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REDAÇÃO (1) (1)

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algo que será abordado ao longo da redação e não seja 
demasiamente óbvio.
LINGUAGEM
A característica mais marcante da linguagem de 
um texto dissertativo-argumentativo é a impessoali-
dade. Isso pode parecer um tanto contraditório, uma 
vez que se pretende defender um ponto de vista pes-
soal na redação. Muito embora a abordagem seja pes-
soal, ela deve ser passada de forma impessoal, como 
se o que está sendo dito fosse uma verdade universal, 
não uma opinião. Por isso, deve-se evitar o uso da 1a 
pessoa do singular. Tal recurso proporciona maior 
credibilidade ao texto e maximiza a possibilidade de 
convencimento. Observa-se:
“ Em primeiro lugar é bastante coerente dizer que a 
educação no Brasil é muito deficitária.”
A seguir, é possível ver como ficaria esse mesmo 
trecho se o autor tivesse empregado uma linguagem 
mais pessoal, fazendo uso da 1a pessoa do singular:
“ Em primeiro lugar, eu acho que a educação no Bra-
sil é muito deficitária.”
A simples adesão do termo “eu acho” transformou 
a segunda construção em uma analíse extremamente 
pessoal. Isso ficou camuflado na primeira consrução, 
pois, nela, o autor se restringiu a dizer que “é coeren-
te”, tratando o problema da deficiência da educação 
no Brasil não como uma opinição, mas como um fato. 
Por esse mesmo motivo, o uso imperativo e de inter-
locuções também deve ser evitado. Já a 1a pessoa do 
plural (nós), muito embora não seja recomendada, 
não é condenável, contanto que seja usada para in-
cluir leitor e autor em um grande grupo, como “hu-
manidade” ou “brasileiros”. Qualquer restrição a pe-
quenos grupos deve ser evitada.
Além disso é preciso atentar para o uso de verbos. 
Observe-se algumas passagens:
“ O altruísmo e o pensamento ao longo prazo perdem 
cada vez mais espaço no mundo contemporâneo.”
“ Tal fato abrange não só os relacionamentos pessoais 
mais próximos, como também nosso comportamento 
diante das maiores calamidades mundiais, o que faz
 com que olhemos através da tela da televisão desgraças 
em todo o planeta e continuemos a viver nossas vidas.”
Todos os verbos destacados estão no presente do 
indicativo. Esse tempo e esse modo não têm uma co-
notação temporal e permitem uma generalização pró-
pria a esse tipo de texto. Portanto, devem predominar 
nas dissertações.
Por fim, é essencial destacar que as dissertações ar-
gumentativas devem ser redigidas dentro da varieda-
de padrão, a norma culta da língua portuguesa. Isso 
permite que elas sejam lidas e entedidas pelos mais 
diversos tipos de leitores, aumentando a sua abran-
gência.
A DISSERTAÇÃO NO ENEM
A dissertação do Enem não difere muito de quais-
quer outras dissertações. Há, porém, alguns tópicos 
específicos muito importantes nessa prova.
Antes de mais nada, é importante saber que o can-
didato será desafiado a elaborar, em cerca de 30 linhas, 
uma dissertação argumentativa a respeito de um tema 
de ordem predominantemente social, científica/tecnló-
gica, cultural e política. Os critérios de correção são 
chamados de competências e avaliarão aspecto que 
devem ter sido desenvolvidos durante os anos de es-
colaridade, como o domínio da língua portuguesa, a 
organização textual, o conhecimento de atualidades, a 
capacidade de formar e expor uma opinião, entre ou-
tros. 
Por fim, o candidato deve elaborar propostas de in-
tervenção para o problemas apresentado no desenvol-
vimento do texto, sempre respeitando os direitos hu-
manos. Essa é uma característica específica do Enem: 
enquanto, em outras provas, as propostas de solução 
são apenas uma estratégia possível, nesse Exame, elas 
são fundamentais e vale 200 ponto do total de 1.000.
AS COMPETÊNCIAS DO ENEM
Como foi visto, e Enem chama de “competências” 
os critérios de correção da redação. São cinco no total, 
e cada uma delas vale 200. Em casa uma, o candida-
to poderá ganhar 200, 160, 120, 80 ou 40 pontos. São 
elas:
Competência 1 - Demonstrar domínio da modalida-
de escrita formal da língua portuguesa.
Competência 2 - Compreender a proposta de re-
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REDAÇÃO
PRÉ-ENEM 
dação e aplicar conceitos das várias áreas de conhe-
cimento para desenvolver o tema, dentro dos limites 
estruturais do texto dissertativo - argumentativo em 
prossa.
Competência 3 - Selecionar, relacionar, organizar e 
interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos 
em defesa de um ponto de vista.
Competência 4 - Demostrar conhecimentos dos 
mecanismos linguísticos necessários para a constru-
ção da argumentação.
Competência 5 - Elaborar proposta de intervenção 
para o problema abordado, respeitando os direitos 
humanos.
