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Aula 02

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AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA 
PROF. GRACIANO ROCHA 
 
Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 1 de 51 
 
AULA 02 
 
Saudações, caro aluno! 
Nesse encontro de nosso curso, lançaremos nossas atenções sobre outros 
trechos do chamado “catálogo orçamentário”, apelido dado ao trecho da 
Constituição que trata mais diretamente da temática orçamentária. 
Veremos, dessa vez, os dispositivos que tratam das leis de matéria 
orçamentária (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei 
Orçamentária Anual e créditos adicionais), utilizando também alguns trechos 
da Lei 4.320/64. 
Então vamos lá. Bons estudos! 
 
 
GRACIANO ROCHA 
 
AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA 
PROF. GRACIANO ROCHA 
 
Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 2 de 51 
 
ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 
Plano Plurianual 
O PPA é criação da CF/88, e se constitui como o maior instrumento de 
planejamento da esfera pública. Como atualmente o planejamento é 
determinante para o orçamento (lembra-se do orçamento-programa?), o PPA 
assume um papel de protagonismo no que diz respeito à execução do 
orçamento. Todas as leis e atos de natureza orçamentária, incluindo as 
emendas parlamentares, deverão ser compatíveis com o conteúdo do Plano. 
O trecho constitucional que traz algo como uma “definição do PPA” é o 
seguinte: 
Art. 165, § 1º - A lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada, 
as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as 
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos 
programas de duração continuada. 
O foco do PPA está nas despesas de capital. Enquanto não estudamos 
despesas públicas, momento em que detalharemos a abordagem sobre essas 
tais “despesas de capital”, vamos simplificar o entendimento, e considerar que 
a maior preocupação do PPA recai sobre investimentos públicos. 
Antes do atual PPA, houve outros instrumentos adotados no Brasil para 
institucionalizar o planejamento em conjunto com o orçamento, dando ênfase 
aos investimentos. 
Outro trecho da Constituição que reforça, ao mesmo tempo, a importância do 
PPA e sua “preferência” pelas despesas com investimentos é o art. 167, § 1º: 
Art. 167, § 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício 
financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou 
sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. 
A prerrogativa do PPA de prever os investimentos a serem executados no país 
está confirmada no dispositivo acima. Veja a importância que o constituinte 
tentou imprimir a esse papel do PPA: constitui crime de responsabilidade 
iniciar investimento com duração superior a um exercício sem a respectiva 
inclusão no plano (prévia ou posterior). 
AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA 
PROF. GRACIANO ROCHA 
 
Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 3 de 51 
Aprofundando o entendimento sobre o dispositivo acima, podem-se concluir 
duas coisas: 
• investimentos de execução prevista para um só exercício financeiro 
podem ter sua execução iniciada sem previsão no PPA; 
• “ações não investimentos”, da mesma forma, podem ser executadas 
sem previsão no PPA. 
Em ambos os casos, a simples previsão das ações na LOA satisfaz as 
exigências constitucionais. 
Apesar de estarmos falando tanto das despesas de capital, que recebia toda a 
atenção desde antes do PPA na vigência da CF/88, é necessário voltar ao art. 
165, § 1º, e verificar duas expressões também importantes, como destacado 
abaixo: 
Art. 165, § 1º - A lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada, 
as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as 
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos 
programas de duração continuada. 
Assim, as atenções do PPA vão além dos investimentos em si. Também é 
necessário prever no Plano as despesas de manutenção que surgem com os 
investimentos – por exemplo, as despesas para o funcionamento de um 
hospital público, após sua construção. 
Nesse exemplo, a construção do hospital se classificaria tipicamente como uma 
despesa de capital, ou um investimento (criação de um bem de capital em 
favor do patrimônio público). As despesas com pessoal, luz, materiais, telefone 
etc., próprias das atividades do estabelecimento, seriam despesas 
decorrentes da despesa de capital original. 
E os tais “programas de duração continuada”? 
Segundo o professor James Giacomoni, uma das maiores autoridades em 
orçamento público no Brasil, esse termo não foi bem delimitado pela 
CF/88. Literalmente, se poderia pensar em qualquer programa cuja 
duração se estenda no tempo, mas isso retiraria o caráter estratégico do 
PPA (não se pode “planejar tudo” atribuindo a mesma relevância a todos 
AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA 
PROF. GRACIANO ROCHA 
 
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os elementos). Assim, nos dizeres do professor Giacomoni, enquanto não 
há definição, “programas de duração continuada”, pelo menos na esfera 
federal, são programas de natureza finalística, que correspondem à 
prestação de serviços à comunidade. 
Outro trecho da CF/88 interessante para nosso estudo é o seguinte: 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o 
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e 
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o 
setor privado. 
Dessa forma, vê-se que a atividade de planejamento foi eleita pela CF/88 
como de extrema importância, alcançando os setores público e privado. A 
dimensão que o planejamento público deve assumir é tal que o próprio setor 
privado é “aconselhado” a observar as ações governamentais para basear seu 
próprio comportamento. Para a esfera pública, a vinculação é óbvia: o 
planejamento realizado pelas unidades e condensado na lei do PPA é 
determinante para a execução das ações dos órgãos e entidades. 
Na Constituição, ainda se fazem referências a outros tipos de planos. Veja 
só: 
Art. 21. Compete à União: 
(...) 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do 
território e de desenvolvimento econômico e social; 
 
Art. 165, § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos 
nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e 
apreciados pelo Congresso Nacional. 
Os “planos de desenvolvimento econômico e social” estão previstos no art. 21, 
inc. IX, da CF/88, como atribuições reservadas exclusivamente à União. É 
importante ressaltar, entretanto, que quaisquer planos (inclusive os de 
duração mais extensa) deverão ter consonância com o PPA, conforme visto 
no art. 165, § 4º, transcrito acima. 
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Ressalta-se também que a lei do PPA deve estabelecer critérios de 
regionalização para realização das despesas, lá mesmo no art. 165, § 1º, da 
CF/88 (... de forma regionalizada...). A ideia é transformar o PPA num 
propulsor de desenvolvimento econômico e social, alocando recursos nas 
diferentes regiões do país, em busca de um crescimento mais harmônico entre 
elas. 
Esse aspecto também está presente no art. 43 da CF/88: 
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um 
mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à 
redução das desigualdades regionais. 
Paraos Estados, DF e Municípios, pode ser mais difícil, ou até não aplicável, a 
regionalização dos programas do PPA. Entretanto, essa é a orientação da 
CF/88. 
 
Como isso cai na prova? 
1. (CESPE/ADVOGADO/AGU/2012) O PPA, que define o planejamento das 
atividades governamentais e estabelece as diretrizes e as metas públicas, 
abrange as despesas de capital e as delas decorrentes, bem como as 
relativas aos programas de duração continuada. 
2. (CESPE/ANALISTA/INMETRO/2009) As emendas ao projeto de lei de 
diretrizes orçamentárias não podem ser aprovadas quando incompatíveis 
com o plano plurianual. 
3. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) Os programas de duração continuada, 
constantes dos planos plurianuais (PPAs), compreendem despesas de 
capital destinadas tipicamente à realização das atividades-meio dos 
órgãos e entidades integrantes do orçamento público. 
4. (CESPE/ANALISTA/TRE-ES/2011) Entre os instrumentos de planejamento 
obrigatoriamente elaborados a cada mandato do chefe do Poder 
Executivo, o único considerado de médio prazo é o plano plurianual. 
5. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) O plano plurianual deve compatibilizar-se 
com os planos nacionais, regionais e setoriais. 
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A questão 1 está CERTA, apresentando uma abordagem resumida do conteúdo 
do PPA. O PPA contempla tanto as despesas de capital, relacionadas 
normalmente a investimentos do setor público, quanto as despesas 
decorrentes destas primeiras, além das despesas relativas aos programas de 
duração continuada. 
A questão 2 aborda a abrangência do PPA. Como dissemos, tudo que se refere 
a matéria orçamentária deve ser compatível com o Plano, incluindo as 
emendas parlamentares sobre qualquer dos projetos. Questão CERTA. 
A questão 3 se baseou no entendimento do professor Giacomoni: programas 
de duração continuada referem-se tipicamente a ações finalísticas, de 
atendimento a necessidades da população por meio de serviços públicos. 
Questão ERRADA. 
A questão 4 está CERTA: o PPA deve ser elaborado no primeiro exercício do 
mandato do chefe do Executivo, com duração considerada de médio prazo 
(correspondente à duração do mandato, que hoje é de quatro anos). 
Por fim, a questão 5 inverte as relações. São os planos nacionais, regionais e 
setoriais que devem se compatibilizar com o PPA. Questão ERRADA. 
 
