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Atividade Física e Saúde Aptidão Física

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1
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
Graduação
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
37
U
N
ID
A
D
E 
3
PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS
DEGENERATIVAS LIGADAS AO
SEDENTARISMO E A OBESIDADE
Vimos na unidade anterior que o sobrepeso, a obesidade e o
sedentarismo atingiram status de problema epidemiológico e neste cenário
surgiu uma nova área de investigação, a epidemiologia da atividade física,
buscando aplicar as estratégias gerais das pesquisas epidemiológicas no
estudo da atividade física relacionada à saúde.
Nesta unidade veremos as principais doenças crônicas degenerativas
ligadas ao sedentarismo e a obesidade. Buscaremos, ainda, conhecer a
etiologia destas doenças e o papel do estilo de vida positivo e da atividade
física no combate às mesmas. Vamos em frente!
OBJETIVO DA UNIDADE:
Identificar e analisar as principais doenças crônicas degenerativas
ligadas ao sedentarismo e a obesidade.
Conhecer a etiologia destas doenças e o papel do estilo de vida positivo
e da atividade física no combate a estas doenças.
PLANO DA DISCIPLINA:
• Hipertensão arterial
• Diabetes Melito
• Colesterol alto
• Doenças cardiovasculares.
Bons estudos.
UNIDADE 3 - PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS DEGENERATIVAS LIGADAS AO SEDENTARISMO E A OBESIDADE
38
Falar das principais doenças crônicas não é tarefa fácil, pois estão tão
interligadasque, quando falamos da etiologia de uma delas, esbarramos
quase sempre na outra. Mas vamos em frente.
1. HIPERTENSÃO ARTERIAL
É comum escutarmos que esta ou aquela
pessoa tem pressão alta e isto é compreensível
tamanho o número de pessoas acometidas por
este mal. Mas, afinal, o que é hipertensão? Qual
sua relação com o sedentarismo, a obesidade
e os maus hábitos alimentares? Estas são
algumas questões que tentaremos responder
neste tópico.
Vamos começar entendendo o mecanismo
da pressão arterial. O sangue bombeado pelo
coração é transportado pelas artérias, veias e
capilares para todos os tecidos e órgãos do corpo. Este processo envolve
duas fases distintas do batimento do coração: a sístole, que é a fase de
contração em que o coração impulsiona o sangue pelo corpo, e a diástole,
quando o coração “relaxa” brevemente para que suas câmaras sejam
enchidas de sangue e reinicie o novo processo de bombeamento. Durante a
fase da sístole o sangue invade as artérias e na sua passagem pressiona
suas paredes tencionando-as. Esta tensão é medida por um aparelho
(esfigmomanômetro) colocado externamente ao vaso, por sobre a pele, a
função do aparelho é pressionar no sentido contrário ao do sangue, medindo
assim a pressão arterial sistólica.
Durante o período de “relaxamento” do coração, conhecido como diástole,
conseguimos mensurar a pressão diastólica.
Ao medirmos a pressão arterial de alguém precisamos de referências
para sabermos o atual estado de saúde da pessoa avaliada.
Etiologia: aqui entendida
como parte da medicina que
trata da causa das doenças.
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
39
Assim, temos como precisar se esta pessoa esta sofrendo ou não de
hipertensão e, ainda, qual o nível de comprometimento do estado
hipertensivo.
Pressões em torno 120 por 80mmHg (milímetros de mercúrio) são
consideradas normais. Conhecidas por nós apenas como 12/8.
A hipertensão arterial geralmente não apresenta sinais precoces de sua
existência que possa advertir o portador desta patologia, por isso é conhecida
como “assassina silenciosa”. Ela sozinha aumenta potencialmente o risco
de desenvolvimento de doenças cardiovasculares como veremos a seguir.
Quando associada a outros fatores de risco como tabagismo, colesterol alto,
alimentação rica em sal e gorduras, estresse e histórico familiar pode se
tornar realmente uma doença muito perigosa.
Por não apresentar sintomas claros de sua existência, ou seja, por ser
assintomática, a hipertensão arterial é conhecida como “assassina silenciosa”.
Ela sozinha aumenta muito o risco de doenças cardiovasculares.