A INTERDISCIPLINARIDADE
O Enem é uma prova interdisciplinar, o que pode 
ser comprovado pela existência de grandes “áreas” e 
a não divisão em “matérias”. Há, portanto, a prova de 
Linguagens, a de Ciências da Natureza, a de Ciências 
Humanas e a de Matemática, além da Redação. Nes-
se sentido, o diálogo entre as diferentes disciplinas é 
extremamente valorizado, o que não poderia ser dife-
rente na redação. A competências 2 requer a aplicação 
de conceitos das várias áreas de conhecimento para 
desenvolver esse tema. Dessa forma, o Enem valori-
za a sugestção de um tópico de outra disciplina que 
corrobote com a argumentação, como fez um canti-
dato na prova de 2012, cujo tema era imigração para 
o Brasil no século XXI, empregando conhecimentos 
de história.
“ Desde o Brasil Colônia, a imigração para o Brasil é 
expressiva. Foi preciso povoar o território para garan-
tir o controle da região e, além disso, escravos foram 
trazidos da África para satisfazer às necessidades eco-
nômicas das lavouras. Mais tarde, já no Brasil Império, 
com a abolição da escravatura, imigrantes europeus en-
cheram os portos brasileiros para substituir a mão de 
obra e embranquecer a população. No brasil República, 
a abertura para o capital estrangeiro trouxe multina-
cionais para o país. Neste século XXI, as causas da imi-
gração são outras e decorrem dos avanços do país.”
AS PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
Como visto também nas competências, outro as-
pecto extremamente importante são as propostas de 
intervenção, que valem um quinto do total de pontos 
da prova de redação. A seguir, é possível ver o que o 
Inep diz sobre esse quesito:
“ A proposta de intervenção precisa ser detalhada de 
modo a permitir ao leitor o julgamento sobre sua exe-
quibilidade, portanto, deve conter a exposição da inter-
venção sugerida e o detalhamento dos meios para reali-
zá-la. A proposta deve, ainda, refletir os conhecimentos 
de mundo de quem a redige, e a coerências da argu-
mentação será um dos aspectos decisivos no processo de 
avaliação. É necessário que ea respeite os direitos hu-
manos, que não rompa com valores como cidadania, li-
berdade, solidariedade e diversidade cultural. Ao redifir 
seu texto, procure evitar propostas vagas, gerais; busque 
propostas mais concretas, específicas, consistentes com o 
desenvolvimento de suas ideias. Antes de elaborar sua 
proposta, procure responder às seguintes perguntas: O 
que é possível apresentar como proposta de intervenção 
na vida social? Como viabilizar essa proposta? ”
É possível concluir, portanto, que levará 200 pontos 
nessa competência o candidato que fugir de utopias 
e elaborar muito bem as propostas de intevenção, de 
maneira detalhada, relacionada ao tema e articulada à 
discussão desenvolvida no texto.
Após essa rápida introdução sobre dissertação argu-
mentativa, e antes de aprofundar-se em cada um dos 
tópicos, vale lembrar o que é essencial para a redação 
do Enem, além, obviamente, de uma boa argumenta-
ção:
Redação do Enem:
• Estrutura ortodoxa (introdução, desenvolvi-
mento, conclusão).
• Precupação social
• Linguage impessoal
• Interdisciplinaridade
• Proposta de intervenção
QUESTÃO 1 
A partir da leiturados textos motivadores seguintes e 
com base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo 
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema 
Publicidade infantil em questão no Brasil, apresentan-
do proposta de intervenção, que respeite os direitos 
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma 
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de 
seu ponto de vista.
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REDAÇÃO
PRÉ-ENEM 
TEXTO I
A aprovação, em abril de 2014, de uma resolução 
que considera abusiva a publicidade infantil, emitida 
pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e do 
Adolescente (Conanda), deu início a um verdadei-
ro cabo de guerra envolvendo ONGs de defesa dos 
direitos das crianças e setores interessados na con-
tinuidade das propagandas dirigidas a esse público. 
Elogiada por pais, ativistas e entidades, a resolução 
estabelece como abusiva toda propaganda dirigida 
à criança que tem “a intenção de persuadi-la para o 
consumo de qualquer produto ou serviço” e que uti-
lize aspectos como desenhos animados, bonecos, lin-
guagem infantil, trilhas sonoras com temas infantis, 
oferta de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis 
que tenham apelo às crianças. Ainda há dúvidas, po-
rém, sobre como será a aplicação prática da resolução. 
E associações de anunciantes, emissoras, revistas e de 
empresas de licenciamento e fabricantes de produtos 
infantis criticam a medida e dizem não reconhecer a 
legitimidade constitucional do Conanda para legislar 
sobre publicidade e para impor a resolução tanto às 
famílias quanto ao mercado publicitário. Além disso, 
defendem que a autorregulamentação pelo Conselho 
Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Co-
nar) já seria uma forma de controlar e evitar abusos.
IDOETA, P. A.; BARBA, M. D. A publicidade infantil deve ser 
proibida? Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 23 maio 2014 
(adaptado).
