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Apostila de Administração Financeira e Orçamentária Prof. Msc. Davi Riani Gotardelo Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) [Digite a legenda] Disponível em www.gestaofinanceira.com Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 1 Sumário CAPÍTULO 01 – O QUE É FINANÇAS? 1.1 - O que é finanças? ....................................................................................... 3 1.2 - As grandes áreas de finanças ......................................................................... 3 1.3 - Instituições e mercados financeiros ................................................................. 4 1.4 - Objetivos da empresa do ponto de vista financeiro .............................................. 5 1.5 - As decisões básicas da Administração Financeira ................................................. 5 1.6 - A questão da teoria da agência ...................................................................... 6 1.7 - A questão da governança corporativa ............................................................... 6 CAPÍTULO 02 – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 2.1 - Regime de Competência x Regime de Caixa ....................................................... 7 2.2 - Desempenho econômico x Desempenho financeiro ........................................... 7 2.3 - Balanço Patrimonial .................................................................................... 8 2.4 - Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) .................................................. 11 2.5 - A questão da depreciação ............................................................................ 12 2.6 - Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) ............................................................ 19 CAPÍTULO 03 – REVISÃO DE ANÁLISE DE CUSTOS 3.1 - Revisão de conceitos de custos , despesas e investimentos .................................... 24 3.2 – Ponto de Equilíbrio e Margem de Contribuição ................................................... 26 CAPÍTULO 04 – ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS 4.1 – Índices de liquidez ..................................................................................... 27 4.2 – Índices de endividamento ............................................................................ 28 4.3 – Índices de rentabilidade .............................................................................. 30 4.4 – Análise de atividade ................................................................................... 31 4.5 - Análises Vertical e Horizontal ....................................................................... 32 CAPÍTULO 05 – O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO 5.1 - Valor Presente e Valor Futuro ....................................................................... 35 5.2 – Juros Simples e Juros Compostos ................................................................... 35 5.3 – Equivalência de Pagamentos ......................................................................... 36 5.4 - Taxas de juros: ......................................................................................... 37 5.5 - Métodos de Amortização.............................................................................. 38 5.6 - Utilização do Excel e Calculadoras Financeiras .................................................. 39 Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 2 CAPÍTULO 06 – ORÇAMENTO DE CAPITAL 6.1 - O processo de decisão de orçamento de capital ................................................. 42 6.2 - Payback e Payback Descontado ..................................................................... 44 6.3 - Valor Presente Líquido (VPL) ........................................................................ 47 6.4 - Taxa Interna de Retorno (TIR) ....................................................................... 51 6.5 - Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRm) ...................................................... 52 6.6 - Índice de Lucratividade ou Rentabilidade ......................................................... 56 6.7 - Quadro Comparativo entre as técnicas ............................................................ 58 Bibliografia ...................................................................................................... 59 APÊNDICE - REGIMES TRIBUTÁRIOS Lucro Real ....................................................................................................... 60 Lucro Presumido ................................................................................................ 62 Lucro Arbitrado ................................................................................................. 65 Figura Figura 1 - Objetivos financeiros da empresa ................................................................................................. 5 Gráficos Gráfico 1 - Ponto de Equilíbrio .................................................................................................................. 26 Gráfico 2 - VPL – Valor Presente Líquido ................................................................................................. 48 Gráfico 3 - VPL x TIR .................................................................................................................................. 52 Tabelas Tabela 1 - Estrutura do Balanço Patrimonial ............................................................................................... 8 Tabela 2 - Estrutura da DRE ........................................................................................................................ 11 Tabela 3 - Tabela de Depreciação – Receita Federal .................................................................................. 14 Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 3 O que é Finanças? 1.1 - O que é finanças? Finanças "são a aplicação de uma série de princípios econômicos e financeiros para maximizar a riqueza ou o valor total de um negócio" (GROPPELLI, et al., 1999). Finanças é a ciência que estuda o valor como o componente chave da organização. Finanças não significa lucro. Ex.: Fundações, ONG's e Sociedades sem fins lucrativos. Já para (GITMAN, 2002), finanças é “a arte e a ciência de administrar fundos, ou seja, ocupa-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos”. 1.2 - As grandes áreas de finanças As principais áreas de atuação na área de Finanças são: a) Mercado de Capitais: analistas de mercado (risco, crédito, corporate) - segmento bancário, bolsas de valores, seguros, previdência, entre outros; b) Análise de Investimentos: analistas de investimento, consultoria, vendas, analistas de carteiras e riscos, entre outros; c) Finanças Empresariais: Quais ativos, como adquirir, financiar, controlar e gerir. Em todas as áreas as atividades financeiras serão baseadas em: i) Previsão e Planejamento Financeiro; ii) Decisões de Investimento e Financiamento; iii) Coordenação e controladoria iv) Transação com os mercados financeiros; QUESTÕES PARA DISCUSSÃO INICIAL DO CAPÍTULO O que é finanças? Quais as áreas de finanças? Quais as principais instituições financeiras? CONCEITOS A SEREM DEFINIDOS NESSE CAPÍTULO Finanças Conselho Monetário Nacional Banco Central CVM – Comissão de Valores Mobiliários Ministério da Fazenda Receitas (Federal, Estadual e Municipal)Liquidez Rentabilidade Geração de Valor Teoria da Agência Governança Corporativa Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 4 As linhas de estudo relevantes dentro do tema Finanças são: a) Macroeconomia (juros, política cambial, fiscal, monetária, influências externas) e Microeconomia (demanda, oferta e preços); b) Contabilidade; c) Estatística (Econometria); d) Tecnologia: Sistemas de Informação, Sistema Bancário, Transações eletrônicas, dinheiro eletrônico; 1.3 - Instituições e mercados financeiros Conselho Monetário Nacional (CMN): O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Ao CMN compete: a) estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia; b) regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras; c) disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial. O CMN é constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda, pelo Ministro do Planejamento e pelo Presidente do Banco Central do Brasil. Banco Central do Brasil (BACEN): é a instituição financeira independente ou ligada ao Estado cuja função é garantir a estabilidade da moeda de cada país e do sistema financeiro como um todo. Além disso, tem como objetivo definir as políticas monetárias (taxas de juros, câmbio, entre outras) e aquelas que regulamentam o sistema financeiro local. CVM - Comissão de Valores Mobiliários (CVM) De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá suas funções, a fim de: a) assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; b) proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; c) evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 5 Ministério da Fazenda: é o órgão que na estrutura administrativa da República Federativa do Brasil cuida basicamente da formulação e execução da política econômica. Receitas Federal, Estadual e Municipal: órgão fiscalizador de arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais. 1.4 - Objetivos da empresa do ponto de vista financeiro Figura 1 - Objetivos financeiros da empresa 1) Liquidez: formalmente corresponde ao grau de monetização do ativo, ou seja, a capacidade que a empresa tem de tornar em dinheiro seus ativos. 2) Rentabilidade: Grau de rendimento proporcionado por determinado investimento. Pode se exprimir pela percentagem de lucro em relação ao investimento total. Lucratividade diz respeito à operação e rentabilidade diz respeito à investimento. Ex.: Vendas / Aquisição de uma máquina. 3) Geração de Valor: Para (LEMES JR, et al., 2001), “as finanças preocupam-se com o valor de troca”. Este valor de troca pode aumentar o valor da empresa em duas formas: Internamente: através de mão-de-obra, matérias-primas, equipamentos e tecnologias, são recursos que entram na empresa e, que processam bens e serviços e ainda são vendidos por um preço superior aos de custo. Externamente: é a imagem junto ao mercado. Depende de especulações e compras de ações. 1.5 - As decisões básicas da Administração Financeira 1) Orçamento de Capital: trata basicamente do investimento de longo prazo da empresa. Consiste basicamente em avaliar as oportunidades de investimento atrativas no mercado, sempre ponderando o retorno esperado e o risco envolvido. (ROSS, et al., 2000) 2) Estrutura de Capital: Consiste basicamente em como será composto o capital empregado pela empresa, seja este próprio e de terceiros. O montante e a taxa são variáveis chaves na análise da estrutura de capital. 3) Administração do Capital de Giro: trata da administração financeira de curto prazo da empresa, ou seja, preocupa-se com a administração dos ativos e passivos imediatos da empresa, tais como estoques, caixa, fornecedores, entre outros. LIQUIDEZ RENTABILIDADE GERAÇÃO DE VALOR Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 6 1.6 - A questão da teoria da agência A Teoria da Agência pressupõe que existe um custo de agenciamento das decisões, ou seia, nem sempre o que é melhor para o dono é exatamente igual ao que é melhor para o administrador. Daí, nasce o custo de agência. (DALMÁCIO, et al., 2003) complementam: "A princípio, os gestores da empresa deveriam buscar a maximização da riqueza dos acionistas, mas nem sempre os ganhos para o gestor estão diretamente relacionados com o valor da empresa. Portanto, as decisões que maximizam a riqueza do acionista não necessariamente aumentam os ganhos dos executivos, isto significa dizer que, ao delegar poder aos executivos, os proprietários podem estar perdendo parte de sua riqueza." (p.4-5). 1.7 - A questão da governança corporativa De acordo com a (CVM, 2007), governança corporativa é: "O conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes envolvidas, tais como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital. A análise das práticas de governança corporativa aplicada ao mercado de capitais envolve, principalmente, transparência, equidade no tratamento dos acionistas e prestação de contas." Já para o (IBGC, 2007) - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – os mecanismos de governança corporativa podem ser evidenciados através das práticas e os relacionamentos entre os mais diversos públicos dentro e fora da empresa com a finalidade de otimizar o desempenho da empresa e facilitar o acesso ao capital. Tópico para discussão A questão do retorno à sociedade Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 7 Demonstrações Financeiras 2.1 - Regime de Competência x Regime de Caixa A diferenciação dos regimes de competência e caixa é um passo importante e decisivo no processo de estudo da administração financeira. O Regime de Competência trata o evento financeiro (receita ou despesa) no efetivo momento em que o mesmo ocorreu, independente da forma de pagamento ou recebimento. Para a escrituração contábil, vale a data de emissão do documento fiscal. O Regime de Caixa trata o evento financeiro (receita ou despesa) no efetivo momento em que foi desembolsado ou recebido, independente do período a que se devia. Não há utilização desse regime para efeitos contábeis (obrigatoriedade da lei). Ex.: Notas fiscais - pagamento parcelado / 13º salário / Férias 2.2 - Desempenho econômico x Desempenho financeiro É possível uma empresa ter lucro e falir? Qual o enfoque econômico e financeiro do desempenho? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ ________________________________________ QUESTÕES PARA DISCUSSÃO INICIAL DO CAPÍTULO Quais as principais demonstrações financeiras existentes? Qual a diferença entre o Regime de Caixa e o Regime de Competência? CONCEITOS A SEREM DEFINIDOS NESSE CAPÍTULO Regime de CompetênciaRegime de Caixa Desempenho Econômico Desempenho Financeiro Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 8 2.3 - Balanço Patrimonial É a demonstração contábil responsável por representar a posição patrimonial da empresa. Através do Balanço Patrimonial, temos um panorama dos financiamentos e investimentos da empresa. Traduz o que ela tem e o que ela deve. O BP é dividido em: ativo, passivo e patrimônio líquido. Tabela 1 - Estrutura do Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO AC PC ARLP PELP AP PL (STICKNEY, et al., 2001) afirmam que “o ativo de uma empresa são os recursos econômicos com capacidade ou potencial para lhe oferecer benefícios futuros. Por exemplo, a empresa pode utilizar caixa para comprar estoques ou equipamentos [...].” É do lado do ativo (lado esquerdo do Balanço) que visualizamos os investimentos ou aplicações de recursos feitos pela empresa. Já o passivo representa as exigibilidades ou obrigações da empresa. Apresentado do lado direito do Balanço (juntamente com o patrimônio líquido), o passivo demonstra o montante de capital de terceiros utilizado. O patrimônio líquido é formado pela diferença entre ativo e passivo, contemplando os recursos próprios aplicados na empresa. Do lado direito do Balanço, formado por passivo e patrimônio líquido, encontramos todas as fontes de financiamento ou as origens de recursos da empresa. A questão do exercício social da empresa ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________ Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 9 Ativo Conforme pode ser percebido pelo quadro apresentado, o Ativo se divide em 3 grandes grupos: Circulante, Realizável a Longo Prazo e Permanente. A disposição das contas segue uma ordem decrescente de liquidez. Ativo Circulante: Dentro do Ativo Circulante, encontram-se todas as contas de curto prazo. Ex.: Caixa, Bancos, Aplicações Financeiras, Duplicatas a receber (de curto prazo), estoques, etc. Ativo Realizável a Longo Prazo: O grupo Ativo Realizável a longo prazo contempla todos os direitos da empresa recebíveis após o término do exercício seguinte ao encerramento do balanço. Nesse caso, enquadram-se não só as duplicatas a receber de longo