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ENGC24 – SINAIS E SISTEMAS I Séries de Fourier Prof. Bernardo Ordoñez Curso de Engenharia Elétrica / Curso de Engenharia de Computação DEE – Departamento de Engenharia Elétrica Escola Politécnica - UFBA 1 Sinais e Sistemas I 2 Módulo 2: Representação de sinais periódicos em Séries de Fourier. Determinação dos coeficientes de Fourier. Aspectos de Convergência. Propriedades de Série de Fourier. Aplicação e exercícios. Material de consulta: Capítulo 3 - OPPENHEIN, A.V., WILLSKY, A. S. e NAWAB, S.H. (2010) Sinais e Sistemas. 2ª edição. Editora Pearson. Capítulo 6 - LATHI, B.P. (2006) Sinais e Sistemas Lineares. 2ª edição. Editora Artmed. Sinais e Sistemas I 3 Um sinal periódico x(t) com período T0 possui a seguinte propriedade: para todo t. O menor valor de T0 que satisfaz a condição de periodicidade é o período fundamental de x(t). A área sob um sinal periódico x(t) para qualquer intervalo de duração T0 é a mesma, ou seja, para quaisquer números reais a e b, tem-se: Sinais e Sistemas I 4 Resultado que era esperado, já que o sinal periódico assume os mesmos valores em intervalos de T0. Logo, os valores para qualquer segmento de duração T0 são repetidos em qualquer outro intervalo de mesma duração. Sinais e Sistemas I 5 Resultado que era esperado, já que o sinal periódico assume os mesmos valores em intervalos de T0. Logo, os valores para qualquer segmento de duração T0 são repetidos em qualquer outro intervalo de mesma duração. Sinais e Sistemas I 6 Por conveniência, a área sob x(t) no intervalo T0 pode ser representada por A frequência da senoide ou é f0 e o período é T0 = 1/f0. Também podemos utilizar a expresão em que . A senoide de frequência nf0 é dita n-ésima harmônica da senoide de frequência f0. Sinais e Sistemas I 7 Seja o sinal x(t) constituído por senos e cossenos de frequência e todas as suas harmônicas com amplitudes arbitrárias: A frequência é chamada de frequência funda- mental. O período fundamental é: Sinais e Sistemas I 8 Seja o sinal x(t) constituído por senos e cossenos de frequência e todas as suas harmônicas com amplitudes arbitrárias: O termo constante a0 corresponde ao termo em cosseno para n=0 . Entretan- to, , logo, o termo em seno para n=0 é inexistente. Sinais e Sistemas I 9 x(t) é um sinal periódico com o mesmo período fundamental, independentemente dos valores das amplitudes an e bn. sabendo que , tem-se: Sinais e Sistemas I 10 x(t) é um sinal periódico com o mesmo período fundamental, independentemente dos valores das amplitudes an e bn. sabendo que , tem-se: Sinais e Sistemas I 11 x(t) é um sinal periódico com o mesmo período fundamental, independentemente dos valores das amplitudes an e bn. sabendo que , tem-se: Sinais e Sistemas I 12 x(t) é um sinal periódico com o mesmo período fundamental, independentemente dos valores das amplitudes an e bn. sabendo que , tem-se: Sinais e Sistemas I 13 Finalmente: O resultado poderia ter sido inferido intuitivamente. Em um período fundamental T0, a harmônica de ordem n executa n ciclos completos. Logo, toda a senoide à direita da eq(1) executa um número completo de ciclos em um período fundamental T0. Portanto, para t=T0 , toda a senoide começa como se ela estivesse na origem e repete a mesma sequência durante os próximos T0 segundos e assim por diante. Com isso, a soma de todas as harmônicas resulta em um sinal periódico de período T0. Note que n pertence ao conjunto dos inteiros. Sinais e Sistemas I 14 O resultado poderia ter sido inferido intuitivamente. Em um período fundamental T0, a harmônica de ordem n executa n ciclos completos. Logo, toda a senoide à direita da eq(1) executa um número completo de ciclos em um período fundamental T0. Portanto, para t=T0 , toda a senoide começa como se ela estivesse na origem e repete a mesma sequência durante os próximos T0 segundos e assim por diante. Com isso, a soma de todas as harmônicas resulta em um sinal periódico de período T0. Sinais e Sistemas I 15 Sinais e Sistemas I 16 A série à direita da eq(1) é chamada de Série Trigonométrica de Fourier de um sinal periódico. Sinais e Sistemas I 17 Determinação dos coeficientes da Série de Fourier Sinais e Sistemas I 18 Para determinar a0 na eq (1) integramos os dois lados da equação para um período T0, resultando em: como T0 é o período da senoide