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Fisiopatologia da Nutrição e Dietoterapia I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático : Aula1 
 
DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR 
 
Prof.ª Liliane Martins – 2018.1 
 Faculdade Estácio de Sergipe – FASE 
 
 
1 
 Desnutrição Hospitalar 
• Definição: 
 
• Estado de nutrição em que uma deficiência, 
excesso ou desequilíbrio de nutrientes 
causam efeitos adversos no organismo 
(tamanho, forma, composição), com 
consequências clínicas e funcionais. 
2 
• Desnutrição pode ser definida como um 
desequilíbrio metabólico causado por aumento 
da necessidade calórico-protéica, inadequado 
consumo de nutrientes e alterações na 
composição corporal e funções fisiológicas. 
 
• A desnutrição em âmbito hospitalar foi 
identificada nas décadas de 70 e 80, 
implicando em maior preocupação dos 
profissionais de saúde nesta questão. 
 
• Bistrian et al., 1974; Butterworth, 1974; Bistrian et al., 
1976; Tanphaichitr et al., 1980; Willard et al., 1980. 3 
Desnutrição Hospitalar e sua prevalência 
• A desnutrição hospitalar acomete entre 29 e 
54% dos doentes internados no mundo, o 
que a torna doença de grande prevalência. 
 
• Reilly et al., 1988; Sayarath, 1993; 
McWhirter e Pennington, 1994; Waitzberg et 
al., 1999; Braunschweig et al., 2000; 
Thomas et al., 2002. 
4 
• O Inquérito Brasileiro de Avaliação 
Nutricional (Ibranutri) encontrou taxa de 
48,1% de desnutrição nos doentes da rede 
do Sistema Único de Saúde (SUS) 
internados nos hospitais brasileiros, sendo 
12,6% desnutridos graves e 35,5% 
desnutridos moderados. 
 
• Waitzberg et al., 1999; Waitzberg et al., 
2001. 
5 
• O Estudo Latino-Americano de Nutrição 
(Elan) avaliou 9.233 pacientes adultos do 
sistema público de saúde de 12 países, 
incluindo o Brasil, e demonstrou que 50,2% 
dos pacientes hospitalizados apresentaram 
algum grau de desnutrição, sendo 12,6% 
desnutrição grave e 37,6% desnutrição 
moderada. 
 
• Correia et al., 2003. 
6 
• A desnutrição hospitalar está diretamente 
relacionada com o aumento do tempo de 
hospitalização. Um número significativo de 
pacientes já está desnutrido na admissão 
hospitalar, e este quadro pode se agravar 
durante a hospitalização. 
 
• A internação pode fazer aumentar, ao invés de 
diminuir, a prevalência de desnutrição 
hospitalar. 
 
• Corish e Kennedy, 2000. 7 
 Desnutrição Hospitalar 
8 
 
No estudo brasileiro de Correia e colaboradores, a 
desnutrição alcançou valores impressionantes: mais 
de 50% dos pacientes internados estavam 
desnutridos. 
Desnutrição no Brasil em 2009 
 
• A Desnutrição hospitalar atinge pelo menos 30% dos 
indivíduos internados no país, a taxa de 
complicações em pacientes desnutridos é 50% 
maior, isto fez com que o Ministério da Saúde 
modificasse os critérios para terapia nutricional no 
SUS. 
 
• Pelo menos 30% dos pacientes internados nos 
hospitais do país sofrem com desnutrição hospitalar. 
 
9 
10 
• De acordo com o diretor do Ganep Nutrição 
Humana e professor associado do Departamento 
de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina 
da Universidade de São Paulo (USP), Dan L. 
Waitzberg, o número pode chegar a 70% 
dependendo da região do país. 
 
 
11 
 
• São causas da desnutrição hospitalar: a má 
alimentação antes de o paciente ser hospitalizado, 
até a desnutrição decorrente da doença ou 
adquirida no próprio ambiente hospitalar. 
 
 
• Segundo Waitzberg a Desnutrição Hospitalar tem 
graves consequências para a evolução clínica e 
mortalidade dos doentes internados. A taxa de 
complicações em pacientes desnutridos é de 50% 
a mais do que em pacientes não desnutridos e a 
mortalidade é duas vezes maior. 
 