Lei de Diretrizes Orçamentárias 
As atribuições dadas pela CF/88 à LDO (art. 165, § 2º) são: 
• indicar as metas e prioridades da administração pública federal, 
incluindo as despesas de capital para o próximo exercício financeiro; 
• orientar a elaboração da LOA; 
• dispor sobre alterações na legislação tributária; 
• estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de 
fomento. 
A LDO também é uma criação da CF/88, que tem como função principal 
fazer a intermediação entre o PPA e a LOA. Antes, não existia qualquer 
instrumento “pacificador” entre o planejamento (caracterizado pelo PPA) e o 
orçamento (a LOA). 
AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA 
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Ao passo que o PPA estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas para 
as despesas de capital e outras, a LDO indica as metas e prioridades da 
Administração, incluindo as despesas de capital, para o exercício a que ela se 
refere. 
Desse modo, enquanto o PPA traça os programas para serem executados em 
sua vigência, e que, virtualmente, levarão ao alcance dos objetivos do 
governo, a LOA indica qual a parcela desses programas que será executada 
num exercício. 
Pois bem, para que essa parcela anual do PPA seja definida, não se faz apenas 
uma distribuição igualitária de “X parcelas para X anos”. As prioridades do 
governo, a cada ano, podem mudar, de maneira que, para atender a essas 
mudanças de rumo, certos programas devem passar por uma aceleração, 
enquanto outros ficam mais “na geladeira”. 
Assim, a LDO é o instrumento que a Administração utiliza para executar o PPA, 
por meios das LOAs, de forma mais sintonizada com as condições sociais, 
econômicas, políticas, que venham a alterar as prioridades do governo. 
Outros dispositivos constitucionais que tratam desse papel orientador da LDO 
são os seguintes (alguns já foram estudados antes, ao tratarmos da 
elaboração do orçamento): 
Art. 99, § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos 
limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes 
orçamentárias. 
Art. 99, § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver 
a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os 
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente 
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. 
Art. 127, § 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária 
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. 
Art. 127, § 6º - Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá 
haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os 
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente 
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. 
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Relembrando o processo de elaboração do orçamento, as propostas setoriais 
devem ser encaminhadas à Secretaria de Orçamento Federal para compilação 
do PLOA. Essas propostas setoriais deverão estar já orientadas pelas 
regras trazidas pela LDO. 
Uma novidade que surgiu em concursos ultimamente diz respeito 
também ao papel orientador da LDO no tocante à lei orçamentária 
anual. É o seguinte: o que fazer no início do exercício caso a LOA ainda 
não tenha sido aprovada? 
Têm sido registrados vários atrasos na aprovação dos projetos de 
natureza orçamentária. Já houve caso de LOA aprovada apenas em 
maio! Ou seja, quase metade do ano se passou sem que o orçamento 
correspondente estivesse vigendo. 
Diante dessa situação fática, as LDO’s, a cada ano, têm trazido uma 
regra de transição: caso se inicie o exercício financeiro sem que o 
orçamento tenha sido aprovado, é possível executar provisoriamente o 
projeto de LOA em discussão. A LDO indicará quais despesas, e em que 
montante, poderão ser executadas nesse “vácuo”, até a publicação da 
LOA. Interessante, não? 
Passemos a outro papel da LDO: “dispor sobre alterações na legislação 
tributária”. 
De pronto, uma observação importante: a tarefa de “dispor sobre alterações 
na legislação tributária” não torna a LDO uma lei de natureza tributária. 
Não serão feitas, por ela, mudanças na legislação tributária, instituição de 
tributos, alteração de alíquotas etc. 
A ideia é, simplesmente, assinalar os efeitos que potenciais alterações 
tributárias (por meio de outras leis) podem ter sobre a previsão de 
arrecadação, a constar da LOA. Portanto, não há influência direta da LDO 
sobre as alterações da legislação tributária. 
Além disso, a LDO deve trazer “linhas de conduta” para as agências de 
fomento. Essas agências, em sua maioria, são bancos estatais, que terão 
sua forma de intervenção no mercado baseadas, pelo menos em parte, naquilo 
que a LDO houver estabelecido. 
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A Lei de Responsabilidade Fiscal, para incrementar as iniciativas referentes a 
seu tema principal– a responsabilidade na gestão das finanças públicas –, 
estabeleceu normas em várias áreas da temática orçamentária. Isso 
representou o acréscimo de algumas peças e funções à LDO. 
Por fim, a LDO cumpre um importante papel quanto ao preenchimento de 
cargos nos órgãos e entidades públicas, bem como quanto a outros fatores que 
levam ao aumento da despesa com pessoal. Leia o trecho abaixo: 
Art. 169, § 1º - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de 
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de 
estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a 
qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, 
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser 
feitas: 
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções 
de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; 
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, 
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
 
Como isso cai na prova? 
6. (CESPE/AUDITOR/TCU/2011) A LOA é uma lei posterior à LDO e de 
mesma hierarquia. Apesar disso, a LOA não pode revogar dispositivos da 
LDO. 
7. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) A definição das metas e 
prioridades na lei de diretrizes orçamentárias (LDO) tem como 
consequência a proibição do atendimento de despesas discricionárias na 
lei orçamentária anual em situação de precedência sobre o rol de 
prioridades relacionadas na LDO. 
8. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) A LDO define as prioridades e 
metas a serem atingidas por meio da execução dos programas e ações 
previstos no PPA. Para que isso ocorra, entre outras diretrizes, a LDO 
estabelece as regras que deverão orientar a elaboração da Lei 
Orçamentária Anual (LOA). 
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9. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) As propostas orçamentárias parciais 
dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público serão 
elaboradas respeitando os limites estipulados na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO). 
10. (CESPE/AUDITOR/TCU/2011) Um tributo pode ser criado, majorado ou 
diminuído, ainda que sua criação ou alteração não esteja prevista na LDO. 
11. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA/2012) Aplica-se tanto às pessoas de direito 
público quanto às de direito privado, como as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista, a regra constitucional que condiciona à 
existência de autorização específica na LDO a concessão de qualquer 
vantagem ou aumento de remuneração pelos órgãos e entidades da 
administração pública direta ou indireta. 
A LDO tem como uma de suas principais funções a de orientar a elaboração da 
LOA, estabelecendo limites e regras a serem observados quanto ao conteúdo 
desta última. Em razão dessa relação entre as duas leis, não cabe à LOA 
revogar dispositivos da LDO. Adicionalmente, vale lembrar que, pelo princípio 
da exclusividade, a LOA não poderia tratar das matérias reservadas à LDO. 
A questão 7 está ERRADA. As leis de natureza orçamentária têm como 
característica a não coercitividade da maior parte de seus dispositivos. No caso 
da LDO, as prioridades fixadas para as despesas não levam à proibição de 
execução de despesas “não prioritárias”. 
Um bom resumo do papel cumprido pela LDO está disposto na questão 8, no 
tocante à principal atribuição dada a ela pela CF/88. Questão CERTA. 
A questão 9 reflete a obediência que deve haver à LDO quando da preparação 
das propostas orçamentárias setoriais. Questão CERTA. 
A questão 10 está CERTA. Como vimos, não há influência direta da LDO sobre 
a legislação tributária e suas alterações. 
A questão 11 está ERRADA: empresas públicas e sociedades de economia 
mista estão livres dessa determinação constitucional. 
 