As doenças hipertensivas aumentam muito o peso sobre a
morbimortalidade geral e, em especial, sobre as cardiovasculares.
Após destacar a alta correlação entre a hipertensão arterial e algumas
das mais temíveis doenças crônicas, um grupo de especialistas da Sociedade
Brasileira de Cardiologia (2004) anunciou, durante a publicação das IV
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, que esta doença configura-se
como um dos principais agravos à saúde no Brasil, elevando sobremaneira o
custo médico-social. Estes especialistas anunciaram ainda que o combate a
esta doença tão perigosa e comum na população brasileira, só seria eficaz
através de uma abordagem multipofissional dado ao caráter multifatorial da
UNIDADE 3 - PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS DEGENERATIVAS LIGADAS AO SEDENTARISMO E A OBESIDADE
40
doença. Anunciaram, também, as medidas de maior eficiência no tratamento
não-medicamentoso. São elas:
· redução do peso corporal e manutenção do peso ideal (IMC
entre 20 e 25 kg/m2).
· redução da ingestão de sódio (o ideal seria ingerir até 6 g/dia
de sal, correspondente a 4 colheres rasas de café).
· maior ingestão de potássio (dieta rica em vegetais e frutas,
entre 2 e 4 g/dia de potássio).
· redução de bebidas alcoólicas (30g álcool/dia, aproximadamente
uma cerveja de 600 ml).
· exercícios físicos regulares (pelo menos 30 minutos de atividades
física moderada na maioria dos dias da semana).
Observe que todas estas medidas estão diretamente associadas ao estilo
de vida positivo, reforçando o quanto este estilo de vida é importante no
combate a morbimortalidade causado pelas doenças crônicas. Só para
refoçarmos o que estamos dizendo, segundo Nieman (1999), a obesidade
sozinha triplica o risco de hipertensão arterial. Imagine só quando associamos
a outros fatores de riscos, como, por exemplo, o sedentarismo. Estima-se
que o sedentarismo aumenta em até 50% o risco de hipertensão. Ainda
bem que basta perder peso para diminuir muito os valores de pressão arterial,
mas a melhor estratégia é associar uma alimentação saudável a um programa
regular de atividade aeróbia.
E você sabe como está sua pressão arterial?
Durante os exercícios aeróbios a frequência cardíaca sobe e com ela a
tensão arterial, a vantagem neste processo é que o organismo durante a
prática de exercícios físicos entra num estado que chamamos de prontidão
para o esforço, neste momento acontece um aquecimento do corpo e um
processo de vasodilatação, que é a ampliação do calibre ou luz dos vasos
sanguíneos, para facilitar a passagem de suprimento (O2 e glicose) trazidos
pela corrente sanguínea para os músculos e demais órgãos.
Após o término da sessão de exercício, a pressão arterial cai abaixo dos
níveis normais por um período em torno de 20 a 120 minutos, este efeito é
que chamamos de agudo e se destaca ainda mais quando a pessoa é
hipertensa. Se esta prática se torna rotineira este efeito começa a aumentar
durante a fase pós-exercício, além, é claro, dos efeitos benéficos adicionais,
como a redução do peso corporal, a diminuição do estresse, a melhoria do
perfil lipídico sanguíneo, a conseqüente melhora do padrão alimentar, entre
outros.
2. DIABETES MELITO
O diabetes melito ou simplesmente diabetes, a exemplo das demais
doenças crônicas, tem sua etiologia ainda um tanto confusa, mas vamos
analisá-la de forma geral.
Não-medicamentoso: sem a
utilização de medicamentos.
Efeito agudo: causado ime-
diatamente à atividade físi-
ca e passageiro.
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
41
Temos dois tipos de diabetes diagnosticados, o insulino-dependente ou
do tipo 1 e o não insulino-dependente ou do tipo 2.
Em linhas gerais, esta desordem metabólica diminui a capacidade do
organismo em metabolizar (“queimar”)a glicose que é responsável por
alimentar de energia as células do nosso organismo.