 
12 
 
• Pacientes com doenças no sistema digestivo 
(principalmente no esôfago, estômago e duodeno) 
têm maior risco de desnutrição, idade superior a 
65 anos, diagnóstico ou suspeita de câncer ou de 
infecção são fatores que contribuem para o maior 
risco nutricional no doente hospitalizado. 
 
 
O QUE FAZER PARA REDUZIR O PROBLEMA? 
 
13 
Para reduzir o problema, o paciente deve ser 
tratado por uma equipe adequada de terapia 
nutricional, que conta com médicos, 
nutricionistas, enfermeiros e farmacêuticos 
atuando em conjunto. 
 
• A terapia requer uma equipe treinada, 
especializada e capaz de indicar a melhor forma de 
tratamento nutricional para cada doente 
hospitalizado. 
 
• A terapia reduz o tempo do paciente na Unidade de 
Terapia Intensiva (UTI) e o tempo total de 
internação. 
 
 Causas da Desnutrição 
 
14 
1 
2 
3 
4 
5 
15 
Craniotabes é o termo designado para o amolecimento e a diminuição da 
espessura dos ossos do crânio. Pode ser encontrado em casos de raquitismo. 
16 
• Caldwell et al 1981, propõe uma definição funcional 
que bem se aplica ao paciente hospitalizado.(Jellife 
DB, 1966). 
 
• “Desnutrição é um estado mórbido secundário a uma 
deficiência ou excesso relativo ou absoluto, de um ou 
mais nutrientes essenciais, que se manifesta 
clinicamente ou é detectada por meio de testes 
bioquímicos, antropométricos, topográficos ou 
fisiológicos” . 
17 
 Causas da Desnutrição 
 
• A desnutrição, quanto à sua origem, pode ser 
primária, secundária ou terciária. 
 
• Quando Primária, referente à alimentação; decorre 
de uma inadequação no consumo dietético, sem 
que haja nenhum outro fator interferindo; seleção 
inadequada de alimentos; perda de dentes; 
relacionada a má condição social. 
18 
• Desnutrição secundária, decorrente de uma falha 
fisiológica. Resultado de outras doenças que levam a 
uma baixa ingestão de alimentos; absorção ou uso 
inadequado de nutrientes; necessidades e/ou perda 
aumentadas de nutrientes. 
 
• Na Desnutrição terciária ou Iatrogênica, quando 
decorrentes do cuidado do paciente, com relação às 
dificuldades do sistema; uso inadequado da terapia 
nutricional (TN) e/ou ausência de avaliação nutricional; 
não percepção do aumento das demandas 
energéticas; alta rotatividade de pessoal e divisão de 
responsabilidades. 
 
Waitzberg DL, 2009. 
 
 
 
19 
CONSIDERAÇÕES 
• A desnutrição é um estado mórbido secundário a 
uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de 
um ou mais nutrientes essenciais. 
 
E QUANTO A DESNUTRIÇAO IATROGÊNICA? 
 
• A desnutrição iatrogênica é de causa não intencional 
e pode estar relacionada a não observação da 
ingestão alimentar do indivíduo hospitalizado. 
20 
21 
• A desnutrição protéico-calórica pode ocorrer em 19 a 
80% dos pacientes hospitalizados por diversos 
estados mórbidos. Sendo a Infecção considerada 
uma consequência da desnutrição. 
 
• O que pode explicar valores dentro dos limites 
aceitáveis de albumina sérica em estágios 
avançados de Desnutrição? 
 
• Valores dentro dos limites aceitáveis de albumina 
sérica em estágios avançados de desnutrição podem 
ser explicados pela desidratação. 
 
22 
Você sabia? 
 
Que na desnutrição, a deficiência de microelementos 
na dieta acarretará complicações como anorexia, 
alopecia, baixa imunidade, além de reduzir 
cicatrizações. 
 
 Você sabe qual o mineral que pode levar a estas 
complicações? E por que? 
 
O Zinco porque é dependente de carreadores 
proteicos para seu transporte, a deficiência dele 
levará a estas complicações. 
 