TEXTO II
 
TEXTO III
Precisamos preparar a criança, desde pequena, para 
receber as informações do mundo exterior, para com-
preender o que está por trás da divulgação de produ-
tos. Só assim ela se tornará o consumidor do futuro, 
aquele capaz de saber o que, como e por que comprar, 
ciente de suas reais necessidades e consciente de suas 
responsabilidades consigo mesma e com o mundo.
SILVA, A. M. D.; VASCONCELOS, L. R. A criança e o marketing: 
informações essenciais para proteger as crianças dos apelos do marketing 
infantil. São Paulo: Summus, 2012 (adaptado).
1. A partir da leitura dos texto da coletânea da pro-
va, de que forma é possível resumir, em uma frase, o 
tema proposta pela banca avaliadora?
2. Qual seria uma tese viável para o tema apresenta-
do, rejeitando os direitos humanos?
3. Como cada um dos textos pode ser útil para a 
construção da tese?
4. Quais interdisciplinares poderiam ser usadas 
nesse tema?
5. A partir dos argumentos que pautam a tese evi-
denciada na questão 02, aponte duas possíveis inter-
venções para o tema abordado.
O PARÁGRAFO DE INTRODUÇÃO
O primeiro parágrafo de uma dissertação é de ex-
trema importâncias, pois é ele que determinará o rau 
de interesse que o leitor terá que continuar com aquele 
texto. Se, logo na introdução, a abordagem não for in-
teressante, isso certamente comprometerá todo o res-
to. É importante, no entanto, atentar para o fato de que 
não deve haver teor argumentativos nesse parágrafo. 
Aqui, o autor deve somente deixar claro seu posicio-
namento e apresentar o que será defendido ao longo 
do texto, nos parágrafos de desenvolvimento.
NOÇÕES GERAIS
O próprio nome é bastante explicativo: o parágrafo 
de introdução é aquele que inicia a redação e deve, de 
fato, introduzir a temática que será defendida ao longo 
do texto.
Não existe uma regra fixa que estabeleça o número 
de linhas para esse parágrafo, porém, é interessante 
atentar para o certo equilíbrio no número de linhas. 
Ou seja, em uma redação de 30 linhas, cerca de 5 ou 6 
serem dedicadas à introdução é suficiente.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UMA INTRODUÇÃO
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REDAÇÃO
PRÉ-ENEM 
Uma bao introdução de uma dissertação argumen-
tativa deve cumprir duas - e somente duas! - funções 
essenciais: contextualizar o tema e sugerir a tese. Ou 
seja, é preciso apresentar para o leitor o assunto em 
foco e deixar claro o que será defendido ao longo do 
texto. Essa é a forma mais tradicional e eficaz de intro-
duzir um texto dissertativo.
Chama-se de contextualizar o tema o ato de trazer 
aquela problemátiva para a realidade do leitor, tra-
çando um panorama inical do tema. Nesse sentido, 
é preciso mostrar, em algumas linhas, que temática é 
aquela e qual é a sua relevâncias no panorama vigente.
Introdução:
• Contextualiza o tema
• Sugere a tese
A CONTEXTUALIZAÇÃO
São diversas as formas possíveis para contetualizar 
o tema, mas três se afirmam como as mais recorren-
tes e fáceis de implementar: a primeira é a abordagem 
histórica. Como o próprio nome indica, esse tipo de 
constextualização dá um tratamento histórico para a 
questão tematizada, mostrando ao leitor um panora-
ma que não se dá somente na comtemporaneidade. 
Essa estratégia permite, inclusive, que o autor também 
ganhe alguns pontos com interdisciplinaridade. Ou 
seja, é uma forma duplamente eficaz de enriquecer o 
texto.
A segunda boa possibilidade é a situação concreta, 
ou seja, começar o texto relatando para o leitor um 
fato que tenha ocorrido e ganhando grande reper-
cussão midiática. Essa tática é excelente para o leitor 
conceber melhor aquela questão e se identificar ime-
diatamente com o texto.
Já a terceira forma é a mais simples de todas: o 
candidato pode simplesmente discorrer sobre o tema 
sugerido, traçando um panorama daquela tópico. As-
sim, o leitor tem um “apanhado” da temática e conse-
gue enxergá-la de forma bastante ampla.
Assim, é importante ficar atento para os principais 
recursos de contextualização na introdução:
Contextualização:
• Abordagem histórica
• Situação concreta
• Panorama geral
A SUGESTAÇÃO DA TESE
No sugestão da tese, o candidato deve colocar, de 
forma abrangente, os pontos que serão abordados e 
defendidos ao longo do texto.
Existem, basicamente, duas formas excelentes para 
isso. Uma delas é a chamada citação de argumentos, 
ou seja, colocar, de forma pontual, os argumentos que 
serão resgatados ao longo do desenvolvimento, na or-
dem em que eles aparecerão. Essa estratégia é impos-
sível sem um bom planejamento do texto.
Outro boa forma de sugerir a tese é por meio de 
questionamentos. Terminar a introdução com algumas 
perguntas, que serão respondidas ao longo do desen-
volvimento, pode não só ajudar o leitor a se organizar 
em relação ao que está sendo defendido, como tam-
bém criar uma conectividade no texto como um todo.
