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Audiencia de Instrução e Julgamento

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Audiência de Instrução e Julgamento 
 – É o ato processual complexo, no qual variadas atividades 
são praticadas pelo juiz, partes, advogados, MP e terceiros, como: 
intimação de testemunhas, esclarecimento do perito, oitiva de 
testemunhas etc. 
Características da AIJ 
1. Publicidade; Art. 368 do NCPC. A audiência será pública, ressalvadas as 
exceções legais (art. 189 do NCPC). 
2. Solenidade; 
3. Essencialidade; 
4. Presidência do juiz; 
5. Finalidade, complexa e concentrada de instrução, discussão e decisão 
da causa; 
6. Unidade e Continuidade. 
– Compreende a audiência, na sistemática do 
Código, atos de quatro espécies: 
(a) atos preparatórios: a designação de data e horário para a audiência, a 
intimação das partes e outras pessoas que devem participar; depósito do rol de 
testemunhas em cartório; o pregão das partes e advogados na sua abertura; 
(b) atos de tentativa da conciliação das partes: quando a lide versar sobre 
direitos patrimoniais privados; 
(c) atos de instrução: esclarecimento dos peritos e assistentes técnicos; 
depoimentos pessoais; inquirição de testemunhas; acareação de partes e 
testemunhas; 
(d) ato de julgamento: debate oral e sentença. 
 – art. 360 do NCPC – O juiz exerce o poder 
de polícia, incumbindo-lhe: 
 – manter a ordem e o decoro na audiência; 
 – ordenar que se retirem da sala de audiência os que se 
comportarem inconvenientemente; 
 – requisitar, quando necessário, força policial; 
– tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do 
Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que 
participe do processo; 
– registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos 
apresentados em audiência. 
 
Obs.: os dois últimos incisos são novidades do NCPC em relação ao art. 445 
do CPC de 1973. 
– O direito pátrio adotava o sistema 
presidencial na condução da audiência, cabendo ao juiz direta e 
pessoalmente colher a prova (art. 446, II, do CPC de 1973). Esse 
sistema foi modificado pelo 459 do NCPC, ao prever que as perguntas 
 
sejam feitas diretamente pelo advogado das partes, e não mais pelo juiz, 
após ouvi-las dos advogados. 
 – Apesar de sua grande importância, não se trata de 
procedimento indispensável, somente sendo designada quando for 
necessária a produção de prova oral ou o esclarecimento de peritos 
a respeito de seu laudo. 
 
a realização da prova técnica simplificada (art. 464, § 2º do NCPC). 
 
 – A ordem pode ser modificada quando 
existir fundada razão, em especial o respeito ao princípio da 
economia processual. Esta é a ordem: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 prolação da sentença. 
 – Art. 358 do NCPC – No dia e na hora 
designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e 
julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos 
advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar. 
 o pregão é a comunicação oral, de forma clara e em 
volume razoável, de que a audiência terá seu início e que as 
partes e patronos estão convidados a ingressar na sala de 
audiência e tomar seus lugares. 
essual, que poderá ser 
saneado caso as partes e patronos, mesmo sem comunicação, 
participem da audiência. Entretanto, na ausência de pregão e das 
partes, haverá nulidade, sendo da parte o ônus de provar tal 
ausência. 
-se que não haverá nulidade, se, diante de ausência 
de pregão, a parte e/ou o patrono não se encontravam no 
local da audiência ou se o juiz decidir o mérito em favor da 
parte a quem aproveitaria a declaração de nulidade. 
 
 – Art. 359 do NCPC – Instalada a audiência, o juiz 
tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior 
de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a 
mediação e a arbitragem. 
 
audiência, sendo sua ausência entendida como desinteresse 
na autocomposição. Entretanto, o advogado com poderes 
especiais poderá conciliar. 
 
a anular a audiência. 
 
atual, a recusa de comparecimento sem justificação à audiência 
 
dedicada à tentativa de conciliação é vista como ato atentatório à 
dignidade da justiça (art. 334, § 8º). Assim, as intimações e 
sanções expressamente estatuídas para a audiência de 
conciliação ou de mediação deverá ser observadas também na 
audiência de instrução e julgamento, sempre que nela houver o 
juiz de tentar conciliar as partes (art. 359). 
 
autocomposição, caberá ao juiz proferir sentença 
homologatória de mérito, com a consequente extinção do 
processo. 
 