23 
 
 
• A desnutrição protéica é comum em nossomeio, 
principalmente em crianças, idosos, gestantes e 
portadores de cirurgias do trato gastrintestinal. No 
diagnóstico nutricional, deve-se utilizar avaliação do 
consumo dietético e bioquímicos sanguíneos, tais 
como: 
 
Consumo de ácidos graxos essenciais e exame de 
albumina, transferrina, contagem de linfócitos totais, 
respectivamente. 
 
 Inanição 
• A inanição pode resultar de um jejum, uma carência 
de alimentos, anorexia nervosa, doença 
gastrointestinal grave, um acidente vascular 
cerebral ou um estado de coma. O corpo resiste à 
inanição desfazendo os seus próprios tecidos e 
usando-os como fonte de calorias. 
 
• Como resultado, os órgãos internos e os músculos 
são progressivamente lesados e a gordura corporal 
(tecido adiposo) praticamente desaparece. 
24 
 
• Os adultos podem perder mais da metade do peso do 
seu corpo e as crianças ainda mais. 
 
 
 
 
 
 
 
• A perda de peso proporcional é maior no fígado e nos 
intestinos, moderado no coração e nos rins e menor 
no sistema nervoso. 25 
• Os sinais mais óbvios de emagrecimento extremo 
são o desgaste das áreas onde o corpo de forma 
normal armazena gordura, a redução do volume 
muscular e a constatação de ossos protuberantes. 
 
 
26 
• A pele torna-se delgada, seca, pouco elástica, 
pálida e fria. 
• O cabelo fica ressequido, empobrece e cai com 
facilidade. 
• A maioria dos sistemas do organismo veem-se 
afetados. A inanição total é mortal em 8 a 12 
semanas. 
 
27 
INANIÇÃO AGUDA 
Resposta metabólica a um jejum agudo – 
deflagrada pela Hipoglicemia. 
Exaustão do glicogênio hepático e muscular (15h); 
Redução da glicose; 
Redução da insulina plasmática; 
Aumento do glucagon, catecolamina e cortisol – 
estímulo para gliconeogênese; 
Oxidação de ácidos graxos – fonte de energia; 
Redução da taxa metabólica basal – queda do 
consumo de oxigênio. 
 
 
 
 
28 
INANIÇÃO CRÔNICA 
• Resposta metabólica a um jejum crônico: 
 
Maior oxidação de gordura; 
Menor degradação de proteínas; 
Se a gliconeogênese continuasse no mesmo ritmo 
tempo de sobrevida não ultrapassaria 10 dias. Perda 
protéica de 30 – 50% = associada a mortalidade 
elevada. 
Manutenção da inanição: gorduras – produção de 
corpos cetônicos cérebro. 
Objetivo: Poupar massa protéica corpórea. 
 
29 
Considerações - INANIÇÃO 
 
A inanição refere-se à privação alimentar e 
apresenta características metabólicas diferenciadas 
da condição de estresse. 
 
Uma das principais diferenças entre inanição aguda 
e crônica é a formação de corpos cetônicos, que 
acontece na fase crônica. 
30 
CONSIDERAÇÕES - INANIÇÃO 
A proteólise é mais intensa na inanição crônica, do 
que na aguda. 
 
Na inanição aguda há exaustão do glicogênio 
muscular e hepático, mas por outro lado ocorre 
gliconeogênese e o paciente também pode cursar 
com hiperglicemia. 
 
Na inanição aguda ocorre rápida perda ponderal e 
hipoglicemia (inicialmente). 
 31 
 Tratamento para Inanição 
Restabelecer a ingestão de alimentos nas 
quantidades normais depende do tempo que o 
organismo esteve privado de alimentos e de quão 
gravemente foi afetado. 
 
• O aparelho digestivo atrofia-se durante a inanição e 
não pode adequar-se imediatamente a uma dieta 
normal. 
32 
33 
 
• Os líquidos (sumos, leite, caldo e sopas leves) são 
recomendados para aqueles que podem ingerir 
alimentos pela boca. 
 
• Depois de alguns dias de ingestão líquida, pode-
se começar com uma dieta sólida e aumentar 
gradualmente. 
 