de frequência , as funções e executam n ciclos completos em qualquer intervalo T0 segundos, tal que a área sob essas funções em um intervalo T0 é nula. Sinais e Sistemas I 19 Então: portanto, resolvendo para a0, temos: Sinais e Sistemas I 20 A seguir multiplicamos os dois lados da eq (1) por e integramos a equação resultante para um intervalo T0. Sinais e Sistemas I 21 Desenvolvimento complementar Para a próxima etapa precisaremos de um desenvolvimento complementar. Novamente destaca-se que n e m pertencem ao conjunto dos inteiros. Sinais e Sistemas I 22 Como executa um ciclo completo em qual- quer intervalo de duração T0, executa (n+m) ciclos completos em qualquer intervalo de duração T0. Assim, a integral de . Da mesma forma, a integral é zero, exceto quando n=m. Logo, I é zero para todo , e quando n=m, tem-se: Sinais e Sistemas I 23 Portanto, De forma similar, pode-se mostrar que: Sinais e Sistemas I 24 e para, utilizando a identidade trigonométrica tem-se: Para n=m, executa sempre ciclos completos no intervalo T0. E para n=m, . Sinais e Sistemas I 25 Desenvolvimento complementar Fim do desenvolvimento complementar. A seguir continuaremos com as definições de an e bn. Sinais e Sistemas I 26 A seguir multiplicamos os dois lados da eq (1) por e integramos a equação resultante para um intervalo T0. Voltando ao cálculo dos coeficientes... Sinais e Sistemas I 27 A integral é zero porque ela é a área sob m ciclos de uma senoide. A integral também é zero. A integral também (!!!) é zero para todo . Mas note que n assume todos os valores de , inclusive m. Sinais e Sistemas I 28 Quando n=m, esta integral é T0/2. Assim, a partir de um número infinito de termos, apenas um deles sobrevive, resultando em . Portanto, resolvendo para an, temos: Sinais e Sistemas I 29 De forma similar, multiplicando os dois lados da equação por e integrando a equação re- sultante no intervalo T0, obtemos: O principal resultado é que um sinal x(t) periódico com período T0 pode ser expresso como uma soma de uma senoide de período T0 e suas harmônicas. Sinais e Sistemas I 30 Forma compacta de Série de Fourier e Espectro em frequência Sinais e Sistemas I 31 Os resultados até o momento são genéricos, e se aplicam se x(t) for uma função real ou complexa de t. Entretanto, quando x(t) é real, os coeficientes an e bn são reais para todo n e a série trigonométrica de Fourier pode ser expressa em um forma compacta na qual, Cn e 0n são relacionados com an e bn por Sinais e Sistemas I 32 A série trigonométrica de Fourier indica que um sinal periódico x(t) pode ser descrito como a soma de senoides de frequências , cujas am- plitudes são C0,C1,C2,...,Cn, e as fases são respectivamente. Podemos traçar a amplitude Cn em função de n e em função de n. Espectro de Fourier Sinais e Sistemas I 33 A série trigonométrica de Fourier indica que um sinal periódico x(t) pode ser descrito como a soma de senoides de frequências , cujas am- plitudes são C0,C1,C2,...,Cn, e as fases são respectivamente. Podemos traçar a amplitude Cn em função de n e em função de n. Espectro de Fourier Espectrode Amplitude Espectro de Fase Sinais e Sistemas I 34 Como n é proporcional a frequência , os gráficos são versões em escala de Cn em função de e em função de . Os dois gráficos juntos formam o espectro de frequência de x(t). Esse espectro mostra rapidamente os conteúdos de frequência do sinal x(t) com suas amplitudes e fases. Conhecendo esse espectro, podemos reconstruir o sinal x(t) de acordo com Sinais e Sistemas I 35 Um sinal possui uma identidade dual: a identidade no domínio do tempo x(t) e a identidade no domínio da frequência (Espectro de Fourier). As duas identidades são complementares uma da outra e, quando juntas, possibilitam um melhor entendimento do sinal Sinais e Sistemas I 36 Na determinação de , que é a fase da n-ésima harmônica, o quadrante o qual está deve ser deter- minado dos sinais de an e bn. Exemplo: Com isso, , e Observe que: Sinais e Sistemas I 37 Alguns exercícios em sala de aula 1. Determine a série trigonométrica compacta de Fourier do sinal periódico abaixo. Trace o espectro de amplitude e fase de x(t). Sinais e Sistemas I 38 Alguns exercícios 2. Determine a série trigonométrica compacta de Fourier para o sinal triangular periódico abaixo. Trace o espectro de amplitude e fase de x(t). Sinais e Sistemas