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SUA PETICAO S5

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Direito Civil
SEÇÃO 5
SUA PETIÇÃO
Seção 5
Direito Civil
Sua causa!
Prezado aluno, nas seções anteriores percorremos o processo 
de conhecimento, com os seus momentos processuais, 
intervenção de terceiros, recurso cabível de decisão 
interlocutória, fase instrutória e sentença. Com a sentença 
e eventuais embargos declaratórios, encerra-se a prestação 
jurisdicional em 1º grau. Contudo, à parte que não se conformar 
com o resultado da demanda, é reservada a possibilidade de 
apresentação de recurso próprio, que será dirigido ao juízo 
prolator da decisão, mas que será encaminhado à instância 
superior, onde será objeto, em regra, de julgamento por 
três desembargadores, que verifi carão pela necessidade 
de reforma ou até mesmo novo julgamento da demanda, 
dependendo do vício constatado. A nossa missão nesta seção 
é passar a vocês os requisitos para a sua interposição, a melhor 
interpretação a respeito do cumprimento dos requisitos 
recursais e a forma como eles devem ser demonstrados no 
processo. Lembrem-se que o Recurso de Apelação não pode 
ser interposto também sem a preocupação da possibilidade 
de eventual interposição de recursos às instâncias superiores! 
Portanto, demonstraremos a forma como o advogado deve 
deduzir suas argumentações, de modo a abrir caminho para 
a eventual necessidade de interposição de recursos aos 
tribunais superiores. E aí, curiosos? Vamos começar, então!
2
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
 DIREITO CIVIL - SUA PETIÇÃO - SEÇÃO 5
Após a interposição dos Embargos de Declaração por parte 
da Viação Meteoro Ltda., o r. juízo acolheu parcialmente os 
Embargos de Declaração, apenas no que tange à contradição 
apontada quanto à distribuição das condenações. Segue 
abaixo a decisão prolatada:
“Vistos, etc.
A Ré/Reconvinte interpôs Embargos de Declaração, ao 
fundamento de que teria ocorrido omissão em relação à 
denunciação da lide e contradições na r. sentença, no que 
tange a contrariedade da decisão com as provas apresentadas 
e também quanto à distribuição da condenação realizada na 
r. sentença. 
Com relação à omissão apontada, assiste razão à Embargante. 
Com efeito, a denunciação da lide foi deferida através da 
decisão proferida pelo Egrégio Tribunal de Justiça, e todos 
os atos processuais inerentes à intervenção de terceiros 
foram praticados.
Dessa forma, acolho os Embargos de Declaração, suprindo 
a omissão apontada, fazendo acrescentar na parte 
de fundamentação:
“Quanto à denunciação da lide, considerando o provimento 
do Agravo de Instrumento para deferir o processamento da 
denunciação, e que a Denunciada acatou a denunciação 
da lide, contestando o feito na condição de litisconsorte, 
e não havendo qualquer oposição da parte contrária, 
julgo procedente a denunciação da lide para condenar a 
denunciada Seguradora Trafegar S/A no ressarcimento dos 
danos a que a Ré Viação Meteoro Ltda. foi condenada. Sem 
honorários advocatícios em favor da Denunciante ante a 
ausência de resistência ao pedido. Condeno a Denunciada 
a arcar, solidariamente, com o pagamento da condenação, 
as custas processuais e honorários advocatícios na mesma 
proporção a que a Denunciante foi condenada. “
33
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Na parte dispositiva, os Declaratórios devem ser providos 
para acrescentar o deferimento da denunciação da lide, com 
condenação da Denunciada no pagamento dos valores a que 
a denunciante foi condenada, como será exposto ao final 
dessa decisão.
Com relação à alegação de contradição em relação à culpa no 
acidente, sem razão a Embargante. A interpretação sistemática 
de toda a parte da fundamentação leva a crer que as duas 
partes tiveram culpa no acidente. Na verdade, a parte busca 
a reforma da decisão através da via estreita dos Embargos 
de Declaração, o que desafia outra espécie recursal. Dessa 
forma, quanto a essa contradição, inacolho os Embargos de 
Declaração quanto a essa contradição.
Por fim, com relação à alegada contradição quanto à 
distribuição da condenação, entendo estar correta a 
ponderação apresentada pelo Embargante.
De fato, na fundamentação, após sopesar as circunstâncias, 
entendi que a culpa pelo evento danoso objeto da presente 
ação deve ser em 60% para a Autora e 40% para a Ré, tendo em 
vista que foi constatado que a maior parte da culpa ocorreu 
por parte da Autora, que invadiu a contramão direcional, e 
colaborou de forma decisiva para a realização do acidente.
Dessa forma, deve ser provido quanto a essa parte, para alterar 
a proporção, devendo a Ré condenada a arcar com 40% da 
condenação e, na Reconvenção, a Autora/Reconvinda deve 
ser condenada a pagar 60% do valor a que foi condenada. 