Estas são as principais estratégias para sugestação 
de tese:
Sugestão:
• Citação de argumentos
• Questionamentos
QUESTÃO 2
Leia a introdução a seguir. Ela foi retirada de uma re-
dação acerca da valorização do corpo humano:
“No contexto atual, é muito evidente a valorização 
do corpo humano. Formas físicas perfeitas e desco-
bertas na medicina são constantemente divuldadas 
pelos meios de comunicação, que bombardeiam a po-
pulação com essas informações. Ao contrário do que 
gostam de afirmam aqueles que têm posicionamentos 
radicais, essa estima não é negativa. Pode ser muito 
positivo valorizar o corpo, desde que isso venha atre-
lado ao preço, também, pelo intelecto e pelo espiritu-
al, pois essas noções se complementam. O problema é 
que muitos tendem ao exagero, e optam por somente 
um dos meios, como se fossem, então, excludentes. E 
a adoração somente ao corpo humano pod, enfim, ser 
perigosa.”
1. A introdução lida constrói as duas funções essen-
ciaisdesse parágrafo. Até que momento do texto vai a 
contextualização do tema?
2. Qual foi a estratégia utilizada pelo autor para con-
textualizar? A partir disso, levante hipótese: por que 
ele pode ter escolhido essa estratégia?
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REDAÇÃO
PRÉ-ENEM 
3. O autor não usou nem citação de argu-
mentos, nem questionamentos para sugerir a 
tese. Ainda sim, é possível entender qual é seu 
posicionamento?
4. Com relação ao mesmo tema, construa 
uma contextualização com uma abordagem 
histórica.
5. Agora, complete seu parágrafo sugerindo 
a sua tese por meio da citação de argumentos.
OS PARÁGRAFOS DE DESENVOLVIMENTO
Sem correr o risco de parecer óbvio, dá-se o nome 
de “parágrafos de desenvolvimento” àqueles que de-
senvolvem a tese. Eles também podem levar o nome 
de “parágrafos de argumentação” e são vitais para o 
objetivo total da redação, uma vez que guardam a de-
fesa da tese - ou seja, os argumentos - do autor. Uma 
boa construção desses parágrafos pode garantir pon-
tos, especialmente nas competências 2 e 3 da prova 
do Enem;
NOÇÕES GERAIS
Antes de qualquer coisa, é preciso entender que 
parágrafo, em sua etimologia, é uma unidade do texto 
que trata de uma ideia central e possíveis ideias secun-
dárias que corroborem essa noção principal. Essa de-
finição cumpre uma função essencial: evidencial que 
cada parágrafo deve ter uma - e somente uma - ideia 
central.
Uma dissertação argumentativa nos moldes de 
concursos deve ter dois a três parágrafos de desenvol-
vimento, ou seja, deve aprofundar duas ou três ideias 
centrais. Isso dependerá, basicamente, de quantas 
ideias boas o autor do texto de argumentos coesos e 
fundamentado, com base na realidade circundante e 
na relevância para a temática abordada.
ESTRUTURA INTERNA DO PARÁGRAFO 
Para que seja possível defender uma ideia de ma-
neira contundente na dissertação, é preciso, mais do 
que pensar no conteúdo, ou seja, no que dizer, pensar 
em como dizer. Um parágrafo desorganiizado, com 
ideias truncadas, sem conexão entre si, acaba por con-
fundir o leitor e desmotivar a leitura. Nesse sentido, a 
boa forma de um parágrafo é de suma importância e 
ajuda a garantir essa tão importante organização.
Há uma estrutura interna que deve ser seguida em 
cada parágrafo de desenvolvimento. Todo parágrafo 
deve inicar com um tópico frasal. Trata-se de um pe-
ríodo breve, no qual o autor sintetiza o que será de-
senvolvido ao longo daquele parágrafo. Depois dele, 
vem a ampliação ou explanação. Trata-se do desmem-
bramento, da explicação do tópico frasal. Uma boa 
ampliação é aquela que fundamenta o tópico frasal, 
deixando forte o argumento do autor.
parágrafo do desenvolvimento = tópico frasal + ampliação.
A ARGUMENTAÇÃO
São muitas as estratégias para se desenvolver uma 
boa argumentação. Uma das mais eficazes é a analí-
se de causas e consequências. Como essa estratégia, 
o autor demonstra que não só sabe discorrer sobre a 
problemática, mas que também é capaz de apontar a 
sua origem e o seu desdobramento. Assim, fica muito 
mais fácil propor soluções depois.
Há, também, a técnica da exemplificação. Por meio 
dela, o autor ilustra a questão a ser abordada para o 
seu leitor, e este, por sua vez, é capaz de conectá-la ao 
seu contexto. Outra estratégia é a da prova concreta, 
que ocorre quando o autor faz o uso de definições, leis 
e dados estátisticoss para fortalecer a sua tese.