Lei Orçamentária Anual 
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Para falar da LOA em si, partiremos de alguns trechos da Lei 4.320/64 e da 
Constituição de 1988. 
Começamos, então, com a Lei: 
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de 
forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho 
do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade. 
Um ponto a se destacar inicialmente é que a evidenciação da “política 
econômica e financeira” e do “programa de trabalho do governo”, até hoje, é 
realizada pela LOA, apesar de não ser estabelecida por ela. Atualmente, 
como já comentamos, o PPA é a lei orçamentária de maior importância e 
abrangência, e, por isso mesmo, é ele quem reflete as escolhas políticas e 
econômicas do governo, além de constituir o “programa de trabalho” do 
governo em si. 
E a composição “física” da LOA, como é? 
Ao comentarmos o princípio orçamentário da unidade/totalidade, já 
ressaltamos que a LOA é, na verdade, um conjunto de orçamentos. Vamos 
rever o trecho constitucional que trata disso: 
Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e 
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos 
a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e 
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
Tratemos então desses itens individualmente. 
O orçamento fiscal é o “orçamento geral”, por natureza. A palavra “fiscal”, 
resgatando a informação lá do Direito Tributário, diz respeito a “recursos 
obtidos pelo Estado”. Por exemplo, um tributo fiscal tem por objetivo, 
primordialmente, a obtenção de receita. Um tributo extrafiscal nasceria com 
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intenções para além desta – embora também envolvesse a obtenção de 
receita. 
Então, o orçamento fiscal abrange os gastos gerais e as receitas sem 
arrecadação vinculada com as quais o governo conta. A maior parte dos 
programas instituídos pela LOA encontra-se nesse item. Portanto, ações 
variadas, que vão desde segurança alimentar, passando por favorecimento a 
ciência e tecnologia, aquisição de equipamentos militares, até distribuição de 
renda direta à população por meio de bolsas etc., tudo isso constará do 
orçamento fiscal, reforçando esse caráter generalista ao qual nos referimos. 
O orçamento da seguridade social, como indica seu nome, é restrito a 
receitas e despesas relativas à área da seguridade social. Conforme a 
Constituição, essa denominação abrange a saúde, a previdência social e a 
assistência social. Para assegurar que os recursos permaneçam vinculados a 
essas subáreas tão importantes, até um “perfil orçamentário” à parte foi criado 
pela CF/88. 
A proibição do desvio de finalidade na aplicação de recursos da seguridade 
consta do art. 167, inc. XI: 
Art. 167. São vedados: 
(...) 
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que 
trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento 
de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. 
A intenção aqui é garantir que o regime geral de previdência não seja 
dilapidado para favorecimento de outras despesas. 
Apesarda separação entre ambos, o orçamento da seguridade tem 
características muito semelhantes às do orçamento fiscal, tanto que 
diversos documentos do governo referem-se aos dois como se constituíssem 
uma unidade, exceto pelo fato de o orçamento da seguridade ter esse 
caráter de especialização. 
Inclusive, há críticas na doutrina quanto a essa junção dos dois orçamentos, 
com a argumentação de que não resta muito clara a divisão dos recursos e 
ações que pertencem a cada um deles. 
Por fim, o orçamento de investimento das estatais, como é conhecido, diz 
respeito às aplicações de recursos no capital social de empresas das quais a 
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União, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com 
direito a voto – ou seja, são empresas em que a União tem supremacia no 
tocante a decisões sobre sua atuação. Encontram-se nesse grupo tanto 
empresas públicas quanto sociedades de economia mista. 
Idealmente, as empresas estatais, por sua natureza de direito privado e sua 
atuação geradora de receitas, não precisariam de recursos públicos para 
sua manutenção. Aquelas que se enquadram nessa descrição, ou estatais 
independentes, estarão beneficiadas pelo orçamento público apenas no 
âmbito do orçamento de investimento, ou seja, receberão recursos, 
normalmente, para reforço da participação da União em seu capital 
social, a título de investimento, como diz o nome da peça. 
Por outro lado, empresas estatais cuja atividade não resulte em recursos 
suficientes que as permitam se manter sozinhas (estatais dependentes), 
necessitando de transferências de recursos públicos para suas atividades 
de custeio e de investimento “normais”, aparecerão beneficiadas por ações 
dos orçamentos fiscal e da seguridade, conforme o caso. 
Para fechar o ponto, a Constituição determina que o orçamento fiscal e o 
orçamento de investimento das estatais desempenhem a função de reduzir 
desigualdades interregionais, segundo critério populacional (art. 165, § 
7º). Assim, desde a formulação até sua execução, esses dois orçamentos 
deverão ser pautados pela alocação de recursos moldada pelos diferentes 
estágios de desenvolvimento apresentados pelas regiões do país, em nome 
de uma situação socioeconômica mais equilibrada. 
O orçamento da seguridade não poderia, por sua própria natureza, atuar nesse 
sentido, já que as ações da seguridade social têm como característica o 
atendimento universal (art. 194, parágrafo único, inc. I). Assim, não se 
pode, com essa peça orçamentária, privilegiar certa região em detrimento de 
outra. 
Mais um trecho interessante para a leitura: 
Art. 165, § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de 
demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente 
de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, 
tributária e creditícia. 
Esses termos (isenções, anistias etc.) referem-se a incentivos que o ente 
público pode conceder a atores econômicos, sob a forma tributária (ou 
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simplesmente “incentivos fiscais”), financeira ou creditícia (facilitação de 
crédito ou perdão de dívidas de certa categoria de produtores, por exemplo). 
Ações dessa espécie incorrem, normalmente, em diminuição da receita do 
ente público, o que demonstra o caráter orçamentário desses incentivos. E, 
por se referirem à receita pública, essas ações de incentivo devem ser 
demonstradas na LOA. 
Por fim, outro aspecto do conteúdo da LOA segue abaixo: 
Art. 165, § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à 
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a 
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de 
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 
Esse dispositivo traz duas exceções ao princípio orçamentário da 
exclusividade, como já vimos. Entretanto, fica evidente que essas exceções 
também se referem a finanças governamentais, não saindo tanto do roteiro 
obrigatório da LOA (previsão de receitas – fixação de despesas). 
 
Como isso cai na prova? 
12. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) O orçamento público, que mantém interação 
com a LDO e o PPA, pode ser considerado instrumento de planejamento 
das ações de governo. 
13. (CESPE/PROCURADOR/PREF. BOA VISTA/2010) A lei orçamentária anual 
pode conter, além da fixação da despesa, a previsão de receita e alteração 
da legislação tributária e a autorização para contratação de operações de 
crédito ou abertura de créditos suplementares. 
14. (CESPE/PROCURADOR/AL-ES/2011) A LOA conterá demonstrativo 
regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de 
isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza 
financeira, tributária e creditícia. 
15. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) Uma das funções do orçamento da 
seguridade social, que deverá estar compatível com o plano plurianual, é 
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reduzir as desigualdades inter-regionais, com base no critério 
populacional. 
16. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Os orçamentos fiscal, da seguridade 
social e de investimento das estatais, que compõem a LOA, deverão 
funcionar como instrumentos voltados para a redução das desigualdades 
sociais. 
17. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) O orçamento da seguridade social 
abrange a chamada área social e, destacadamente, previdência, saúde e 
educação. 
18. (CESPE/ANALISTA/SERPRO/2010) Os investimentos do governo federal 
devem ser realizados somente por meio de dotações orçamentárias 
específicas nos orçamentos fiscal e da seguridade social, os quais recebem 
recursos de empresas estatais. 
19. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Para que se atinja o equilíbrio distributivo e 
se reduzam as possíveis desigualdades inter-regionais, o orçamento fiscal 
deve ser compatível com o plano plurianual. 
20. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) Caso não esteja previsto no plano 
plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, a lei orçamentária não 
poderá consignar dotação para investimento com duração superior a um 
exercício financeiro. 
A LOA, no arranjo orçamentário brasileiro, corresponde à face operacional do 
processo orçamentário. Assim, as necessidades e prioridades de mais curto 
prazo podem ser atendidas a partir de suas dotações, bem como o 
parcelamento das ações de longo prazo. A questão 12 está CERTA. 
A questão 13 está ERRADA. A alteração da legislação tributária só pode ser 
feita por leis tributárias (a LDO também não entra nesse mérito – ela apenas 
considera as alterações tributárias em andamento para que o orçamento reflita 
tais modificações). 
Na questão 14, há um peguinha da banca: o demonstrativo regionalizado de 
benefícios não é integrante da LOA, mas apenas um documento que 
acompanha o projeto de LOA em seu processo legislativo (art. 165, § 6º, da 
CF/88). Questão ERRADA. 
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A questão 15 está ERRADA: além do orçamento fiscal, só o orçamento de 
investimento deve contribuir para a redução das desigualdades interregionais. 
A questão 16, sobre o mesmo tema específico, contém um erro de 
terminologia: as desigualdades a serem combatidas pelos orçamentos são de 
natureza interregional, e não social. Mas, mesmo sem esse erro, aindarestaria 
um problema: o orçamento da seguridade se caracteriza pela universalidade 
das ações, não sendo executado com base em critérios regionais. Questão 
ERRADA. 
Sobre a questão 17, as áreas pertencentes à seguridade social são a saúde, a 
previdência e a assistência social. Questão ERRADA. 
A questão 18 simplesmente despreza a existência do orçamento de 
investimento das estatais, atribuindo genericamente os investimentos do 
governo aos orçamentos fiscal e da seguridade. Questão ERRADA. 
Como já pacificamos em nosso estudo, todos os instrumentos orçamentários 
devem se compatibilizar com o PPA, e o orçamento fiscal não fugiria a essa 
regra. A questão 19 está CERTA. 
A questão 20 também está CERTA. A LOA não pode, por si só, trazer dotação 
que permita a realização de investimento com duração superior a um exercício. 
Para tanto, é necessário que o PPA – originalmente ou a partir de adição 
posterior – dê essa autorização. 
 