No caso do diabetes tipo 1 o pâncreas deixa de produzir ou
produz em baixa escala o hormônio insulina, que é responsável
por permitir a entrada da glicose no interior das células (uma
espécie de chave), assim a glicose se acumula no sangue e
depois é eliminado pela urina através dos rins. Por razões ainda
não bem esclarecidas, as células betas, que são as células
pancreáticas responsáveis por produzirem a insulina, são
atacadas pelo sistema imunológico e deixam de produzir a
insulina, por isso a pessoa acometida por este tipo de diabetes
precisa receber insulina para que as concentrações de glicose
sejam metabolizadas e o corpo possa receber esta energia tão
importante, daí o nome insulino-dependente.
No caso do diabetes tipo 1 o pâncreas deixa de produzir
insulina e o portador dessa doença precisa de insulina externa. Por isso, o
termo insulino-dependente.
Como este tipo de diabetes se iniciava mais na juventude, ficou conhecido
como diabetes juvenil, nome que hoje não mais se aplica, pois este tipo de
diabetes pode aparecer em qualquer idade.
Os sintomas do diabetes tipo 1 são facilmente identificáveis:
• micção excessiva e freqüente;
• fome insaciável;
• sede intensa;
• perda de peso;
• visão turva, náuseas e vômitos;
• fraqueza, tontura, irritabilidade e fadiga extrema;
• dificuldade de cicatrização de pequenos ferimentos, na gengiva
por exemplo.
O diabetes tipo 2, não insulino-dependente, tem um mecanismo etiológico
diferente. Neste caso, o pâncreas produz a insulina, mas as células do
organismo, que precisam da glicose para se alimentar, começam a ficar
insensíveis à insulina, é como se a fechadura, neste caso, os receptores de
insulina, não reconhecessem a chave. Como resultado desse processo,
começa a se acumular no sangue a insulina e a glicose, sobrando para os
rins a difícil tarefa de eliminá-los pela urina.
No caso do diabetes tipo 2 o pâncreas produz insulina, mas as células
do corpo ficam insensíveis ao hormônio, o portador dessa doença só em
alguns casos/momentos vai precisar de insulina externa. Por isso, o termo
não insulino-dependente.
UNIDADE 3 - PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS DEGENERATIVAS LIGADAS AO SEDENTARISMO E A OBESIDADE
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Os sintomas do diabetes tipo 2 são mais discretos e não se pronunciam
com tanta nitidez como a do tipo 1; são mais lentos e geralmente se
pronunciam após os 30 anos e vão aumentando com o passar da idade. Um
fator isolado que acelera bastante o processo de instauração do diabetes 2
é o aumento do peso. Só nos Estados Unidos, 85% dos diagnósticos de
diabetes 2 foram feitos em pessoas com excesso de peso e a medida que
aumenta o IMC aumenta potencialmente o risco desta diabetes (NIEMAN,
1999).
Sabemos também que a grande maioria, cerca de 90% dos casos de
diabetes, são do tipo 2. Fica até fácil sabermos o porquê, pois sua alta
relação com o estilo de vida sedentário, com a má alimentação e com a
obesidade explica boa parte deste fenômeno.
Devido ao efeito tóxico dos níveis elevados de glicose na corrente
sanguínea sobre os vasos, nervos e outros tecidos do corpo, o portador de
diabetes tem aumentado sua vulnerabilidade ao surgimento de várias
doenças.
As pessoas com diabetes estão até quatro vezes mais susceptíveis a
morrerem por doenças cardiovasculares. Cerca de 75% dos casos de óbito
por diabetes estão ligadas às doenças cardiovasculares.
Os valores recomendados de concentração de glicose sanguínea não
devem ultrapassar as 110mg/dl (miligramas por decilitros) após 12hs de
jejum. Qual é a boa notícia? Isto mesmo, o exercícios aeróbios regulares,
associados à boa alimentação e a adoção de um estilo de vida positivo,
combatem principalmente o diabetes 2, chegando a incrível marca de 90%
dos casos serem resolvidos com esta mudança no estilo de vida.
É bom relembrá-lo que a adoção do estilo de vida positivo combate à
obesidade, à hipertensão, ao colesterol alto e, conseqüentemente, diminui
substancialmente os riscos das doenças cardiovasculares.