prazo, mas também títulos e valores mobiliários adquiridos e adiantamentos ou empréstimos feitos a coligadas e controladas (com vencimento de longo prazo). Ativo Permanente: Já o Ativo Permanente engloba as contas de menor liquidez da empresa e é dividido em Investimentos, Imobilizado e Diferido. Em Investimentos, encontramos algumas contas que não estão diretamente relacionadas à manutenção das atividades da empresa. Por outro lado, no grupo Imobilizado, aparecem bens e direitos destinados ao funcionamento normal da empresa, como equipamentos, prédios, veículos, etc. Por fim, no Ativo Diferido são demonstradas as despesas incorridas em determinado exercício, mas que participarão do resultado de mais de um período. Como exemplo, podemos citar as despesas da constituição da sociedade, que beneficiam diversos exercícios e, por isso, não deveriam ser consideradas como despesa de apenas um exercício. Passivo O Passivo é dividido em Circulante, Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido. ASSAF NETO (2001, p.68) ressalta que nesses grupos são consideradas todas as contas que denotam dívida ou obrigação de responsabilidade da empresa. Passivo Circulante: corresponde às dívidas de curto prazo da empresa, tais como Fornecedores, Contas a Pagar, Empréstimos e Financiamentos, entre outros. Passivo Exigível a Longo Prazo: em Exigível a longo prazo, são classificadas as obrigações com vencimento após o término do exercício seguinte ao encerramento do balanço. Geralmente, encontramos neste grupo empréstimos e financiamentos. Patrimônio Líquido: dentro do Patrimônio Líquido, conforme mencionado anteriormente, aparecem os recursos próprios investidos na empresa. É composto pelo Capital Social (valores investidos pelos proprietários e acionistas), Reservas (de Capital, de Reavaliação, de Lucros, Estatutárias, para contingências, etc.), Lucros ou prejuízos acumulados. A contabilização de Financiamentos e Arrendamentos: ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 10 Amortização, Depreciação, Provisão e Reversão de Provisão ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ____________________________________________________________ Exercício - Balanço patrimonial Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 11 2.4 - Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) De acordo com (ASSAF NETO, 2001), a Demonstração de resultados do exercício visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício social, os quais serão transferidos para as contas do Patrimônio Líquido. O lucro (ou prejuízo) é resultante de receitas, custos e despesas incorridos pela empresa no perído e apropriados segundo regime de competência, ou seja, independentemente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos. Tabela 2 - Estrutura da DRE RECEITA OPERACIONAL BRUTA ( - ) Vendas canceladas ( - ) Abatimentos sobre vendas ( - ) Impostos sobre vendas = RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA ( - ) Custo dos produtos, serviços ou mercadorias vendidas = LUCRO BRUTO ( - ) Despesas com vendas ( - ) Despesas administrativas ( - ) Despesas financeiras ( - ) Outras despesas operacionais = LUCRO OPERACIONAL ( + ) Receitas não operacionais ( - ) Despesas não operacionais = LUCRO ANTES DOS JUROS E IMPOSTOS (LAJIR) ( - ) Provisão para IR ( - ) Provisão para Contribuição Social sobre o lucro ( - ) Participações = LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO E LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO Observações: Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 12 a) Lucro Operacional ________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________ b) Receitas e Despesas não-operacionais Corresponde aos eventos econômicos aditivos ao patrimônio líquido, não associados com a atividade ou atividades principais da empresa, independentemente da sua freqüência. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________ c) LAJIR: Porque juros? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________ d) IR e CSLL: O Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o lucro (CSSL) a pagar são deduzidos do lucro do exercício, e devem aparecer como obrigações no Balanço Patrimonial como IR a Pagar e CSLL a Pagar. São calculados com base no Lucro Real encontrado na DRE. Porém, existem outras formas de apuração do Imposto de Renda, como o Lucro Presumido e o Lucro Arbitrado. 2.5 - A questão da depreciação Na maioria dos países a definição e aplicação dos critérios de depreciação é regida pela legislação do Imposto de Renda. O Regulamento do Imposto de Renda brasileiro (Decreto nº 3.000, de 26 de Março de 1999) em seu artigo 305, define a depreciação como 'a diminuição do valor dos bens do ativo resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência normal'. Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 13 A definição acima sugere três aspectos distintos para interpretação da depreciação: Físico - é a perda de valor decorrente do desgaste ocasionado tanto pelo uso como pela ação dos elementos da natureza. Ambos levam a aumento dos custos de operação e manutenção e a conseqüente redução da capacidade produtiva do bem, refletida nos lucros. Esta é a interpretação técnica do engenheiro. Econômico - é a perda de valor resultante da diminuição da capacidade do bem gerar receitas proveniente da obsolescência e da inadequabilidade do bem. A obsolescência resulta das inovações tecnológicas que tornam anti econômico o uso do bem ou do produto por ele produzido. A obsolescência pode ainda ser causada pela mudança dos hábitos e gostos dos usuários. A inadequabilidade é proveniente da incapacidade do bem em atender uma demanda superior à finalidade pretendida na ocasião de sua aquisição. Esta é a interpretação do economista, que visa estabelecer uma orientação no sentido de determinar a recuperação do capital investido segundo o desejo do investidor. Contábil - objetiva o rateio do custo de aquisição num certo número de períodos contábeis para atender às exigências da legislação do Imposto de Renda e às normas da Contabilidade de Custos. Depreciação e vida útil O objetivo da depreciação é criar um fundo de reserva que permita a reposição do bem quando ele chegue ao fim do seu prazo de utilização econômica, que é denominado vida útil. O problema crítico na determinação das quotas de depreciação é o estabelecimento da vida útil, devido à infinidade de fatores que influenciam a durabilidade do bem, especialmente no caso de máquinas e equipamentos. A unidade de tempo mais utilizada para medir a vida útil é o ano. Utiliza- se, também considerar a depreciação em termos de horas de trabalho ou de unidades produzidas. A determinação da vida útil de um bem é feita por estimativa e não há métodos que a estabeleçam precisamente. O melhor método para estimar a vida útil é a experiência passada da empresa e uma das fontes mais confiáveis são os registros contábeis da própria empresa. Sendo uma estimativa, a vida útil poderá ser alterada posteriormente para ajustá-la de conformidade com a nova realidade, entretanto se houver dúvidas, a poderá ser necessário que uma entidade de pesquisa científica ou tecnológica reconhecida emita um parecer. O órgão governamental, responsável pela administração de imposto de Renda de cada país, publica tabelas de taxas anuais admissíveis para as várias espécies bens, mas deixa a critério do contribuinte adotar os valores mais convenientes para a sua aplicação, o contribuinte porém, deve justificar as divergências. A tabela 'Taxas de Depreciação e Vida Útil' relaciona as taxas de depreciação e os valores de vida útil de alguns bens mais comuns, de acordo com a legislação brasileira. Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) Tabela 3 Fonte: (RECEITA FEDERAL, 2007) Modelos de depreciação Adotaremos os seguintes símbolos para definir as quotas de depreciação periódica para os métodos que vamos apresentar: D - quota anual de depreciação Dk - quota periódica de depreciação C - custo de aquisição Ck - valor contábil após o decurso de k períodos de vida útil n - número de períodos de vida útil k - número de períodos de vida útil decorridos, sendo R - valor residual do investimento Modelo da depreciação linear É o método clássico de cálculo da depreciação e também o mais simples de todos. O valor da quota anual é dado pela fórmula: Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m 3 - Tabela de Depreciação – Receita Federal (RECEITA FEDERAL, 2007)- disponível em www.receita.fazenda.gov.br Modelos de depreciação Adotaremos os seguintes símbolos para definir as quotas de depreciação periódica para os l de depreciação quota periódica de depreciação valor contábil após o decurso de k períodos de vida útil número de períodos de vida útil número de períodos de vida útil decorridos, sendo 0 < k < n valor residual do investimento Modelo da depreciação linear É o método clássico de cálculo da depreciação e também o mais simples de todos. O valor da quota anual é dado pela fórmula: w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 14 Adotaremos os seguintes símbolos para definir as quotas de depreciação periódica para os É o método clássico de cálculo da depreciação e também o mais simples de todos. O valor contábil do bem, decorridos Quando o valor residual é nulo, as fórmulas passam a ter as seguintes expressões: O modelo da depreciação linear é o único reconhecido pela legislação do Imposto de Renda brasileiro. Apesar de não admitir o uso de métodos de depreciação acelerada, a legislação brasileira permite a redução dos prazos de vida útil para os bens submetidos a regime de trabalho em turnos múltiplos, através da adoção de coeficientes de depreciação acelerada contábil seguintes coeficientes: Um turno de 8 horas: Dois turnos de 8 horas: Três turnos de 8 horas: Exemplo: Custo do Bem Valor residual após 05 anos Depreciação Vida útil D = (5.500 - 500)/5 = 1.000 Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m O valor contábil do bem, decorridos k períodos de vida útil é calculado pela fórmula: Quando o valor residual é nulo, as fórmulas passam a ter as seguintes expressões: O modelo da depreciação linearé o único reconhecido pela legislação do Imposto de Renda e não admitir o uso de métodos de depreciação acelerada, a legislação brasileira permite a redução dos prazos de vida útil para os bens submetidos a regime de trabalho em turnos múltiplos, através da adoção de coeficientes de depreciação acelerada contábil 1,0 1,5 2,0 R$ 5.500,00 Valor residual após 05 anos R$ 500,00 R$ 5.000,00 05 anos 500)/5 = 1.000 Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 15 períodos de vida útil é calculado pela fórmula: Quando o valor residual é nulo, as fórmulas passam a ter as seguintes expressões: O modelo da depreciação linear é o único reconhecido pela legislação do Imposto de Renda e não admitir o uso de métodos de depreciação acelerada, a legislação brasileira permite a redução dos prazos de vida útil para os bens submetidos a regime de trabalho em turnos múltiplos, através da adoção de coeficientes de depreciação acelerada contábil. Assim temos os Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) Modelo da soma dos dígitos dos anos ou de cole O modelo da soma dos dígitos dos anos é um dos métodos de depreciação acelerada, isto é, as quotas de depreciação iniciais têm maior valor do que as finais. Neste modelo, as quotas de depreciação nada mais são do que o valor depreciável multiplicado por um fator que obedece à seguinte lei de formação: Exemplo: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 Ano 01 = 5/15 x R$ 5.000 = R$ 1.667 Ano 02 = 4/15 x R$ 5.000 Ano 03 = 3/15 x R$ 5.000 = R$ 1.000 Ano 04 = 2/15 x R$ 5.000 = R$ 667 Ano 05 = 1/15 x R$ 5.000 = R$ 333 Depreciação e lucro A legislação do Imposto de Renda de muitos países considera as quotas de depreciação como dedutíveis do lucro bruto das empresas para efeito de apuração do lucro tributável. Vejamos como a depreciação influencia o valor final do lucro disponível para o empresário. Sejam: D valor do fundo de depreciação LA lucro bruto (antes do Imposto de R LL lucro líquido (após o Imposto de Renda) LT lucro tributável T valor do Imposto de Renda Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Modelo da soma dos dígitos dos anos ou de cole O modelo da soma dos dígitos dos anos é um dos métodos de depreciação acelerada, isto é, as quotas de depreciação iniciais têm maior valor do que as finais. Neste modelo, as quotas de depreciação nada mais são do que o valor depreciável multiplicado por um fator que obedece à seguinte lei de formação: Ano 01 = 5/15 x R$ 5.000 = R$ 1.667 Ano 02 = 4/15 x R$ 5.000 = R$ 1.333 Ano 03 = 3/15 x R$ 5.000 = R$ 1.000 Ano 04 = 2/15 x R$ 5.000 = R$ 667 Ano 05 = 1/15 x R$ 5.000 = R$ 333 A legislação do Imposto de Renda de muitos países considera as quotas de depreciação como lucro bruto das empresas para efeito de apuração do lucro tributável. Vejamos como a depreciação influencia o valor final do lucro disponível para o empresário. valor do fundo de depreciação lucro bruto (antes do Imposto de Renda) lucro líquido (após o Imposto de Renda) valor do Imposto de Renda w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 16 O modelo da soma dos dígitos dos anos é um dos métodos de depreciação acelerada, isto é, as Neste modelo, as quotas de depreciação nada mais são do que o valor depreciável (C-R) A legislação do Imposto de Renda de muitos países considera as quotas de depreciação como lucro bruto das empresas para efeito de apuração do lucro tributável. Vejamos como a Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 17 t alíquota do Imposto de Renda Teremos: LT = LA- D e T = LT.t = (LA- D)t então LL = LA-T = LA- (LA- D) t e finalmente LL = LA ( 1 - t ) + D.t Portanto, a depreciação propicia um lucro adicional ao empresário, igual ao produto da quota de depreciação pela alíquota do Imposto de Renda. Além disso, como a depreciação é um custo virtual, não há saída de caixa e a reserva acumulada do fundo de depreciação continua na empresa à disposição do empresário. Exemplo: DRE Demonst. de Fluxo de Caixa Receita de Vendas 1.500 1.500 Custos, exceto Depreciação 1.050 1.050 Depreciação 150 0 Custos Totais 1.200 1.050 Lucro antes do Imposto 300 450 Impostos (40%) 120 120 Lucro Líquido 180 Somar de volta a depreciação 150 Fluxo de caixa líquido 330 330 Tópico para discussão - DRE por projeto ou por centro de custo; - Estimativa de lucro pela DRE; Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 18 Exercício – DRE Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 19 2.6 - Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) A DFC tem a finalidade de fornecer informações relevantes sobre recebimentos e pagamentos de caixa de uma organização durante perído determinado. Para Para o autor (LEMES JR, et al., 2001), “as demonstrações de fluxo de caixa assume características padronizadas por métodos contábeis normalmente aceitos e reflete o fluxo de recursos para dentro e para fora da empresa”. Cada empresa adota o modelo de Fluxo de Caixa que lhe parece mais conveniente. O modelo mais comum de DFC é o modelo direto. Além desse, o modelo americano denominado FAS95 também é muito utilizado e será explicado mais adiante. O fluxo de caixa utiliza os mesmos conceitos do orçamento contábil, porém com uma premissa diferente: o regime de caixa. Portanto, ao elaborar um fluxo de caixa, podemos utilizar a mesma teoria do orçamento contábil, porém substituindo o momento dos gastos pelo dos desembolsos e o momento das receitas pelo dos embolsos. Isso fará como que se consiga apurar o saldo de caixa em qualquer momento ou a movimentação do fluxo monetário da empresa em um determinado período. Para facilitar a prática da elaboração de um fluxo de caixa, pode-se definir uma seqüência de etapas a serem seguidas: Processos básicos de elaboração de uma DFC ETAPAS DE PLANEJAMENTO 1 - Foco O primeiro ponto a ser definido para formar um Fluxo de Caixa é o comprometimento da alta administração e a definição por parte desta da importância que será dada a essa ferramenta (importância estratégica, tática ou operacional) e de quem fará uso direto das informações. Neste momento deverá ser definido também quem será responsável por elaborar essa ferramenta. 