Vedações constitucionais relativas ao orçamento 
O art. 167 da CF/88 traz algumas vedações que devem ser observadas no 
tocante ao orçamento. As provas de concursos têm verdadeira fixação por 
elas; assim, vale examiná-las e memorizá-las com especial ênfase. Assim, 
estudaremos agora as aplicáveis diretamente à lei orçamentária. 
 
Art. 167. São vedados: 
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; 
Esse dispositivo tem uma preocupação meio que operacional. 
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A delimitação das ações do governo para atingir seus objetivos resulta na lista 
de programas do PPA, que fornece, por sua vez, o “roteiro”, ou o “cardápio”, 
para as leis orçamentárias anuais. 
Cabe à LOA, depois da priorização feita pela LDO, distribuir previsões de 
recursos anuais para aplicação nos programas previstos no PPA. Portanto, 
pode haver situações em que programas do PPA não estejam previstos na 
LOA corrente, a depender das prioridades estabelecidas na LDO. 
Nesse caso, o programa não incluído na LOA não poderá ser executado. 
Atualmente, no âmbito do governo federal, com a execução orçamentária 
totalmente informatizada, desobedecer a essa vedação nem é possível, pelo 
simples fato de não se poder dirigir recursos a um código de programa 
inexistente no orçamento anual. 
Portanto, a inclusão de programas e ações na LOA é condição prévia para sua 
execução orçamentária. 
 
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam 
os créditos orçamentários ou adicionais; 
Nesse ponto, procura-se evitar que as obrigações do ente público assumam 
proporções superiores ao orçamento aprovado. 
As atividades de planejamento prévio e de acompanhamento da execução do 
orçamento também colaboram nesse sentido, de modo a evitar situações de 
inadimplência e endividamento descontrolado. 
Essa vedação tem a ver também com o já estudado princípio orçamentário 
do equilíbrio, que milita a favor da manutenção de uma boa situação 
financeira pelo ente público. 
 
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma 
categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia 
autorização legislativa; 
Há autores que enxergam nesse dispositivo um novo princípio orçamentário: o 
princípio da proibição do estorno. 
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Existe uma unanimidade na doutrina: ninguém sabe o que vêm a ser 
realmente “transposição”, “remanejamento” ou “transferência”, rsrsrs. 
Idealmente, esses conceitos deveriam ser esclarecidos numa lei 
complementar, como a aguardada lei de finanças públicas que substituirá a Lei 
4.320/64. 
Assim, atualmente, há apenas posicionamentos não muito consolidados sobre 
o assunto. 
Para não ficarmos no “vácuo”, vale a pena considerar um posicionamento não 
tão definitivo, que tem aparecido nas Leis de Diretrizes Orçamentárias: essas 
modificações no orçamento inicialmente aprovado se dariam em situações 
como extinção, transformação, desmembramento de órgãos e entidades, 
ou alteração de suas competências. 
Com isso, não podendo ser executadas pelas unidades previstas inicialmente, 
algumas dotações orçamentárias seriam destinadas a outras unidades, por 
meio dos tais mecanismos de transposição, remanejamento e transferência. 
Mas a LDO não estabelece o significado desses conceitos. 
Não há muito problema com essa indefinição, já que as provas cobram 
basicamente a reprodução do inciso VI. Assim, preste atenção na exceção à 
vedação: é possível, com prévia autorização legislativa, promover 
transposição, remanejamento ou transferência de recursos. 
 
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; 
Como já ficou bastante claro, o orçamento público, apesar de ter se tornado 
bem mais complexo do que à época de seu nascimento, continua 
representando uma forma de controle da ação executiva do governo por 
parte do Poder Legislativo. Essa atuação de controle ganha feições em vários 
princípios orçamentários, como vimos também. 
Pois bem, para que os recursos sejam bem controlados, uma despesa não 
pode contar com um “lastro infindável”, com dinheiro à vontade, para que seja 
executada. Até em nome do planejamento e da eficiência, é necessário 
dimensionar as atividades e investimentos públicos a partir de certa 
disponibilidade financeira. E isso deve envolver também a definição da 
finalidade da despesa, para atender ao princípio da discriminação. A 
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sociedade e seus representantes precisam ser informados sobre o que o 
governo pretende atingir com os gastos autorizados na LOA. 
 
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos 
orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir 
déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 
165, § 5º; 
Como princípio, os recursos públicos não serviriam para socorrer entidades que 
viessem a assumir um nível crítico de endividamento. Afinal, como visto, 
há diversas demandas sociais que exigem a aplicação de recursos, e redimir 
administrações não muito responsáveis, por exemplo, não seria uma 
prioridade, diante dessas necessidades sociais. 
Entretanto, o inciso acima permite que autorização legislativa específica 
conceda a aplicação de recursos públicos para “salvar” empresas, fundações e 
fundos de seu endividamento. Assim, ficaria a cargo do principal controlador 
do orçamento – o Legislativo – a incumbência de permitir, diante das 
circunstâncias do caso, esse socorro à entidade deficitária. 
 
Como isso cai na prova? 
21. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) A Constituição Federal de 1988 estabelece 
vários tipos de vedações em matéria orçamentária, entre elas, a 
transposição de recursos de uma modalidade de aplicação para outra, sem 
prévia autorização legislativa. 
22. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) É vedado incluir na LOA autorização 
para operações de crédito por antecipação de receita. 
23. (CESPE/OFICIAL/ABIN/2010) A Constituição Federal de 1988 permite que 
a seguridade social seja financiada pelo orçamento fiscal. Mas só com 
autorização legislativa específica o orçamento fiscal pode cobrir déficit de 
empresas estatais. 
24. (CESPE/AUFC/TCU/2009) A única hipótese de autorização para abertura 
de créditos ilimitados decorre de delegação feita pelo Congresso Nacional 
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ao presidente da República, sob a forma de resolução, que fixará prazo 
para essa delegação. 
25. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) É vedado ao administrador 
público exceder os créditos orçamentários ou adicionais, e tal vedação 
envolve não apenas a realização de despesas, mas, também, a assunção 
de obrigações diretas. 
A questão 21 está CERTA. Tratamos da vedação à transposição, ao 
remanejamento e à transferência de recursos entre categorias de programação 
(das quais a modalidade de aplicação faz parte, como veremos na aula sobre 
despesa), sem autorização legislativa prévia. 
A questão 22 passa por cima de uma das exceções permitidas ao princípio da 
exclusividade da LOA. Questão ERRADA. 
A questão 23 está CERTA. O art. 195, caput, da CF/88 tem uma redação 
aberta, que permite a aplicação de recursos do orçamento fiscal nas áreas da 
seguridade social. Além disso, a cobertura de déficits de estatais com recursos 
orçamentários pode ocorrer, havendo autorização legislativa específica para 
tanto. 
A questão 24 está ERRADA. A CF/88 não permite, sob qualquer hipótese, a 
autorização para concessão ou utilização de créditos ilimitados. 
A questão 25 faz uma abordagem mais trabalhada do inciso II do art. 167. 
Despesas e obrigações só podem ser assumidas frente à existência de 
dotações próprias para tanto. Questão CERTA. 
 
