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Resumo de Introdução ao Estudo do Direito (IED)

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O Direito e a Sociedade: o Estado e o Direito. 
Ordenamento Jurídico. 
Conceitos jurídicos fundamentais: fontes de Direito, a divisão do Direito, norma jurídica, Direito positivo, Direito subjetivo, relação jurídica, sujeitos do Direito, fatos jurídicos. 
Dever jurídico. 
Fundamentos do Direito. 
 Aplicação e interpretação do Direito: 
 Equidade. 
 Analogia. 
 Princípios Gerais. 
 Costume. 
Interpretação jurídica: 
 Jurisprudência. 
Exegese jurídica. 
Interpretação extensiva e restritiva. 
Ab-rogação e derrogação. 
 
Direito e sociedade: o Estado e o Direito.
 O direito se configura como um processo de adaptação social, visto que ao ansiar a ordem, a paz e o bem comum, o homem tende a enxergar no direito a instrumentalização desses valores tornando-os, assim, passíveis de serem realizados. Sendo assim, o direito por conter caráter cultural - por ter sido criado pelo próprio homem - visa à disposição de direitos e deveres para o indivíduo inserido na coletividade e não de forma isolada, de modo que o direito só existe em relação à outra pessoa. Além disso, deve estar o direito sempre se refazendo e em conformidade com os rumos sociais, pois ele nada mais é do que um engenho à mercê da sociedade e um instrumento para tornar possível a convivência e o progresso social. Dessa forma, se o direito envelhece, para de exercer o papel para o qual foi criado.
 O processo de adaptação externa da sociedade compõe-se de normas jurídicas, as quais limitam a liberdade da sociedade e regram suas ações. No entanto, o direito não visa o aperfeiçoamento do homem, visto que somente os fatos sociais mais importantes são regrados. Além disso, uma característica também importantes das regras de conduta são a independência de adesão daqueles a quem a norma possa interessar, isto é, constitui-se num padrão imperativo e coercitivo. 
 A sociedade cria o direito e ao mesmo tempo se submete ao seus efeitos.
 O homem pauta o seu comportamento e segue em conformidade com os conceitos de lícito e ilícito.
 O direito age de forma preventiva (estabelecendo regras de conduta e evitando desinteligências) e, posteriormente, diante do caso concreto, de forma punitiva (estabelecendo sanção frente ao descumprimento de preceito normativo).
Ordenamento jurídico
 É o conjunto de princípios gerais implícitos e de disposições particulares, de regras, de normas, de conceitos oficiais ou oficializados, dependentes entre si, como partes solidárias de um todo específico. 
 O ordenamento jurídico possui três características fundamentais: é original, no sentido de própria do mesmo meio social que produziu o Estado, o que não exclui a hipótese de um legislador copiar norma de outras ordens ou limitar o uso jurídico estrangeiro; é completa, pois ainda que não se encontre embasamento nas leis, na jurisprudência, nos costumes ou na doutrina, o juiz não poderá omitir despacho ou sentença sob pretexto de lacuna ou obscuridade e deverá, então, recorrer à analogia, à equidade ou aos princípios gerais do direito. Isto quer dizer que no ordenamento jurídico, não é possível conter lacunas ou contradições por se apresentar como algo a mais que a simples soma de seus elementos sensíveis. E, por fim, é exclusiva, isto é, dotada de autocracia que quer dizer que para cada jurisdição não se consideram relevantes senão os critérios de julgamento provindos de sua respectiva ordem. Por exemplo, as ordens jurídicas estrangeiras são destituídas de vigência, nada mais são que fatos relevantes.
Conceitos jurídicos fundamentais
Fontes do direito
As fontes do direito são as diversas formas pelo qual o direito nasce e se manifesta perante a sociedade. Elas são divididas em fontes materiais (objeto de atuação do direito, que, no caso, são os fatos sociais), fontes históricas (busca compreender durante a história onde surgem os primeiros registros de normas jurídicas; seria então, um olhar para o passado) e fontes formais (que é a forma, a maneira, pelo qual o direito se exterioriza). As fontes formais abrangem a lei, o costume, a jurisprudência, a súmula vinculante, a doutrina, a fonte negocial e a norma jurídica. 
