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Nacionalidade: Conceito e Espécies

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NATHÁLIA FERRARI SANTANA
DIREITO INTERNACIONAL
TURMA: (DIR04VA).
Trabalho apresentado como requisito parcial para a obtenção de nota na 2ºNPC na matéria de Direito Internacional
Prof. Kelly Oliveira.
Rio Branco, Acre
2018
1 – NACIONALIDADE: 
A nacionalidade é definida como o vínculo jurídico-político que liga o indivíduo ao Estado, ou, em outras palavras, o elo entre a pessoa física e determinado Estado. 
Espécies de nacionalidade:
PRIMÁRIA OU ORIGINÁRIA: é decorrente do fato gerado pelo nascimento do indivíduo, independentemente da vontade deste. Pode ser adquirida precipuamente pelo critério do Ius Solis ou pelo critério do Ius Sanguinis. 
Ius Sanguinis: (ART. 12, I, b, CF). Traz a ideia de direito de sangue e tem como fato gerador, o vínculo sanguíneo, decorrente de filiação, ascendência, não importando qual o local onde o indivíduo nasceu. A título de ilustração, é muito comum nos países europeus devido à emigração, com o intuito de manter o vínculo com os seus descendentes.
Ius Solis: (ART. 12, I, CF). Com a finalidade de criar laços entre imigrantes europeus e os Estados receptores destes fluxos migratórios, surgiu o princípio Ius Soli (direito de solo) que é o reconhecimento da nacionalidade através do lugar de nascimento da pessoa. Importante lembrar que o Brasil adota o princípio Ius Soli. 
NACIONALIDADE DERIVADA: é adquirida através da manifestação de vontade do indivíduo seja ele estrangeiro ou Heimatlos (apátridas), ou quando este é levado a adquirir a nova nacionalidade em razão de um ato estatal. Neste caso, o indivíduo será considerado brasileiro naturalizado, na forma do artigo 12, II, CFRB/88.
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
B) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira;
EXCEÇÃO: jogador de futebol, tem a originária e a derivada por determinação estatal. (Polipátrida). 
BRASILEIRO NATO: Aquele que adquire a nacionalidade brasileira pelo fato natural do nascimento. É a chamada nacionalidade originária. 
É importante afirmar que nosso país adotou o critério do Jus Solis, como observa-se na Constituição Federal de 1988, no art. 12, I:
a) os nascidos no República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
Entende-se que, serão considerados brasileiros natos aqueles que nascidos em território nacional, daí dizer que é aplicável o fator do Jus Solis, mas de pais estrangeiros e que estes não estejam a serviço de seu país. 
EX: Um casal de holandeses passam a residir no Brasil, posteriormente, nasce um filho deles, este será brasileiro, devido Jus Solis. Porém, esta regra é relativa, eis que deverá sempre observar as regras impostas pelo direito internacional.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.
Consideram-se brasileiros natos, aqueles que mesmo tendo nascido no território estrangeiro sejam filhos de pai ou mãe brasileiros e qualquer deles esteja a serviço do Brasil, seja na administração pública direta ou indireta. 
EX: ministro das relações exteriores viaja como sua mulher para Índia, ao qual esta venha a ter uma criança no território indiano, no mesmo momento em que o ministro trabalhava. Cumpre observar que não só atividade diplomática deve-se enquadrar no caso de serviço do Brasil, como qualquer função ligada a atividade da União, Estados, Municípios ou autarquias.
c) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Neste caso, podemos dividir o texto de lei em duas situações:
1ª - Decorrente de estrangeiro nascido no exterior, mas de pai ou mãe brasileira, e que seja registrado em repartição brasileira. 
EX: Um casal de brasileiros passa as férias em Nova York nos Estados Unidos, um dia antes de embarcar para o Brasil tem seu bebê no território americano, para que não perca a nacionalidade (Jus Sanguinis), o pai registra a criança numa sede diplomática brasileira nos Estados Unidos.
2ª - pode-se dizer que é optativo para aquele que venha a residir no Brasil à escolha da nacionalidade brasileira, depois de atingida a maioridade (legal), daí chamar-se de nacionalidade potestativa, pois depende da exclusiva vontade do filho.
BRASILEIRO NATURALIZADO: depende de ato voluntário, opção, de um indivíduo para adquirir uma nacionalidade que não é a sua apenas pelo nascimento. Há alguns critérios: determinado tempo de residência no país para o qual está se requerendo a naturalização, e, vínculo a este país, sempre um exemplo o matrimônio com pessoas da nacionalidade que está sendo requerida. 
Pode ser de duas formas expressas, com:
a) Ordinária: prevista no art. 12, II, a;
b) Extraordinária ou quinzenária: prevista no art. 12, II, b.
Forma ordinária: deve o indivíduo que quer naturalizar-se brasileiro cumprir os requisitos previstos no art. 112 do Estatuto dos Estrangeiros, juntamente como o preceito constitucional, art. 12, II, a, diz:
“Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.”