TIPOS DE CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS 
Em nosso estudo, vamos separar os créditos orçamentários “originais”, 
que são os autorizados pela própria LOA, dos créditos autorizados por atos 
posteriores a ela (créditos adicionais), que vêm corrigir ou ampliar sua 
abrangência quanto aos programas e ações. 
Assim, para um tratamento bem simples e introdutório do assunto, créditos 
adicionais aparecem quando os créditos orçamentários originais (os 
autorizados na LOA) não são bastantes para atender as demandas por 
recursos no exercício. 
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Nesse sentido, o ponto de partida para o estudo dos créditos adicionais está na 
Lei 4.320/64. Leia abaixo: 
Art. 40. São créditos adicionais as autorizações de despesa não computadas ou 
insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. 
Ao tratar de créditos adicionais, pensamos em situações nas quais as dotações 
para realizar despesas, fixadas na LOA, podem se mostrar insuficientes no 
momento da execução, pela constatação de que as demandas são maiores do 
que o estimado. 
Por outro lado, durante o exercício financeiro, podem surgir necessidades 
novas, que se traduzem em despesas novas para serem atendidas pelo ente 
público. Como essas despesas não constam do orçamento, faz-se necessário 
emitir novas autorizações de gastos, que podem substituir os créditos 
originais ou se acrescentar a eles. 
Vamos desenvolver nosso estudo sobre as características dos créditos 
adicionais nos tópicos seguintes. 
 
Como isso cai na prova? 
26. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os créditos adicionais se referem às 
autorizações de despesa expressamente dotadas na lei de orçamento. 
As autorizações de despesa dotadas na LOA são os créditos que estamos 
chamando aqui de “originais”. Essas autorizações podem receber modificações 
ou acréscimos a partir dos créditos adicionais, que estudaremos com detalhe 
em seguida. Questão ERRADA. 
 
Espécies de créditos adicionais 
Também consta da Lei 4.320/64 a listagem das espécies de créditos 
adicionais: 
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: 
I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; 
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II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação 
orçamentária específica; 
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso 
de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. 
Como visto no inciso I, os créditos suplementares servem tão somente para 
reforçar a dotação autorizada na LOA. Portanto, nessa situação, já existe a 
despesa autorizada, mas em quantitativo insuficiente. 
Essa identidade entre os créditos suplementares e os “créditos 
originais” da lei orçamentária (já que ambos se referem às mesmas 
despesas) é que permite à LOA autorizar, antecipadamente, a abertura dos 
créditos suplementares, como já falamos (exceção ao princípio da 
exclusividade). É como se a LOA autorizasse antecipadamente sua própria 
“expansão”, em certos pontos. 
Os créditos especiais se destinam a despesas não previstas no orçamento 
(ou, como diz a Lei, para as quais não haja categoria de programação 
orçamentária específica). Quando da elaboração do orçamento, ainda não se 
tinha evidenciado a necessidade que deverá então ser atendida. 
Essas duas espécies de créditos adicionais, os suplementares e especiais, 
devem ser autorizados por lei e abertos por decreto executivo. Além disso, 
necessitam da existência de recursos disponíveis para suportar suas 
despesas, e sua abertura deve ser precedida de exposição justificativa. 
A CF/88 também refletiu essas exigências: 
Art. 167. São vedados: 
(...) 
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização 
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; (...) 
 
Como isso cai na prova? 
27. (CESPE/TÉCNICO/ANAC/2009) Os créditos orçamentários adicionais são 
classificados, exclusivamente, como suplementares, especiais ou 
extraordinários. 
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28. (CESPE/PROCURADOR/TCM-GO/2007) Os créditos destinados a reforço de 
dotação orçamentária são denominados créditos adicionais 
extraordinários. 
29. (CESPE/CONTADOR/AGU/2010) O crédito especial é o único que pode ter 
sua abertura autorizada no âmbito da própria lei orçamentária anual. 
30. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) A Lei Orçamentária Anual (LOA) 
poderá ser utilizada para autorizar o Poder Executivo a abrir, durante o 
exercício financeiro, créditos adicionais suplementares até determinado 
montante, o que garantirá certo grau de flexibilidade à execução 
orçamentária. 
31. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) A lei orçamentária pode ser legalmente 
alterada, no decorrer de sua execução, mediante a inclusão de créditos 
adicionais, sendo denominado crédito especial o crédito adicional 
autorizado para atender despesas novas para as quais não haja dotação 
orçamentária específica. 
32. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) Os créditos adicionais especiais 
independem da existência prévia de recursos disponíveis e destinam-se a 
despesas para as quais não havia dotação orçamentária específica. 
33. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Os créditos especiais, por serem 
autorizados mediante medida provisória, não são deliberados na comissão 
mista a que se refere o art. 166 da Constituição Federal de 1988. 
A questão 27 está CERTA. Apesar da redação que gera certa desconfiança, é 
isso mesmo: os créditos adicionais são classificados nesses três tipos. 
A questão 28 está ERRADA. Os créditos destinados ao reforço de dotação 
orçamentária original são os suplementares. 
A questão 29 também está ERRADA: também são os créditos suplementares 
os únicos passíveis de autorização já na própria LOA. 
Normalmente, a LOA indica certo percentual para que algumas despesas 
possam ser reforçadas durante o exercício (por exemplo, 25% para 
investimentos). Isso facilita a ampliação das dotaçõespara certas despesas, 
sem que se faça necessário apresentar novo projeto de lei, aguardar seu 
trâmite legislativo, etc. A questão 30 está CERTA. 
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A questão 31 também está CERTA: apresentou-se, corretamente, o conceito 
de crédito especial. 
A questão 32 está ERRADA: os créditos especiais necessitam de recursos 
disponíveis para sua abertura. 
A questão 33 também está ERRADA. Apenas os créditos extraordinários têm 
sua abertura permitida com o uso de medida provisória. Além disso, todos os 
créditos adicionais têm sua apreciação no âmbito da Comissão Mista de 
Orçamento, a exemplo de todos os projetos de natureza orçamentária. 
 