Por fim, há mais uma boa maneira para argumen-
tar, que é conhecida como técnica de argumento de 
autoridade, isto é, fazer uso de uma citação de alguém 
com alguma credibilidade naquele assunto para ratifi-
car ainda mais o que está desenvolvido.
É claro que existem, ainda, inúmeras formas de se 
argumentar, muitas delas nem mesmo “catalogadas” 
ou colocadas como estratégias. Afinal, qualquer ma-
neira de defender seus argumentos de forma coerente, 
coesa e fundamentada é válida.
Argumentação:
• Causas e consequências
• Exemplificação
• Prova concreta
• Argumentação de autoridade
 No entanto, além de saber como argumentar bem, é
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REDAÇÃO
PRÉ-ENEM 
preciso para o fato de que existem falhas substânciais, 
que podem destruir uma boa argumentação.
A possibilidade de falhas não é exclusiva do desen-
volvimento. Porém, como se trata da maior parte do-
texto, não é de se espantar que elas se concentre, nessa 
parte da redação. É possível, por exemplo, que o can-
didato peque na linguagem empregada e, no lugar da 
formalidade da norma culta, faça uso de oralidades, 
ou mesmo de uma linguagem extremamente rebusca-
da. Há, ainda, mais de uma ideia central, cometendo 
um empilhamento de ideias e tornando a abordagem 
deveras superficial. A fuga ao tema talvez seja a falha 
mais de grave de todas e ocorre quando o autor não 
escreve sobre o que foi pedido na proposta temática. 
Assim, por melhor que esteja a argumentação, a nota 
nunca será boa, uma vez que não se dissertou acerca 
do que foi solicitado. A melhor forma de evitar essas 
e outras falhas continua sendo com planejamento da 
redação e revisão do texto.
No último capítulo, você leu a introdução de uma 
redação a respeito da valorização do corpo humano. 
Agora, leia ops parágrafos de desenvolvimento dessa 
mesma redação, seguindo o que se pede nas questões.
QUESTÃO 3
“Vive-se a realidade ocidental da cultura de massa, 
na qual a mídia divulga modelos a serem seguidos de 
acordo com a ilusão de plenitude proposta pelo con-
sumismo desenfreado. Considerando que o belo é, 
constantemente, ligado ao caráter positivo da vida e 
à felicidade, sendo essa ideia vendida por celebrida-
des sempre estonteantes e bem sucedidas, o homem 
comum busca o mesmo. Entretanto, a valorização do 
corpo em direção à perfeição física acarreta constan-
tes frustações com modelos e ideias inatingíveis pela 
maioria das pessoas. O que deveria trazer felicidade, 
assim, traz angústia e insatisfação”.
Qual é a ideia principal desse parágrafo?
QUESTÃO 4
“Além disso, é importante apontar como esse processo 
é interessante para o capitalismo. A quantidade de di-
nheiro gasta com examos e procedimentos cirúrgicos 
e estéticos é enorme, o que movimenta a economia e 
gera capital. É notável, no entanto, que em um mun-
do com profundas desigualdades sociais, somente 
uma minoria tem acesso a essas possibilidades. Dessa 
forma, perpetua-se à planitude, pois eka pode bancar 
a busca e obtenção do corpo perfeito, assim como arti-
fícios caros e valorizados, como roupas, bolsas e aces-
sórios, para enfeitá-lo.”
A ideia contida no tópico frasal foi explicada ao longo 
da ampliação? Se sim, de que forma?
Leia o texto abaixo e responda as questões 5 a 7.
“Por fim, é vital perceber que a valorização do corpo 
humano não se liga somente à ideia de beleza. Vive-se 
uma era de constantes e profundos avançies em medi-
cina e tecnologia. A busca incessante pela vida longa 
e a estimada ideia da eterna juventude acarretam cada 
vez mais pesquisas em torno da manutenção do corpo 
sempre jovem. Isso é importante, também, para que a 
cada cidadão dê conta de viver em um mundo compe-
titivo e atribulado, onde o mercado de trabalho é tão 
acirrado e falta tempo para o cumprimento de todas 
as atribuições. É necessário um corpo saudável para 
que se possa sobreviver ao dia a dia, e a busca da saúde 
maximiza o apreço pelo corpo humano.”
QUESTÃO 5
Repara que, no final do parágrafo, o autor fez uma 
intervenção pontual, o que é permitido no Enem. De 
que forma isso enriquece a redação?
QUESTÃO 6
A respeito do mesmo tema, crie um parágrafo argu-
mentativo com uma prova concreta.
QUESTÃO 7
Agora, elabora uma paragrafo, argumentativo fazendo 
uso de um argumento de autoridade.
O PARÁGRAFO DE CONCLUSÃO
Assim, como em um bom filme ou um bom livro, é 
preciso“fechar com a chave de ouro” uma redação. O 
que acontece muitas vezes, toda via é o contrário. Não 
raro, quando uma pessoa chega a essa parte do texto, 
bem cansada, ela acaba relaxando. Isso é, entretanto, 
uma péssima escolha, pois a nota é dada após o final 
da leitura da redação como um todo, ou seja, um final 
vai comprometer a nota.