A partir das considerações acima, dou provimento parcial 
aos Embargos de Declaração, para, suprindo a omissão 
e contradição “retro” apontadas, julgar procedente a 
denunciação da lide e também para, imprimindo efeitos 
modificativos, alterar a distribuição da condenação. Por esses 
motivos, a parte dispositiva da decisão deverá constar da 
seguinte forma:
44
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
“Considerando o exposto, julgo parcialmente procedentes 
os pedidos da Autora Caipira Hortaliças, para condenar a 
Ré Viação Meteoro Ltda. no pagamento da quantia de R$ 
14.000,00 (quatorze mil reais), correspondentes a 40% do 
valor do conserto do veículo, bem como da quantia de R$ 
12.000,00 (doze mil reais), correspondente a 40% do valor dos 
lucros cessantes requeridos na exordial. Julgo improcedente 
o pedido de danos emergentes referentes aos fornecedores e 
locador do imóvel da Autora. Os valores deverão ser corrigidos 
pela tabela da corregedoria de justiça e os juros moratórios 
de 1%, contados ambos a partir do fato danoso, a teor das 
súmulas 43 e 54, do Superior Tribunal de Justiça. Fixo os 
honorários em 20% sobre o valor atribuído à causa, devendo 
a Autora arcar com 40% do valor e a Ré a arcar com 60% 
do valor, permitida a compensação, nos termos da súmula 
306, do Superior Tribunal de Justiça. Custas processuais na 
mesma proporção, devendo a Autora arcar com 40% e a Ré a 
arcar com 60%.
Baseado nos mesmos fundamentos, e considerando o 
arbitramento de culpa concorrente, à proporção de 40% 
da Ré e 60% da Autora, julgo parcialmente procedente o 
pedido da Reconvenção, para condenar a Autora Reconvinda 
a ressarcir à Ré-Reconvinte o correspondente à quantia 
de 60% do valor, o que corresponde a R$ 13.200,00 (treze 
mil e duzentos reais). Os valores correspondentes a esses 
percentuais deverão ser acrescidos de juros moratórios de 1% 
ao mês, contados da data de citação, e correção monetária 
pela tabela da corregedoria, que súmulas 43 e 54 do Superior 
Tribunal de Justiça. Condeno a Reconvinte ao pagamento 
de custas processuais em 60%. Fixo os honorários em 20% 
sobre o valor da causa, devendo a Reconvinte arcar com o 
correspondente a 60% do valor e a Ré a arcar com 40% do 
valor, permitida a compensação, nos termos da súmula 306 
do Superior Tribunal de Justiça e honorários advocatícios de 
20% (vinte por cento) incidentes sobre o valor devido a ela. 
55
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Condeno a Autora, igualmente, ao pagamento de 20% sobre 
o montante devido e custas processuais em 40%.
Autorizo, desde já, a compensação dos valores devidos entre 
as partes, devendo a que foi condenada no maior montante 
ressarcir a outra dos prejuízos. P.R.I. (Publique-se. Registre-
se. Intime-se)”
A decisão foi publicada no Diário Ofi cial do dia 16 de novembro 
de 2.018, sexta feira.
Considerando as informações prestadas, você, como advogado 
da Viação Meteoro Ltda., deverá elaborar a peça processual 
que será julgada pelo juízo de segundo grau, para se opor aos 
argumentos contrários à decisão de primeiro grau.
Fundamentando!
ASPECTOS PROCESSUAIS DO RECURSO A SERINTERPOSTO
A Constituição Federal não explicita o princípio do duplo grau 
de jurisdição como garantia. Embora não seja um princípio 
explícito, a organização judiciária dos tribunais é tida como a 
garantia de que as decisões dos jurisdicionados possam ser 
objeto de nova apreciação por instância superior, formada por 
Desembargadores com maior experiência jurídica. 
No entanto, como observa NERY JÚNIOR (2.004, pg. 211), 
considerando que o duplo grau de jurisdição tem mera previsão 
constitucional quanto à da existência de tribunais e não como 
uma garantia constitucional, o direito de recurso pode sofrer 
limitações e restrições pela legislação processual. Como 
exemplo, pode-se citar o próprio artigo 1.015 do CPC de 2.015, 
que prevê a possibilidade de limitação das matérias que seriam 
passíveis de interposição de Agravo de Instrumento, reservando 
66
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
aquelas não inseridas no rol como passíveis de recurso de 
apelação ou de preliminares de contrarrazões . Note-se que, 
apenas os Recursos Especial e Extraordinário possuem previsão 
expressa na Constituição Federal, ficando os demais para a 
legislação infraconstitucional (NERY JÚNIOR, p. 211).
Ademais, a decisão, em regra, deve ser colegiada, ou seja, é 
apreciada por três desembargadores, sendo um Relator, um 
Revisor e um Vogal, o que, em princípio, atribui maior segurança 
às partes quanto à apreciação do acerto ou não da decisão de 
primeiro grau.
O recurso de apelação é conceituado como o recurso cabível 
contra sentença e decisões interlocutórias que não podem ser 
impugnadas via agravo de instrumento. A apelação é cabível em 
todos os procedimentos previstos no Código de Processo Civil, 
seja no comum, de jurisdição voluntária, especiais, execução ou 
cumprimento de sentença.