I 39 3. Determine a série trigonométrica compacta de Fourier para o sinal de pulso quadrado periódico abaixo. Trace o espectro de amplitude e fase de x(t). Alguns exercícios Sinais e Sistemas I 40 3. Determine a série trigonométrica compacta de Fourier para o sinal de pulso quadrado periódico abaixo. Trace o espectro de amplitude e fase de x(t). Alguns exercícios Sinais e Sistemas I 41 Série de Fourier constituída de termos em seno e cosseno. Série de Fourier constituída de termos em seno. Série de Fourier constituída de termos em cosseno. Efeito da Simetria Sinais e Sistemas I 42 Função periódica par x(t) série de Fourier de cossenos. Função periódica ímpar x(t) série de Fourier de senos. Além disso, devido à simetria (par ou ímpar), a informação de um período x(t) está implícita em apenas meio período. Sinais e Sistemas I 43 Conhecendo o sinal em meio período e também o tipo de simetria (par ou ímpar), podemos determinar a forma de onda do sinal para todo o período. Desta forma, os coeficientes de Fourier podem ser calculados integrando-se apenas meio período. Função PAR Função ÍMPAR Sinais e Sistemas I 44 Função PAR x Função ÍMPAR = Função ÍMPAR Função ÍMPAR x Função ÍMPAR = Função PAR Função PAR x Função PAR = Função PAR Função PAR Função ÍMPAR Sinais e Sistemas I 45 Função Par Função Ímpar Sinais e Sistemas I 46 Função PAR Função ÍMPAR Se x(t) é uma função par, então: PAR x ÍMPAR ! Sinais e Sistemas I 47 Se x(t) é uma função ímpar, então: Função ÍMPAR Função PAR Sinais e Sistemas I 48 Aspectos de Convergência da Série de Fourier Sinais e Sistemas I 49 Para existência da série de Fourier, os coeficientes a0, an e bn devem ser finitos. A partir das equações, a existência desses coeficientes é garantida se x(t) for absolutamente integrável em um período, ou seja Notem que a condição de existência da série não informa sobre a natureza ou maneira pela qual a série converge. Sinais e Sistemas I 50 Conjunto alternativo de condições em que garante-se que x(t) é equivalente à sua representação em série de Fourier, exceto em valores isolados de t para os quais x(t) é descontínuo. Nesses valores a série converge para a média dos valores de ambos os lados da descontinuidade. Condições de Dirichlet Sinais e Sistemas I 51 Conjunto alternativo de condições em que garante-se que x(t) é equivalente à sua representação em série de Fourier, exceto em valores isolados de t para os quais x(t) é descontínuo. Nesses valores a série converge para a média dos valores de ambos os lados da descontinuidade. Condições de Dirichlet Exercício da sala de aula, descontinuidade em . Quais os valores antes e depois? Qual o valor da série para ? Sinais e Sistemas I 52 Conjunto alternativo de condições em que garante-se que x(t) é equivalente à sua representação em série de Fourier, exceto em valores isolados de t para os quais x(t) é descontínuo. Nesses valores a série converge para a média dos valores de ambos os lados da descontinuidade. 1) A função x(t) deve ser absolutamente integrável. 2) Em qualquer intervalo finito de tempo, x(t) tem variação limitada, ou seja, não existe mais do que um número finito de máximos e mínimos durante um período do sinal. 3) Em qualquer intervalo de duração finita, existe apenas um número finito de descontinuidades, e estas descontinuidades são finitas. Condições de Dirichlet Sinais e Sistemas I 53 1) A função x(t) deve ser absolutamente integrável. Condições de Dirichlet Sinais e Sistemas I 54 2) Em qualquer intervalo finito de tempo, x(t) tem variação limitada, ou seja, não existe mais do que um número finito de máximos e mínimos durante um período do sinal. Condições de Dirichlet Satisfaz a condição 1! Sinais e Sistemas I 55 3) Em qualquer intervalo de duração finita, existe apenas um número finito de descontinuidades, e estas descontinuidades são finitas. Condições de Dirichlet Número infinito de seções, cada qual com metade da altura e metade da largura da seção anterior. Área menor do que oito Número infinito de descontinuidades Sinais e Sistemas I 56 Papel do Espectro de Amplitude na forma da onda A série trigonométrica de Fourier de um sinal mostra explicitamente os componentes senoidais de x(t), assim, podemos sintetizar x(t) somando as senoides do espectro. Seja o sinal: Sinais e Sistemas I 57 n=0: 1ª harmônica: O sinal lembra de alguma forma