A conclução é o grand finale da dissertação argu-
mentativa. Como a introdução, espera-se que a con-
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REDAÇÃO
PRÉ-ENEM 
clusão de um texto com cerca de 30 linhas tenha em 
média de 5 a 7 linha. Além disso, é preciso que fique 
claro que, muito embora a dissertação seja argumen-
tativa, não há mais espaço para argumentação nesse 
parágrafo final. As ideias a serem defendidas o foram 
nos parágrados de desenvolvimento.
NOÇÕES GERAIS E FUNÇÕES
Primeiramente, é preciso mostrar que o texto che-
gou ao fim. Para isso uma boa estratégia é fazer uso 
de conectivos conclusivos, como “portanto” e “dessa 
forma”. Depois disso, é interessante ratificar a tese, 
reafirmando aquilo que foi defendido ao longo do 
desenvolvimento. Por fim, espera-se que a conclusão 
consiga elevar o interesse do leitor pelo texto.
Conclusão:
• Evidencia o final do texto
• Sintetiza e ratifica a tese 
• Eleva o interesse do leitor.
A CONSTRUÇÃO DAS INTERVENÇÕES
Para finalizar bem o texto, algumas estratégias são 
interessantes. Uma delas é a aplicação de propostas 
de intervenção para a problemática abordada. Com 
isso, além de ter argumentado acerca da questão do 
tema ao longo do desenvolvimento, uma boa dose de 
preucupação social é demostrada com tentativas de 
amenizar a situação, ainda que não seja uma solução 
definitiva. Na prova de redação do Enem, 1/5 da nota 
(ou seja, 200 pontos) é direcionado para as propostas 
de intervenção. Trata-se de uma banca estremamente 
preucupada com questões sociais e formas de resolvê-
-las. Eis o que, segundo o próprio Inep será avaliado 
na “ Competência 5”.
“ O quinto e último aspecto a ser avaliado no seu 
texto é a apresentação de uma proposta de interven-
ção para o problema abordado. Por isso, a sua redação, 
além de apresentar uma tese sobre o tema, apoiada em 
argumentos consistentes, deve oferecer uma proposta 
de intervenção na vida social, ou seja, uma “solução” 
para o problema. Essa proposta deve considerar os pon-
tos abordados na argumentação e deve se relacionar 
diretamente com a tese desenvolvida no texto e ter co-
erência com os argumentos utilizados, já que expressa 
a sua visão, como autor, das possíveis soluções para a 
questão discutida. A proposta de intervenção precisa ser 
detalhada para permitir que o leitor julgue a sua “exe-
quibilidade” (a capacidade de ser posta em prática). Por 
isso, é bom detalhar quais meios são importantes para 
realizá-la. A proposta deve, ainda, refletir os conheci-
mentos de mundo de quem a redige, e a coerência da 
argumentação será um dos aspectos decisivos no proces-
so de avaliação. É necessário que ela respeite os direitos 
humanos: que não rompa com valores como cidadania, 
liberdade, solidariedade e diversidade cultural.”
Isso deixa claro que, para o Enem, é muito impor-
tante que o candidato procure intervir na proble-
mática por ele abordada ao longo da argumentação. 
Tais intervenções devem dizer “ o que ” deve ser feito e 
“como” isso deve ser feito. Além disso, é preciso que a 
proposta seja exequível, ou seja, aplicável na nossa re-
alidade. Questões utópicas devem ser evitadas. Não se 
pode, ainda, esquecer de deixar claro qual interventor 
irá agir sobre aquela intervenção.
É importante lembrar os principais interventores:
Principais interventores:
• Governo
• ONGs
• Mídia
• Indivíduo
• Família
• Educação
• Sociedade
Agora, leia a conclusão da redação a respeito da va-
lorização do corpo humano e faça o que é pedido.
“ Dessa forma, faz-se imprescindível uma reflexão 
maior sobre os benefícios e malefícios da valorização 
do corpo humano. Ao mesmo tempo em que é lou-
vável a procura pelo bem-estar, pois uma pessoa sau-
dável é mais feliz, disposta, e pode trazer benefícios à 
sociedade, é preciso tomar cuidado com o fortaleci-
mento da superficialidade, pois, ao valorizar a perfei-
ção do físico em detrimento do espiritual e do mental, 
incentiva-se a efemeridade leviana. Cabe aos meios 
educacionais priorizarem a conscientização em dire-
ção ao equilíbrio de valores. Não é necessário recrimi-
nar a busca da perfeição física, mas é preciso entender 
a transitoriedade da vida, para aproveitá-la em sua 
plenitude juntando estética e saúde, bem-estar físico e 
mental, sem exageros. O corpo não será imortal, posto 
que é matéria, mas pode ser infito enquanto durar.”
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REDAÇÃO
PRÉ-ENEM 
QUESTÃO 8
Quais outros conectivos poderiam ser usados no lu-
gar de “dessa forma” e também dariam noção conclu-
siva à redação?
QUESTÃO 9
Por que foi importante para a redação colocar o co-
nectivo logo no início da conclusão?
