Buscar

Absolutismo (Ensino Médio)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Absolutismo
1) “O absolutismo é uma espécie de religião; ora, conhecer uma religião por meio apenas de seus teólogos não será sempre ignorar dela as fontes vivas? (...) Não nos enganemos, portanto. Para compreender mesmo os mais ilustres doutores da monarquia, é bom, conhecer as representações coletivas, legados de épocas precedentes (...)”. (BLOCH, Marc. Os Reis Taumaturgos.)
O período medieval é caracterizado pela forte presença da religião na vida social e cotidiana das pessoas. No fragmento acima o autor se refere à concepção religiosa que o absolutismo adquiriu. O período Moderno traz à tona a política, praticada pelo poder soberano do rei, no entanto as representações deste poder passam por percepções, ainda, religiosas de mundo. Mediante seus conhecimentos sobre a ascensão das monarquias absolutas na Europa e suas características sagradas, marque a opção falsa:
a) A unificação espanhola se deu em virtude do casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão, os reis católicos que expandiram a cristandade para o Novo Mundo;
b) A unificação portuguesa aconteceu a partir das crenças populares e religiosas relacionadas ao Mito de Ourique;
c) O fator religioso foi preponderante para a não unificação da Alemanha, pois esta região vivia a explosão das reformas protestantes;
d) As guerras religiosas aconteceram no mesmo instante à ascensão das monarquias modernas;
e) As monarquias francesa e inglesa ignoravam qualquer tipo de ritual religioso, apenas viviam a intensidade das sociedades de corte.
2) “[Durante a Idade Média,] todos, do rei e a rainha ao camponês e sua mulher, comem com as mãos. Na classe alta há maneiras mais refinadas de fazer isso. Deve-se lavar as mãos antes de uma refeição (...) [Com a mudança dos costumes para a civilité (Civilização)], o comportamento nobre, cortês, é constantemente comparado com as ‘maneiras rudes’: a conduta dos camponeses (...)”. (ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador.)
As práticas cotidianas da vida de corte, estabelecida com a ascensão dos absolutismos, contavam com o controle das atitudes e o respeito às normas sociais estabelecidas dentro da corte. Os rituais da nobreza absolutista pretendiam distinguir os nobres dos camponeses, como evidenciado no texto acima. Isto é, as práticas culturais da corte também possuíam uma faceta política e social: subjugar os grupos camponeses.
a) Explique como o fenômeno da sociedade de corte contribuiu para a ascensão das monarquias européias.
b) O absolutismo trouxe características que não existiam na sociedade medieval. Apresente duas inovações do Estado Moderno, além da sociedade de corte. 
3) “Três razões fazem ver que este governo é o melhor. A primeira é que é o mais natural e se perpetua por si próprio... A segunda razão é que esse governo é o que interessa mais a conservação do Estado... A terceira razão tira-se da dignidade das casas reais...” (ANDERSON, Perry. Linhagens do estado absolutista.)
Segundo Perry Anderson, um dos maiores estudiosos do absolutismo Ocidental, este era apenas um aparelho de dominação feudal recolocado e reforçado, destinado a sujeitar as massas camponesas à sua posição social tradicional...Visando a dominação ideológica, foram criadas inúmeras teorias, cujo objetivo era justificar o poder centralizado dos reis, na formação dos Estados Modernos. 
Correlacionando os principais teóricos do Absolutismo às suas ideias:
	1. Thomas Hobbes e H. Grotius
	( ) “o trono real não é o trono de um homem, mas do próprio Deus...”.
	2. Nicolau Maquiavel
	( ) “o Príncipe não deve se importar com se expor à infâmia dos vícios, sem os quais seria difícil salvar o poder...”.
	3. Jean Bodin e Jacques Bossuet
	( ) um governo deve ser forte, para que a paz e a ordem sejam mantidas, evitando assim que o homem se torne “Lobo do Próprio Homem”.
A opção correta é: 
a) 1, 3, 2;
b) 3, 2, 1;
c) 2, 3, 1;
d) 3, 1, 2; 
4) Principalmente a partir do século XVI vários autores passam a desenvolver teorias, justificando o poder real. São os legistas que, através de doutrinas leigas ou religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do governante é manter o poder e a segurança do país que governa. Para isso deve usar de todos os meios disponíveis pois que "os fins justificam os meios." Professou suas ideias na famosa obra:
a) "Leviatã"
b) "Do Direito da Paz e da Guerra"
c) "República"
d) "O Príncipe"
e) "Política Segundo as Sagradas Escrituras" 
5) O estudo da história é mais caracterizado pelo debate do que por consensos. Mediante as citações abaixo, referentes ao Absolutismo, identifique duas coisas: as divergências e as semelhanças entre a opinião dos autores, levando em consideração a relação entre o Estado absolutista e a burguesia ascendente. 