 – O NCPC não conta com a 
previsão de que a fixação dos pontos controvertidos é uma das 
tarefas do juiz na audiência de instrução e julgamento. Porém, há 
quem entenda que mesmo sem a previsão expressa nesse sentido o 
juiz deverá fixar os pontos controvertidos antes da instrução, seja 
porque não fez antes, seja para delimitar o objeto da prova oral 
diante de prova de outra natureza já produzida anteriormente. 
rdem de Produção de Provas Após a Fixação dos Pontos – 
art. 361 do NCPC – As provas orais serão produzidas em 
audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente: 
 – o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos 
quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma 
do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito; 
 
de 10 dias antes da audiência, a presença do perito para 
prestação de esclarecimentos (art. 477, §§ 3º e 4º do 
NCPC). 
 – o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos 
pessoais; 
 – as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que 
serão inquiridas. 
 
 – art. 364 do NCPC – Finda a instrução, o juiz dará a 
palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do 
Ministério Público, se for o caso de sus 
intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos 
para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do 
juiz. 
rcio ou Terceiro – § 1º Havendo 
litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o 
da prorrogação um só todo (20+10 minutos), dividir-se- á entre os 
do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. 
 – § 2º Quando a causa 
apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate 
oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão 
apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério 
Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos 
de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos. 
 
irrelevante a vontade das partes. 
 
 
autos eletrônicos devem ser mantidos os prazos sucessivos. 
 – Caso o juiz converta os debates orais em 
memoriais, a sentença será proferida por escrito em cartório, 
intimando-se as partes, por meio de seus procuradores, pela 
imprensa oficial. Entretanto, ultrapassada a fase dos debates orais o 
juiz poderá proferir sua sentença oralmente em audiência (mera 
faculdade do juiz). 
 
oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em 
audiência ou no prazo de 30 dias, sendo tal prazo de natureza 
imprópria. 
 
– 365 do NCPC – A audiência é una e 
contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na 
ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das 
partes. 
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do 
debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para 
a data mais próxima possível, em pauta preferencial. 
Assim, interrompida a audiência, apenas se prosseguirá em data próxima, não 
se designando uma nova. Isto tem algumas consequências no plano fático 
processual: 
i) não é possível praticar novos atos preparatório (ex.: arrolar testemunhas) 
para a continuação da audiência;ii) havendo direito superveniente de aplicação imediata, aplicam-se à 
continuação as regras vigentes quando da realização do início da audiência; 
iii) havendo nulidade na primeira sessão, as sucessivas serão afetadas; e 
iv) presente o advogado na primeira sessão e ausente na continuação, o juiz 
não poderá dispensar as provas por ele requeridas. 
 
Causas de Adiamento – art. 362 do CPC – A audiência poderá ser adiada: 
I – por convenção das partes, 
Por acordo de vontade entre as partes a audiência pode ser adiada tantas 
vezes quantas for feito o acordo, em novidade quando comparado com o 
sistema revogado que permitia apenas um adiamento em decorrência do 
acordo entre as partes. 
II – se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que 
dela deva necessariamente participar; 
III – por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) 
minutos do horário marcado. 
Análise do inciso II – Ausências: 
 