Durante o exercício, como já foi colocado anteriormente, o corpo entra
em estado de prontidão potencializando o metabolismo para as solicitações
de gasto energético. Durante este período os músculos podem aumentar
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
43
de 7 a 20 vezes a captação de glicose aumentando a sensibilidade dos
receptores na presença, inclusive, de pouca insulina, isso faz com que as
taxas de glicose sanguínea caiam abaixo dos patamares normais. Este
fenômeno, dependendo da duração e intensidade do exercício, pode durar
de várias horas até dois dias após a sessão. Se estas sessões se repetem
regularmente este efeito pode se tornar crônico trazendo enorme benefício
para os diabéticos.
Porém, alguns cuidados devem ser tomados durante a prática dos
exercícios. Por exemplo: deverá monitorar seus níveis de glicemia para evitar
a hipoglicemia facilmente identificada na sensação de tontura que este estado
provoca. Se o diabético for insulino-dependente, deve tomar cuidados
adicionais com os pés, pois é natural a perda de sensibilidade nas
extremidades do corpo, o que pode ocasionar pequenos ferimentos que
como você já sabe tornam-se sempre mais difíceis de curar no diabético,
principalmente, nos pés. Mas, isso não deve ser impedimento para a prática
esportiva dos diabéticos tipo 1. Temos casos de atletas até de triathlon que
controlam seus níveis durante as provas.
3. COLESTEROL ALTO
O colesterol alto é um dos principais fatores predisponentes para as
doenças cardiovasculares, mas em concentrações normais torna-se
imprescindível para o bom funcionamento do organismo. Então, vamos
entender melhor como é este mecanismo.
Nosso organismo produz colesterol para seu próprio funcionamento,
mas também absorve colesterol dos alimentos, principalmente, os de origem
animal. Quando os níveis de colesterol estão elevados uma parte do excesso
fica depositado nas paredes das artérias, aumentando, com isso, os riscos
de doenças cardiovasculares. Mas, basta iniciarmos uma mudança do estilo
de vida para termos uma diminuição deste risco.
Mas, afinal, o colesterol é bom ou ruim para o organismo? Como funciona?
O colesterol, a exemplo do triglicerídes e de outras gorduras ou lipídeos,
é carregado pela corrente sanguínea por transportadores conhecidos como
lipoproteínas, que se dividem em lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e
de alta densidade (HDL).
O LDL-colesterol é tido como mau colesterol, pois influencia para o
“acúmulo de gordura” nas paredes das artérias aumentando os riscos das
doenças cardiovasculares. Os níveis considerados aceitáveis não podem
ultrapassar as 130mg/dl (130 miligramas de LDL-colesterol por decilitros de
sangue). Seu nível ideal é de 100mg/dl.
Já o HDL-colesterol é conhecido como o bom colesterol, pois é responsável
por levar o colesterol até o fígado para ser transformado em ácidos biliares
ou simplesmente bile e, às vezes, até para ser eliminado do organismo pelas
fezes. Configurando-se no mecanismo de controle do colesterol.
Colesterol: substância pre-
sente em todas as células
do corpo, responsável por
várias funções bioquímicas,
presente na gordura de ori-
gem animal muitas vezes até
confundida com ela ou usa-
da como sinônimo de gordu-
ra ou lipídio.
UNIDADE 3 - PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS DEGENERATIVAS LIGADAS AO SEDENTARISMO E A OBESIDADE
44
Em linhas gerais, podemos dizer que o LDL-colesterol é o mau colesterol,
pois influencia no “acúmulo de gordura” nas paredes das artérias. E o HDL-
colesterol é o bom colesterol, pois leva o excesso até o fígado para ser
transformado, controlando as taxas de colesterol sanguíneo.
Da mesmaforma que exemplificamos a insulina como uma chave que
facilita a entrada da glicose da célula, o HDL-colesterol seria uma espécie de
caminhão de lixo que coleta a gordura pelo organismo e a recicla ou joga
fora através do fígado.
Quando os níveis de HDL-colesterol são elevados (e”60mg/dl),
observamos uma redução dos riscos de doenças cardiovasculares.
A proporção ideal de colesterol seria de 100mg/dl para o LDL e 60mg/dl
HDL, ou seja, um colesterol total de 160mg/dl. A notícia ruim é que as pessoas
com HDL superior a 60mg/dl são bem raras. Provavelmente, isto estaria
ligado a algum fator genético ainda não explicado. Quando o colesterol total
ultrapassa os 200mg/dl é preciso ficar atento para os riscos que isso pode
trazer.
