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Poderes da Administração Pública

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Direito Administrativo –
	Poderes da Administração Pública 
	– 1º Bimestre 2018
Poderes da administração pública
A Administração Pública possui 4 poderes:
Poder Normativo (regulamentar)
Poder Hierárquico
Poder Disciplinar
Poder de Polícia
A administração pública tem poderes/deveres para poder administrar a coletividade: 
Poderes = prerrogativas/privilégios
Deveres = sujeições/obrigações
Celso Antônio Bandeira diverge da doutrina majoritária e chama de "deveres/poderes", ele inverte porque ele acredita que o poder executivo já nasce com o dever de cuidar do interesse público, para exercer bem ele terá poderes, por consequência ele tem poderes, porém tem deveres antes. 
Poder normativo (regulamentar)
Para a OAB são expressões sinônimas; normas = regulamentos; para a professora e Maria Sylvia existem diferenças;
O poder executivo pode editar normas:
Regulamentos;
Instruções;
Resoluções;
Portarias;
Regimentos, etc.;
Pirâmide de Normas:
Nosso foco são os atos do Poder Executivo.
O que está embaixo servem para complementar o que está em cima.
O poder normativo vem para dar aplicação das leis
1º patamar hierárquico dos atos:
Regulamentos; primeiro ato normativo infra legal
Aqui o poder executivo deverá fazer uma regulamentação para dar efetividade na lei anterior. E se esse regulamento disser que que será nos termos de ato normativo específico e aí, desce para a instrução, que fica no segundo patamar;
Sempre que precisar de mais complementação vai descendo a hierarquia;
Quem edita os regulamentos é o chefe do poder executivo central (presidente, governador, prefeito – de acordo com a competência) por meio de decreto;
C.F. –> Lei –> Regulamento (Chefe do Executivo) –> Decreto –> Decreto regulamentar.
O chefe do executivo tem que editar uma série de atos, sempre por meio de decreto, porém, o decreto pode conter vários itens, apenas quando ter uma regulamentação dentro dele chamará decreto regulamentar.
2º patamar hierárquico dos atos:
Demais atos normativos;
Que são:
Instruções;
Resoluções;
Portarias;
Regimentos;
Diferenças entre os regulamentos e os demais atos normativos do executivo:
C.F. –> Lei –> Regulamento (Chefe do Executivo) –> Decreto –> Decreto regulamentar.
Nem todo decreto tem um regulamento.
Ex.: lei de rodízio em sp.
Essa lei exige regulamentação; pede um regulamento para estabelecer o funcionamento do rodízio.
O regulamento dirá os dias, horários e placas do rodízio.
Diferenças entre os regulamentos e os demais atos normativos do executivo:
O regulamento produz efeitos no âmbito externo da administração; sujeita toda a coletividade.
Os regimentos só produzem efeitos no âmbito interno da administração.
Semelhanças dos regulamentos com os demais atos normativos do executivo:
Todos eles são gerais e abstratos;
Eles abrangem a generalidade dos destinatários e a várias situações.
Regulamentos
Os regulamentos são atos infralegais, dependem de prévia lei para serem editados.
Espécies de regulamentos nos ordenamentos jurídicos:
Executivos: servem para dar fiel execução à lei; dependem de prévia lei.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
O executivo só pode regulamentar algo se o legislativo editou a lei.
Autônomos:(não existe isso no Brasil, não é adotado aqui em regra.) independem de prévia lei para regulamentarem determinada matéria; fazem, as vezes, de lei; 
Maria Sylvia e OAB: existe exceção.
É uma exceção da exceção: única hipótese de regulamento autônomo.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
Ela se aplica quando não houver gastos para administração e ela for reestruturar sua administração interna. O presidente pode fazer um decreto sem lei prévia. Ex.: extinção de ministérios; secretarias;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
Aqui não é hipótese de regulamento autônomo porque precisa de lei para criar cargos.
Para Celso Antônio:
Não existe exceção! Deve criar uma lei para editar regulamentos.
