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Produção Integrada de Café - PIC

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: “PRODUÇÃO INTEGRADA DE CAFÉ – PIC”
Santa Teresa
2018
1 INTRODUÇÃO
Com a elevação do poder aquisitivo da população comprovado pelos índices financeiros, o consumidor começou a ter maior acesso à mercados poucos explorados. Um exemplo é o crescente mercado de cafés especiais, agroecológicos e certificados, requerendo diminuição no uso de defensivos químicos e adoção dos princípios de competitividade, sustentabilidade e rastreabilidade, existe a necessidade cada vez maior de se repensar em mudanças de hábitos e atitudes, através da adoção de práticas culturais inovadoras e eficientes em substituição às práticas convencionais (REZENDE & ROSADO, 2003; GREENBERG, 1997; ZAMBOLIM et al., 2003). 
Estes princípios pertinente ao programa de certificação da cafeicultura, visa fortalecer a preservação ambiental e garantir a segurança alimentar, cuja certificação pode ser inerente ao modelo de produção, a qualidade de produto e a região de origem, exigindo a aplicação de boas práticas, normas técnicas e códigos de conduta com seus devidos controles e garantias, assegurando a idoneidade do programa da certificadora, a inclusão espontânea do produtor e a confiança do mercado consumidor (REZENDE & ROSADO, 2003). 
Neste sentido a Produção Integrada de Café – PIC baseada na Produção Integrada de Frutas – PIF (ANDRIGUETO & KOSOSKI, 2002), visa proporcionar vantagens como melhoria da qualidade de vida, respeito a capacidade de suporte do ecossistema e do sistema produtivo pela maior proteção do solo, melhor utilização da água, mais racionalização no uso de insumos, além disso, promove a valorização da produção e do produto, maior retorno econômico, melhor tratamento ao meio ambiente e mais responsabilidade social (RAIJ, 2003). 
Desde o século passado, a cafeicultura constitui uma das mais importantes atividades agrícola do país, e até poucos anos foi explorada quase exclusivamente em áreas não irrigadas. As mudanças no perfil da cafeicultura brasileira na última década potencializaram a busca de sistemas altamente tenrificados, que incorporam avanços técnicos e gestão empresarial, tanto em nível de pequenos quanto de grandes cafeicultores, proporcionando as regiões com estiagem prolongadas a incorporação do plantio de café, tanto para Coffea arabica quanto para Coffea canephora (RODRIGUES et al., 2013). 
De acordo com estimativas da CONAB (2017), a produção da safra de 2017 está estimada em 45.563,2 mil sacas beneficiadas de café. A área total cultivada com a cultura deve ser de 2.212,3 mil hectares (341,4 mil hectares em formação e 1.870,9 mil hectares em produção). Onde a produção de arábica deve ser de 35.426,6 mil sacas e a produção do conilon estimada em 10.136,6 mil sacas. 
Para o café conilon a estimativa é de redução de 4,8% na área, estimada em 441,38 mil hectares. Desse total, 398,92 mil hectares estão em produção e 42,45 mil hectares em formação. No Espírito Santo está a maior área, 266,47 mil hectares, seguido de Rondônia, com 94,56 mil hectares e logo após a Bahia, com 47,07 mil hectares. Os três estados concentram 92,5% da área cultivada no país, sendo o Espírito Santo responsável por 60,4% da área total (CONAB, 2017).
No Brasil, não existem estimativas da área de café cultivada sobre a PIC, mas sabe-se que as maiores regiões se concentram em Mina Gerais. Diante disto o estudo apresenta assuntos relacionados a Produção Integrada de Frutíferas, que foi base para a criação da produção integrada de café. 
2 DESENVOLVIMENTO 
2.1 Uso de Agroquímicos Indiscriminados
A prática da Produção Integrada em Fruticultura pode tirar o Brasil do primeiro lugar entre os países da América Latina que mais utilizam agroquímicos. A falta de qualidade final dos frutos e os usos indiscriminados de agroquímicos são os principais problemas da produção de frutos no eixo agroindustrial de Petrolina e Juazeiro, causando intoxicação de trabalhadores e resíduos em frutos.
