nos termos do art. 1.022, do Código de Processo Civil de 2015, 
aplicável subsidiariamente ao Direito Processual do Trabalho 
por força do art. 769, da CLT, os Embargos de Declaratórios 
são cabíveis em caso de omissão, contradição, obscuridade 
ou erro material.
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