No caso em exame, lembre-se de que houver a prolação da 
sentença e a sua alteração via decisão dos Embargos de 
Declaração, fatos importantes para a definição do recurso.
APELAÇÃO: HIPÓTESES DE CABIMENTO E MATÉRIAS QUE 
PODEM SER OBJETO DO RECURSO.
Conforme preceitua o art. 1.009, do Código de Processo Civil, 
da sentença cabe apelação. 
Nesse contexto, é importante mencionar também que, a teor 
do art. 1.009, parágrafo primeiro, das decisões proferidas 
durante o processo e que não estejam no rol do art. 1.015, do 
Código de Processo Civil, é cabível o recurso de apelação, que 
devem ser lançadas na preliminar do recurso. Portanto, mesmo 
questões que não foram objeto de análise na sentença, podem 
ser novamente discutidas em grau recursal.
Como afirma DIDIER JR., essas hipóteses foram inseridas 
com o objetivo de manter a hipótese do antigo agravo retido, 
onde questões suscitadas em agravo retido deveriam ser 
invocadas em preliminar, ou seja, antes de se suscitar o mérito 
77
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
recursal. Contudo, a redação do dispositivo pouco detalhou o 
procedimento, o que criou dúvidas na sua aplicação.
O Código de Processo Civil cria ainda uma hipótese de 
impugnação de decisões interlocutórias excluídas do rol do art. 
1.015, que é a possibilidade de apresentar pedido de reforma de 
decisões proferidas durante o processo em desfavor da parte 
vencedora, através das contrarrazões do recurso de apelação 
(art. 1.009, parágrafo primeiro).
Nesse diapasão, aduz DIDIER JR. (2.016, pg. 169), que “este 
recurso é uma apelação do vencedor.” (...) “A circunstância 
de este recurso ser apresentado na peça de contrarrazões 
não o desnatura, assim como a reconvenção não perde a 
natureza de demanda por estar embutida, juntamente com a 
contestação, uma mesma peça.” (DIDIER JR, Freddie. Curso de 
Direito Processual Civil, vol. 3, 13 ed. Salvador: Ed. Juspodivm, 
2.016, pg. 169). Por este motivo, deve ser oportunizado à parte 
contrária o direito de apresentar contrarrazões do recurso 
manejado nas contrarrazões.
Contudo, o Código de Processo Civil ressalva que, em algumas 
hipóteses, não é cabível o Recurso de Apelação, a saber:
Hipóteses em que não é cabível a interposição de recurso de 
apelação:
Sentenças proferidas nos Juizados Especiais – Cabimento do Recurso Inominado (art. 42 da Lei 
9.099/95;
Sentença proferida em Execução Fiscal até 50 OTN – Embargos Infringentes de Alçada (Art. 
34 da Lei 6.830/80);
Sentença em que seja parte organismo internacional ou município brasileiro – (art. 1.027, do 
CPC de 2.015);
Decisões interlocutórias abrangidas no rol do art. 1.015, do CPC de 2.015 em que não houve 
a interposição de recurso de agravo de instrumento naquela oportunidade;
Sentença que decreta a Falência – Cabimendo de Agravo de Instrumento (art. 99, da Lei 
11.101/05).
Quanto aos Juizados Especiais Cíveis Federais, Estaduais ou 
da Fazenda Pública, o recurso cabível das sentenças proferidas 
88
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
é o Recurso Inominado, conforme dispõe o art. 42, da Lei 
9.099/95, aplicável também aos Juizados Especiais Federais 
(Lei 10.259/2001) e Juizados Especiais da Fazenda Pública (Lei 
12.153/2009). Exatamente por esse motivo, não pode haver 
nos Juizados Especiais recurso adesivo, pois estes são cabíveis 
apenas no caso de Apelação e Recursos Especial e Extraordinário.
À sentença proferida em execuções fiscais até o patamar 
financeiro de 50 ORTNs cabem Embargos Infringentes de Alçada, 
ao mesmo juízo prolator da sentença, o que dá uma conotação 
de verdadeiro pedido de reconsideração. Este recurso tem o 
objetivo de reduzir o volume de interposição de recursos em 
causas de pequeno valor.
Igualmente, na hipótese da demanda possuir competência 
internacional, por envolver municípios, pessoas físicas ou 
jurídicas residentes no Brasil e órgãos internacionais, como a 
UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, 
Ciência e a Cultura), ONU (Organização das Nações Unidas) ou 
Estado Estrangeiro, o recurso cabível das decisões proferidas 
por aqueles é o Recurso Ordinário, a teor do art. 1.027, do CPC.
No caso do art. 1.009, parágrafo primeiro, do Código de 
Processo Civil, nos casos previstos no art. 1.015 em que era 
cabível a interposição do Agravo de Instrumento e houve 
preclusão pela não interposição do Recurso, não cabe recurso 
de Apelação na hipótese.