2 - Premissas A boa definição das premissas a serem utilizadas depende fundamentalmente da identificação de quais variáveis exercem influência sobre o caixa da empresa, bem como quais dessas podem ser determinadas ou modificadas por ações da empresa e quais não podem. Algumas premissas usuais são índice de inflação (preferencialmente do setor dos fornecedores), taxas de câmbio, disposição da empresa para investimentos e treinamento, caixa mínimo, metas de redução de custos e despesas, informações sobre reestruturações, dentre outras. 3 - Plano de contas O plano de contas pode ser o diferencial entre compreensão e incompreensão, agilidade e morosidade, facilidade de análise e necessidade de muitos ajustes ou retrabalhos. Portanto, o plano de Faculdade Estácio deSá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 20 contas deve ter uma linguagem clara e lógica, de forma que todos os necessitam utiliza-lo possam facilmente compreende-lo. Além disso, ele não pode conter excessos de detalhes para evitar dados irrelevantes, não o deixando, contudo, com falta de detalhes, omitindo, por exemplo, movimentações rotineiras e de alto valor agregado. Cabe lembrar que os planos de contas do fluxo previsto e do fluxo real devem ser exatamente idênticos, fazendo com que não haja dificuldade nas comparações. 4 - Fonte de Informações A fonte de informações é um ponto muito relevante a ser considerado. É importante que quem coleta dados, apura informações e as disponibiliza seja confiável e trabalhe com boas técnicas e coerência. 5 - Arquitetura A arquitetura do Fluxo de Caixa consiste na sua forma de utilização e apresentação. Isso implica na disposição de todas as informações necessárias dispostas em tabelas de compreensão fácil, sejam elas eletrônicas ou não. Ao arquitetar a forma do Fluxo de Caixa deve-se manter constante a atenção quanto ao grau de complexidade e o empenho para a redução de custos e para o incremento de funcionalidade e clareza. 6 - Horizonte de tempo e quebra de períodos A definição de tempo para o fluxo de caixa depende das necessidades de controle da empresa. Todavia, como o gerenciamento de caixa pode causar a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma empresa, o mais comum é que ela tenha um fluxo com horizonte mensal e quebra diária de períodos e ainda um fluxo anual com quebra mensal. O fluxo de quebra diária é utilizado para que se possa garantir saldo de caixa em curtíssimo prazo, enquanto que o fluxo com horizonte anual gera uma prevenção a médio prazo. 7 - Metodologia de projeção A metodologia de projeção deve ser coerente e pode se basear em programações preestabelecidas, em modelagem estatística ou econométrica, em percepções de negociações e de mercado, ou na combinação de todos esses fatores. 8 - Testes e ajustes Concluídas todas as etapas apresentadas acima, devem ser realizados testes de entrada de dados para a verificação da eficiência da ferramenta. Imediatamente devem ser feitas as devidas correções e uma nova verificação. Essa etapa somente deve ser dada como concluída quando não forem detectados mais erros relevantes para a apuração do Fluxo de Caixa. Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 21 ETAPAS DE EXECUÇÃO 9 - Realização das projeções Em seguida são feitas todas as projeções envolvendo todo e qualquer tipo de embolso ou desembolso a ser efetuado pela empresa no horizonte de tempo definido. A qualidade dessas projeções irá depender exclusivamente da qualidade da realização das etapas de planejamento apresentadas acima. 10 - Apuração do realizado A apuração do realizado consiste apenas em coletar e gerar a entrada de dados que reflete o que de fato aconteceu. Para isso é necessário somente que se tenha conhecimento e meios de realizar essa operação. 11 - Comparações, análises, ajustes e reformulações das projeções De posse do fluxo de caixa projetado e do fluxo de caixa realizado, devem ser feitas comparações e análises entre os dois para que se possa identificar o funcionamento ou não das previsões, bem como identificar a necessidade de tomadas de decisões de mudanças na forma de gestão ou de operação. Realizadas todas as análises, podem ou não ser feitos ajustes ou reformulações das projeções para os períodos subsequentes. ETAPAS DE CONTROLE 12 - Necessidade de alterações de planejamento Essa etapa consiste na verificação de uma possível necessidade de realizar modificações nas etapas de planejamento. Detectada a necessidade, as devidas alterações devem ser feitas e apresentadas a todas as pessoas envolvidas. 13 - Renovação do ciclo Realizadas as etapas anteriores, o ciclo de elaboração do Fluxo de Caixa deve ser renovado. Todavia, caso não haja necessidade de alterações de planejamento, o novo ciclo poderá ser iniciado na etapa de execução realização das projeções. Modelo de DFC – Método Direto a) Método Direto: O fluxo de caixa obtido pelo método direto é o produto final da integração das entradas e das saídas de caixa havidas nas subcontas do Disponível ao longo de um período. Sua equação genérica é: Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 22 Saldo Inicial + Entradas – Saídas = Saldo Final Na equação acima as expressões “saldo inicial” e “saldo final” referem-se aos saldos do Disponível no início e no final do período considerado. EXEMPLO DE DFC MÉTODO DIRETO Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 23 Exercício – DFC Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 24 Princípios de Análise de Custos 3.1 - Revisão de conceitos de custos , despesas e investimentos GASTO: Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer. INVESTIMENTO: Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos. CUSTO: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. O custo se identifica com o produto fabricado ou serviço prestado. DESPESA: Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. As despesas se identificam com o período (Financeiras + Administrativas + Vendas) DESEMBOLSO: É a iniciativa de pagamento resultante da aquisição de bem ou serviço. PERDA: Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. QUESTÕES PARA DISCUSSÃO INICIAL DO CAPÍTULO Qual a diferença entre custo e despesa? Qual a diferença entre custo direto e indireto? Qual a diferença entre custo fixo e variável? CONCEITOS A SEREM DEFINIDOS NESSE CAPÍTULO Gasto Investimento Custo Despesa Desembolso Perda Ponto de Equilíbrio Margem de Contribuição Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 25 A difícil separação na prática entre custo e despesa • Valores irrelevantes não devem ser rateados; • Valores cujo rateio é extremamente arbitrário devem ser evitados para apropriação dos custos. Quanto ao objeto de custos1: Custo Direto: pode ser alocado de forma direta, prática e econômica. Custo Indireto: são difíceis de serem alocados de forma prática e econômica. Quanto à variação do volume de produção: Custos Fixos: São aqueles que não variam mediante o montante produzido. Custos Variáveis: São aqueles que apresentam variação de acordo com a variação da produção. Quanto à produção: Material Direto: Gastos com aquisição de materiais que se tornam parte do produto e que podem ser identificados a ele de maneira fácil e econômica (incluindo fretes, armazenagem, controle de qualidade, tarifas de importação etc.) Mão-de-Obra Direta: Gasto com salários na produção que pode ser identificado com o produto de modo fácil e econômico (inclui todos os benefícios). Custos Indiretos de Fabricação: São gastos considerados como parte do produto, mas que não podem ser identificados com ele de forma fácile econômica. 1 Qualquer coisa para a qual uma medida separada de custos é desejada. Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 26 3.2 – Ponto de Equilíbrio e Margem de Contribuição O ponto de equilíbrio é o nível de atividade em que as receitas totais e os custos totais se igualam, ou seja, onde o lucro é igual a zero. Já a margem de contribuição é o quanto o preço de venda, após deduzidos os custos variáveis contribui para o pagamento dos custos fixos. Gráfico 1 - Ponto de Equilíbrio Fórmula do Ponto de Equilíbrio e Margem de Contribuição Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 27 Análise de Indicadores Financeiros Conforme dito no início da apostila, os pilares básicos da administração é garantir a liquidez, rentabilidade e geração de valor de um empreendimento. Neste sentido, torna-se importante, após conhecidas as principais demonstrações financeiras, avaliar os principais indicadores que envolvam a liquidez, rentabilidade, endividamento, eficiência operacional, entre outros, que nos permitam avaliar a saúde financeira das empresas. 4.1 – Índices de liquidez Segundo SILVA (1999, p.266), “os índices de liquidez visam fornecer um indicador de capacidade da empresa pagar suas dívidas, a partir da comparação entre os direitos realizáveis e as exigibilidades.” GITMAN (1997, p.109) esclarece que “uma empresa ‘líquida’ é aquela que pode facilmente satisfazer suas obrigações de curto prazo, no vencimento.” Já para ROSS (1999, p. 81), “a principal preocupação consiste na capacidade da empresa pagar suas contas a curto prazo, sem demasiada dificuldade.” Dentro deste item, serão abordados quatro medidas básicas, a saber: a) Capital Circulante Líquido; b) Índice de liquidez corrente; c) Índice de liquidez seco; e d) Índice de liquidez geral. a) Capital Circulante Líquido ou Capital de Giro Líquido Apesar de não se tratar de um índice, é utilizado na determinação da liquidez de uma empresa. Conforme foi definido anteriormente, é a diferença entre as disponibilidades e as exigibilidades de curto prazo, ou seja, Ativo Circulante menos Passivo Circulante. QUESTÕES PARA DISCUSSÃO INICIAL DO CAPÍTULO Como avaliar a liquidez de uma empresa? Como saber se ela está endividada? Como saber a margem de lucro que ela está operando? CONCEITOS A SEREM DEFINIDOS NESSE CAPÍTULO Capital Circulante Líquido Liquidez Endividamento Rentabilidade Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 28 Pode ser importante para controle interno, uma vez que alguns credores, ao concederem empréstimos de longo prazo, exigem um nível mínimo de Capital Circulante Líquido. b) Índice de liquidez corrente Indica quanto a empresa possui de bens e direitos realizáveis no curto prazo para saldar suas dívidas do mesmo período. É calculado através da fórmula abaixo: ��� � ���� ���� ����� ������ ���� ����� c) Índice de liquidez seco Segundo IUDÍCIBUS (1998, p.102), esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do numerador, estamos eliminando uma fonte de incerteza. Por outro lado, estamos eliminando as influências e distorções que a adoção deste ou daquele critério de avaliação de estoques poderia acarretar, principalmente se os critérios foram mudados ao longo dos períodos. O Índice de liquidez seco é calculado segundo fórmula apresentada a seguir. ��� � ���� ���� ����� � ��� � �� ������ ���� ����� d) Índice de liquidez geral Segundo SILVA (1999, p.267), “indica quanto a empresa possui em dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo, para fazer face às suas dívidas totais.” Dessa forma, é calculado conforme fórmula abaixo. ��� � ���� ���� ����� � ���� ������ ���� ����� � ���� 4.2 – Índices de endividamento a) Endividamento Geral Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 29 O índice de endividamento geral mede a proporção dos ativos totais da empresa financiada pelos credores. Quanto maior for esse índice, maior será o montante do capital de terceiros que vem sendo utilizado para gerar lucros (GITMAN, 1997, P. 117). Fórmula: ��� � �������� � ��� ���� � ��� b) Índice de Capital de Terceiros Este índice revela qual a participação que o capital de terceiros tem em relação ao patrimônio líquido da empresa. Fórmula: ��� � �������� � ��� ������ �� ��� �! c) Composição do Endividamento Este índice revela qual o perfil em relação ao prazo das dívidas. Fórmula: ���" � ������ ���� ����� �� � ���� ���" � ���� �� � ���� d) Imobilização do Patrimônio Líquido Este índice revela qual o volume do Ativo Permanente está financiado com Capital Próprio (Patrimônio Líquido). Fórmula: ��� � ���� ���������� �� Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 30 4.3 – Índices de rentabilidade Quando foram descritas as demonstrações contábeis (Capítulo 6),algumas considerações sobre as principais atividades das empresas foram apresentadas. Foi descrito que são as estratégias que movem qualquer negócio em direção aos objetivos traçados. Dentre os objetivos, o lucro certamente é o primeiro a ser lembrado e, portanto, constitui-se no grande estímulo de uma atividade empresarial. Comparar o lucro de duas empresas em um mesmo período de tempo pode não ser interessante, uma vez que não se conhece a quantidade de recursos utilizados para gerar tais resultados. Dessa forma, os índices de rentabilidade e retorno tornam-se preponderantes para uma análise mais cuidadosa e detalhada do real desempenho de um empreendimento. Os principais índices que medem rentabilidade e retorno são objeto das próximas seções. a) Margem de lucro sobre as vendas: Também chamada de Margem Operacional por alguns autores, visa comparar o lucro com as vendas (líquidas, preferencialmente). Cumpre mencionar que existe uma distinção entre Margem Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida, conforme pode-se perceber pelas fórmulas abaixo. O acompanhamento da evolução destes quocientes é fundamental. Mais importante ainda deve ser sua comparação com o setor no qual a empresa está inserida. #����� $� �� � � �� $� � ������� $� �� #����� %"����� ��� � � �� %"����� ��� ������� $� �� #����� ��� �!� � � �� ��� �! ������� $� �� b) Retorno sobre o investimento: IUDÍCIBUS (1998) afirma que este “é, provavelmente, o mais importante quociente individual de toda a análise de balanços.” Assim como no caso da margem de lucro, podem ser calculados o retorno sobre o investimento operacional e total. IUDÍCIBUS (1998, p.114) ressalta a importância deste índice porque representa a medida global de desempenho da empresa e leva em conta todos os fatores envolvidos. Este quociente deveria ser usado como grande teste geral de desempenho de uma empresa, numa base comparativa entre os resultados obtidos e a meta desejada de retorno. A análise dos desvios e a investigaçãode todos os fatores que podem ter ocasionado os desvios nos dão um grande entendimento do mecanismo empresarial. Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 31 ��� �� � &�� ����������� � � �� ��� �! ���� � ��� c) Retorno sobre o Patrimônio Líquido: Mede o retorno obtido sobre o investimento dos proprietários da empresa (Capital Social, Ações Preferenciais e Ordinárias). Fórmula: ��� �� � &�� "����� �� ��� �! � � �� ��� �! ������ �� ��� �! 4.4 – Análise de atividade: De acordo com GITMAN (1997, p. 111), os índices de atividade podem ser usados para medir a rapidez com que as contas circulantes (estoques, duplicatas a receber e duplicatas a pagar) sã convertidas em caixa. Auxilia na verificação da verdadeira liquidez da empresa. Os principais indicadores de atividade são: a) Giro do Ativo Segundo SILVA (1999, p.233), “estabelece relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados na empresa, que estão representados pelo ativo total.” Logo, a fórmula é: ��� ! ���� � ������� $� �� ���� � ��� b) Prazo médio de recebimento: O prazo médio de recebimento é o período compreendido entre o momento em que foram efetuadas as vendas e o momento do pagamento dessas vendas. Indica quanto tempo em média a empresa leva para receber as suas vendas. Neste caso devemos estar atentos para a quantidade de vendas a prazo e os prazos concedidos. ���' �(!� !� ����&����� � ) "������� � ����&�� ������� $� �� Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 32 c) Prazo médio de pagamento O prazo médio de pagamento é o período compreendido entre o momento em que foram efetuadas as compras e o momento de seu pagamento. Para esse cálculo utilizaremos a seguinte fórmula: ���' �(!� !