Você já avaliou seus níveis de colesterol? É sempre recomendado
monitorá-lo, ok?
A notícia boa é que o exercício aeróbio regular aparece em primeiro lugar
na ordem de importância para o aumento do HDL e diminuição do LDL, seguido
pela redução do peso corporal, interrupção do tabagismo e diminuição do
consumo de álcool. Para a redução do LDL também é preciso uma reeducação
alimentar, principalmente, no tocante à redução do consumo de gordura
saturada, tão abundante em alimentos industrializados.
4. DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Pelo que já estudamos até agora foi possível perceber que as doenças
cardiovasculares são as que mais predispõem as pessoas ao quadro de
morbimortalidade. Só para termos uma idéia do impacto destas doenças,
além de serem responsáveis por mais da metade do total geral de óbitos
nos países desenvolvidos, como já observamos na unidade anterior, se elas
fossem eliminadas, teríamos um acréscimo de 10 anos na expectativa de
vida.
Temos mais de 20 diferentes doenças ligadas ao coração e aos vasos,
por isso o termo “doenças cardiovasculares” é entendido de forma genérica.
Estudaremos, então, as principais. Vamos começar!
É inquestionável o papel das doenças cardiovasculares na
morbimortalidade no mundo contemporâneo ocidental, tanto para os países
desenvolvidos quanto para os em desenvolvimento.
As doenças cardiovasculares especialmente a cardiopatia isquêmica e o
acidente vascular cerebral são e serão, conforme projeção para 2020, as
principais causas de morte, morte prematura e de anos perdidos com
incapacitação (MATOS et. al., 2004).
Cardiopatia isquêmica: acon-
tece quando suprimento de
sangue é interrompido cau-
sando a isquemia, ou seja, a
morte do tecido cardíaco por
falta de suprimento sanguí-
neo.
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
45
4.1. Cardiopatia ou doença coronariana
Para estudarmos a doença coronariana, precisamos entender a sua
etiologia. Neste contexto, vamos estudar a aterosclerose que, em linhas
gerais, é conhecida pela formação de uma placa de substância gordurosa
na camada interna dos vasos sanguíneos. É tida como fator subjacente em
aproximadamente 85% dos casos de doenças cardiovasculares. A
aterosclerose pode desencadear a cardiopatia, o acidente vascular cerebral
(AVC) e a doença arterial periférica.
A aterosclerose é tida como fator subjacente em aproximadamente 85%
dos casos de doenças cardiovasculares.
Vejamos como se forma a placa aterosclerótica. O mecanismo é bem
complexo e controverso, mas vamos abordá-lo superficialmente e de forma
didática.
Segundo Nieman (1999), o processo tem início na lesão da parede do
vaso ocasionada por vários fatores associados, entre eles podemos destacar:
o nível elevado de colesterol e as lipoproteínas oxidadas, a pressão arterial
elevada, o tabagismo, a má alimentação, entre outros. Em resposta a esta
lesão, os monócitos são atraídos para o local, se acumulam no revestimento
interno do vaso (conhecido como íntima) e se transformam em macrófagos
(células comedoras). Estes macrófagos, ao realizarem a fagocitose, liberam
proteínas que estimulam a produção de colágeno e de outras substâncias
que formam o tecido fibroso da placa aterosclerótica. Como resultado deste
processo, temos um estreitamento progressivo da luz do vaso, que, por
conseguinte, pode desencadear um ataque cardíaco, um AVC ou até uma
doença arterial periférica (varizes).
Então, você já está percebendo porque
colocamos as doenças cardiovasculares
nesta sequência. Veja só os fatores de risco
para o surgimento da doença coronariana,
principal doença cardiovascular. Antes,
porém, precisamos dividir estes fatores em
primários e secundários para entendermos
melhor o quanto os fatores associados
podem predispor a pessoa a esta doença
tão perigosa e também, quanto o estilo de
vida positivo pode contribuir na prevenção
e no combate a esta doença.