Atualmente, existem divergências doutrinárias se as hipóteses 
previstas no art. 1.015 são taxativas ou se algumas situações 
comportariam analogia, permitindo o manejo do Agravo de 
Instrumento. Outra questão ainda controvertida consiste na 
necessidade ou não de apresentação de preparo recursal, quando 
existe pedido de reforma de decisão em sede de preliminar das 
contrarrazões. Por cautela, recomendamos a apresentação do 
preparo, pois há pedido de reforma de decisão, e, ao que parece, 
o Código apenas buscou simplificar uma forma de recorrer, sem, 
contudo, prescindir dos demais pressupostos recursais.
Por fim, a sentença que decreta a falência desafia a interposição 
de Agravo de Instrumento, a teor do art. 99, da Lei 11.101/05. 
99
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Por se tratar de procedimento especial, a concessão da falência 
proporciona a continuidade do procedimento concursal, para 
arrecadação de bens e habilitação dos credores, o que só 
poderia ser evitado através da concessão de efeito suspensivo 
no caso de Agravo de Instrumento.
Nesse contexto, é importante esclarecer a vocês que a decisão 
dos Embargos de Declaração integra a decisão anteriormente 
prolatada. Portanto, eventual provimento dos Embargos de 
Declaração buscam esclarecer ou até mesmo alterar o julgado 
anterior, pelo que o recurso dessa decisão é aquele que seria 
cabível se a parte não tivesse interposto os Embargos de 
Declaração. No nosso caso concreto, o recurso seria a apelação.
Sobre a sentença, cabe registrar que é passível de apelação a 
sentença que decidir ou nãoo mérito.
Contudo, em vista da estrutura recursal estabelecida pelo 
Código de Processo Civil, não são apenas decisões contidas na 
sentença que podem ser objeto de apelação. Conforme dispõem 
os parágrafos 1, 2 e 3, do art. 1.009. As decisões interlocutórias 
tomadas ao longo do processo que não são passíveis de agravo 
de instrumento, ou seja, aquelas não elencadas no rol do art. 
1.015, do Código de Processo Civil, ou aquelas elencadas no 
mesmo dispositivo legal e que integrem a sentença, podem 
ser suscitadas em preliminar de apelação, ou até mesmo das 
contrarrazões da parte, para que sejam reexaminadas pela 
instância superior.
Por esse motivo, com muito acerto, CÂMARA observa que 
“as decisões interlocutórias não agraváveis, pois, não são 
irrecorríveis. Elas são, isto sim, irrecorríveis em separado, 
ou seja, não se admite um recurso separado, autônomo, de 
interposição imediata com o objetivo de impugná-las. São 
elas, porém, impugnáveis na apelação (ou em contrarrazões 
de apelação).” (CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo 
Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2.015, pg. 509).
Como exemplo de hipótese de decisão que não integra o rol de 
decisões agraváveis, temos a hipótese em que o juiz indefere a 
oitiva de uma testemunha durante a fase instrutória. Essa decisão, 
1010
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
embora não seja agravável, pode ser objeto de impugnação no 
recurso de apelação, mesmo não tendo constado na sentença. 
Importante mencionar que a matéria não pode estar preclusa, ou 
seja, não pode a parte ter deixado de ser impugnada por agravo 
de instrumento (nas hipóteses do art. 1.015, do CPC/2015) e 
depois rediscutir a questão em apelação.
Quanto à hipótese prevista no art. 1.019, parágrafo terceiro, do 
CPC, como exemplo, podemos mencionar a decisão a respeito 
da concessão de tutela provisória como capítulo da sentença. 
Embora seja uma matéria regulamentada como passível de 
Agravo, como ela integrou a sentença, o recurso cabível no caso 
seria a apelação, posto que não caberia o Agravo de Instrumento 
nessa hipótese de ter sido tomada a decisão em sentença.
Cabe também trazer uma inovação existente no Código 
de Processo Civil. Na hipótese de decisões não agraváveis, 
pode a parte interessada manifestar seu inconformismo nas 
contrarrazões, desde que a parte preencha os mesmos requisitos 
da apelação, inclusive, com o preparo. A doutrina, nesse ponto, 
coloca essa possibilidade entre aqueles recursos subordinados, 
tal como o recurso adesivo é. 
Nesse norte, a apelação também pode ser interposta de forma 
adesiva. Caso a parte não tenha manejado recurso de apelação, 
mas a parte contrária tenha apresentado esse recurso, no 
prazo de contrarrazões, o interessado poderá também interpor 
recurso de apelação adesiva. A desvantagem dessa interposição 
consiste no fato do recurso ficar subordinado ao recurso de 
apelação interposto pela outra parte. Caso haja inadmissão ou 
desistência do recurso principal, o subordinado segue a mesma 
sorte. Isso também ocorre com o inconformismo manifestado 
em contrarrazões, como comentamos acima.
1111
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
HIPÓTESES DE 
CABIMENTO DO 
RECURSO DE 
APELAÇÃO
Sentença com ou sem resolução de mérito
Decisões proferidas durante o processo que não elencadas 
como passíveis de Agravo de Instrumento no art. 1.015
Decisões agraváveis (art. 1.015) que constem em capítulo 
da sentença
A seguir, segue um esquema das hipóteses de cabimento:
 Fonte: elaborado pelo autor com base no art. 1.015 do CPC/15. 