� "������� � ) "������� � ����� � �"��� d) Giro do Estoque De acordo com GITMAN (1997, p. 112), o giro de estoque mede a atividade ou liquidez dos estoques da empresa. Assim: ��� ! ��� � � � �#* ��� � �� 4.5 - Análises Vertical e Horizontal Quando falamos em Análise de Balanços, é importante perceber a importância da comparação entre demonstrações de diversos anos, no sentido de se buscar a compreensão dos fatores responsáveis pelas variações encontradas, bem como tentando obter informações acerca da efetividade de políticas e estratégias adotadas. Uma determinada conta analisada isoladamente pouco contribui para estes objetivos. Assim, utilizamos as técnicas de análise horizontal e vertical como instrumentos de comparação e visualização da situação atual da empresa. Contudo, como ressalta (IUDÍCIBUS, 1998), existem alguns fatores que podem limitar a análise de balanços e, por isso, devem ser observados com atenção: a) registros contábeis da empresa devem ser mantidos com esmero; b) [...]é altamente desejável que os relatórios financeiros sejam auditados por auditor independente; [...] c) é preciso tomar muito cuidado na utilização de valores extraídos de balanços iniciais e finais, principalmente na área de contas a receber e estoques, pois muitas vezes tais contas, nas datas de balanço, não são representativas das médias reais do período e d) os demonstrativos objetos de análise devem ser corrigidos tendo em vista as variações do poder aquisitivo da moeda.” Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 33 Análise Horizontal ASSAF NETO (2001, p.100) define análise horizontal como “a comparação que se faz de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais.” Ou seja, compara duas demonstrações ou conjuntos de dados de períodos diferentes, geralmente consecutivos, conta por conta, ou por grupo de contas, apontando as variações percentuais ocorridas entre um período e outro. Análise Vertical Pode ser definida como “um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo demostrativo.” (ASSAF NETO, 2001, p.108) O objetivo de tal processo é descobrir a participação de cada conta dentro de um grupo maior, seja de ativo, passivo ou demonstração de resultados. Em suma, não aponta variações e sim a importância, ou seja, a participação percentual de cada item em relação ao total do Ativo ou do Passivo, no caso do balanço patrimonial, ou em relação à receita bruta, no caso de demonstração de resultados. Exercício - Análise de Indicadores Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 34 Exercício - Análise de Indicadores Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 35 O Valor do dinheiro no tempo Na Avaliação de Investimentos, o entendimento da dinâmica do valor do dinheiro no tempo é imprescindível para o correto entendimento do tema. Assim, nas próximas páginas serão apresentado um breve resumo sobre os principais aspectos relevantes na Matemática Financeira aplicáveis à Administração Financeira. 5.1 - Valor Presente e Valor Futuro VALOR PRESENTE: ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ VALOR FUTURO: ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ 5.2 – Juros Simples e Juros Compostos JUROS SIMPLES: Apenas o principal rende juros, isto é, os juros são diretamente proporcionais ao capital emprestado. FÓRMULA JUROS SIMPLES: M = P x I x N JUROS COMPOSTOS: Após cada período de capitalização, os juros são incorporados ao principal e passam a QUESTÕES PARA DISCUSSÃO INICIAL DO CAPÍTULO Como avaliar o valor do dinheiro ao longo do tempo? CONCEITOS A SEREM DEFINIDOS NESSE CAPÍTULO Valor Presente Valor Futuro Anuidade Amortização Juros Simples Juros Compostos Taxa nominal Taxa real Taxa efetiva Taxa equivalente Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 36 render juros também. FÓRMULA JUROS COMPOSTOS: M = P (1 + i)n - P Exemplos 1. Qual a diferença entre os juros de um empréstimo de R$ 10.000 a taxa de 1% a.m. durante 05 meses a juros simples e compostos? R.: 2. Uma pessoa aplicou R$ 100.000 e obteve um montante de R$ 109.576,82 num prazo de 04 meses. Qual a taxa anual da aplicação? R.: 3. Um capital de R$ 120.000 aplicado a uma taxa de 5,45% a.m. gera um montante R$ 178.230 Quantos dias a aplicação foi mantida? R.: 5.3 – Equivalência de Pagamentos São valores que, embora analisados em períodos distintos, apresentam o mesmo valor financeiro no tempo. Exemplo: 1. Uma pessoa deseja aplicar hoje uma quantia num fundo de investimento que possibilite trêsretiradas alternadas nos meses 2,4 e 6 no valor de R$ 1.000, R$ 1.200 e R$ 1.500 cada uma. Supondo que a rentabilidade seja de 1,12% a.m, quanto será aplicado? R.: Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 37 2. Você pegou um empréstimo de R$ 40.000 à taxa efetiva de 3% a.m. e deseja pagar em duas prestações iguais (60 e 120 dias). Qual o valor da prestação? R.: 5.4 - Taxas de juros: a) Taxas efetivas: São taxas em que a unidade se refere à mesma unidade do período de capitalização; b) Taxas equivalentes: São taxas que geram, para um mesmo principal, um mesmo montante em um mesmo prazo; c) Taxas de juros nominais: São taxas em que a unidade de tempo do período de capitalização não coincide com a unidade de tempo da taxa. Quando colocados na mesma unidade de tempo, a taxa passa a ser efetiva. d) Taxas de juros reais: Taxa de juros além da inflação. Exemplos: 1. Um automóvel que custa R$ 13.000 à vista, é financiado em 36 parcelas de R$ 510,03. Qual a taxa de juros reais, supondo a inflação de 0,4% em média? 2. Qual a taxa anual efetiva equivalente à taxa nominal de 24% a.a. com capitalização mensal? 3. Um capital foi aplicado durante 4 meses a uma taxa de 14% e em seguida durante 3 meses a uma taxa de 18%. Qual a taxa média no período? Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 38 4.Qual o valor do reajuste a ser dado em 2003 para eliminar o efeito inflacionário sobre o salário dos empregados? 1999 2000 2001 2002 Reajuste 8,9% 4,6% - 5,6% Inflação 12,4% 9,1% 13,45% 15,9% 5.5 - Métodos de Amortização a) Sistema Francês de Amortização: o devedor pagará o principal mais juros em prestações iguais e períodos iguais. b) Tabela PRICE: Idêntico ao Sistema Francês, porém a taxa de juros é dada em termos nominais. c) Sistema de Amortização Constante: O valor da amortização é igual ao valor do principal dividido pelo número de prestações. Comparativo SAC TABELA PRICE - TP Prestações = Amortização + Juros Decrescentes Constantes Amortizações Constantes Crescentes Juros Decrescentes Decrescentes Vantagem Saldo devedor diminui mais rapidamente em relação ao TP Prestação inicial menor em relação a calculada pelo SAC Desvantagem Prestação inicial maior Saldo devedor diminui mais lentamente em relação ao SAC Exercícios finais de revisão: 1 - Um comerciante vende à vista com 5% de desconto sobre o preço de etiqueta e a prazo vende em 3 prestações iguais a 1/3 do preço de etiqueta (sendo 1 de entrada + 2). Qual a taxa de juros mensal desta transação? Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 39 2 - Um empresário financiou R$ 150.000 em 6 parcelas com juros de 5% a.m. Qual o valor das parcelas segundo o sistema PRICE e o SAC? 3 - Suponha que um banco tenha emprestado, a título de cheque especial, a ordem de R$ 50 milhões. Utilizando a taxa de 10% a.m. (juros simples), qual o "spread" do banco por não ter utilizado juros compostos? 5.6 - Utilização do Excel e Calculadoras Financeiras Funções financeiras no MS Excel: 1. VF (Valor Futuro): (taxa; nper; pgto; vp, tipo): Nper: número de parcelas ou prazo de uma operação. Deve ter a mesma unidade da taxa de juros. Pgto: valor da parcela. VP: valor presente da operação. Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 40 Tipo: Deve ser 0 ou 1. O número 1 indica que a primeira parcela é efetuada no ato da contratação, e o número 0 um período após. 2. VP (Valor Presente): (taxa; nper; pgto; vf, tipo). 3. TAXA (nper; pgto; vp; vf, tipo, estimativa). 4. NPER (taxa; pgto; vp; vf, tipo). 