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Divina Comédia

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A DIVINA COMÉDIA
Breve resumo de “A Divina Comédia”;uma obra prima de Dante Alighieri, escrita em italiano por volta de 1307, e concluiu pouco antes de morrer – 1321. É um poema narrativo, rigorosamente simétrico e planejado que narra uma odisseia pelo: inferno, purgatório e paraíso, descrevendo cada etapa da viagem com detalhes quase visuais. Dante é o personagem da história que é guiado pelo inferno e purgatório pelo poeta romano Virgílio, e o céu por Beatriz, musa em vários de suas obras. 
No fim dos anos 50, A Divina Comédia de Dante estava às vésperas de completar 700 anos, e para celebrar o marco, em 1957, o governo italiano contratou o mestre da pintura surrealista, Salvador Dali, para fazer 100 pinturas ilustrando o clássico maior da poesia épica italiana, que deveriam ser completos até 1965, quando o livro completaria sete séculos de existência. Mas por extrema pressão popular, onde a população rejeitou a ideia de ter um espanhol levando os louros sobre um livro italiano, o projeto acabou sendo abandonado pelo contratante. Mesmo assim Dali continuou pintando por sua própria vontade e concluiu o projeto sozinho. Com marcas claras de seu estilo tradicional, o pintor completou as 100 aquarelas que ilustram os três livros de A Divina Comédia: "Inferno", "Purgatório" e "Paraíso".
Salvador Dali mestre do surrealismo, que é um movimento avant-garde que começou na década de 20 que, em termos simples, propunha que os sonhos eram mais reais do que a realidade. Altamente influenciado pela psicanálise, e pelo seu irmão mais novo Dada. Os surrealistas procuravam libertar a criatividade do subconsciente acreditando que o racional reprimia a imaginação, não era só um movimento da pintura como também da escultura, da literatura e do cinema, foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do inconsciente.
Dali, mais que qualquer outro surrealista sofreu influências das teorias de Freud sobre sonhos e inconsciente. Foi fascinado pela imagem dupla, um acontecimento comum nos sonhos. Freud compara o trabalho do artista, tanto à fabricação do sintoma neurótico como sonho, que tem a função de afastar a realidade insatisfatória e buscar, concomitantemente, o amparo do mundo da imaginação. Dali seria como criança, pois ambos num mundo de fantasia, impulsionado por desejos insatisfeito, que busca assim, sua plena realização, mesmo disfarçada.
O artista propôs o método paranóico-crítico como uma forma de apreciar a realidade longe do racional, encontrando ligações entre objetos aparentemente desconexos. Descreveu como um método espontâneo de conhecimento irracional baseado na objetividade crítica e sistemática das associações e interpretações dos fenômenos delirantes. Para ele, o “Inferno” é um cone invertido, uma espiral projetada para baixo contendo nove voltas que vão diminuindo de diâmetro de acordo com a magnitude dos pecados cometidos em vida. Lá, os condenados a pena perpétua têm medo, acima de tudo, de serem esquecidos pelos vivos. No ápice se concentra a traição, o pecado principal representado por Judas entre as presas do diabo. A série de ilustrações que do artista fez do Inferno, refleti sua visão deslumbrante, que disse ter usado seu “método hiper estético paranóico-crítico tentando abordar o mundo da castidade e da espiritualidade dos anjos.
Observando as xilografias que retratam o “Inferno” não é escuro, ele é carregado de intensa luz e cor, como uma espécie e truque para os olhos, onde nada se esconderá e todo tipo de danação sofrida, deverá ser visível e exemplar. Deve-se levar em conta que ele era católico, não que sua fé fosse completamente rígida e inabalável, contudo a noção de pecado sempre esteve inexoravelmente presente na vida do artista. 
A visão de pecado dele é, de toda forma, católica, no entanto, as danações e as punições sofridas pelas almas dos condenados são, também, de ordem das coisas da psique humana. Por consequência, as relações de punições e perturbações psicológicas tendem a distanciar as ilusões do poema escrito por Dante. Portanto, as gravuras para o “Inferno” são constituídas a partir de valores católicos, envolvidos à tortura mental e à paranoia, típicos da definição psicanalítica. Muitas vezes, a relação entre pecado e psicanálise traduz-se pela perversão sexual, escatologia ou até mesmo por alucinações.
A pintura “O blasfemo” é aquele que insulta a Deus ou tudo que é considerado sagrado. A blasfêmia é a difamação ou uso indevido do nome de Deus. No Canto XIV, do livro do “Inferno”, Dante encontra-se no sétimo círculo, giro três, dedicado exclusivamente aos sodomitas e aos blasfemos. A gravura de Salvador Dalí associada a esse canto é composta por um crânio alongado que permeia o espaço da pintura do canto inferior esquerdo até a ponta superior direita, suspenso, no último plano, por uma muleta. Uma faixa azul na parte superior faz alusão ao céu que, por sua vez, está limpo, sem sinal de chuva e muito menos de fogo. A imagem é composta quase que exclusivamente pela perspectiva linear e não apresenta muita tonalidade de cor. Além do mais, o degrau demostra o aspecto de viscosidade do crânio, que é um elemento descritivo da representação visual de símbolos e imagens, sem levar em conta o valor estético, ou seja, Dalí tem como objetivo nos propiciar sensações físicas, lembrando a materialidade do “Inferno”.
Referências bibliográficas
www.pervegaleria.eu/home/index.php/acervo-livros-e-objectos/category/233-salador-dali-a-divina-comedia.html
http://cleaecia.com.br/de-arte-e-de-artistas/salvador-dali/#lightbox/1/
Blog da Cléa e Companhia
Café Filosófico com Will Goya: A DIVINA COMÉDIA, DE D. ALIGHIERI. UM OLHAR FILOSÓFICO E TERAPÊUTICO.
http://livroseresumos.com.br/a-divina-comedia/
http://oquevidomundo.com/resenha-divina-comedia-inferno-dante-alighieri/
https://www.suapesquisa.com/surrealismo/
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/surrealismo.htm

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