Lei: é a fonte jurídica por excelência, comum e obrigatória, isto é, dotada de imperatividade e provida de sanção. A lei compreende três acepções: a amplíssima (toda e qualquer norma jurídica escrita ou não, elaborada por qualquer um dos poderes do Estado), a ampla (lei escrita elaborada por apenas um dos poderes competentes do Estado, sendo eles executivo, legislativo ou judiciário) e estrita (apenas a norma jurídica escrita elaborada pelo Poder Legislativo mediante processo solene). O que diferencia a lei de todas as outras fontes do direito é o seu caráter formal, sendo ela elaborada por órgãos competentes e seguindo critérios predefinidos de validade e eficácia.
 Costume: surge a partir da prática reiterada de determinado ato pela sociedade, com a convicção de que aquilo seja correto e que corresponde a uma necessidade jurídica e, se não praticada, ocorre pena de reprovação social. Configura-se ainda numa ação uniforme, constante, geral e pode ser algo correto e obrigatório. É importante salientar que o costume foi a primeira fonte do direito surgida a ser utilizada, e ainda o é pelos países que praticam a chamada “common law” (países anglo-saxônicos). Existem 3 espécies de costumes: praeter legem (previsto pela lei), o secundum legem (costume segundo as normas legais) e contra legem (costume contra a lei. Ex.: cheque pré-datado).
Jurisprudência: a jurisprudência expressa o entendimento do tribunal sobre determinado assunto que se consolida por meio da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões. Além disso, a jurisprudência pode inovar em matéria jurídica, visto que pode criar normas para complementar o texto vigente quando estas não estejam estritamente expressas pela lei, a qual possa resolver o caso concreto. Ressalte-se que a jurisprudência dos tribunais não tem caráter vinculativo ou obrigatório em relação aos demais juízes ou órgãos do judiciário, servindo apenas como um guia revelador do entendimento prevalente naquela corte. 
Súmula vinculante: o STF poderá, por Ofício ou por Provocação, após reiteradas decisões sobre o assunto constitucional, editar súmula que, ao ser publicada, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do judiciário e à administração pública. Para ser aprovada, alterada ou cancelada, a súmula deverá ter um quórum de votação referente a 2/3. São legitimados a propor súmula: Presidente da República, PGR, Conselho Fed. Da OAB, partido político com representação no Congresso Nacional, defensor público Geral da União, Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional, mesa da assembleia legislativa dos estados, câmara legislativa do DF, governador do DF e tribunais em geral.
Doutrina: é a ciência jurídica avinda dos juristas, que procuram detalhar o direito. Isto é, a aplicação científica dos entendimentos formados pelos operadores do direito.
Fonte negocial: a fonte negocial deriva da autonomia da vontade, objetivando determinado fim dentro dos limites da lei. São as cláusulas contratuais pactuadas entre os indivíduos
Divisão do direito
Direito natural x positivo: o primeiro corresponde ao direito não escrito, inerente ao ser humano e que decorre da natureza junto com o nascimento do indivíduo. Já o segundo, corresponde ao direito escrito, criado pelo Estado para impor limites às ações dentro da sociedade. 
Direito objetivo x subjetivo: o primeiro corresponde ao conjunto de regras e modelos jurídicos que têm vigência em determinado tempo com realidades culturais postas pelo Poder Público e pela sociedade. Portanto, o direito objetivo se constitui num sistema global que a todos vincula e a todos se dirige (norma agendi). Já o direito subjetivo, corresponde à faculdade de invocar/usar ou não uma normade direito objetivo, dentro dos limites da atributividade (facultas agendi). 
Direito interno x externo: o primeiro diz respeito ao Direito do Estado, às normas que terão vigência e eficácia dentro do território nacional e se subdivide em Público e Privado. Já o segundo, é o contrário, pois regula as relações jurídicas entre os Estados soberanos, constituído por regras consuetudinárias e pactos (tratados internacionais) e além disso, impõe respeito aos direitos humanos fundamentais.
Direito público x privado: o direito público envolve a supremacia do interesse do Estado, com a organização e prestação de serviços, bem como a utilização de recursos financeiros públicos. Ações que não dependem majoritariamente da autonomia da vontade, mas estas devem ser feitas somente pela lei ou de acordo com a lei. O segundo (direito privado) é um pouco diferente, pois corresponde às normas de matéria referentes à vida privada e as relações patrimoniais e extrapatrimoniais, além de ser formado pelo princípio da autonomia da vontade e da licitude ampla, o que quer dizer que se é livre para agir dentro da lei.