Como exemplo, podemos mencionar, nesse caso, decisãoa 
respeito da impugnação ao valor da causa na sentença. Como 
a decisão foi proferida em momento em que não cabe mais o 
Agravo de Instrumento, deve ser mencionada em preliminar da 
apelação. As questões podem também ser mencionadas em 
contrarrazões, momento em que se dará a oportunidade à outra 
parte para se manifestar.
 EFEITOS DO RECURSO DE APELAÇÃO
A interposição do Recurso de Apelação pode ocasionar efeitos 
devolutivo, suspensivo e translativo.
A Apelação, em regra, gera os efeitos devolutivo e suspensivo (art. 
1.012 do CPC de 2.015). O efeito devolutivo (art. 1.013 do CPC de 
2.015) significa que o recurso devolve ao tribunal a possibilidade 
de reapreciar a matéria impugnada na apelação. Ressalve-se, 
por oportuno, que a matéria a ser impugnada pode abranger o 
conteúdo da sentença, bem como decisões interlocutórias não 
agraváveis ocorridas durante o processo ou as interlocutórias 
que foram decididas em sentença. 
1212
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
PONTO DE ATENÇÃO
O efeito devolutivo só ocorre em relação às matérias 
impugnadas expressamente na apelação. Portanto, 
salvo questões que podem ser conhecidas de ofício, 
independente de provocação das partes, as matérias não 
impugnadas no recurso de apelação transitam em julgado.
Contudo, é necessário advertir que, à exceção das matérias que 
podem ser conhecidas de ofício como, por exemplo, questões 
de legitimidade processual, prescrição ou decadência, o 
Tribunal só pode conhecer e reapreciar as matérias impugnadas 
na r. sentença. Caso a parte não impugne um dos pedidos ou 
questões decididas durante o processo, essas transitam em 
julgado, o que impede posterior manifestação em eventuais 
recursos subsequentes. 
Podem também ser objeto de análise matérias que a sentença 
não abordou ou questão que foi instada a se manifestar. 
Nesse caso, alegada no recurso de apelação, permite-se que 
o Tribunal possa apreciá-la de imediato, independentemente 
de manifestação do juízo de primeiro grau (art. 1.013 do CPC 
de 2.015). 
Podem também ser invocados em grau de apelação pedidos 
que não foram analisados em vista do acolhimento de outros 
que já haviam sido realizados (art. 1.013, parágrafo segundo do 
CPC de 2.015).
Por fi m, a apelação pode ter efeitos translativos nas hipóteses 
do art. 1.013, parágrafo terceiro, a saber:
1313
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
HIPÓTESES DE EFEITO TRANSLATIVO, COM JULGAMENTO 
IMEDIATO PELO TRIBUNAL
- Reforma da decisão que extinguir o feito sem resolução do mérito, nos termos do art. 485 do 
CPC de 2.015;
- Decretar a nulidade da sentença extra petita, ou seja, a que não estiver em congruência 
com os limites do pedido e da causa de pedir;
- Constatar omissão no exame de um dos pedidos;
- Decretar nulidade de sentença por falta de fundamentação, nos termos do art. 489, 
parágrafo primeiro.
Essa apreciação, é claro, depende de a causa estar em condições 
suficientes para imediato julgamento. É o que chamam de teoria 
da causa madura.
A apelação é recebida, em regra, no efeito suspensivo (art. 
1.012 do CPC de 2.015). Isso significa que a eficácia da decisão 
é suspensa pelo recurso de apelação recebido, e que eventual 
cumprimento de sentença provisório decorrente daquela 
decisão só pode ser iniciado após o julgamento do recurso que 
possua esse efeito.
Contudo, em determinadas situações expressamente previstas 
em lei, a apelação é recebida sem efeito suspensivo, ou sem 
efeito suspensivo de uma parte e com efeito suspensivo de 
outra. Como exemplo, podemos citar a parte da decisão cuja 
tutela provisória já havia sido concedida, se houver concessão 
de tutela de urgência na própria sentença. Quanto à recepção 
sem efeito suspensivo, podemos trazer como exemplos a ação 
de alimentos (art. 1.0112, parágrafo primeiro, do Código de 
Processo Civil de 2.015), na apelação dos Embargos do Devedor 
julgados improcedentes (art. 1.012, par. 1, do CPC de 2015), 
apelação contra sentença que julga procedente pedido de 
instituição de arbitragem (art. 7 lei 9.307/96). 
Não obstante, os parágrafos 3 e 4, do art. 1.012, o efeito 
suspensivo pode ser requerido mesmo nashipóteses em que 
a decisão tenha eficácia imediata, se houver demonstração 
1414
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
PONTO DE ATENÇÃO
Sobre o efeito suspensivo, é importante consultar o 
Código de Processo Civil e leis especiais sobre o efeito da 
apelação no caso concreto, pois a sua interposição nessas 
hipóteses em que não há efeito suspensivo deve implicar 
na possibilidade de cumprimento da decisão. Nesse caso, 
deve também ser avaliada a possibilidade de requerimento 
do efeito suspensivo à apelação, nos termos do art. 1.012, 
parágrafos 3 e 4, do Código de Processo Civil.
da probabilidade de provimento do recurso, ou se houver 
relevante fundamentação de que há risco de dano grave ou 
difícil reparação.
