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RESUMO – Tipos de Intervenção Verbal do Terapeuta – FIORINI

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FIORINI, H. J. Teoria e Técnica de Psicoterapias. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
CAPÍTULO 10 - TIPOS DE INTERVENÇÃO VERBAL DO TERAPEUTA
Um inventário de intervenções verbais inclui:
Interrogar o paciente, pedir-lhe dados precisos, ampliações e esclarecimentos doo relato. Explorar as respostas detalhadamente.
É consultar a consciência do paciente continuamente, sondando as limitações e distorções. É se colocar com uma atitude investigadora diante dos fenômenos humanos, tornando o terapeuta em não onipotente. A atitude não esquemática é transmitida ao interrogar detalhes, respeitando a singularidade do sujeito. 
Perguntando, o terapeuta aciona a ampliação do campo perceptivo do paciente, explicitação verbal no resgate dos fatos, relações do mundo do implícito emocional, rompendo assim, as limitações e encobrimento presentes na linguagem convencional.
Em psicoterapia, é essencial passar dos dados iniciais da experiencia subjetiva à análise minuciosa das situações. (p. 164).
Proporcionar informações.
O terapeuta não apenas investiga, mas também informa. Nas psicoterapias é essencial esclarecer elementos de higiene sexual, perspectivas da cultura adolescente atual ou da problemática social da mulher, além dos aspectos da dinâmica dos conflitos. O terapeuta pode indicar leituras, proporcionando e facilitando a obtenção de conhecimento geral que pode demarcar o problema do paciente, fazendo com que ele deixe de ver seu problema como algo estritamente individual. 
Confirmar ou retificar os conceitos do paciente sobre sua situação.
Inerente ao exercício de um papel ativo do terapeuta. A retificação permite ressaltar os escotomas do discurso, as limitações do campo da consciência e o papel das defesas. As intervenções auxiliam no enriquecimento desses tópicos. A confirmação é a contribuição para a consolidação dos recursos egóicos do paciente, reforçando os desempenhos positivos. Uma relação madura se forma com a capacidade do terapeuta de lidar de forma flexível com as retificações e confirmações dos enunciados do paciente. 
A resposta do paciente para as confirmações possui inúmeras sugestões, sendo sumamente produtivo o trabalho sobre as respostas, ou em nível mais maduro (aceita o próprio potencial) ou mais infantil (confirma a onipotência ou nega a sua capacidade e se refugia na do terapeuta).
Elucidar, reformular o relato do paciente de modo tal que certos conteúdos e relações deste assumam maior importância.
Desembaraçam, descomplicam o relato do paciente, recortando os elementos significativos. A ‘bagunça’ relatada é esclarecida a partir de uma reformulação sintética. Esse esclarecimento ensina o paciente a perceber sua própria existência de uma maneira diferente, olhando seletivamente os acontecimentos, discriminando-se para compreender-se.
Recapitular, resumir pontos essenciais surgidos no processo exploratório de cada sessão e do conjunto do tratamento.
É relembrar as informações dadas, estimulando a capacidade de síntese e que pode atuar como um fechamento provisório, auxiliando o pensamento do paciente para que este possa avançar. São interpretações panorâmicas. 
Assinalar relações entre dados, sequencias, constelações significativas, capacidades manifestas e latentes do paciente.
Estimulam o paciente a perceber sua experiência, recortando elos de uma sequência e focando a atenção para conteúdos significativos que mostram relações peculiares. Nas psicoterapias é importante sempre assinalar antes de interpretar, pois assinalando os dados, o paciente pode se interpretar, melhorando sua auto compreensão. Diante de cada assinalamento, pode-se notar a capacidade de insight do paciente, seus recursos intelectuais, o papel de seus mecanismos defensivos e a situação transferencial. 
Interpretar o significado dos comportamentos, das motivações e das finalidades latentes, em particular os conflituosos.
É um instrumento que introduz uma racionalidade onde até então só havia dados soltos, ilógicos e desconexos, propondo um modelo para a compreensão. Descobre com o paciente, suas motivações e sistemas internos de transformações destas, suas modalidades de expressão e os sistemas de interação que se estabelecem. Toda interpretação é um hipótese, que irá ser confirmada através do processo interminável com base nos dados obtidos no decorrer do processo de investigação da terapia. Nenhuma hipótese pode ser considerada confirmada.
As interpretações podem: a) proporcionar hipóteses sobre conflitos atuais do paciente; b) reconstruir determinadas constelações históricas significativas; c) explicitar situações transferenciais significativas no processo; d) resgatar capacidades do paciente negadas ou não cultivadas; e) tornar compreensível o comportamento dos outros em função de novos comportamentos do paciente; f) destacar as consequências que decorrerão de o paciente encontrar alternativas capazes de substituir estereótipos pessoais ou grupais.
Sugerir atitudes determinadas, mudanças a título de experiência.
Propõe comportamentos alternativos, orientando o paciente à experiências originais. Proporciona insights a partir de novos ângulos, contendo pensamento antecipatório facilitam uma compreensão prévia à ação. Constitui um caminho diferente par ao insight sobre as próprias dificuldades do paciente, as do outro e sobre a dinâmica da comunicação entre os dois. 
Assinalar especificamente a realização de certos comportamentos com caráter de prescrição (intervenções diretivas).
Indicam as necessidades do processo terapêutico e as atitudes-chave a serem evitadas fora da relação terapeuta-paciente. O que se produz ou evita, resulta em um ganho interno, podendo ser incorporado em outras experiências. A situação se torna necessária ao uso da intervenção diretiva quando o paciente se encontra desprovido de recursos egóicos necessários para lidar com uma situação traumática. 
Dar um enquadre à tarefa.
Especificações relativas à relação terapêutica: local das sessões, posição dos participantes um em relação ao outro, duração e frequência das sessões, ausências, honorários. O trabalho em conjunto do terapeuta e paciente na elaboração do enquadre, constitui uma experiência clínica muito mais rica. 
Meta-intervenções: comentar ou esclarecer o significado de ter recorrido a qualquer das intervenções anteriores.
Todas intervenções do terapeuta cujo objeto são suas próprias intervenções. Esclarecem o significado de uma determinada intervenção que foi ou está sendo realizada. A segunda intervenção serve para precisar os fundamentos das primeira, auxiliando o paciente a seguir de perto o método de compreensão. 
Isso proporciona uma aprendizagem essencial, pois o questionamento do terapeuta sobre sua própria intervenção, assinala o caráter parcial de seus fundamentos e o caráter hipotético de algumas premissas. “Situa o vínculo terapêutico em relações de reciprocidade, evitando o efeito sub-reptício de doutrinação próprio das relações autoritárias nas quais o terapeuta apresenta suas opiniões como “saber”, negligenciando a presença da ideologia na base de suas elaborações.” (p. 184).
Outras intervenções (cumprimentar, anunciar interrupções, variações ocasionais dos horários, etc.).
Tais intervenções estão ligadas a técnica psicoterapêutico.
A amplitude do espectro do terapeuta da conta da variada gama de possibilidades abertas em cada sessão. Devido a variedade de intervenções, não há uma hierarquia de importância entre elas. Isso é diferente em relação à teoria psicanalítica que hierarquiza a interpretação como a intervenção decidida na produção de mudanças específicas do processo analítico. 
A possibilidade de distinguir com precisão os diversos tipos de intervenções abre caminho para a investigação microscópica das técnicas.

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