 – Com ou sem justo motivo, a audiência será adiada. 
Entretanto, uma ausência sem justificação poderá ensejar punição no 
âmbito administrativo. 
 – Sendo por motivo justificado a audiência será 
adiada. Entretanto, quando se tratar de motivo injustificado a doutrina se 
divide em três: 
Primeira Corrente – Entende ser a presença do MP indispensável na audiência 
independente de sua qualidade no processo. Assim, sem sua presença haverá 
nulidade relativa. A doutrina majoritária defende esta corrente, pois quando o 
MP figurar como fiscal da lei sua presença torna-se indispensável, e, quando 
for parte no processo estará defendendo interesses metaindividuais ou 
individuais indisponíveis, assim de relevância social. 
Segunda Corrente – Entende que a única exigência é a intimação do MP. Sua 
ausência não determina o adiamento da audiência. 
Terceira Corrente – Para esta corrente depende da qualidade do MP: se figurar 
como parte no processo não será capaz de causar o adiamento da audiência; 
mas se figurar como fiscal da lei haverá o adiamento. 
a do Perito – Se justificada causa o adiamento da audiência. 
Caso seja injustificada caberá sua condução coercitiva o que 
invariavelmente gera adiamento da audiência. No tocante aos 
assistentes técnicos, parece que, havendo justo motivo, a audiência 
deverá ser adiada, mas em caso contrário deverá ser realizada. 
 – Se for justificada causa o adiamento da 
audiência. Sem justo motivo a audiência será realizada normalmente. 
Ressalta-se que tendo sido feita a intimação para depoimento pessoal 
sua ausência injustificada acarretará confissão tácita. 
 – Havendo intimação e não comparecendo a 
testemunha esta será conduzida coercitivamente, logo haverá o 
adiamento. Não tendo sido intimada porque a parte que arrolou se 
comprometeu a levá-la, a sua ausência justificada leva ao adiamento, 
mas sem motivo justo, é entendida como desistência da parte em 
produzir a prova, que precluirá. 
 – Se justificada gera o adiamento da 
audiência, o que não ocorre se inexistir justo motivo. 
 – Poderá o juiz dispensar toda a 
instrução e proferir logo o julgamento conforme o estado do processo, 
ou, então, promover a colheita da prova, sem a presença dos 
interessados. 
ncia justificada de outras pessoas que 
deveriam participar da audiência, o adiamento de que fala o art. 362, II, 
nem sempre abrange toda a audiência, mas apenas os atos que 
dependiam do ausente. O NCPC é mais flexível e determina que as 
provas orais serão ouvidas na ordem do art. 361, apenas 
preferencialmente. Logo, cabe ao juiz decidir, nas circunstâncias do 
caso concreto, se há ou não prejuízo para o processo com a eventual 
quebra da sequência estipulada pela lei. Dessa forma, o adiamento total 
 
da audiência somente ocorrerá se a falta for do advogado e tiver sido 
justificada até a abertura da audiência (art. 362, § 1º). 
 1º do NCPC– O impedimento deverá ser comprovado até a 
abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à 
instrução. Havendo algum imprevisto que gere extrema dificuldade ou 
impossibilidade no cumprimento desse prazo (exemplo: doença, 
acidente, sequestro, morte etc.), admitir-se- á a alegação posterior do 
advogado, que, uma vez acolhida, gera a anulação da audiência já 
realizada 
 2º do NCPC– O juiz poderá dispensar a produção das 
provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não 
tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao 
Ministério Público. Ressalta-se que se tratando de demanda envolvendo 
direito indisponível o juiz será obrigado a produzir a prova; sendo de 
direito disponível o juiz analisará no caso concreto não estando obrigado 
a dispensar. 
 – art. 362, § 3º do CPC – Quem der causa ao 
adiamento responderá pelas despesas acrescidas. 
 – Por motivos de conveniência da Justiça, 
ou a requerimento de uma das partes, pode o juiz antecipar a data 
inicialmente designada para a audiência de instrução e julgamento. Em 
tais casos, ao contrário do determinado pelo Código anterior, o juiz 
determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados, 
podendo esta ser feita por publicação na imprensa (NCPC, art. 363). 
Isso porque a lei nova não repetiu o disposto no art. 242, § 2º, do 
CPC/1973, que exigia a intimação pessoalna espécie e previu regime 
único para a antecipação e o adiamento, submetendo-os à intimação do 
advogado na forma comum. 
 
FONTE: https://estudosnovocpc.com.br/2016/09/27/audiencia-de- instrucao-e- 
julgamento/ 
 
O conceito de sentença encontra-se estampado no art. 203, §1º do CPC 
(Código de Processo Civil), que estabelece o seguinte: 
 
(…) § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos 
especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com 
fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do 
procedimento comum, bem como extingue a execução. 
 
O conceito apresentado pelo CPC é bastante objetivo, mas demanda 
algumas explicações: 
 
– Inicialmente, é importante destacar que o CPC levou em conta dois 
critérios para formulação desse conceito: o conteúdo e o efeito da 
decisão. Assim, para ser sentença, o pronunciamento judicial deve ter 
fundamento nos arts. 485 e 487 do CPC (conteúdo), além de colocar fim 
à fase cognitiva do procedimento comum ou da execução (efeito) 
 
As matérias constantes dos arts. 485 e 487 dizem respeito às hipóteses 
de decisões judiciais que não analisam o mérito e aquelas que analisam 
o mérito, respectivamente. 
 