QUESTÃO 10
Qual parte da conclusão está ratificando a tese do au-
tor?
QUESTÃO 11
Essa redação não foi feita nos moldes do Enem. Se o 
fosse, ela apresentaria um grande problema. Qual?
QUESTÃO 12
Com base no que foi respondido na questão anterior, 
pense em três possíveis intervenções para o proble-
mas abordado no tema e desenvolvido na tese.
COESÃO
Não raro na vida, é possível se deprar com textos 
que parecem não ter conexão alguma entre as partes. 
Nos mais diversos gêneros textuais, encontram-se 
produções que mais parecem blocos de ideias soltas, 
sem ganchos, que pouco dialogam ou articulam. Isso 
não quer dizer, necessáriamente, que os tópicos preci-
sam aparecer em uma ordem cronológica. Em diver-
sas narrativas, como os filmes Titanic e Amnésia, há 
o final (ou a sugestão dele) antes do desenrolar em si 
o enredo. Ainda sim, existe um todo que faz sentido, 
pois, mesmo “fora da ordem”, as partes estão conecta-
das e o entendimento não é comprometido.
Em dissertações, não há a noção cronológica. Ain-
da assim, é preciso que as partes estejam ligadas a fim 
de que a redação não pareça somente um conjunto de 
ideias soltas, sem qualquer ligação temática ou lógica 
entre so. Esse é o papel da coesão textual.
NOÇÕES GERAIS
Denomina-se coesão textutal a ligação formal entre 
as partes do texto. Para que um texto tenha conhexão 
entre suas ideias, é preciso que as frases e os parágra-
fos estabeleçam entre si uma relação que garanta a 
sequenciação coerente do texto e a interdependência 
entre as ideias.
Pra isso, é preciso atentar para algumas questões: 
em primeiro lugar, a estruturação dos próprios pará-
grafos, que podem ser desenvolvidos, dentre outras 
possibilidades, por causa-consequência, comparação 
e exemplificação. Deve existir uma articulação entre 
um parágrafo e outro;
Além disso, espera-se que o autor também atente 
para a estruturação dos períodos. As ideias colocadas 
precisam ter uma progressão e o texto não pode con-
tar apenas com “frases soltas”
Por fim, é preciso que exista um cuidado com a re-
ferenciação, ou seja, as referências a termos do texto 
são introduzidas e, depois, retomadas, à medida que o 
texto vai progredindo.
TIPOS DE COESÃO
Existem, basicamente, dois tipos de coesão com as 
quais o autor de um texto dissertativo-argumentativo 
deve se preucupar:
Coesão sequencial - Trata-se da sequência de ideias 
dada ao texto. Normalmente, é conseguida por meio 
de conectivos. No primeiro parágrafo de desenvol-
vimento, conectivos como “Em primeiro lugar” ou 
“Primeiramente” devem sem utilizados. No segundo, 
é correto fazer o uso de “Além disso”, “Em segundo lu-
gar” ou mesmo “Entretanto”, quando se tratar de uma 
ideia asversativa. No terceiro, uma vez que é a última 
ideia a ser abordada, espera-se o uso de conectores 
como “Por fim”.Já na conclusão, alguns dos bons co-
nectivos conclusivos são “Portanto”, “Dessa maneira”, 
“Dessa forma” e “Assim”. 
Coesão referencial - Um dos aspectos que mais 
entediam o leitor de qualquer texto é a repetição de 
palavras ou termos, especialmente aqueles que estão 
próximos, salvo quando isso é feito por motivo este-
lísticos. Nesse sentido, coesão referencial é aquela que 
faz referência a outros termos do textos, a fim de não 
repeti-los e , assim, demostrar riqueza vocabular. Os 
melhores recursos para a coesão referencial são sinô-
nimos, pronomes, advérbios e artigos.
Para além do uso de conectivos e da não repetição 
de palavras, é bom evitar alguns deslizes. Veja o que o 
Inep não recomenda na redação:
• Frases fragmentadas que comprometam a estru-
tura lógico-gramatical;
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REDAÇÃO
PRÉ-ENEM 
• Sequência justaposta de ideias sem encaixa-
mentos sintáticos, reproduzindo usos típicos 
da oralidade;
• Frase com apenas oração subordinada, sem 
oração principal;
• Emprego equivocado do conector (preposição, 
conjunção, pronome relativo, alguns advérbios 
e loculções adverbiais) que não estabeleça rela-
ção lógica entre dois trechos do texto e prejudi-
que a compreensão da mensagem;
• Emprego do pronome relativo sem a preposi-
ção, quando obrigatória; e repetição ou subs-
tuição inadequada de palavras sem se valer dos 
recursos oferecidos pela língua (pronome, ad-
vérbio, artigo, sinônimo).
O bom uso dos recursos coesivos é importantíssi-
mo na redação do Enem. A competência 4, que vale 
200 pontos, avalia se o canditado conseguiu demos-
trar conhecimento dos mecanismos linguísticos ne-
cessários para a construção da argumentação. Nesse 
sentido, a banca estará muito atenta para ver se todas 
as prerrogativas colocadas neste módulo serão postas 
em práticas. Não conferir a devida atenção a isso equi-
vale a comprometer um quinto da nota da redação.