Para compensar perdas que ocorrem durante as aplicações, as dosagens de agroquímicos são superestimadas. Em 1996, a Embrapa Meio Ambiente realizou ensaio de campo com pulverização aérea de herbicidas, comprovando que cerca de 47% do produto não atinge o alvo. Os resultados disso são altos teores de resíduos na água e no solo, além de resistência biológica a esses elementos. Entre 1996 e 2016, a utilização de agroquímicos em tomates e frutíferas aumentou 106%, o que evidencia a necessidade de adoção do Programa de Produção Integrada de Fruticultura. O PIF e o PIC podem significar a formação de uma nova consciência ambiental e a proposição de políticas para recuperar os mananciais.
2.2 Definição e Objetivos do PIC e PIF
O atual contexto do mercado internacional de frutas sinaliza para um novo cenário onde serão acrescentadas às tradicionais exigências de padrão de qualidade e regulamentações fitossanitárias, a certificação dos produtos como originais de sistema de produção focados no paradigma da sustentabilidade ambiental e da saúde humana, dos quais a Produção Integrada (PI) é um dos exemplos mais bem sucedidos e reconhecidos universalmente (PROTAS et al., 2001).
Segundo Titi et al. (1995), a Produção Integrada é um sistema de exploração agrária que produz alimentos e outros produtos de alta qualidade, mediante o uso de recursos naturais e de mecanismos reguladores que minimizam o uso de insumos e contaminantes e asseguram uma produção agrícola sustentável.
Segundo a Organização Internacional de Luta Biológica (OILB), a PIF se define como a produção econômica de frutas de alta qualidade, dando prioridade a métodos ecologicamente corretos e seguros, minimizando os efeitos secundários e os riscos da utilização de agroquímicos, enfatizando a preservação ambiental e a proteção da saúde humana (CROSS et al., 1997).
O sistema de PI pode ter características peculiares diferentes dependendo do país, região ou área do estado que o adote. Segundo vários autores (FACHINELLO, 2000), os objetivos básicos a serem alcançados com o sistema são:
Necessidade da integração dos recursos naturais disponíveis, e mecanismos de controle que minimizem o uso de insumos externos aos sistemas produtivos.
Assegurar a produção de alta qualidade.
Minimizar o aporte de insumos.
- Utilizar técnicas que respeitem o ambiente, como por exemplo, monitoramento de pragas e doenças, utilização de feromônios no controle de pragas e moléstias, uso de cobertura vegetal do solo, menor aplicação de fertilizantes minerais, entre outros.
Garantir a competitividade da atividade agrícola.
Eliminar ou reduzir a contaminação ambiental.
Possibilitar a sustentabilidade do setor.
Proporcionar segurança alimentar.
Para Rosnay (1975), citado por Silva (1998), o sistema é um conjunto de elementos ligados entre si por relações dinâmicas, organizadas em função de um objetivo. Este mesmo autor deduz quatro pressupostos a partir desta afirmativa: a primeira é de que um sistema é um conjunto, não necessariamente constituído por partes, mas as partes podem ser, em si, também sistemas; o pressuposto das relações, onde um sistema se constitui de interações; o pressuposto da organização, onde todo o sistema possui um objetivo. Os sistemas são totalidades integradas, não podendo suas propriedades serem reduzidas as de unidades menores, caindo no “reducionismo” (CAPRA, 1982).
Um sistema de produção é constituído por um conjunto de práticas agronômicas selecionadas a partir daquelas disponíveis regionalmente. As interações destas práticas devem permitir assegurar a qualidade e produtividade das culturas, possibilitando um modo de adquirir a sustentabilidade (SANHUEZA, 2000). 
O desenvolvimento tecnológico da agricultura, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, incorporou um conjunto de tecnologias “avançadas” ou “modernas” que incontestavelmente aumentaram a produção e a produtividade das atividades agrícolas (PAULUS & SCHLINDWEIN, 2001). Contudo, a incorporação dessas tecnologias ocorreu de forma inadequada à realidadedo meio rural. O desencadeamento da falência do sistema de Produção Convencional (PC) é abastecido no uso exagerado de insumos externos à propriedade como mecanização, fertilizantes químicos e principalmente a utilização de agroquímicos (GLIESSMAN, 2001).
2.3 Origem da PI
Neste contexto, pode-se afirmar que a PI deu seus primeiros passos nos anos 50, evidenciados por uma série de pesquisas que avaliaram os efeitos negativos do uso de agrotóxicos e a utilização de inimigos naturais no controle e manejo de pragas e doenças (DICKLER, 1999).