REQUISITOS RECURSAIS 
O artigo 1.010, do Código de Processo Civil, dispõe a respeito 
do conteúdo da apelação, a seguir apresentados:
A seguir, esses requisitos serão detalhados:
Primeiramente, cabe enfatizar que o Recurso de Apelação é 
apresentado em duas peças, sendo a primeira dirigida ao juízo de 
1º grau e outra, denominada Razões de Apelação, são direcionadas 
aos Desembargadores que serão responsáveis pela apreciação das 
REQUISITOS DA APELAÇÃO
1 - Nomes e qualifi cação das partes;
2 - Exposição do fato e do direito;
3 - As razões para o pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
4 - O pedido de nova decisão. 
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
PONTO DE ATENÇÃO
A apelação deve ser dirigida ao juízo de primeiro grau, e 
será remetida ao juízo de 2ª instância após a intimação e 
decurso do prazo para apresentação de contrarrazões.
razões de mérito do recurso. Essas duas peças estão integradas 
no mesmo recurso, e são feitas de forma sucessiva.
 ENDEREÇAMENTO DO RECURSO
O recurso de apelação deve ser direcionado ao juízo de 1º 
grau, prolator da sentença, e a apresentação das contrarrazões, 
após intimação da parte contrária sobre a interposição do 
recurso de apelação, deve também ocorrer mesmo juízo. 
Nesse ínterim, o parágrafo 3, do art. 1.011 dispõe que, após a 
intimação para as contrarrazões, os autos serão remetidos ao 
tribunal, independentemente de juízo de admissibilidade, para 
apreciação das razões de apelação, pelo Tribunal.
Nessa peça, devem constar os nomes das partes, a menção de já 
estarem qualifi cadas, a identifi cação do recurso que está sendo 
interposto, a juntada do comprovante de pagamento das custas 
e o pedido de remessa ao juízo de 2 grau.
 CONTEÚDO DAS RAZÕES DE APELAÇÃO
Deve-se, inicialmente, se dirigir aos Desembargadores que serão 
responsáveis pelo julgamento do recurso.
 NARRAÇÃO DE FATOS
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
Vocês devem realizar um resumo dos argumentos adotados 
por você na peça processual pertinente, bem como dos 
acontecimentos processuais, como a apresentação de peças 
processuais, audiência e demais provas produzidas, e destacar 
resultado da ação obtido com a r. sentença, enfatizando a parte 
dispositiva, que será objeto do pedido de reforma da decisão.
Com essa narrativa, restará cumprido o requisito fato e do direito 
aplicado, descrito no Código de Processo Civil de 2.015.
 PRELIMINARES RECURSAIS
Inicialmente, vocês devem verificar se existem hipóteses que 
autorizam a declaração da nulidade da sentença. Normalmente, 
invoca-se o defeito de fundamentação na decisão, descrito nos 
arts. 11 e 489, parágrafo primeiro, do Código de Processo Civil, 
ou a nulidade quando a decisão seja citra, extra ou ultra petita, 
ou seja, quando algum dos pedidos não apreciados. Quando 
extra petita, ou seja, quando não é consentânea com os limites 
da lide, ou ultra petita, quando ultrapassa os limites do pedido. 
Trata-se de situações identificadas como error in procedendo.
Ademais, a teor do art. 1.009, §1º do Código de Processo Civil 
de 2.015, as decisões que não estejam elencadas no rol previsto 
no art. 1.015 do Código de Processo Civil de 2.015 podem ser 
atacadas na apelação em preliminar, pelo que essas deverão ser 
deduzidas nessa fase. É importante que você verifique também 
se não existe algum ponto alegado em primeira instância que 
não foi objeto de julgamento, o que poderá ser reiterado em 
sede de preliminar.
 RAZÕES PARA O PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO
Esse tópico representa o ponto central do Recurso de Apelação, 
em que a sentença deverá ser objeto de críticas, com a 
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
apresentação dos fundamentos fáticos e jurídicos que indiquem 
o seu equívoco. Nesse ponto, vocês deverão tomar o cuidado 
de reproduzir trechos do entendimento adotado pelo juízo, e 
contrapor a eles os argumentos necessários para a reforma da 
decisão. Ou seja: deve ser demonstrado de forma expressa o 
error in judicando.
Ao mesmo tempo, é importante mencionar que o recurso de 
apelação não pode trazer inovação nos fundamentos de fato, 
salvo se supervenientes à decisão. Portanto, não pode haver 
mudança de contexto fático na apelação. Questões de direito 
e que podem ser conhecidas de ofício em qualquer grau de 
jurisdição (ex. prescrição e decadência) podem ser inseridas 
na apelação, ainda que não suscitadas em primeiro grau. É 
importante também apresentar de forma expressa eventual 
contradição ou outro vício da decisão.
Ressalte-se que você pode indicar argumentos já alegados em 
outras peças anteriores, desde que os relacione, de forma crítica, 
ao entendimento mantido pelo juízo.