Poder hierárquico
Consiste no poder de dar ordens aos subordinados; 
Dever dos subordinados de acatar as ordens exceto quando for manifestamente ilegal.
Delegação e avocação, exceto quando a competência for exclusiva do agente.
Dever do superior de apurar as infrações dos subordinados e se considerá-los culpados, tem o poder de lhes aplicar sanções, sob pena de crime de condescendência criminosa.
Produz efeitos no âmbito interno da administração.
Se dá na função típica de administrar da administração pública.
Maria Sylvia e OAB: súmula vinculante e efeito erga omnes nas ações de competência do STF e também das ações de competência dos Tribunais de Justiça, verifica-se a hierarquia na função típica do judiciário de julgar.
Poder disciplinar
Cada um desses poderes é autônomo, mas o poder disciplinar decorre do poder hierárquico.
Em que sentido decorre: "dever do superior de apurar as infrações dos subordinados e se considerá-los culpados, tem o poder de lhes aplicar sanções, sob pena de crime de condescendência criminosa".
Exatamente nas situações em que os servidores são acusados de infrações disciplinares e sofrem a instauração de processo administrativo disciplinar (PAD).
O poder disciplinar se dá no âmbito interno da administração, servindo de exemplo para os demais.
Vigora a atipicidade para a OAB.
Professora: o servidor faz jus ao um processo administrativo disciplinar com direito a contraditório e ampla defesa e a aplicação dos princípios gerais do direito penal, especialmente, no que tange à acusação e a sua defesa.
Processo Administrativo disciplinar:
Etapas:
Instauração do PAD: ato de portaria (não é aquele ato normativo do executivo) da autoridade competente; já designa uma comissão de 3 servidores estáveis, sendo um deles, o presidente da comissão.
Instrução: oitiva de testemunhas
Defesa escrita: junta também todos os documentos pertinentes;
Relatório final da comissão: não é a comissão que decide, ela relata a apuração e a recomenda a sanção a ser aplicada e fundamentação;
Decisão da autoridade competente: autoridade maior da entidade, ele pode ou não acolher as recomendações.
Poder de polícia:
Âmbito externo.
Tudo que decorre da fiscalização; restrição e limitação da liberdade é o poder de polícia.
Celso Antônio chama de polícia administrativa.
O exercício do poder de polícia só funciona porque o Estado agora se submete as leis.
O rodízio, por exemplo, decorre do poder de polícia exercido pelo Estado.
Restrição: rodízio;
Limitação: limite de altura de construções nos arredores do aeroporto;
Fiscalização: quando um servidor pede seu documento numa rodovia;
Limitação, restrição e fiscalização em relação à esfera de liberdade dos administrados decorre do poder de polícia.
Maria Sylvia e Celso Antônio:
O poder de polícia poder ser visto em dois sentidos:
Sentido amplo: engloba os atos do poder legislativo (leis) e do poder executivo (atos da administração);
Sentido estrito: engloba os atos apenas do poder executivo (atos da administração);
Quais são os atos que limitam?
Regulamentos (gerais e abstratos): rodízio;
Atos administrativos típicos ou propriamente ditos (concretos e específicos): diz respeito a uma pessoa individualizada e sobre um fato específico ex.: multa.
O regulamento está no poder de polícia e no poder regulamentar;
É para toda a coletividade;
Características do Poder de Polícia:
Auto executoriedade: significa a possibilidade que a administração pública tem de executar seus próprios atos, suas próprias decisões, independentemente de prévia autorização do poder judiciário. Divide-se em dois aspectos: 
a) executoriedade: é a imposição de meios diretos de coerção,ex.: dissolução de manifestação violenta, fechamento de fábrica poluidora, etc.; 
b) exigibilidade: é a imposição de meios indiretos de coerção, ex.: multa de trânsito, multa de estabelecimento comercial, etc. (ela edita, decide e executa);
(a administração executa por meio da força, para cessar imediatamente.
na exigibilidade: a administração vai usar métodos indiretos para obter o que quer, um olhar futurista. 
ex.: ela multa hoje para que no futuro você não cometa novas infrações).