Créditos extraordinários 
Vamos agora adentrar a certas especificidades dos créditos extraordinários. 
Vimos inicialmente, que, tanto para reforçar dotações da LOA (créditos 
suplementares) quanto para atender a necessidades não previstas no 
orçamento, durante o exercício (créditos especiais), é preciso ter autorização 
legal, bem como recursos disponíveis. 
Entretanto, essas condições mais rígidas se aplicam apenas aos créditos 
suplementares e especiais. Para os créditos extraordinários, que se 
caracterizam por atender a despesas urgentes e imprevisíveis, como dispõe 
a CF/88, o processo é bem mais flexível. Afinal, as situações às quais os 
créditos extraordinários devem atender primam pela urgência, como já 
ressaltamos. 
A diferenciação entre os créditos especiais e os extraordinários reside 
principalmente na urgência que envolve a realização das respectivas 
despesas. Os créditos extraordinários, segundo a CF/88, servem para atender 
a “despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, 
comoção interna ou calamidade pública” (art. 167, § 3º), e os especiais, 
conforme a Lei 4.320/64, são “destinados a despesas para as quais não haja 
dotação orçamentária específica” (art. 41, inc. II). 
Um alerta é necessário nesse ponto. Na Lei 4.320/64, as situações 
justificadoras de adoção dos créditos extraordinários compunham uma lista 
fechada, ou “rol exaustivo”, como dizem os tratadistas. Veja só: 
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: 
(...) 
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III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso 
de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. 
Agora, compare esse trecho com a atual redação da CF/88: 
Art. 167, § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida 
para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de 
guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 
62. 
Destaquei a conjunção “como” para ressaltar que a CF/88 abriu esse leque. 
Agora ele é exemplificativo, ou seja, cabe ao Poder Executivo, responsável 
pela abertura dos créditos extraordinários, decidir quais situações são 
comparáveis a guerra, comoção interna ou calamidade pública. 
Inclusive, tem havido críticas diversas ao Poder Executivo nos últimos anos, 
justamente pela abertura de créditos extraordinários que não apresentam, 
aparentemente, as características de urgência e imprevisibilidade necessárias. 
Bom, retomando a linha de raciocínio, diferentemente dos suplementares e 
especiais, os créditos extraordinários não necessitam de prévia 
autorização legal. Sua abertura, conforme a CF/88, se dá por medida 
provisória, no caso dos entes federados que tenham previsto essa 
espécie normativa em sua Constituição ou Lei Orgânica. 
No caso dos Estados ou Municípios que não tenham instituído a medida 
provisória, a abertura do crédito extraordinário se dá por decreto executivo 
(art. 44 da Lei 4.320/64). Em qualquer caso, entretanto, exige-se a imediata 
comunicação do ato ao Poder Legislativo. 
A exigência da indicação de disponibilidade de recursos também não é 
observada no caso dos créditos extraordinários. Enquanto que, no caso dos 
suplementares e especiais, é necessário discriminar as fontes de recursos que 
suportarão a abertura do crédito, o ato que abrir o crédito extraordinário pode, 
simplesmente, omitir essa informação. 
Não obstante, na esfera federal, tem-se a praxe de indicar, nas medidas 
provisórias que abrem créditos extraordinários, a origem das disponibilidades. 
 
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34. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) A abertura de crédito extraordinário 
somente deve ser admitida para atender a despesas decorrentes de inícios 
de programas ou projetos não incluídos na LOA. 
35. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Apenas despesas imprevisíveis e 
urgentes admitem a abertura de crédito extraordinário. 
36. (CESPE/TÉCNICO/UNIPAMPA/2009) Tanto os créditos especiais como os 
créditos extraordinários dependem da existência de recursos disponíveis 
para a sua abertura. 
37. (CESPE/CONTADOR/AGU/2010) O crédito extraordinário somente deve ser 
aberto por meio de medida provisória. 
38. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) Créditos extraordinários poderão ser 
abertos por medida provisória ou decreto do Poder Executivo, com os 
mesmos efeitos. 
A questão 34 está ERRADA. Não há previsão legal ou constitucional para 
utilização de créditos extraordinários na hipótese descrita. 
Tanto utilizando a Lei 4.320/64 quanto a CF/88 como exemplo, fica claro: 
créditos extraordinários devem atender exclusivamente a despesas 
imprevisíveis e urgentes. A questão 35 está CERTA. 
A questão 36 está ERRADA. Apenas os créditos extraordinários não necessitam 
da indicação de recursos disponíveis para sua abertura. 
Depois da CF/88, a medida provisória foi alçada ao status de único veículo de 
abertura de créditos extraordinários, o que se aplica à União e aos demais 
entes federados que houverem instituído a MP como espécie legislativa. A 
questão 37 está CERTA. 
A questão 38 está ERRADA. A medida provisória se diferencia em dois pontos 
do decreto executivo: está sujeita a perda de eficácia no prazo de 60 dias de 
sua edição, e pode receber emendas de parlamentares no âmbito da Comissão 
Mista de Orçamento. Quanto ao decreto, o Legislativo não pode modificar seu 
texto; por outro lado, pode rejeitar toda a norma, mediante decreto legislativo. 
 
Autorização/abertura/reabertura de créditos adicionais 
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Para sistematizar as diferenças de autorização/abertura dos tipos de créditos 
adicionais, vamos observar o seguinte: 
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e 
abertos por decreto executivo. 
Assim, para início de conversa, a autorização da abertura de um crédito 
suplementar ou especial é um ato do Poder Legislativo, e a abertura em si, 
um ato do Executivo (mesmo quando os créditos se destinam aos outros 
Poderes). 
Uma pergunta curiosa: e os créditos extraordinários, que são instituídos por 
apenas um ato (medida provisória ou decreto, conforme o caso), são 
autorizados E abertos? 
Se fizermos uma leitura atenta da Lei 4.320/64, veremos que ela ao tratar da 
autorização/abertura dos créditos, fez uma separação bem nítida entre os 
tipos. Compare o art. 42 acima com o seguinte: 
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder 
Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo. 
Portanto, para os créditos extraordinários, tecnicamente, não existe ato deautorização, mas apenas de abertura. Isso reforça o que dissemos 
anteriormente, que a autorização é um ato típico do Legislativo. A medida 
provisória e o decreto são atos do Executivo. 
 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE 
Como se vê, tradicionalmente, eram necessários os dois atos para que os 
créditos suplementares e especiais fossem instituídos. Entretanto, há 
algum tempo, as Leis de Diretrizes Orçamentárias vêm trazendo uma 
disposição para simplificar o procedimento: a autorização e a abertura 
do crédito adicional se darão pelo mesmo ato (no caso, a lei). 
Veja essa modificação no comparativo entre as ementas das seguintes 
leis: 
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LEI Nº 8.839, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1993. Autoriza o Poder Executivo a 
abrir aos orçamentos da União, em favor da Justiça Federal, da Justiça 
Militar, da Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho, créditos adicionais 
até o limite de CR$2.064.198.142,00, para os fins que especifica. 
LEI Nº 12.185, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009. Abre aos Orçamentos Fiscal 
e da Seguridade Social da União, em favor da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal, das Justiças Federal, Eleitoral e do Trabalho, da 
Presidência da República, do Ministério Público da União e do Ministério 
da Pesca e Aquicultura, crédito especial no valor global de R$ 
293.272.036,00, para os fins que especifica, e dá outras providências. 
Como essa é uma “novidade” da matéria orçamentária, em detrimento 
da abordagem tradicional, vale a pena guardar a informação com 
cuidado. 
Outra característica da abertura dos créditos adicionais consta da redação do 
art. 46 da Lei 4.320/64: 
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do 
mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível. 
Assim, o crédito adicional, ao ser aberto, terá certa disponibilidade 
quantificada de recursos atribuída a si, deverá ser classificado como 
pertencente a uma das três espécies aqui tratadas e deverá trazer a 
classificação da despesa, em nome do princípio da discriminação. 
No tocante à reabertura de créditos adicionais, trata-se de um tópico que 
vale a pena ser examinado e bem compreendido, porque é muito cobrado em 
concursos. 
O dispositivo legal aplicável ao assunto era este, da Lei 4.320/64: 
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro 
em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos 
especiais e extraordinários. 
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Assim, a lei que autorizasse a abertura de um crédito especial, ou o ato que 
abrisse crédito extraordinário, trataria da possibilidade de execução das 
correspondentes despesas no exercício posterior ao da abertura. 
Isso já é passado. Agora, aplica-se o entendimento da CF/88: 
Art. 167, § 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no 
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização 
for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, 
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do 
exercício financeiro subseqüente. 
Perceba, primeiramente, que, em ambos os momentos, não se abordou a 
possibilidade de os créditos suplementares serem executados em exercício 
posterior. Por quê? 
Lembra-se da identidade dos créditos suplementares com a própria LOA, de 
que falamos antes? Para todos os fins, os créditos suplementares apenas 
“retificam para mais” a LOA, ampliando os montantes da receita e da despesa. 
Não são criadas despesas novas nesses casos. 
Pensando assim, pode-se dizer que a prorrogação dos créditos suplementares 
para exercícios posteriores equivaleria à transferência de um orçamento 
anual para outro ano, o que desrespeitaria completamente o princípio da 
anualidade orçamentária. 
Muito bem, então deixemos bem assentado que essa prorrogação só se aplica 
aos créditos especiais e extraordinários. 
Assim, como regra, os créditos adicionais (todos eles) devem ser executados 
no exercício de sua autorização. Todavia, caso algum crédito especial ou 
extraordinário seja autorizado mais para o fim do ano (de setembro para 
frente), já está pré-autorizada, pela CF/88, a reabertura do eventual saldo 
desse crédito no outro exercício. 
Como a Constituição deixa claro, esse saldo de crédito adicional será 
absorvido pelo orçamento do exercício financeiro seguinte. Essa é a 
razão para alguns teóricos classificarem essa transferência de créditos 
adicionais entre exercícios financeiros como exceção ao princípio da 
anualidade. 
 