Neste norte, é importante advertir que você deve tomar o 
cuidado de não repetir, simplesmente, o argumento apresentado 
nas peças anteriores, sem demonstrar a sua pertinência com 
o alegado na sentença ou nas outras decisões! O art. 932, do 
Código de Processo Civil, é expresso em permitir ao relator 
negar seguimento quando não haja impugnação específica aos 
fundamentos da decisão recorrida.
Atualmente, os tribunais brasileiros têm negado seguimento a 
recursos de apelação que não reproduzem argumentos das peças 
processuais anteriores, sem indicar a pertinência ou relacioná-los 
com o conteúdo da decisão da qual se busca a reforma.
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
PONTO DE ATENÇÃO
Redija o seu recurso, tomando o cuidado de citar o 
conteúdo da sentença ao qual você quer criticar, lançando 
os argumentos necessários para tal, com impugnação 
específi ca dos pontos da sentença que está sendo objeto 
do recurso!
É importante também que, após contrapor os argumentos de 
forma específi ca, que a peça seja dividida nos tópicos em que 
você deseja que haja reforma da decisão. Em cada tópico, deve-
se mencionar o motivo do seu inconformismo e a conclusão 
pela necessidade de reforma da decisão. Dessa forma, fi ca 
mais fácil para o Tribunal identifi car os pontos que deverão ser 
abordados no acórdão.
DO PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO
Ao fi nal, você deve realizar pedido para que a parte Recorrida 
seja intimada para a apresentação das contrarrazões no prazo 
legal; caso haja preliminares, que essas sejam acolhidas para 
declarar nula a decisão, e pedido para que haja julgamento sobre 
as questões ou que o processo retorne à 1ª instância, quando 
não seja possível o seu julgamento de imediato pelo tribunal, 
hipóteses essas que são consideradas como motivo de cassação 
da decisão. Deve-se também requerer, caso ultrapassadas as 
preliminares arguidas, o provimento do recurso de apelação, para 
reforma da decisão, apontando qual o resultado se deseja atingir.
Ao fi nal, deve-se pedir deferimento, inserir a data, nome e 
assinaturas dos advogados e a OAB, lembrando, como sempre, 
que em provas da Ordem dos Advogados do Brasil você não 
deve se identifi car, ok?
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
-QUESTÕES DE DIREITO MATERIAL RELACIONADAS À DECISÃO
No mérito recursal, é importante observar se os fatose provas 
apresentados nos autos indicam a conclusão pela presença dos 
requisitos necessários à obrigação de indenizar, descritos no art. 
186, 927 e seguintes, do Código Civil, bem como da necessidade 
de aplicabilidade do art. 944 e 945, do Código Civil, arts. 28, 29, 
inciso II e 34, do Código de Trânsito Brasileiro especialmente, se 
era realmente o caso de distribuição da culpa no caso, ante o 
relato de provas produzidas nos autos. Deve-se também abordar 
se restou alguma contradição dentro da decisão. 
Por outro lado, a partir das provas produzidas, deve-se também 
avaliar se a Apelante, de fato, infringiu as normas de trânsito 
apontadas pelo Autor, considerando a produção das provas 
apresentadas nos autos.
Deve-se, também, questionar, caso não seja acolhida a questão 
sobre a culpa exclusiva, se realmente a distribuição da proporção 
da culpa está proporcional ao grau de culpabilidade das partes, 
nos termos do art. 945, do Código Civil Brasileiro, à luz das 
provas apresentadas nos autos.
Importante observar, também, se a distribuição da condenação 
de custas processuais e honorários advocatícios está condizente 
com o resultado da demanda. É necessário considerar ainda a 
questão da possibilidade ou não da compensação dos honorários 
advocatícios de sucumbência, questões essas que podem ser 
verificadas nos arts. 82 e seguintes, do Código de Processo Civil.
PRIMEIRA FASE! 
1-Joana Modas ajuizou ação de indenização por danos materiais 
e morais contra o Banco Cob S/A, ao fundamento de que houve 
inscrição indevida nos cadastros restritivos de crédito. A sentença 
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
julgou procedentes em parte os pedidos iniciais, deferindo a 
tutela para retirada do nome da Autora dos cadastros restritivos 
de crédito.
Partindo do enunciado, marque a alternativa CORRETA:
A)Da decisão, cabe recurso de apelação, que será recebida, 
integralmente, no efeito suspensivo.
B)Da decisão, cabe Agravo de Instrumento para a tutela 
concedida e Apelação com efeito suspensivo para as 
demais questões.
C)Da decisão, cabe apelação, sem efeito suspensivo em relação 
à tutela provisória concedida e com efeito suspensivo em relação 
às demais questões.
D)Da decisão, cabe apelação, sem efeito suspensivo em relação 
a todas as questões.
E)Da decisão, cabe Agravo de Instrumento para a tutela 
concedida e Apelação com efeito suspensivo para as 
demais questões.
RESPOSTA: Letra C
A resposta correta é que cabe recurso de apelação, tendo em 
vista que a decisão de tutela foi proferida em sede de sentença, 
não obstante ser uma decisão interlocutória.