34 
 
• Em geral, recomendam-se alimentos moles, dados 
em pequenas doses a intervalos frequentes, para 
evitar a diarreia. Uma pessoa deve recuperar entre 
1,5 kg e 2 kg por semana até atingir um peso 
normal. 
 
• Algumas pessoas precisam no princípio de ser 
alimentadas através de uma sonda nasogástrica. A 
alimentação endovenosa pode ser necessária se 
persistirem a má absorção e a diarreia. 
CONSIDERAÇÃO 
O início tardio da terapia nutricional é uma prática 
equivocada, porém comum na unidade hospitalar. 
 
O que pode acontecer com os pacientes que 
permaneceram um longo tempo sem receber 
aporte calórico adequado? 
 
Síndrome da realimentação. Esta é potencialmente 
uma condição letal definida como uma alteração 
hidroeletrolítica grave associada com anormalidades 
metabólicas em pacientes que voltaram a se 
alimentar via oral, TNE ou TNP, após importante 
privação. 
35 
 Tipos de Desnutrição 
• KWASHIORKOR 
• MARASMO 
• MISTA 
• DE MICRONUTRIENTES 
36 
37 
38 
 Kwashiorkor x Marasmo x Mista 
39 
• Kwashiorkor: quando o fornecimento calórico esta 
adequado, mas faltam proteínas. 
 
• Marasmo: quando há uma deficiência global tanto 
em proteínas como em calorias. 
 
• Mista: quando há uma deficiência global tanto em 
proteínas como em calorias e a presença de 
edema. 
 
Critérios clínicos para diferenciar os 
três tipos de desnutrição 
 
• Marasmo (caquexia) 
Letargia; 
Fraqueza; 
Perda severa de crescimento; 
Perda marcante de tecido muscular; 
Perda marcante de tecido adiposo subcutâneo; 
Sem edema; 
Cabelo escasso, quebradiço e às vezes 
descolorido; 
A criança é normalmente irritadiça e apática. 
40 
41 
• Kwashiorkor marasmático 
Apresenta os sintomas supracitados mais edema. 
 
• Kwashiorkor (desnutrição aguda) 
Predomina em crianças acima de 2 anos de idade; 
Apresenta edema, ascite; 
Lesões típicas de pele; 
Cabelo ralo, descolorido (sinal de bandeira); 
Apatia, anorexia; 
Fígado gorduroso e aumentado; 
Hipoalbuminemia; 
Diminuição da função imune. 
 Desnutrição de Micronutrientes 
 
• A deficiência de micronutrientes: zinco, ferro, ácido 
fólico e vitaminas hidrossolúveis é um dos maiores 
males mundial, atingindo 1/3 da população. 
 
• Estudos da OMS e UNICEF revelam que a incidência 
da desnutrição por micronutrientes prevalece nos 
grupos de maior vulnerabilidade na população - 
sociedades de países em desenvolvimento, com 
maior incidência de mulheres grávidas e crianças. 
42 
43 
 
• A consequência da desnutrição por micronutrientes 
resulta em saúde debilitada, fraca resistência a 
doenças (deficiências do sistema imunológico), 
retardamento mental e expectativa de vida reduzida. 
 
O papel dos micronutrientes: vitaminas e minerais, 
sobre a saúde é crucial; são essenciais para 
promover as reações metabólicas. 
 
• Como não são sintetizadas pelo organismo, são 
obtidos a partir dos alimentos ou por suplementação, 
através de medicamentos ou alimentos fortificados. 
 
 
 
 
44 
 
• Existem diferentes formas de aumentar a ingestão 
diária de micronutrientes: 
 
1) podem ser tomadas medidas para aumentar e 
diversificar o consumo de alimentos ricos nos 
micronutrientes; 
2) através de medicamentos contendo um amplo 
espectro de vitaminas e minerais ou; 
 3) pelo enriquecimento de alimentos básicos de 
amplo alcance na população. 
 
Consequências e Complicações da 
Desnutrição 
• A falta de diagnóstico e de tratamento da 
desnutrição hospitalar tem como consequências 
altos índices de morbidade e mortalidade, maior 
tempo de internação hospitalar, necessidade de 
cuidados médicos mais intensivos e maior risco de 
re-internação, levando a aumento de custo para o 
sistema de saúde. 
 