Norma Jurídica
As Normas jurídicas são o elemento celular do direito, isto porque é um conjunto de proposições que regram as ações, atos (formas de conduta) e estabelece como o Estado deve se organizar. Dessa forma, as normas são sempre regidas de coercitividade e providas de sanção em caso de seu descumprimento (fato + valor + norma). 
Características da norma:
Bilateralidade: as normas possuem uma relação bilateral entre as partes, o qual uma se acha autorizada a pretender da outra e esta se encontra obrigada a fazer para satisfazer aquela pretensão. O direito de um é a obrigação de outro.
Generalidade: o direito não é instituído para apenas algumas pessoas, mas para todas, isto quer dizer que é direcionada de forma geral e todos devem observá-la.
Abstratividade: a norma jurídica prescreve um padrão de conduta, um modelo genérico que não se direciona para apenas um ou outro caso particular, mas regra apenas aquilo que é essencial, um fato típico abstrato. 
Imperatividade: a norma é composta de caráter obrigacional, isto é, impõe a lei independentemente a quem ela possa interessar. A razão de ser da imperatividade da norma é garantir a paz social e propiciar o desenvolvimento em grupo.
Coercitividade: quando uma norma é inobservada, o Estado poderá estabelecer uma sanção pelo descumprimento. 
Dotada de heteronomia: independe da vontade do destinatário, isto é, a norma se dirige a todos de forma igual e em mesma intensidade e prevalece independentemente de eventuais discordâncias de quem se dirige.
Relação jurídica
Entende-se por relação jurídica o vínculo entre duas ou mais pessoas, a qual as normas jurídicas atribuem efeitos obrigatórios. A Relação Jurídica obriga e confere poderes, onde poder e obrigação são inseparáveis e correlatos. Para que possa ocorrer uma relação jurídica, é necessária a ocorrência de um fato jurídico, que é todo e qualquer acontecimento que resulta em consequências que interessam para o direito em matéria jurídica (modificar, extinguir, adquirir, resguardar ou transmitir direitos). Assim, todo evento, seja um acontecimento natural, seja uma ação humana, converte-se em fato jurídico, se em condições de exercer essa função. Além deste requisito essencial, se apresentam mais dois que são de suma importância para a ocorrência da relação jurídica: a relação intersubjetiva (relação entre duas ou mais pessoas) e depois que esse vínculo deve corresponder a uma hipótese normativa (de maneira que derivem consequencias obrigatórias no plano da experiência). 
Elementos da relação jurídica: são eles os sujeito ativo e passivo. O primeiro corresponde ao agente portador do direito subjetivo (é o credor da prestação ou obrigação principal ou o beneficiário principal da relação), enquanto o segundo corresponde ao agente possuidor do dever jurídico (devedor da prestação principal). Além destes dois elementos, tem-se ainda o vínculo de atributividade e o objeto. Aquele tem a ver com um liame reconhecido juridicamente, na figura de contratos, leis ou acordo de vontades, de modo que a inexistência deste vínculo acarreta a nulidade da relação jurídica. Já o último (objeto), diz respeito ao elemento motriz sobre o qual recai o vínculo de atributividade e o qual a relação jurídica gira em torno.
Dever jurídico
O dever jurídico é a conduta exigida e estabelecida numa relação jurídica, que só pode existir se houver a possibilidade de violação da lei. Ao contrário dos deveres morais, sociais e religiosos, o dever jurídico tem caráter exigível e sua inexecução causa reclamação perante a justiça, além de reparação em caso de dano ou prejuízo. 
Origem: O dever jurídico surge sempre de um fato jurídico, por imposição do Estado (obrigação advinda de uma norma) ou por contrato (manifestação de vontade convergente em relação a determinado objeto).
Extinção: pode ocorrer através do cumprimento da obrigação, por determinação legal ou por qualquer fato jurídico, os quais este pode envolver a) novação, substituição de um dever por outro; b) renúncia, a qual o titular do direito renuncia a prestação exigível (desoneração); c) morte, instituída nos direitos personalíssimos; d) prescrição (perda da pretensão de reclamar um direito e e) decadência (extinção do direito por não ter sido exercido no prazo legal).