Obs: Decisão de mérito é aquela que analisa o pedido formulado na 
petição inicial. Se a decisão judicial foi sem análise de mérito, significa, 
que ele levou em consideração apenas questões processuais (formais) 
no momento de decidir. Ex: O juiz decide pôr fim ao processo porque o 
autor não colocou na petição inicial o endereço do réu. Nesse caso 
decidiu sem análise de mérito, tendo em vista que não analisou o pedido 
formulado, mas apenas questões formais. 
 
Voltando ao conceito de sentença, é importante que a decisão judicial se 
enquadre tanto no critério de conteúdo quanto no critério efeito. Isso 
porque existem pronunciamentos judiciais que analisam o mérito, mas, 
por exemplo, não colocam fim à fase de conhecimento. Ex: Julgamento 
parcial antecipado de mérito. 
 
No julgamento antecipado parcial de mérito, previsto no art. 356 do 
CPC, o juiz poderá decidir acerca de um ou mais pedidos formulados na 
petição inicial, quando, por exemplo, se mostrarem incontroversos (ou 
seja, quanto a eles não pairam dúvidas). 
 
Neste caso, o juiz concede parte do pedido formulado na petição 
inicial (análise de mérito), mas, não põe fim à fase de conhecimento,pois o processo continua normalmente em relação aos demais pedidos. 
 
Este é um exemplo típico de decisão judicial que não se enquadra no 
conceito de sentença, apesar de analisar o mérito. Assim, o recurso 
cabível neste caso seria o agravo de instrumento, já que estamos diante 
de uma decisão interlocutória, e não de uma sentença. 
 
Espécies de sentença 
Para a determinação das espécies de sentença, a doutrina leva em 
consideração o seu conteúdo. Dessa forma, temos duas 
espécies:(Câmara, 2016) 
 
– Sentença Terminativa 
– Sentença Definitiva 
A sentença terminativa é aquela que não resolve o mérito, suas 
hipóteses estão previstas no art. 485 do CPC. Entre elas está a previsão 
do indeferimento da petição inicial. 
 
Ocorrendo o indeferimento da petição inicial (art. 330 do CPC), a decisão 
que põe fim a esse processo será uma sentença terminativa. 
 
Por outro lado, a sentença definitiva é aquela que analisa o mérito da 
causa, prevista no art. 487 do CPC. 
 
Quanto o autor leva ao judiciário a sua demanda, ele pretende receber 
uma decisão que analise o seu direito (que analise o pedido formulado). 
E o magistrado, caso estejam presentes os requisitos para análise do 
mérito, deverá decidir acerca de todos os pedidos formulados na petição 
inicial. 
 
Quando o juiz, por exemplo, analisa a procedência ou a improcedência 
do pedido ou dos pedidos formulados, ele está justamente analisando o 
mérito. 
 
– A sentença DEFINITIVA, ou seja, aquela que analisa o mérito faz coisa 
julgada material, ou seja, impede a rediscussão daquele caso em outra 
demanda. 
 
– A sentença TERMINATIVA, ou seja, aquela que não analisa o mérito 
faz apenas coisa julgada formal, ou seja, impede apenas a rediscussão 
no mesmo processo, mas não a impede em um processo autônomo. 
 
Aplicando-se as normas fundamentais do novo CPC, neste caso 
a Primazia do julgamento de mérito, é forçoso entender, que o 
magistrado deve empenhar-se no sentido de proferir sentença definitiva 
e não terminativa. 
 
Cuidado: Nem toda sentença terminativa permite a rediscussão da 
demanda. Ex: Sentença que extingue o processo com fundamento na 
perempção, litispendência e coisa julgada. 
Elementos da sentença 
 
Os elementos da sentença são, na verdade, os requisitos essenciais para 
sua validade. A falta de alguns desses requisitos gera a nulidade da 
sentença. O art. 489 do CPC os enumera: Relatório, Fundamentos e 
Dispositivo. 
 