• Reilly et al., 1988; Barents Group LLC,1996; Gallagher-
Allred et al., 1996; Tucker e Miguel, 1996; Guarnieri et 
al., 1999; Waitzberg et al., 1999; Waitzberg e Correia, 
1999; Corish e Kennedy, 2000; Correia e Waitzberg, 
2003; Waitzberg e Baxter, 2004. 
 
45 
Consequências e Complicações da 
Desnutrição em pacientes hospitalizados 
46 
47 
 
 
• Pacientes com infecções graves, traumatismos ou 
em pós-operatório de grandes cirurgias são 
particularmente vulneráveis a desenvolver 
desnutrição. 
 
• Ingestão diminuída, restrição de oferta hídrica, 
instabilidade hemodinâmica, diminuição da 
absorção e interação droga-nutriente podem ser 
situações de risco nutricional. 
48 
 
 
• Além desses fatores, a pouca atenção dos 
profissionais de saúde ao cuidado 
nutricional - levando à indicação 
inadequada, à falta de avaliação 
nutricional e à monitoração pouco 
frequente - é comumente observada e 
pode contribuir para a desnutrição 
 
Consequências e Complicações da 
Desnutrição em pacientes hospitalizados 
 
• Quando uma pessoa que está sofrendo de uma 
doença perde 10-20% do peso do seu corpo, uma 
deterioração significativa na função corporal pode 
ocorrer. 
E O QUE PODE ACONTECER ? 
Isto reduzirá a velocidade da recuperação e poderá 
terminar levando à morte. As funções muscular, 
respiratória e termorreguladora poderão ser 
prejudicadas. 
49 
50 
As respostas imunológicas serão diminuídas, a 
resistência à infecção diminuirá e a cicatrização de 
ferimentos será retardada. 
 
• No caso de uma perda de peso mais grave, ambas 
as funções cardiovascular e gastrintestinal são 
prejudicadas. 
 
• Os pacientes também podem sofrer psicologicamente 
quando eles estão desnutridos, tornando-se deprimidos 
e apáticos. 
 
 
 Perda da resistência muscular 
 
A perda da resistência muscular leva a uma redução 
na mobilidade e na independência 
 
 
juntamente com reservas de gordura subcutânea 
reduzidas, aumenta a incidência e a persistência de 
complicações 
 
 como quedas e feridas por pressão. 
 
 51 
 
 
 Aumento de fraturas 
 
 
• A desnutrição pode ser considerada um fator de 
risco para fratura do quadril, podendo acelerar a 
perda de massa óssea dependente da idade, uma 
vez que as dietas deficientes em cálcio podem 
levar à osteoporose. A coordenação prejudicada, 
que também ocorre com a desnutrição, aumenta a 
probabilidade de queda, levando à fraturas. 
 
• Um estudo de Bastow e outros mostrou que 20% dos 
pacientes com fratura de quadril estavam seriamente 
desnutridos e apresentavam uma mortalidade de 20% 
(em comparação com 4% dos bem nutridos). 
 
52 
 
 
Incidência aumentada de feridas por 
pressão 
 
 
• Em um levantamento de 501 pacientes consecutivos 
admitidos a um pavilhão médico de longa 
permanência, Ek e outros descobriram uma incidência 
de feridas por pressão, na admissão, de 34,8% entre 
aqueles avaliados como desnutridos, em comparação 
com 20,6% naqueles adequadamente nutridos 
(p<0,01). 
Durante o estudo, o desenvolvimento de novas 
feridas por pressão durante a hospitalização foi 
significativamente mais elevado. 
A cicatrização das feridas existentes foi menor no 
grupo desnutrido, apesar de cuidados e tratamento 
idênticos. 
 
53 
Cicatrização retardada de ferimentos 
• Um problema particular entre os pacientes 
cirúrgicos desnutridos é a cicatrização retardada 
dos ferimentos. Haydock & Hill mediram a resposta 
da cicatrização de ferimentos de 66 pacientes 
cirúrgicos medindo o teor de colágeno (hidroxiprolina) 
de sondas de Gore-Tex inseridas ao longo de trajetos 
de agulha subcutâneos padronizados. 
 