Segundo Granatstein (1999), durante 20 anos (1960 – 1980), a PIF foi praticamente obstacularizada por produtores, associações, cooperativas e os próprios mercados, que entendiam que o produto oriundo da PIF seria apenas uma forma discriminatória e mercadológica para os que produzem convencionalmente.
O primeiro país a implantar o sistema de PIF de forma a estabelecer o sistema rapidamente, foi a Suíça, por ser um país fechado ao comércio agrícola externo, sendo que a implantação ocorreu internamente de forma dinâmica e eficaz (DICKLER, 1999). Em 1976, na Suíça, pesquisadores de significativa expressão na área de entomologia, reuniram-se para discutir as relações entre o sistema produtivo de frutas e a proteção integrada das plantas. Deste encontro, conscientizou- se da necessidade de partir para um sistema diferente de manejo das culturas que desse ênfase à preservação do agroecossistema e que utilizasse métodos e práticas integradas no controle e proteção de pragas (SANHUEZA, 2000). Este conjunto constituiria todo o embasamento da PI.
Vários autores (SANSAVINI, 1998; FACHINELLO, 1999; DECKERS, 2000 e MOLINARI, 2001), relatam que o surgimento da PIF iniciou efetivamente nos anos 70, como uma extensão do “Manejo Integrado de Pragas” (MIP) e como uma necessidade de reduzir o uso de agroquímicos e de preservar o ambiente. Nesta época, muitos produtores, técnicos e pesquisadores que trabalhavam no cultivo de maçã no Norte da Itália verificaram que os ácaros da macieira adquiriram resistência rapidamente a muitos dos princípios ativos utilizados. Então, na busca de alternativas iniciaram-se pesquisas para tentar controlar a praga, dentro de um programa integrado de ácaros. Para este controle, fizeram uso da técnica de monitorar a presença e avaliar os danos provocados por ácaros no pomar e, com auxílio de métodos alternativos conseguiram alcançar satisfatoriamente o controle.
Como consequência destes fatos surgem os grupos de trabalhos com especialistas de diferentes áreas e países visando obter a definição, alcance e organização do sistema de PIF. Assim, em 1989 estabeleceu-se um regulamento para PIF e este foi aceito e reconhecido pela Organização Internacional de Controle Biológico (IOBC), que norteia toda a base do sistema até os dias atuais (SANHUEZA, 1999).
2.4 PIF no Brasil
O sistema surgiu no Brasil pelo desencadeamento dos reflexos do fenômeno da globalização dos mercados que permitiu o acesso a novas frentes para exportação de produtos agropecuários brasileiros. Este mercado é ditado pela competitividade e por produtos de alta qualidade que atendam a certos conceitos, principalmente ligados ao respeito ao ambiente.
Os primeiros passos com a PIF foram dados na cultura da maçã, onde em 1996/1997, frente às pressões mercantis e também pela tendência dos grupos de pesquisa no país, realizaram-se as primeiras discussões e estudos para sua implementação, liderados pela Embrapa Uva e Vinho (SANHUEZA, 1999). Com as frutas de caroço, no ano de 1998, iniciaram- se os primeiros trabalhos culminando na publicação das Normas para Produção Integrada de Frutas de Caroço.
Em 1997, um primeiro documento normatizado para a cultura da maçã foi estabelecido. Geraram-se as Normas Brasileiras de Produção Integrada de Maçã, baseadas no sistema produtivo de maçã no país e dentro das orientações deste sistema de produção fornecido pela OILB na Europa (KOVALESKI, 1999; SANHUEZA, 1999). Estas normas contaram com ações desenvolvidas por várias instituições, como a Embrapa, Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Epagri, Instituto Biológico de São Paulo, UFRGS e instituições de assistência técnica pública e privada vinculadas a esta cultura (PETRI, 2001).
A primeira produção de maçã, dentro do sistema de PI ocorreu em 1998, nos municípios de Vacaria, estado do Rio Grande do Sul e Fraiburgo, estado de Santa Catarina (SANHUEZA, 2000).
Este sistema de produção de frutas tem despertado o interesse e o reconhecimento pelos produtores, os quais ainda que no regime de “experiência”, conduziram 570 ha em 1999 e cerca de 1500 ha em 2000 (AGAPOMI, 2000).