Assim, além das formalidades previstas no Estatuto do Estrangeiro, aquele individuo originário de língua portuguesa deverá residir habitualmente, um período de um ano, sem interrupção no território nacional e, deverá ter também idoneidade moral, dando a entender que o indivíduo não poderá ter nenhum fator negativo em sua vida social de seu país de origem, muito menos pendências judiciais ou ser procurado, por exemplo, talvez esta seja a crítica desde artigo, de não tratar da mesma forma aos estrangeiros de qualquer nacionalidade, pois poderá o indivíduo originário de língua portuguesa alguma condenação de seu país de origem.
Forma Extraordinária ou quinzenária: Para aqueles não originários de língua portuguesa, aplica-se o art. 12, II, b, in verbis:
“Os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.”
Nesta questão, não se trata de individuo originário de língua portuguesa, mas com maior abrangência, a todo e qualquer cidadão de outra nacionalidade que não a brasileira.
Assim, deverá cumprir os requisitos, como residir no território nacional ininterruptamente por quinze anos e não haver quaisquer condenações no âmbito penal, neste caso, deve-se ampliar este critério, assim, o indivíduo que quer naturalizar-se estrangeiro não poderá ter condenações tanto em seu país de origem, como no Brasil condenação penal.
Postas as questões de nacionalidade originaria e derivada, há que mencionar que a Carta Política de 1988, diz que tanto o de nacionalidade originaria como de nacionalidade derivada, tem os mesmos direitos e deveres. Entretanto, como toda regra há exceção, o art. 12, II, b, § 2º diz que, há casos privativos de brasileiro nato, são eles:
-Presidente da República;
-Vice-Presidente da República;
- Presidente da Câmara dos Deputados;
-Presidente do Senado Federal;
- Ministro do Supremo Tribunal Federal;
-Os de Carreira Diplomática;
-Oficiais das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica);
-Ministério de Estado da Defesa
PERDA DA NACIONALIDADE: tanto o brasileiro nato quanto do brasileiro naturalizado podem perder a nacionalidade brasileira.
Há determinadas hipóteses de perda de nacionalidade previstas na Carta Maior de 1988, no art.12, inciso I e II, § 4º, como
a) Cancelamento da naturalização por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional: o cancelamento deverá ser por meio de sentença judicial transitada em julgado, devendo o inquérito instaurado a fim de apurar se houve alguma pratica nociva ao interesse nacional; se positivo tal ato, o Ministério Público Federal oferecerá a denúncia, ao passo que será instaurado o processo judicial de cancelamento. A decisão terá efeitos ex nunc, assim, o indivíduo perderá a naturalização a partir da sentença transitada em julgado.
b) Proveniente da aquisição de outra nacionalidade: deverá ser promovida de forma voluntária, por procedimento administrativo via decreto presidencial (art. 23, da Lei 818/49). Assim, poderá haver o reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira (indivíduo que nasceu no Brasil, filho de estrangeiros e que não seus pais não se encontravam a serviço de seu país de origem, poderá, assim, o seu filho requerer a nacionalidade de origem de seus pais); pela imposição de naturalização pela norma estrangeira (como no caso de brasileiro residente no exterior por motivo de laboral ou por optar por residir ali).
NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA.
A nacionalidade ordinária é aquela que se origina de um ato jurídico e voluntário denominado de naturalização. Pode ser tácita (não consagrada na CF/88) ou expressa. A expressa depende de requerimento do interessado, podendo ser ordinária ou extraordinária.
A nacionalidade ordinária não cria direito público subjetivo. Mesmo que o interessado preencha todos os requisitos legais, não terá direito à concessão do ato, pois este é discricionário, dependendo de oportunidade e conveniência políticas.
A nacionalidade secundária expressa extraordinária cria direito público subjetivo para o naturalizando. Preenchidos os requisitos exigidos no artigo 12, II, b, CF/88, o ato de concessão é vinculado, podendo o interessado impetrar mandado de segurança. Nesta espécie, em virtude da expressão utilizada no dispositivo constitucional (desde que requeiram), público subjetivo à naturalização.
2 – ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS:
Conceito: As organizações internacionais são associações voluntárias de Estados estabelecidas por acordo internacional, dotadas de órgãos permanentes, próprios e independentes, encarregados de gerir interesses coletivos e capazes de expressar uma vontade juridicamente distinta de seus membros. Logo, são sujeitos derivados de Direito Internacional Público.
CARACTERÍSTICAS: 
Uma Organização Internacional impõe um sistema político que excede os limites da fronteira estatal. Primeiramente, ela implica em uma ação conjunta de Estados soberanos, e sua personalidade jurídica subsiste daquela de seus Estados participantes.
As Organizações Internacionais são estabelecidas para perdurarem no tempo. 
As Organizações Internacionais se distinguem, pois, neste aspecto das conferências internacionais, que reúnem os representantes dos Estados para examinar determinada questão, ou preparar um tratado, que não fundam estruturas permanentes e desaparecem quando a agenda de negociação foi esgotada.
A definição pelos seus membros originários de um interesse comum, que tentarão realizar por intermédio da organização internacional criada, é traço fundamental do direito das organizações internacionais. 