Após sete dias, o teor de hidroxiprolina das sondas 
estava significativamente mais baixo nos 30 pacientes 
com desnutrição pré-operatória do que nos 36 pacientes 
eutróficos (p<0,01). 
 
54 
 
 
Funções imunológica e hormonal prejudicadas 
 
 
• A desnutrição pode levar a um comprometimento 
considerável do equilíbrio hormonal, com 
hipoinsulinismo ou hipotiroidismo. 
 
• Ela também compromete o sistema imunológico com 
linfopenia periférica; fagocitose reduzida por fagócitos 
polinucleares e macrófagos; produção reduzida de 
citoquina por monócitos e o aparecimento de linfócitos 
imaturos de CD2 e CD3. 
 55 
56 
 
• Tais deficiências aumentam o risco e as 
consequências de infecções, o que, por sua vez, 
exacerba o déficit nutricional, levando a uma espiral 
descendente, que pode se mostrar fatal. 
 
• Um quadro muito semelhante de deficiência 
imunológica e desnutrição que se exacerbam 
mutuamente ocorre em pacientes de AIDS. 
 
 
 Complicações Pós - Cirúrgicas 
• Mullen e outros, em uma experiência prospectiva de 64 
admissões consecutivas para cirurgia eletiva, 
descobriram que aqueles com um nível de albumina 
do soro <3 g/dl e aqueles que apresentaram reações 
de hipersensibilidade retardada da pele tinham o dobro 
da taxa de complicações daqueles com um nível >3 
g/dl. 
 
• Além disso, aqueles com um nível de transferrina do 
soro <220 mg/dl corriam um risco de complicações 
cinco vezes maior, especialmente de sepse. 
57 
Atividades propostas: 
Leitura do artigo: 
ALTERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS NA DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO-PROTÉICA (Ana Lydia Sawaya). 
 
Elaborar um quadro comparativo diferenciando as 
alterações fisiopatológicas na desnutrição 
energética protéica. 
58 
Considerações 
• Já se passaram 15 anos, após o estudo do 
IBRANUTRI e a desnutrição no âmbito hospitalar 
continua alarmante. 
 
• Desnutridos apresentam riscos elevados de: 
 
Complicações; 
Reinternação em unidade de terapia intensiva; 
Mortalidade. 
 
 
59 
Para Fixar 
Segundo Melo e colaboradores (Rev. Bras. Nutr. Clin. 
2003;18(4):173-177), ao longo dos anos, estudos com 
diferentes metodologias mostraram grande ocorrência de 
desnutrição em pacientes adultos já no momento da 
internação hospitalar. 
 
 No Brasil, em 1999, a SBNPE coordenou o Inquérito 
Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar 
(IBRANUTRI), que avaliou o estado nutricional de 4000 
pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde 
(SUS), em 25 hospitais brasileiros. 
 
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral 
60 
61 
Neste estudo, a prevalência de desnutrição encontrada 
foi de aproximadamente 48%, concordando com 
achados anteriores. 
 
RESPONDA: 
a) Quais são as principais causas da desnutrição 
 intrahospitalar? 
 
b) Cite as principais consequências da falta de adoção 
de medidas preventivas para evitar ou corrigir a 
desnutrição intrahospitalar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
• c) Aponte três situações clínicas em que o 
nutricionista poderá ser responsabilizado pela 
desnutrição iatrogênica. 
 
 
 
• d) Apresente ações que possam reverter os dados 
alarmantes apresentados no IBRANUTRI. 
PLANO DE ENSINO 
Bibliografia : 
• Cuppari, Lílian. Nutrição clínica no adulto. 2 ed.São 
Paulo: Manole, 2005. 
• Mahan, L. Kathleen; Escott-Stump, Sylvia. Krause - 
Alimentos, nutrição e dietoterapia. 12 ed.Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2010. 
• Shils, Maurice E.; Olson, James A.; Shike, Moshe; 
Ross, A. Catharine; Caballero, Benjamin. Nutrição 
moderna na saúde e na doença. 2 ed. Rio de 
Janeiro:Manole, 2009. 
• Lameu, Edson. Clínica nutricional. 1 ed. Rio de 
Janeiro: Revinter, 2005. 
 
63

Outros materiais