Segundo Pollock & Wilmore (1993), os fatores primários podem ser
alteráveis, basta a pessoa se esforçar e modificar seu estilo de vida. São
eles:
• a hipertensão arterial.
• os lipídeos sanguíneos (LDL-C elevado e HDL-C reduzido,
triglicerídeos elevado).
• tabagismo.
Lipoproteínas oxidadas:
neste processo o LDL pode
ser oxidado pelo fumo e/ou
pela ausência das vitaminas
antioxidante (A, E e C).
Monócitos: leucócitos ou
glóbulos brancos, responsá-
veis pela defesa do organis-
mo.
Fagocitose: é a ingestão e
destruição de uma partícu-
la de microrganismo por
uma célula, conhecida como
fagócito.
Fatores de risco primário: já
amplamente comprovados,
em que não há mais dúvi-
das de sua participação na
etiologia da doença
Fatores de risco secundário:
tão importante quanto os
primários ainda precisam
passar por mais estudos
para uma melhor compreen-
são no mecanismo
etiológico da doença.
UNIDADE 3 - PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS DEGENERATIVAS LIGADAS AO SEDENTARISMO E A OBESIDADE
46
Já os fatores secundários são divididos em alteráveis e inalteráveis.
Alteráveis:
• diabetes.
• estresse.
• sedentarismo.
• obesidade.
Inalteráveis:
• idade.
• gênero masculino e hereditariedade.
Ainda segundo estes renomados cientistas, a hipertensão tornou-se a
principal preditora da doença coronariana, especialmente, quando associada
a outros fatores aqui apresentados.
4.2. Acidente Vascular Cerebral – AVC
Outra doença muito perigosa é o acidente vascular cerebral, conhecido
simplesmente como AVC ou ainda derrame.
O nosso cérebro requer aproximadamente 25% do volume de sangue
bombeado pelo corpo e ainda 75% da glicose presente no sangue. Então,
não se assuste com a fome que sentimos quando estamos estudando, mas
é que realmente precisamos nos alimentar bem nesta hora, mas não vamos
exagerar!
Diferente de outros órgãos do corpo, como, por exemplo, os músculos, o
cérebro não possui energia armazenada em forma de glicogênio e se ficar
privado de sangue por pouco tempo já será suficiente para perder a função
da região afetada e as consequências podem ser irreversíveis ou até fatais.
Os AVCs podem ser isquêmicos onde o suprimento sanguíneo é
interrompido e a área afetada sofre uma necrose. Ou hemorrágico (derrame)
onde acontece o sangramento dentro do cérebro.
Este primeiro tipo de acidente pode ser transitório, quando um coágulo
ou trombo sanguíneo interrompe transitoriamente a passagem do sangue
ou, ainda, o definitivo quando esta interrupção causa a morte da região
afetada por falta de sangue.
No caso do hemorrágico, acontece o
rompimento da artéria cerebral e o vazamento
do sangue para outras regiões do cérebro,
este tipo é mais raro, mas muito mais fatal.
Em ambos os casos, a aterosclerose e a
hipertensão são os fatores subjacentes.
Como sempre, a boa notícia é que os
fatores de risco, como a hipertensão, a
obesidade, além da má alimentação, do
tabagismo e do estresse, podem ser
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
47
combatidos pela mudança do estilo de vida de sedentáriopara ativo, esta
doença também pode ser evitada com atitudes simples e econômicas.
Vamos orientar as pessoas para esta mudança?
Nesta unidade você estudou sobre as principais doenças crônicas e pode
perceber que os fatores de riscos associados e o estilo de vida negativo, em
que a obesidade, os maus hábitos alimentares, o tabagismo e o estresse,
podem aumentar muito os riscos de morte prematura, invalidez e diminuição
da qualidade de vida das pessoas. Percebeu também quanto o estilo de
vida positivo, em que a atividade física regular associada a uma boa
alimentação e ao não-tabagismo, pode influenciar na prevenção e tratamento
destas doenças, melhorando a qualidade de vida e a longevidade das
pessoas.
É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Na próxima unidade, estudaremos o Sistema Único de Saúde – SUS e as
políticas públicas para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de
Vida. Você perceberá onde a profissão de Educação Física se insere na área
de saúde. Vamos lá!

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