Espécies: a) contratual (acordo de vontades); b) extracontratual (exigido por obrigação, seja por norma ou determinação social – “obrigação aquiliana”); c) positivo (impõe ao sujeito passivo a obrigação de dar ou fazer alguma coisa mediante coação psicológica ou substituição da obrigação); d) negativo (conduta omissiva, como as dispostas no CP); e) permanente (não esgota com o seu cumprimento, a menos que a lei que a dite seja revogada); f) transitório (se esgota com o cumprimento do dever, ex.: pagamento de uma dívida).
Fundamentos do direito
Atualmente não há uma concepção unânime e acabada acerca do fundamento do direito. Mas o conceito mais coerente até então reside no bem comum, isto é, a lei deve servir para garantir, promover e efetuar a manutenção do bem na comunidade. Dentro desta acepção de “bem” está contida a ideia de igualdade, justiça, liberdade na justa medida da moralidade e da legalidade e dentre outros princípios que tendem a produzir e a preservar a felicidade e os elementos componentes da sociedade política.
 Aplicação e interpretação do Direito.
Analogia
O processo de analogia consiste na extensão de um conceito jurídico para um caso não previsto, partindo de outro semelhante, o qual o legislador previu em igualdade de razões. Veja! Não se deve confundir analogia com interpretação extensiva, visto que analogia pressupõe a existência de uma lacuna na lei. Já no segundo caso, entende-se que a lei existe e tem potencial para ser usada, mas numa interpretação adversa daquela que se está usualmente acostumado a aplicá-la. 
 Pressupostos para a utilização da analogia: o caso concreto não deve estar regrado por nenhuma regra jurídica; deve existir elemento de identidade entre o caso previsto pela norma e o não previsto; a identidade entre os dois casos deve atender ao elemento em virtude do qual a lei foi criada (ratio legis).
Analogia legis: analogia propriamente dita.
Analogia júris: a norma é retirada de um caso singular, mas abstraída de todo um sistema ou parte dele.
Equidade
Equidade quer dizer, portanto, a justiça amoldada à especificidade de uma situação real. Visto que, algumas vezes é necessário abrandar o texto legal e operar o andamento do processo mediante a equidade, pois, pode-se ocorrer injustiça quando a norma jurídica é aplicada de forma seca e rigorosa. 
Costume
O costume só deve ser usado depois de cessadas as possibilidades de suprir a lacuna da lei através da analogia. Além disso, ele é constituído de dois elementos: a prática reiterada + convicção de sua obrigatoriedade. O costume ainda pode ser secundum legem (conforme alei), praeter legem (previsto pela lei) e contra legem (contra a lei). Obs.: cheque pré-datado é um costume contra legem. O cheque à vista, e somente à vista, é previsto em lei.
Princípios gerais de direito
Não tendo sido resolvido pelo costume ou pela analogia determinado caso concreto não previsto pela norma, opta-se, por fim, pelos princípios gerais do direito que são conceitos inspirados nos valores sociais e que possuem caráter genérico, que condicionam e orientam o entendimento do ordenamento jurídico. São eles: o princípio da igualdade (tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais na justa medida da sua desigualdade), o princípio da justiça, da não discriminação, da proteção às crianças, jovens, idosos etc.
Interpretação jurídica
Interpretação gramatical 
Também pode ser chamada de interpretação literal, visto que leva em conta o exame do texto normativo sob a perspectiva linguística, analisando pontuação, colocação das palavras na frase, a sua origem etimológica, etc. 
Interpretação lógico-sistemática
É preciso interpretar a lei de acordo com o seu valor linguístico e em conformidade com o sistema em que ela se enquadra, isto é, é necessário efetuar um trabalho que emoldure uma lei num meio em que ela se articule logicamente com as demais. Esse é o papel da interpretação lógico-sistemática.
Interpretação histórica e evolutiva
A lei é algo que representa uma realidade histórica situada na progressão do tempo. E, visto que com o passar do tempo, esta lei já não cobria todos os problemas que vinham surgindo, chegou-se então à conclusão de que o significado da norma não é imutável. Sendo assim, não é suficiente que se analise apenas a intenção ou a vontade do legislador no momento da efetuação da lei, mas é necessário que se investigue qual era o tempo em que vivia e que consistia nos fatos sociais ali expressos.
Interpretação sociológica ou teleológica
Tem a intenção de adaptar os novos fatos sociais ao sentido da norma.