Discricionariedade: significa que a administração pública ao exercer o poder de polícia tem liberdade para decidir e atuar na maioria das hipóteses e situações fáticas. Em outras palavras, a discricionariedade significa a liberdade de atuação da administração ao decidir o melhor meio, modo e momento de atuar. A discricionariedade é a regra da atuação da administração ao exercer o poder de polícia.
Ex.: autorização, permissão, previsão legal dando escolhas à administração.
Todavia, em algumas situações, a atuação da administração pública no exercício do poder de polícia é vinculada pela lei, ou seja, a lei pré determina a única solução possível para o caso concreto.
a vinculação é exceção do exercício do poder de polícia. Exemplo de ato vinculado: licenças e decisões legais pré determinadas como únicas pela lei.
Diferença entre autorização e licença:
Autorização: 
- discricionária
- iniciativa do particular 
- a administração pode conceder ou não, é uma escolha da administração.
Licença: 
- vinculada
- iniciativa particular
- se você preenche os requisitos você tem o direito.
- a administração TEM que conceder se você preencher os requisitos.
Priscilia falando:
"Diferença entre autorização e licença:
Na autorização, mesmo o administrado preenchendo os requisitos legais, a administração pode escolher entre conceder ou não a autorização;
Portanto ela é discricionária.
Já na licença, a administração, diante do preenchimento dos requisitos legais por parte dos administrados, está obrigada a conceder a licença;
Portanto ela é vinculada."
Coercibilidade: significa que a administração pública vai impor seus atos e suas decisões unilateralmente aos administrados, independentemente da manifestação de vontade ou aceitação por parte dos mesmos.
Exceção: as licenças, as autorizações e as permissões NÃO são COERCITIVAS, uma vez que é o próprio administrado que as solicita à administração pública.
Limites do Poder de Polícia
Proporcionalidade: é a adequação entre os meios empregados pela administração e os fins que a administração pretende alcançar; essa relação meio-fim precisa ser proporcional.
Eficácia: atuação da administração deve ser eficaz no sentido de proporcionar o alcance do que a administração pretende realizar.
Necessidade: atuação da administração no exercício do poder de polícia, precisa ser necessária, sob pena de restringir a liberdade dos particulares de modo desnecessário.
Verificamos que para ser legítima a atuação, devem ser observados esses limites.
Ex.: no caso da manifestação pacífica os pms passam a agredir os protestantes.
Nesse exemplo fere a proporcionalidade e a necessidade.
Ex.: vândalos saqueando lojas e destruindo patrimônios, daí os pms apenas observam e não interferem.
Nesse exemplo fere a eficácia, a proporcionalidade e a necessidade.
Distinção dos ramos de atuação do poder de polícia (espécies): (OAB)
	Polícia Administrativa
	Polícia Judiciária
	Entes e órgãos fiscalizadores da Adm. Pública
	Corporações especializadas (polícia civil e militar)
	Ilícito administrativo
	Ilícito penal
	Caráter preventivo (em regra) (antes do fato)
	Caráter repressivo (em regra) (pós fato)
	Atividades: serviços e bens
	Atividade: pessoas
A polícia federal, por sua vez, fiscaliza e atua diante ilícito administrativo e penal, logo, atua nas duas competências.
Função do GCM: serve para preservar o patrimônio público. Não se encaixa em nenhum dos ramos. Porém, na cidade de São Paulo há um convênio para que o GCM aja como polícia judiciária.
Alguns autores dizem que é importante estudar também os atributos dos atos administrativos.
Atributos dos Atos Administrativos:
Presunção de veracidade e de legitimidade dos atos: fatos, lei e ônus probatório do particular;
Imperatividade: impõe unilateralmente sua decisão aos administrados; se aplica a quase todos os atos decorrentes dos vários poderes da administração;
Tipicidade: ato administrativo encontra previsão legal, está na norma. (regra).
Auto executoriedade: executa seus atos e decisões independentemente de prévia autorização do judiciário.
Coercibilidade só existe no poder de polícia. Restringe forçosamente.
Não tem essa característica e não tem esse atributo: licenças, autorizações, permissões;

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