x(t). Os cantos íngremes de x(t) não são reproduzidos porque esses cantos representam rápidas mudanças, o que requer componentes que variem rapidamente (altas frequências). Sinais e Sistemas I 58 Soma de CC, primeiro e terceiro harmônicos: Quando aumentamos o número de harmônicos, as bordas dos pulsos se tornam mais íngremes e o sinal se assemelha mais com x(t). Sinais e Sistemas I 59 Frequências baixas na Série de Fourier afetam o comportamento em grande escala de x(t), enquanto frequências altas determinam a estrutura fina, tal como uma rápida variação. Quanto mais brusca a variação, maiores frequências necessárias na série de Fourier. Sinais e Sistemas I 60 Papel do Espectro de Fase na forma da onda Ao contrário do papel do espectro de amplitude, a incidência do espectro de fase na forma da onda é menos óbvio. Considere um sinal x(t) que muda rapidamente, tal como um salto de descontinuidade. Para sintetizar uma mudança instantânea em um salto de descontinuidade, as fases das várias componentes harmônicas senoidais no espectro do sinal devem ser tais que todas (ou quase todas) as componentes harmônicas tenham um sinal antes da descontinuidade e o sinal oposto após a descontinuidade. Isso irá resultar em um mudança brusca em x(t) no ponto de descontinuidade. Sinais e Sistemas I 61 Papel do Espectro de Fase na forma da onda No exemplo abaixo, a forma de onde possui uma descontinuidade em t=1. A série de Fourier para essa forma de onda é: Sinais e Sistemas I 62 Papel do Espectro de Fase na forma da onda A fase de todas as (infinitas) componentes é tal que todas as componentes são positivas antes de t=1, tornando-se negativas exatamente após t=1. O mesmo comportamento é observado em t=-1. Essa mudança do sinal em todas as harmônicas resulta em uma forma muito próximade um salto de descontinuidade. Sinais e Sistemas I 63 Série Exponencial de Fourier Sinais e Sistemas I 64 Usando a igualdade de Euler podemos expressar: Desta forma, podemos também expressar a série trigonométrica de Fourier em termos de exponenciais. A ideia é mostrar que a série exponencial de Fourier para um sinal periódico x(t) pode ser descrita por Sinais e Sistemas I 65 Podemos obter os coeficientes Dn multiplicando os dois lados da equação por , com m inteiro, e integrando em um período T0, na qual, utilizando a propriedade de ortogonalidade de exponenciais abaixo: Sinais e Sistemas I 66 Então: Usando esse resultado, obtemos: a partir do qual temos, Sinais e Sistemas I 67 Para resumir, a série exponencial de Fourier pode ser descrita por na qual, . Pode-se notar que a forma da série é uma notação mais compacta, e mais, a expressão matemática para obtenção dos coeficientes da série também é mais compacta. Sinais e Sistemas I 68 Podemos relacionar Dn com os coeficientes an e bn da série trigonométrica. Fazendo n=0 em obtemos . Além disso, para e Sinais e Sistemas I 69 Quando x(t) é real, an e bn são reais e as equações anteriores mostram que Dn e D-n são conjugados: Além disso, a partir da forma compacta: observamos que, Sinais e Sistemas I 70 Logo, e Portanto, e Amplitudes Ângulos Sinais e Sistemas I 71 Logo, no espectro exponencial de Fourier, podemos traçar os coeficientes Dn em função da frequência. • Partes real e imaginária de Dn ou • Magnitude e ângulo de Dn. Sinais e Sistemas I 72 4. Determine a série trigonométrica compacta de Fourier do sinal periódico abaixo. De novo o mesmo exercício !!! Sinais e Sistemas I 73 OPPENHEIN, A.V., WILLSKY, A. S. e NAWAB, S.H. (2010) Sinais e Sistemas. 2ª edição. Editora Pearson - Capítulo 3 Exercícios: 3.3 3.8 3.21 3.22 3.25 3.41 3.43 (b) e (c) 3.47 Alguns exercícios LATHI, B.P. (2006) Sinais e Sistemas Lineares. 2ª edição. Editora Artmed – Capítulo 6 Exercícios: 6.1-1 6.1-4 6.1-7 6.3-2 6.3-4 6.3-5 6.3-6 Fim de Aula. Sinais e Sistemas I Sinais e Sistemas I Módulo 3 (Próximo módulo): Representação de sinais não periódicos. Convergência. Propriedades da transformada de Fourier. Teorema de Parseval e Convolução. Sinais periódicos e Transformada de Fourier Aplicação e exercícios. Material de consulta: Capítulo 4 - OPPENHEIN, A.V., WILLSKY, A. S. e NAWAB, S.H. (2010) Sinais e Sistemas. 2ª edição. Editora Pearson. Capítulo 7 - LATHI, B.P. (2006) Sinais e Sistemas Lineares. 2ª edição. Editora Artmed.
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