Tal possibilidade é expressamente permitida pelo art. 1.010, 
parágrafo terceiro, do Código de Processo Civil:
“Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
(...)
Parágrafo 3: O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo 
quando as decisões mencionadas no art. 1.015 integrarem 
capítulo da sentença.”
Definido o recurso, vamos apreciar agora os efeitos. Consoante 
o disposto no art. 1.012, parágrafo primeiro, inciso V do Código 
de Processo Civil, a decisão começa a produzir seus efeitos 
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
imediatamente e, por disposição do parágrafo segundo, do 
mesmo dispositivo, pode ser iniciado o cumprimento provisório 
de sentença.
Portanto, conclui-se que, quanto à tutela, não incide o efeito 
suspensivo. No entanto, em relação às demais condenações, 
o efeito suspensivo permanece, impedindo assim a eficácia 
imediata da decisão.
A alternativa a está incorreta, tendo em vista que, conforme 
dispõe o art. 1.012, parágrafo primeiro, inciso V, não há efeito 
suspensivo quando há concessão de tutela provisória em 
sentença ou anteriormente a esta. Nessa parte, o recurso é 
recebido apenas no efeito devolutivo.
A alternativa b está incorreta, pois cabe apenas um recurso da 
decisão, que é a apelação. As matérias referentes à decisão 
que seria interlocutória devem ser suscitadas em preliminar de 
apelação, conforme o disposto no art. 1.009, parágrafos 2 e 3, 
do Código de Processo Civil.
A alternativa d está incorreta, pois, na parte relativa à condenação, 
que não esteja entre as hipóteses do art. 1.012, parágrafo primeiro, 
o efeito suspensivo deverá ser concedido, especialmente, na 
parte relativa à condenação em indenização.
A alternativa e está incorreta, pois, como explicado, a teor 
do art. 1.009, parágrafos 2 e 3, cabe apelação, devendo essas 
questões eventualmente inseridas no art. 1.015 serem lançadas 
em preliminar de recurso de apelação.
QUESTÃO 2- Analise os enunciados abaixo:
I- A apelação deve referir-se, exclusivamente, aos fundamentos 
adotados no recurso de apelação.
II- O efeito devolutivo significa que as questões impugnadas no 
Recurso de Apelação que não estiverem preclusas, poderão ser 
objeto de apreciação pela 2ª instância.
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 5NPJ 
III- O efeito translativo do recurso faz com o que o Tribunal possa 
apreciar questões não decididas na sentença e requeridas pelas 
partes na instância inferior, desde que impugnadas no recurso 
de apelação interposto.
Marque a alternativa CORRETA:
A)Estão corretos os enunciados I e III.
B)Estão corretos os enunciados II e III.
C)Estão corretos apenas os enunciados I e II.
D)Está correto apenas o enunciado II
E)Está correto apenas o enunciado III.
Resposta correta: Letra B
A reposta correta é de que os enunciados II e III estão corretos.
O enunciado I está incorreto, tendo em vista que, a teor do 
parágrafo primeiro, do art. 1.009, do Código de Processo Civil 
Brasileiro, podem ser objeto de apelação as decisões não 
agraváveis, bem como questões não decididas em sentença, 
mas suscitadas pelas partes em primeiro grau.
O enunciado II está correto, tendo em vista que o art. 1.013, do 
Código de Processo Civil:
“Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento 
da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo 
tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, 
ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas 
ao capítulo impugnado.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento 
e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao 
tribunal o conhecimento dos demais.”
Por fim, a alternativa III está correta, pois o efeito translativo 
indica poder o Tribunal decidir, de imediato, questões não 
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decididas em primeiro grau, nas hipóteses previstas no art. 1.013, 
parágrafo terceiro, do Código de Processo Civil:
“Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento 
da matéria impugnada.
(...)
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, 
o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente 
com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese 
em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.”
Vamos peticionar!
A primeira questão a ser defi nida é: qual o recurso cabível da 
sentença que resolveu o mérito da ação? Defi nida a espécie 
recursal, deve-se verifi car para quem a peça processual deve 
ser dirigida.
Primeiramente, a partir da identifi cação da espécie recursal, 
devemos verifi car: a quem é dirigido o recurso? Quais pessoas 
devem constar no recurso? As duas peças são realizadas no 
mesmo protocolo? 
Nas razões recursais, a seguir, deve ser verifi cado se existem 
preliminares ao recurso, quais sejam, se há alguma nulidade 
ou decisão não agravável tomada durante o processo que 
proporcione novo questionamento em juízo. Deve também ser 
verifi cado se algumpedido ou requerimento manifestado em 
primeira instância não foi julgado pelo juízo de primeiro grau.
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Para redação da peça processual, deve-se verificar o conteúdo 
da peça processual. De que forma devem ser narrados os fatos? 
Qual é a melhor forma de combater o conteúdo da sentença ou 
de decisões tomadas ao longo do processo?
Ao final, quais requerimentos devem ser feitos? Quais os pedidos 
devem ser realizados em relação ao Recurso?Qual a forma de 
requerer o provimento do recurso? A decisão deve ser cassada 
ou reformada?
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