A criação de uma Organização Internacional supõe a realização de uma solidariedade entre formas políticas distintas. A diversidade de objetivos seguidos pelas organizações internacionais também explicará os motivos pelos quais um Estado será capaz de participar de várias organizações, e que a participação em cada instituição seja variável.
Toda organização supõe a existência de órgãos dotados de poderes para realizar o interesse comum. Cada órgão tem seus poderes e competências definidos no tratado constitutivo, e outros exemplos, como da União Europeia, são elucidativos na explicitação deste tema. 
Assim, conforme já indicamos, qualquer organização internacional é baseada em um acordo entre Estados, geralmente solene, no qual se estipulam as obrigações dos Estados em suas relações mútuas, a estrutura de seus órgãos e suas respectivas competências, a relação da organização com o direito interno de seus participantes. 
Não se verifica óbice de qualquer espécie no sentido de impedir a criação de uma organização internacional por decisão de uma preexistente, desde que esta seja devidamente habilitada por ser ato constitutivo a instituir outra organização, tudo na finalidade de melhor cumprir seus objetivos de cooperação internacional. 
CLASSIFICAÇÃO: 
Uma pluralidade de critérios classificatórios pode ser indicada. Ela pode variar em função de sua abrangência geográfica, do seu objeto, de sua estrutura jurídica, ou, ainda, da forma de admissão.
Partindo de uma ótica territorial, haverá organizações universais ou regionais. As organizações universais serão todas cujos objetivos e mecanismos de admissão têm vocação de ampla e irrestrita associação de todos os Estados do globo. A ONU é, por óbvio, a grande lembrança deste tipo de instituição, porém podemos também citar o Fundo Monetário Internacional, ou a Organização Mundial do Comércio.
As organizações regionais serão aquelas instituídas com vocação a grupar Estados de determinada região terrestre, como a África e sua União Africana, ou a América e a Organização dos Estados Americanos, região específica, como o Benelux, Mercosul, ou uma vasta região do globo, como no caso da Otan, Opep, mas, geralmente, este tipo de organização é composto de Estados-membros vizinhos, talvez contíguos. 
Em razão de seu objeto, quer por fins gerais, quer por fins específicos. As organizações de fins gerais são aquelas cujo objeto engloba as relações pacíficas e a solução de controvérsias, como a ONU, enquanto as de fins específicos têm um objeto circunscrito a aspectos bem delimitados da vida internacional, tudo em conformidade com seu acordo constitutivo.
Uma classificação em função de competência e estrutura jurídica leva à distinção entre organizações de mera cooperação internacional e em organizações de integração. Estas, geralmente apelidadas de supranacionais, têm complexa estrutura institucional, dotada de poder normativo com plena repercussão no ordenamento jurídico interno de seus membros, com o exercício de um verdadeiro Poder Executivo e estabelecimento de suas atividades administrativas inerentes e necessárias para seu funcionamento, além de solução jurisdicional obrigatória a seus membros. As de mera cooperação internacional detêm competência limitada à sua especialidade, como no caso da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
No que concerne ao processo de admissão, consideram-se abertas todas as organizações nas quais os Estados que tenham cumprido os requisitos objetivos, indicados em seu ato constitutivo, têm direito adquirido à sua admissão, tendo assegurando o seu direito à participação da organização internacional. A seu turno, são consideradas fechadas aquelas que limitam a adesão aos Estados que satisfaçam requisitos essenciais, como a organização dos Estados Americanos (OEA), que somente admite, por óbvio, Estados do continente americano em sua composição.
3 – RECONHECIMENTO DE ESTADO
Este mecanismo decorre de dois princípios: o da efetividade de poder e da continuidade do Estado. Para que um Estado exista, este deve exercer de fato o seu poder soberano. O princípio da continuidade do Estado concerne, na verdade, quando das hipóteses de transformação do Estado.
O reconhecimento é o ato pelo qual a existência de um novo Estado, ou da nova organização de um Estado, é certificada por um ou vários membros da sociedade internacional. Este ato tem caráter meramente declaratório, pela observação do estado atual de um fato ou conjunto de fatos. Por ser ato declaratório, ele não cria nenhum novo Estado – o chamado reconhecimento estatal, e também não tem o condão de legitimar nova forma de governo – oureconhecimento de governo. Assim, quando um novo Estado impõe seu novo governo, o Estado e o governo não esperam o reconhecimento para ter existência jurídica.
O reconhecimento é a constatação oficial da existência da nova pessoa de direito internacional. O que ocorre na prática estatal é que com o reconhecimento, a ação dos terceiros Estados dá precisão e completa a situação jurídica do novo Estado.
Ao seu caráter declaratório, deve-se salientar sua natureza discricionária. Ela pode ser recusada, submetida a condições, ser expressa ou tácita, e se realizar de fato ou de direito. O reconhecimento não tem de ocorrer de forma unânime, ou em nome de todos os Estados. Cada Estado é livre para fazê-lo ou não, e também para construir os efeitos jurídicos e consequências da existências do novo Estado.
Finalmente, cabe recordar que o Estado que reconheceu o novo ente estatal não pode mais contestar aquele fato, por ser irrevogável, e tem efeitos ex tunc.

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