5. VFPLANO (capital; plano) Capital: Valor principal que sofrerá a atualização. Plano: Intervalo de taxas compostas que serão aplicadas ao capital. Trabalho no Laboratório de Informática 1. A empresa Alfa tomou emprestado do Banco Beta a quantia de R$ 100.000,00 por sete dias, por meio de uma operação de Hot money, à taxa de juros simples de 3% ao mês. Sabendo-se que ainda foram cobrados no ato da contratação do empréstimo o IOF, à alíquota de 0,0041% ao dia, e uma tarifa de contratação de R$ 60,00, pergunta-se: A) Qual o valor do Imposto sobre Operações Financeiras? B) Qual o valor líquido liberado para a empresa? C) Qual o valor dos juros? D) Qual o valor final a ser pago pela empresa? 2. O Sr. José investiu, no dia 01/02/1999, a quantia de R$ 30.000 em uma Caderneta de Poupança. Qual o valor total dessa conta no dia 01/09/1999, sabendo que o Sr. José não efetuou saques nem depósitos adicionais? (Ver tabela de taxas) Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 41 3. Quanto uma pessoa deve aplicar hoje, para ter acumulado um montante de R$ 100.000 daqui a 12 meses, a uma taxa de juros compostos de 2% a.m.? 4. Uma calculadora está sendo vendida nas seguintes condições: a) À vista: R$ 100,00 b) A prazo: R$ 30,00 de entrada, mais uma parcela de R$ 85,00 a ser paga em 45 dias. Qual a taxa de juros mensal cobrada em tal financiamento? Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 42 Orçamento de Capital 6.1 - O processo de decisão de orçamento de capital A análise de investimentos de longo prazo tem fundamental importância, tendo em vista a necessidade da empresa decidir sobre alternativas que impactarão, positiva ou negativamente, os resultados, dependendo da decisão tomada. Uma função-chave do administrador financeiro é a montagem do orçamento de capital – que nada mais é do que uma identificação quantificada das inversões a serem realizadas envolvendo o Ativo Permanente. A elaboração deste engloba “todo o processo de análise de projetos e tomada de decisão sobre se eles devem ou não ser incluídos no orçamento de capital” ( (BRIGHAM, et al., 2002) O lucro corporativo será diretamente influenciado pelas decisões estratégicas da empresa. E estas decisões são melhor tomadas, quando se utilizam técnicas que permitem, por exemplo, planejar o financiamento dos gastos de capital, a compra de equipamentos, e onde, quando e quanto investir. Logo, o orçamento de capital visa atender objetivos estratégicos fundamentais para o sucesso das empresas Princípios da análise de investimentos: 1 - PRINCÍPIO DA COMPARAÇÃO: ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ 2 - UNIDADE DE TEMPO E MOEDA EM COMUM: ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ QUESTÕES PARA DISCUSSÃO INICIAL DO CAPÍTULO Como avaliar a viabilidade de um investimento? CONCEITOS A SEREM DEFINIDOSNESSE CAPÍTULO Pay-Back Pay-Back Descontado VPL – Valor Presente Líquido TIR – Taxa Interna de Retorno TIR Modificada Índice de Rentabilidade Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 43 3 - RETORNO QUANTIFICÁVEL X RETORNO NÃO-QUANTIFICÁVEL: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 4 - CONCEITO DE PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUSIVOS ou EXCLUDENTES: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 5 - CONCEITO DE PROJETOS INDEPENDENTES: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 6 - PROJETOS POR TIPO DE FLUXO DE CAIXA (CONVENCIONAIS E NÃO-CONVENCIONAIS); ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Processo de Orçamento de Capital 1) Geração de propostas --> 2) Determinação de alternativas (PB, VPL, TIR, BE, IR) --> Tomada de decisão --> Implementação --> Acompanhamento Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 44 Algumas questões relevantes A questão dos Custos Irrecuperáveis (Sunk Costs) Um custo irrecuperável, por definição, é aquele em que já se pagou ou já foi comprometido a pagar. Tal custo não pode ser alterado hoje, pela decisão de aceitar ou rejeitar o projeto. Ex.: Consultoria em projetos -> Inclusão dos honorários no projeto. A questão do Custo de Oportunidade O custo de oportunidade é aquele em que o investidor obtém retorno independente da aceitação ou não do projeto. Geralmente é mensurado em aplicações mais seguras. O custo de oportunidade deve ser incluído na análise incremental dos fluxos de caixa. Ex.: Terreno para estacionamento. Construção do prédio. A questão dos efeitos colaterais É possível que a aceitação de um projeto provoque reduções e efeitos colaterais em outros produtos da mesma empresa. Pode ocorrer até o canibalismo de produtos (erosão). Neste caso, devem ser ajustados para baixo os fluxos de caixa do projeto. Não se deve confundir erosão com concorrência. Ex.: Lançamento de novo modelo de carro. A questão do regime de caixa e regime de competência A análise baseia unicamente no regime de caixa. 6.2 - Payback e Payback Descontado; Pay-back É o período de tempo necessário para que as entradas líquidas de caixa recuperem o investimento inicial do projeto. Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 45 Regra de decisão: PB < Padrão da empresa --> Aceita-se o projeto; PB = Padrão da empresa --> Aceita-se o projeto; PB > Padrão da empresa --> Rejeita-se o projeto; Problemas: • Não considera o valor do dinheiro no tempo; • A análise se restringe ao período do investimento; Pay-back Descontado É quase o mesmo que o payback, mas antes de calculá-lo, desconta-se primeiro fluxo de caixa. pelo custo de capital. Por quê? Porque é dinheiro que vai ser ganho no futuro, e terá menos valor que o dinheiro hoje. Da mesma forma: PB < Padrão da empresa --> Aceita-se o projeto; PB = Padrão da empresa --> Aceita-se o projeto; PB > Padrão da empresa --> Rejeita-se o projeto; Problema: • A análise se restringe ao período do investimento; Custo de Capital O custo de capital para um investimento é um custo de oportunidade, ou seja, é a taxa de retorno esperada que os investidores num projeto conseguem ganhar no mercado de capitais sobre outros investimentos de risco similares. Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 46 Exercício – Pay-Back e Pay-Back Descontado Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 47 6.3 - Valor Presente Líquido (VPL): Método utilizado para avaliação de projetos que se baseia nas técnicas de fluxos de caixa descontados - FCD - (ordenação de propostas de investimento que utilizam conceitos de valor do dinheiro no tempo). Procedimentos de cálculo 1. Encontramos o valor presente de cada fluxo de caixa, incluindo tanto entradas como saídas, descontadas ao custo de capital do projeto. 2. Somamos esses fluxos de caixa descontados, esta soma é definida como o VPL do projeto. 3. Se o VPL for positivo o projeto deve ser aceito; se negativo, rejeitado. Se dois projetos são mutuamente excludentes, deve ser escolhido o que tem o VPL mais alto - desde que positivo. +,- � ./0 0 � 1 � ./2 30 � 145 � ./6 30 � 146 7 8 8 8 7 � .9: Assim, FC é o fluxo de caixa líquido esperado no período t e k é o custo de capital do projeto. Saídas de caixa (gastos como o custo de comprar o equipamento ou construir fábricas) são tratadas como fluxos de caixa negativos. Fundamentação do Método VPL É simples. Um VPL de zero significa que os fluxos de caixa do projeto são exatamente suficientes para recuperar o capital investido e proporcionar a taxa de retorno exigida daquele capital. Se um projeto tem um VPL positivo, então ele está gerando mais caixa do que é necessário para o pagamento de sua dívida e para prover o retorno exigido aos acionistas, e esse excesso de caixa reverte unicamente em favor dos acionistas da empresa. O VPL considera o valor do dinheiro no tempo e considera todos os fluxos de caixa do projeto. Exemplo de VPL: Projeto A Projeto B Projeto C Investimento Inicial 40.000 40.000 40.000 Ano Entradas de caixa 1 13000 7000 19000 Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (MG) w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 48 2 13000 10000 16000 3 13000 13000 13000 4 13000 16000 10000 5 13000 19000 7000 Calcule o VPL de cada projeto e diga qual o melhor, supondo um custo de capital de 10% a.a. Gráfico 2 - VPL – Valor Presente Líquido O VPL na HP 12-c: Faculdade
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