Recentemente, estabeleceu-se as “Diretrizes Básicas Gerais para Produção Integrada de Frutas no Brasil”, as quais visam nortear as diferentes cadeias produtivas de diversas frutas com potencial. Assim, com o auxílio de projetos de pesquisa possam estabelecer as normas específicas para cada cultura, incluindo o café. 
As viabilidades da PIF para adoção no Brasil foram demonstradas prioritariamente pelo trabalho com a cultura da maçã, e isto fizeram com que as instituições de Pesquisa e de Ensino do país aceitassem e adotassem este sistema de produção como uma alternativa para outras culturas. Assim, estudam-se hoje as Normas para Produção Integrado (PI) de varias culturas, como café, soja e outros que não se enquadravam na metodologia de produção.
2.5 A PIC
Na implantação da cafeicultura, para atendimento às normas de produção integrada, exige-se especial atenção para práticas que promovam a conservação do ambiente e de seu bioma. Torna-se importante que áreas naturais sejam preservadas, haja vista os benefícios que as mesma proporcionam com relação a proteção dos recursos hídricos, manutenção das características climáticas e conservação da biodiversidade (OLIVEIRA, 1989). 
A escolha de variedades de café recomendadas para o solo e clima da região e o plantio de mudas com bom aspecto vegetativo e fitossanitário são cuidados apresentados pela PIC, entretanto existem dificuldades na obtenção de variedades, que ao se desenvolverem apresentem maior resistência às pragas e doenças, bem como, no ato da aquisição a comprovação desse material com certificado fitossanitário. 
Neste modelo de produção integrada de café, considera-se importante em sua condução o manejo do solo, contemplando o controle adequado da erosão, o manejo integrado das plantas daninhas, a reposição eficiente de nutrientes e o uso racional da irrigação. 
A utilização descontrolada de herbicidas tem provocado injúrias aos cafeeiros, encrostamento superficial do solo, poluição de fontes de água e aparecimento de plantas resistentes; por sua vez, o controle mecanizado além de ser inviabilizado em áreas declivosas e plantios adensados, pode contribuir para a sobrevivência de espécies de plantas daninhas e o aparecimento de camada adensada, e ainda, diminuir a estabilidade de agregados do solo (ALCÂNTARA, 1997; ALVES & PITELLI, 2001). 
Nos diferentes métodos de controle das plantas daninhas em lavoura de café, a aplicação de práticas que objetivam a proteção da superfície do solo como as coberturas verdes e mortas, pode contribuir para melhorar a qualidade física deste solo e impedir a formação de encrostamentos superficiais e ocorrência de processos erosivos, como também, melhorar a qualidade química com fornecimento de matéria orgânica através do manejo adequado de sua cobertura vegetal (Alcântara, 1997). 
Na realidade o que se pretende é viabilizar a manutenção de uma forma de convivência da cultura com as plantas daninhas através da utilização do sistema de manejo integrado, consistindo da combinação de diferentes práticas com aproveitamento melhor dos recursos disponíveis, visando maior eficácia, redução de custos, maior segurança para o homem e mínima contaminação ambiental (DEUBER, 1992). 
Nos procedimentos para reposição de nutrientes, observa-se no contexto geral a aplicação de práticas adequadas, entretanto necessita-se direcionarações para equilíbrio de práticas corretivas com a fertilização do solo. Quanto à irrigação da cafeicultura que exige manejo consistente para rentabilidade da atividade, os cafeicultores estudados necessitam aprimorar a aplicação de técnicas para maior racionalidade no uso da energia e da água. 
No controle fitossanitário o Manejo Integrado de Pragas (MIP) que integra diferentes métodos de controle, suprime a dependência única dos defensivos agrícolas, valorizando o controle biológico, o emprego de feromônios e o uso de plantas resistentes (LIMA et al., 2003). 
Embora exista preferência dos cafeicultores por métodos de controle fitossanitário mais seguros e opção de aplicação do controle químico no limite crítico, torna-se visível a necessidade de se aprimorar a aplicação do Manejo Integrado de Pragas, dando-se especial atenção para execução de um programa de monitoramento da evolução dessas infestações no sentido de subsidiar a tomada de decisão deste controle químico. 