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Como isso cai na prova? 
39. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Todos os créditos adicionais devem ter 
vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, com 
exceção dos créditos suplementares, que poderão ser incorporados ao 
orçamento do exercício financeiro subsequente. 
40. (CESPE/ANALISTA/IBRAM-DF/2009) Independentemente da data de 
abertura do crédito adicional suplementar, os saldos não empenhados até 
o final do exercício financeiro serão extintos. 
41. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) Os créditos especiais serão abertos por 
decreto do Poder Legislativo, que deles dará imediato conhecimento ao 
Poder Executivo. 
42. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) O ato que abre o crédito adicional não 
precisa indicar a classificação da despesa. 
Como vimos, apenas os créditos suplementares não podem, de nenhuma 
forma, ser transferidos ao orçamento do exercício seguinte. A questão 39 está 
ERRADA. 
A questão 40 está CERTA. Isso vale para os créditos originais da LOA, os 
suplementares e os especiais e extraordinários que não reunirem condições 
para ser transferidos ao orçamento do exercício seguinte. Esses créditos, caso 
não sejam utilizados, terão seu saldo extinto ao final do exercício de emissão. 
A questão 41 está ERRADA. Os papéis dos Poderes estão invertidos no 
enunciado. O Executivo abre os créditos especiais mediante decreto, e informa 
sobre o fato ao Legislativo. 
A questão 42 também está ERRADA. Conforme o art. 46 da Lei 4.320/64, todo 
crédito adicional deve conter a classificação da despesa, ao lado do montante 
respectivo e da espécie do crédito. 
 
Fontes de recursos para créditos adicionais 
Vejamos, mais uma vez, a Lei 4.320/64: 
Art. 43, § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não 
comprometidos: 
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I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício 
anterior; 
II - os provenientes de excesso de arrecadação; 
III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou 
de créditos adicionais, autorizados em Lei; 
IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que 
juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. 
Além dessas fontes de recursos, devemos buscar outro normativo que trata do 
tema, o Decreto-Lei 200/67: 
Art. 91. Sob a denominação de Reserva de Contingência, o orçamento anual 
poderá conter dotação global não especificamente destinada a determinado 
órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos 
recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais. 
Portanto, temos cinco fontes de recursos para atender os créditos adicionais. 
Vamos examiná-las.Superávit financeiro. A primeira fonte citada pela Lei 4.320/64 é “o 
superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior”. O 
superávit financeiro é a diferença entre o ativo financeiro (correspondente às 
disponibilidades em moeda, principalmente) e o passivo financeiro 
(obrigações para pagamento em curto prazo), calculada no balanço patrimonial 
de dezembro passado. Dessa forma, pode-se considerar, grosso modo, o 
superávit financeiro como recursos livres em caixa no início do ano. 
Mas, para aproveitar os recursos do superávit financeiro na abertura de 
créditos adicionais, ainda é necessário fazer alguns ajustes. 
Acabamos de discutir a possibilidade de transferência de créditos 
extraordinários e especiais para o orçamento do exercício seguinte, caso eles 
tenham sido autorizados no decorrer dos últimos quatro meses do exercício. 
OK, segure essa informação. 
Para fechar o entendimento sobre o superávit, vou adiantar agora outra fonte 
de recursos para créditos adicionais: operações de crédito. Isso mesmo, o 
governo pode pegar dinheiro emprestado para custear créditos adicionais. 
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Assim, créditos especiais e extraordinários abertos com operações de crédito 
podem ser executados apenas em parte, no exercício de origem, e ter seu 
saldo transferido para absorção pelo orçamento subsequente. Com isso, 
haverá um resto de despesa a executar e um resto de receita correspondente. 
Juntando todas as peças, podemos chegar à seguinte situação: 
• num dado exercício, temos X de disponibilidade financeira, correspondente 
ao superávit financeiro calculado em dezembro passado; 
• ao final do ano, digamos que existam saldos de créditos especiais ou 
extraordinários, ainda não executados, que serão integrados ao 
orçamento corrente; esses saldos constituem despesas a realizar, que 
chamaremos de Y; 
• assuma que esses créditos especiais/extraordinários foram suportados por 
operações de crédito; 
• já que os créditos adicionais que se transferiram de exercício foram 
abertos à conta de operações de crédito, então, no exercício que se 
inicia, deve haver um saldo desses empréstimos ainda sem uso, e 
que será empregado para execução completa dos créditos adicionais 
correspondentes; essa sobra de receita de empréstimos nós chamaremos 
de Z. 
Considerando todo o exposto, a disponibilidade financeira para abertura de 
créditos adicionais, em 2010, por exemplo, será calculada pela expressão [X – 
Y + Z], em que consideramos o superávit financeiro de 2009, as despesas de 
créditos adicionais transferidos e os recursos emprestados que as suportarão. 
Nessa equação, o superávit financeiro e o saldo das operações de crédito são 
“receita”, e o saldo de créditos adicionais é “despesa”. 
Nos dizeres da Lei 4.320/64, temos o seguinte: 
Art. 43, § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o 
ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos 
créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas. 
Espero que minha explicação tenha ficado mais clara que a lei, rsrs. 
 
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43. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) O superávit orçamentário do exercício 
anterior é uma das fontes para abertura de créditos adicionais. 
É necessário ter muito cuidado sobre as fontes de recursos para créditos 
adicionais. As provas costumam trazer pequenas trocas de palavras ou 
conceitos, difíceis de detecção numa leitura mais rápida. No caso, houve a 
troca de “financeiro” por “orçamentário”. O superávit orçamentário, que 
representa o resultado positivo na subtração das despesas orçamentárias 
relativamente às receitas orçamentárias, não é considerado uma fonte de 
recursos (até porque não significa, necessariamente, disponibilidade real de 
recursos, já que operações extraorçamentárias podem afetar o caixa em 
sentido oposto). Questão ERRADA. 
 
Excesso de arrecadação. Para começar, nada melhor que o conceito legal, 
trazido, mais uma vez, pela Lei 4.320/64: 
Art. 43, § 3º – Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, 
o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação 
prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. 
Veja que o excesso de arrecadação é composto por duas vertentes. Uma é 
real: a partir da arrecadação mensal esperada pela LOA, acumula-se uma 
diferença positiva relativamente ao período considerado. A outra é potencial: 
considerando o comportamento da arrecadação, realiza-se uma série de 
cálculos matemáticos e estatísticos, que indicará a tendência do exercício. 
Vale a pena assinalar aqui um detalhe. Assim como o superávit financeiro sofre 
um ajuste para se chegar à real disponibilidade financeira em caixa, o excesso 
de arrecadação também sofre uma dedução. 
Essa dedução também é tratada na Lei 4.320/64: 
Art. 43, § 4° - Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de 
excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos 
extraordinários abertos no exercício. 
Assim, calculado o excesso de arrecadação, tanto o já obtido quanto a 
tendência do exercício, faz-se a dedução do valor dos créditos 
extraordinários já abertos no mesmo exercício. O resultado dessa diminuição 
poderá ser indicado como fonte de créditos suplementares ou especiais. 
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Como isso cai na prova? 
44. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) Para o fim de apurar os recursos 
utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a 
importância dos créditos suplementares abertos no exercício. 
45. (CESPE/ECONOMISTA/MIN. SAÚDE/2010) A diferença a mais entre as 
receitas previstas e as despesas fixadas poderá ser utilizada como fonte 
de recursos para novas despesas, ainda que não previstas na lei 
orçamentária anual. 
A questão 44 está ERRADA. São os créditos extraordinários os que têm seu 
valor deduzido do excesso de arrecadação, para efeito de cálculo do montante 
disponível de recursos utilizáveis. 
A questão 45 também está ERRADA. A diferença mencionada pela questão 
trata apenas de uma previsão, feita logo no ato de publicação do orçamento, e 
não de recursos efetivos ou tendência de excesso assegurada. 
 