Interpretação extensiva e restritiva
Entende-se por interpretação restritiva aquela pelo qual se leva em consideração a norma jurídica independente da vontade do legislador, mas tendo em vista apenas a sua intenção ao elaborar a norma, assumindo-se assim um significado próprio e expresso. O direito penal, por exemplo, em razão do seu princípio “não há crime sem lei anterior que o preveja” deve ser interpretado de modo restritivo, de maneira que não admite analogia pelo fato de restringir direitos e garantias fundamentais reconhecidos e estabelecidos constitucionalmente. Da mesma maneira ocorre com o direito tributário, que não permite interpretação extensiva de seus preceitos, devendo ser interpretado de forma restritiva. 
A interpretação extensiva, por sua vez, entende que a norma diz menos do que gostaria dentro do conteúdo de sua letra, visto que a interpretação dela é ampliada e seu sentido está contido no espírito da lei. Os ramos do direito que fazem uso desta interpretação são os do Direito Civil e o Direito trabalhista, que podem ser usados de forma supletiva nas lacunas de outros ramos do direito.
 Teoria da livre pesquisa do direito ou da livre investigação científica
François Gény, o criador desta teoria, discorda com a deformação da lei, isto é, ela deve ser preservada em sua pureza e na intenção primeira do legislador, pois, segundo o pesquisador, não há mais de uma interpretação, há apenas aquela única pretendida pelo autor da norma no momento de sua execução. Assim que se configurarem lacunas na lei, diz François, é necessário que se reconheça esta fraqueza da norma e se trabalhe, por outros meios, para supri-la. Mas e quando as interpretações originárias não suprem a problemática jurídica da coisa julgada? Surgem as lacunas na lei, é claro. Assim, dado que se os fatos são novos, qual deverá ser o caminho a ser percorrido pelo juiz? Ora, a livre pesquisa do direito com base na observação dos fatos sociais. Esta pesquisa não se configura num meio para achar outra regra jurídica já escrita, mas sim, num meio para se descobrir, através dos fatos sociais, a regra jurídica mais apropriada, visto que, a natureza da coisa, já contem um esboço adequado para a solução jurídica que lhe é própria.
 
Teoria da interpretação objetiva
Aqui, afirma-se que o que prevalece não é a vontade do legislador, mas sim a vontade da lei, ou melhor, o sentido expresso da norma.
Teoria subjetiva de interpretação ou escola exegética
Sustenta que o que se pesquisa com a interpretação é a vontade do legislador.
Exegese jurídica
A Escola da Exegese possuía uma maneira superficial, literal e reduzida de promover a interpretação dos textos normativos, isto porque eles criam que a função dos exegetas era pura e simplesmente subtrair a obscuridade e a ambiguidade contida no conteúdo dos escritos jurídicos. Estes doutrinadores efetuavam seu trabalho em cima dos textos baseados apenas nas interpretações gramatical e lógica. O juiz nenhuma outra função tinha a não ser a de aplicar a lei pautada na suposta neutralidade e objetividade, além de que, as vontades do legislador e do intérprete tinham sempre de coincidir. Ademais, não se era possível questionar a integridade da norma, visto que ela se encontrava sempre correta e não abria espaço para possíveis interpretações adversas do juiz. Porém, com o passar do tempo, a falta de dinâmica não só no interpretar, mas também a forma que o sistema se comportava (fechado e estrito ao Código Civil), não acompanhou a mobilidade da sociedade e foi entrando em decadência. Hoje, não se é aceito mais com tanta frequência a ideia da completude e neutralidade da norma como era posto pelos exegetas. Hoje admite-se falhas dentro do ordenamento jurídico e aplica-se soluções às lacunas da lei, de modo que não fira o princípio da separação dos poderes e se possa chegar a uma decisão boa e justa para as partes envolvidas.
Ab-rogação e derrogação 
A ab-rogação consiste na revogação total de uma leia, editando uma nova no lugar desta. Por isso diz-se que o Código Civil de 2002 ab-rogou o Código Civil de 1916, já que aquele substituiu este na sua integralidade. Já derrogação, tem a ver com revogação parcial do texto de uma lei, o qual apenas parte dela torna-se sem efeito. Pode ser visualizada quando determinada lei revoga apenas alguns artigos de outra.

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