Devido preocupação por contaminações externada por importadores e consumidores, exige-se que seja evidenciado o cumprimento de todos os itens, evitando que ocorra desclassificação para a PIC, necessitando-se de se ter maior atenção na adoção do controle preventivo por aviso fitossanitário com moderação no uso de defensivos e de tornar possível a análise desse produto quanto a presença desses resíduos. 
Quanto à realização da poda do cafeeiro os cafeicultores valorizaram a execução desta prática. Isto é importante para a lavoura cafeeira tanto na fase produtiva ocorrendo eliminação de ramos ladrões e determinação de crescimento das plantas, bem como na fase de depauperação que possibilita o revigoramento de cafeeiros improdutivos e a renovação de cafezais (TOLEDO FILHO, 2001). 
Resíduos sólidos e líquidos oriundos do preparo do café são ricos em material orgânico e inorgânico, que podem contaminar o solo e a água, contribuindo para a degradação da flora e da fauna (SANTOS & MATOS, 2000). No processo de secagem e armazenagem do café existe preocupação em controlar o índice de umidade adequada, entretanto é preciso estar atento à existência de protocolo de análise de risco de pós-colheita, principalmente quanto ameaças de fungos que produzem metabólitos tóxicos ou micotoxinas, considerados perigos químicos críticos de produção (SENAI, 2004). 
Quanto ao gerenciamento organizacional da propriedade, tem-se tendência para se realizar o registro e o controle de toda atividade financeira relacionadas a receitas e despesas, entretanto necessita-se criar mecanismos de aprimoramento de registro permanente e documentado de todas as atividades técnicas de forma especificada. 
O processo administrativo numa propriedade rural deve ser composto por planejamento, organização, direção e controle, ocorrendo nos níveis estratégicos, gerencial e operacional para que seja possível se alcançar os objetivos (Andrade, 1999). 
Quanto à capacitação de funcionários torna-se imprescindível realizar investimentos em treinamento de aplicação de boas práticas agrícolas tanto para o técnico gerente da propriedade quanto para os operários de campo, objetivando promover o aumento da eficiência dos serviços e diminuição dos impactos sociais e ambientais. 
Nas ações de desenvolvimento ambiental, consideradas importante para a implementação da produção integrada de café, verificam-se o cuidado dos cafeicultores para o adequado armazenamento dos defensivos agrícolas e a devolução correta de suas embalagens vazias. Observa-se um ótimo aproveitamento dos subprodutos do café, especialmente a casca de café como fonte de fertilizante de potássio a ser devolvido para o solo e utilização da lenha oriunda de áreas que não sejam de preservação ou reserva, registrando-se a necessidade de se criar alternativas para redução ou substituição da energia convencional. 
O tratamento socialmente justo destinado aos trabalhadores é imprescindível na qualificação para a PIC e certificação da produção de café, existindo preocupação pela maioria dos cafeicultores, em regularizar os empregados nas leis do trabalho e da previdência. Embora haja direcionamento de ações que preservem a saúde dos trabalhadores e de seus familiares, existe a necessidade de se criar grupos responsáveis pela prevenção e socorro de acidentes, e ao mesmo tempo, incrementar programação de treinamentos específicos aos trabalhadores que exercem atividades de riscos.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em uma análise conjunta, PIF e a PIC apresentam uma evolução na busca do equilíbrio técnico-econômico, social e ambiental que este sistema se enquadra, quer seja para a saúde do produtor e consumidor, quer seja, para a sustentabilidade do agroecossistema em questão.
Desta forma a PI possibilita um melhor equilíbrio ecológico favorecendo a recuperação e o ressurgimento de organismos benéficos importantes aliados na luta biológica e na viabilidade de um sistema de produção menos dependentes de insumos químicos.
4 REFERÊNCIAS
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AGROVERDE 2001: Produção Integrada da Fruticultura. Disponível em: www.ambiental.net/agroverde. Acesso em: 07 de Abril de 2018. 
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CAPRA, F. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 1982. 445 p.
DECKERS, T. Plant management in integrated fruit production. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PRODUÇÃO INTEGRADA DE FRUTAS, 2., Bento Gonçalves, 2000. Anais... Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2000, p. 20-29.
ORGÁNICA DE FRUTA, General Roca, 1999. Anais... General Roca, Río Negro – Argentina, [s.n.], 1999. Capítulo 2.1.
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