Operações de crédito. Anteriormente, fizemos a diferenciação entre 
operações de crédito normais e operações do tipo ARO, ou operações por 
antecipação da receita orçamentária. Lá, dissemos que as operações 
normais constituem receitas orçamentárias, que providenciam recursos para 
despesas orçamentárias. Já as operações do tipo ARO substituem receitas 
orçamentárias que não foram arrecadadas na época própria. 
Dessa forma, podemos concluir que as ARO’s não constituem recursos 
livres. Elas são contratadas para atender a despesas previstas no 
orçamento, que não tiveram os recursos correspondentes obtidos a tempo. 
Tendo isso em vista, ARO’s não podem servir de fonte para créditos 
adicionais. Para tanto, deverão ser contratadas operações normais de crédito. 
 
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46. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) As operações de crédito 
por antecipação de receita, autorizadas durante o exercício, constituem 
recursos para fins de abertura de créditos suplementares.As operações de crédito por antecipação da receita orçamentária (ARO) não 
podem ser utilizadas para atendimento a créditos adicionais. Como essas 
operações substituem receitas previstas no orçamento, sua aplicação é 
destinada a despesas também previstas originalmente no orçamento. Assim, 
não se trata de “recursos novos”; são apenas recursos antecipados. Questão 
ERRADA. 
 
Reserva de contingência. Como já estudamos, a reserva de contingência é 
uma dotação genérica, que pode ser empregada para pagamento de “passivos 
contingentes” ou outros fatores que afetem as contas públicas. Podemos dizer 
que a reserva de contingência é uma “carta na manga” da Administração, para 
atender a situações de risco para as contas públicas. 
Como vimos acima, pelo Decreto-Lei 200/67, temos aí mais uma fonte de 
recursos para créditos adicionais. Entretanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal, 
que é mais recente, definiu, em seu art. 5º, que a forma de utilização da 
reserva de contingência será estabelecida pela LDO. 
A LDO deverá, portanto, autorizar a utilização da reserva de contingência 
como fonte para os créditos adicionais. 
Antes de finalizarmos, cabe considerar a forma como a reserva de contingência 
é utilizada, o que nos faz pensar na última fonte de recursos para créditos 
adicionais: a anulação de dotações. 
Já falamos que a reserva de contingência é uma dotação genérica; caso ela 
venha a ser utilizada como fonte para créditos adicionais, o que se faz é um 
cancelamento de dotações dessa reserva em favor da criação de dotações 
em igual proporção para atender à necessidade veiculada no crédito 
adicional beneficiado. 
O cancelamento de dotações orçamentárias é um artifício para destinação de 
recursos aos créditos adicionais. Podem ser canceladas dotações da própria 
LOA ou até de créditos adicionais já abertos, para substituição por novos 
créditos adicionais. 
É mais ou menos isso que ocorre também na seguinte hipótese da CF/88: 
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Art. 166, § 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do 
projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes 
poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou 
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. 
Inicialmente, ao receber o projeto de LOA do Presidente, o Congresso pode, 
em tese, aprovar emendas reduzindo/anulando despesas previstas, sem 
propor novas dotações em substituição. Ou então, numa situação extrema, o 
Legislativo pode discordar por completo da proposta do Executivo e rejeitar o 
projeto de LOA. 
Por outro lado, num momento mais à frente, a discordância pode se dar por 
parte do Presidente da República, vetando dotações incluídas no projeto de 
LOA mediante emendas parlamentares. A partir disso, a LOA seria promulgada 
com dotações vetadas. 
Nessas condições, têm-se, ou em parte ou por completo, receitas previstas 
sem correspondentes despesas fixadas. Se houver veto, emenda ou rejeição 
do projeto de LOA, teremos, no todo ou em parte, recursos previstos sem 
despesas correspondentes. Isso porque o veto, as emendas ou a rejeição 
do projeto de LOA levam ao cancelamento de dotações constantes desse 
projeto. E os conseqüentes “recursos livres” poderão ser aproveitados para 
abertura de créditos suplementares ou especiais. 
 
Como isso cai na prova? 
47. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2009) A reserva de contingência, que 
compreende o volume de recursos destinados ao atendimento de passivos 
contingentes e outros riscos, bem como eventos fiscais imprevistos, 
poderá ser utilizada para abertura de créditos adicionais, desde que 
definida na lei de diretrizes orçamentárias. 
48. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) Os créditos adicionais provocam, 
necessariamente, um aumento do valor global do orçamento aprovado. 
A questão 47 resume bem a lição que vimos a respeito da utilização da reserva 
de contingência para cobertura de créditos adicionais. É necessária a 
autorização na LDO para que essa aplicação se efetive. Questão CERTA. 
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A questão 48 está ERRADA. Caso a fonte de recursos para a abertura de 
créditos adicionais seja a anulação total ou parcial de dotações, haverá uma 
simples substituição de despesas autorizadas, sem aumento do valor global do 
orçamento. 
 
Caro aluno, agora devo destacar com ênfase um tipo de questão cobrado pelo 
CESPE. Ele apresenta algumas possibilidades de fontes de recursos para 
créditos adicionais e pede que calculemos o resultado da real disponibilidade. 
Veja só: 
49. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2009) Considere a seguinte situação hipotética. 
Em meados de dezembro, ao se constatar, em determinado ente, a 
necessidade de suplementação para a conclusão de um programa, 
verificou-se que a arrecadação desse ente havia ultrapassado, em R$ 
450.000,00, a previsão inicial, que havia um saldo de dotações de R$ 
380.000,00, que não seria utilizado e um crédito especial de R$ 
270.000,00, aberto em outubro, que provavelmente só seria usado no 
exercício seguinte. Nessas condições, concluiu-se haver disponibilidade 
para a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 1.100.000,00. 
Questões desse tipo exigem o entendimento do candidato a respeito dos 
créditos originais da LOA, dos créditos adicionais e das fontes possíveis de 
recursos para atendê-los. 
Na presente questão, temos o seguinte: 
• constatou-se excesso de arrecadação de R$ 450.000; 
• as “dotações que não serão utilizadas”, nesse tipo de questão, devem ser 
contabilizadas como dotações a cancelar, em favor de créditos 
adicionais; aqui, o valor é de R$ 380.000; 
• o crédito especial de R$ 270.000, que seria transferido para o próximo 
exercício, não interfere em nada no cálculo presente, já que não constitui 
fonte de recursos, nem dedução de fonte. 
Portanto, a disponibilidade para abertura de créditos adicionais nesse exercício 
seria de 450.000 + 380.000 = R$ 830.000. 
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Questão ERRADA. 
Tente guardar o máximo as informações sobre as fontes de recursos para 
créditos adicionais. Esse tipo de questão costuma derrubar muita gente. 
 
 
Muito bem, caro aluno, chegamos aqui ao final de nosso encontro de hoje. 
Para quaisquer dúvidas, reforço o recado: utilize nosso fórum de dúvidas. 
Até a próxima! Bons estudos! 
 
GRACIANO ROCHA 
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RESUMO DA AULA 
 
1. O PPA deve estabelecer as diretrizes, os objetivos e as metas da 
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas 
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. 
2. Na instituição das diretrizes, objetivos e metas da Administração, o PPA 
deve levar em consideração a regionalização das ações, em nome de um 
desenvolvimento equilibrado entre as regiões do país. 
3. Nenhum investimento de execução superior a um exercício financeiro 
pode ser iniciado sem inclusão no plano plurianual, ou sem lei que 
autorize essa inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. 
4. As atribuições dadas pela CF/88 à LDO são: indicar as metas e prioridades 
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o 
próximo exercício financeiro; orientar a elaboração da LOA; dispor sobre 
alterações na legislação

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