– Relatório 
 
Conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do 
pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas 
no andamento do processo. 
 
O relatório é muito importante para a sentença, principalmente quando 
levado em conta a técnica dos precedentes judiciais, pois a partir do 
relatório será possível estabelecer juízo positivo ou negativo acerca da 
sua aplicabilidade. 
 
Nos juizados especiais cíveis o relatório pode ser dispensado, com 
fundamento no art. 38 da lei 9.099/95. Mas o CPC não traz artigo que 
aborde tal disposição. A falta de relatório acarreta a nulidade absoluta 
da sentença proferida. 
 
– Fundamentos 
Momento em que o juiz analisará as questões de fato e de direito. 
 
A argumentação lançada pelo magistrado na fundamentação da 
sentença deve guardar estreita relação com o seu julgado final (parte 
dispositiva), utilizando-se do chamado silogismo lógico. 
 
Nos fundamentos da sentença, além de estabelecer a justificativa 
jurídica para a sua decisão, o magistrado também decide acerca das 
questões preliminares ainda não enfrentadas e das questões prejudiciais. 
O CPC em algumas passagens também chama os fundamentos 
de justiça da decisão. 
 
As questões discutidas e decididas nos fundamentos não fazem coisa 
julgada, ou seja, podem ser discutidas em outras demandas, a exceção 
do disposto no art. 503, §1º do CPC. 
 
 
 
– Dispositivo 
 
Momento em que o juiz resolverá as questões principais que as partes 
lhe submeterem. 
 
O juiz deverá enfrentar todos os pedidos formulados pelas partes. Caso 
o juiz não se pronuncie acerca de algum dos pedidos, isso não significará 
negativa ao pedido, e sim omissão do julgador. Tal omissão pode ser 
sanada com os Embargos de Declaração. 
 
O magistrado deve, portanto, ficar adstrito aos pedidos formulados pelas 
partes, sob pena de proferir julgamento citra, extra ou ultra petita. 
 
O julgamento citra petita ocorre quando o juiz deixa de examinar algum 
dos pedidos formulados e será extra ou ultra petita quando concede 
algum pedido não pleiteado ou contra quem não faz parte da relação 
processual. 
 
O legislador estabeleceu expressamente em quais casos a sentença será 
considerada não fundamentada: 
(CPC) ART. 489 (…) 
§1ºNÃO SE CONSIDERA FUNDAMENTADA QUALQUER DECISÃO 
JUDICIAL, SEJA ELA 
INTERLOCUTÓRIA, SENTENÇA OU ACÓRDÃO, QUE: 
I – SE LIMITAR À INDICAÇÃO, À REPRODUÇÃO OU À PARÁFRASE DE 
ATO NORMATIVO, SEM 
EXPLICAR SUA RELAÇÃO COM A CAUSA OU A QUESTÃO DECIDIDA; 
II – EMPREGAR CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS, SEM 
EXPLICAR O MOTIVO 
CONCRETO DE SUA INCIDÊNCIA NO CASO; 
III – INVOCAR MOTIVOS QUE SE PRESTARIAM A JUSTIFICAR QUALQUER 
OUTRA DECISÃO; 
IV – NÃO ENFRENTAR TODOS OS ARGUMENTOS DEDUZIDOS NO 
PROCESSO CAPAZES DE, EM 
TESE, INFIRMAR A CONCLUSÃO ADOTADA PELO JULGADOR; 
V – SE LIMITAR A INVOCAR PRECEDENTE OU ENUNCIADO DE SÚMULA, 
SEM IDENTIFICAR SEUS 
FUNDAMENTOS DETERMINANTES NEM DEMONSTRAR QUE O CASO 
SOB JULGAMENTO SE 
AJUSTA ÀQUELES FUNDAMENTOS; 
VI – DEIXAR DE SEGUIR ENUNCIADO DE SÚMULA, JURISPRUDÊNCIA OU 
PRECEDENTE 
INVOCADO PELA PARTE, SEM DEMONSTRAR A EXISTÊNCIA DE 
DISTINÇÃO NO CASO EM 
JULGAMENTO OU A SUPERAÇÃO DO ENTENDIMENTO. 
FONTE: http://direitonarede.com/sentenca-e- o-novo- cpc-2/

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