	"Durante toda a fase inicial da época moderna, a classe dominante - econômica e politicamente - era, portanto, a mesma da época medieval: a aristocracia feudal. (...) Essencialmente, o absolutismo era apenas isso: um aparelho de dominação recolocado e reforçado, destinado a sujeitar as massas camponesas à sua posição tradicional. (...) Em outras palavras, o Estado absolutista nunca foi um árbitro entre a aristocracia e a burguesia, a menos ainda um instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia: era a armadura política de uma nobreza atemorizada."
(ANDERSON, Perry. Linhagens do estado absolutista.)
	"Esse tipo de Estado assegura à aristocracia a manutenção de sua hegemonia. (...) a burguesia mercantil encontrou na aliança com os príncipes um instrumento capaz de favorecer seus próprios interesses econômicos e políticos. (...) Mas, afinal, esse Estado é feudal ou capitalista? Na verdade, diríamos que ele é as duas coisas e, por isso mesmo, não é exatamente nem uma, nem outra. (...) O Estado absolutista tende a expressar a busca de um equilíbrio precário, a longo prazo impossível, entre classes (...) cujos interesses são em parte complementares e em partes antagônicos."
(FALCON, Francisco. Mercantilismo e Transição.)
6) A ilustração ao lado está estampada na folha de rosto da obra Leviatã, de Hobbes, publicada em 1651, na Inglaterra. A figura do Leviatã é proveniente de mitologias antigas, sendo empregada para personificar o Estado Absolutista europeu.
Descreva a conjuntura política da Inglaterra em meados do século XVII e aponte duas características da teoria de Estado formulada por Hobbes. 
7) "Por enquanto, ainda el-rei está a preparar-se para a noite. Despiram-no os camaristas, vestiram-no com o trajo da função e do estilo, passadas as roupas de mão em mão tão reverentemente como relíquias santas, e isto se passa na presença de outros criados e pagens, este que abre o gavetão, aquele que afasta a cortina, um que levanta a luz, outro que lhe modera o brilho, dois que não se movem, dois que imitam estes, mais uns tantos que não se sabe o que fazem nem porque estão. Enfim, de tanto se esforçarem todos, ficou preparado el-rei, um dos fidalgos retifica a prega final, outro ajusta o cabeção bordado." (SARAMAGO, José. Memorial do convento.) 
Nesse texto Saramago descreve o cotidiano da corte no período de consolidação do Estado Moderno. Todas as alternativas referem-se ao Absolutismo, EXCETO:
a) A classe dominante, durante toda a época moderna, não era mais a mesma do período feudal tanto política quanto economicamente.
b) A história do Absolutismo Monárquico é a história da lenta reconversão da nobreza a um papel parasitário, o que lhe permitiu regalias.
c) A nobreza passou por profundas transformações no período monárquico de centralização, mas nunca foi desalojada do poder político.
d) O Absolutismo era um rearranjo do aparelho de dominação, destinado a sujeitar as massas camponesas, que sublevadas questionavam o papel tradicional da nobreza.
e) O Estado Absolutista era uma nova carapaça política de uma nobreza atemorizada, que passou a ocuparum lugar junto ao Rei, se tornando cortesã.
8) "A imagem do rei-sol, como era chamado Luís XIV, que reinou até sua morte, em 1715, se construiu sobre a pintura, a gravura, a escultura, a arquitetura, a música e a palavra escrita ou oral." (ONOFRE.) Associando seus conhecimentos sobre absolutismo ao texto anterior, pode-se afirmar: 
I - A construção da imagem pública do rei absolutista evidencia uma defasagem entre teoria e prática do absolutismo. 
II - A utilização da arte como veículo de propaganda política indica o interesse do monarca absolutista em promover o desenvolvimento cultural das camadas populares. 
III - A preocupação com a difusão de uma imagem positiva perante a sociedade caracteriza o "rei-sol" como o precursor do despotismo esclarecido. 
IV - Os monarcas absolutos, assim como os políticos atuais, também buscavam, na construção de uma imagem pública, formas para legitimar o exercício do poder. 
V - O apoio da nobreza, classe politicamente privilegiada durante o Antigo Regime, era fundamental para a governabilidade do Estado, já que, na prática, ninguém governa sem o apoio das camadas mais fortes da população.
a) I, II, III, IV e V;
b) I, II e III;
c) III, IV e V; 
d) II, IV e V;

Outros materiais