A redação se seguir foi feita a partir do seguinte 
questionamento: “Qual é a melhor fase da vida e qual 
a mais difícil de ser vivida?”. Leia e responda ao que 
segue:
SEM RÓTULOS
Antes dos dezoito anos, todos cobiçam alcançar 
essa idade, com a doce ilusão de toda liberdade con-
quistada com a maioridade. Depois dos quarenta, o 
discurso mais ouvido é sobre a saudade que a juventu-
de deixou. Com os poetas românticos altamente sau-
dosistas, descobrimos uma tendência do ser humano 
de olhar para o passado como se fosse melhor do que 
o presente, e depositar no futuro todas as esperanças 
para uma vida melhor. Poucos percebem, porém, que 
ao desvalorizar o momento atual em detrimento de 
uma idolatria ou idealização de outra época qualquer 
se está, na verdade, perdendo tempo produtivo de 
vida. Cabe analisarmos os fatores, principalmente ex-
ternos, responsáveis por tal fato.
Primeiramente, é importante perceber a evidente 
contradição existente na atualidade. Vivemos em uma 
sociedade extremamente hedonista, que preza o pra-
zer imediato a qualquer custo, vide o envolvimento de 
jovens com drogas, por exemplo, o que prova que há 
uma sede por aproveitar o momento ao máximo, mes-
mo que este nunca seja suficiente. Porém, esse valor 
árcade do Carpe Diem vai de encontro com uma vio-
lência cada vez maior nas grandes cidades, o que serve 
de argumento para aqueles mais velhos, que costu-
mam lembrar como nas suas juventudes tudo era mais 
fácil e mais seguro, logo, aproveitavam mais. Aliado a 
isso, as grandes revoluções tecnológicas e na medicina 
diariamente prometem e cumprem verdadeiros mila-
gres, criando uma grande expectativa de um futuro 
melhor. Percebe-se, assim, que as pessoas nunca estão 
satisfeitas com o momento presente.
Além disso, cabe concedermos à mídia seu papel 
em tal problemática. Percebemos que os meios de 
comunicação em massa costumam dar um valor exa-
cerbado à juventude, glorificando esta como a melhor 
fase da vida. Vende-se a idéia de que, quando jovem, 
somos mais capazes, saudáveis, bonitos e podemos re-
volucionar o mundo. Conseqüentemente, as pessoas 
acabam pensando que esse é o melhor momento da 
existência humana, e dão ênfase somente à juventude, 
como se a infância fosse apenas uma fase antecedente 
que deve logo terminar, e a velhice, a decadência da 
vida. Poucos percebem que cada etapa possui sua im-
portância e beleza individuais.
Não se pode esquecer, ainda, que vivemos em uma 
sociedade capitalista, que confere a posses e status a 
maior importância possível. Em busca sempre da ma-
ximização dos lucros, há uma necessidade enraizada e 
latente de rotular tudo e todos. A partir disso, temos o 
que é pior ou melhor, mais bonito e mais feio, mais vá-
lido ou menos válido, e isso vai desde objetos e posses 
materiais, até o que é mais subjetivo e por vezes eté-
reo, como caráter, dignidade e, logicamente, fases da 
vida. Assim, passamos mais tempo tentando definir a 
melhor delas, enumerando as qualidades e defeitos de 
cada uma, do que, de fato, tentando aproveita-las.
Dessa forma, nada mais justo afirmar que a huma-
nidade, especialmente no contexto vigente, está dei-
xando a vida escorrer em suas mãos sem perceber. O 
ser humano tende a não refletir sobre o seu presente, 
valorizando o passado e idealizando o futuro. Porém, 
seria ignorante e ineficaz comparar a inocência de Na-
rizinho, o crescimento de Capitu e o conhecimento de 
dona Benta. Melhor do que isso é viver o agora, para 
que se possa olhar para o futuro com expectativa e, ao 
contemplar o passado, não haja remorso ou vontade 
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REDAÇÃO
PRÉ-ENEM 
de retorno, e sim a saudade de uma fase boa. De todas 
elas.
QUESTÃO 13
Pode-se dizer que os conectivos foram empregados de 
forma correta na redação?
QUESTÃO 14
Releia a seguinte passagem;
Além disso, cabe concedermos à mídia seu papel 
em tal problemática. Percebemos que os meios de 
comunicação em massa costumam dar um valor exa-
cerbado à juventude, glorificando esta como a melhor 
fase da vida.
Os termos em destaque estão substituindo quais ou-
tros?
QUESTÃO 15
De que forma é possível dizer que há uma progressão 
das ideias do texto?
QUESTÃO 16
De que forma a intertextualidade da conclusão foi fa-
vorável para a redação?
QUESTÃO 17
Se essa redação fosse feita nos moldes Enem, quais as 
possíveis intervenções poderiam ser criadas?
 
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