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Mecânica dos Solos II Markssuel Marvila O ensaio de compressão triaxial convencional consiste na aplicação de um estado hidrostático de tensões e de um carregamento axial sobre um corpo de prova cilíndrico do solo. Ensaio Triaxial 2 Como não existem tensões de cisalhamento nas bases e nas geratrizes do corpo de prova, os planos horizontais e verticais são os planos principais. Se o ensaio é de carregamento, o plano horizontal é o plano principal maior. No plano vertical, o plano principal menor, atua a pressão confinante. A tensão devida ao carregamento axial é denominada acréscimo de tensão axial ( σ1- σ3) ou tensão desviadora. Durante o carregamento, medem-se, a diversos intervalos de tempo, o acréscimo de tensão axial que está atuando e a deformação vertical do corpo de prova. Esta deformação vertical é dividida pela altura inicial do corpo de prova, dando origem à deformação vertical específica, em função da qual se expressam as tensões desviadora, bem como podem ser plotadas com as variações de volume ou de pressão neutra. Ensaio Triaxial 3 Ensaio Triaxial 4 Ensaio Triaxial 5 Ensaio Triaxial 6 Ensaio Triaxial 7 Ensaio Triaxial 8 Em função da possibilidade de se controlar a drenagem dos CPs, o estado de tensões que atua no solo pode ser determinado tanto em termos de tensões totais (TTT) como em tensões de tensões efetivas (TTE). Da mesma forma pode-se obter as envoltórias de resistência considerando-se as tensões principais σ1 e σ3 e a pressão neutra, u, num solo, plotando os dois círculos indicados na Figura. Dois pontos fundamentais, ilustrados por esta figura são: O círculo de tensões efetivas se situa deslocado para a esquerda, em relação ao círculo de tensões totais, de um valor igual à pressão neutra. As tensões de cisalhamento em qualquer plano são independentes da pressão neutra, pois a água não transmite esforços de cisalhamento. As tensões de cisalhamento são devidas somente à diferença entre as tensões principais e esta diferença é a mesma, tanto em tensões totais, como em tensões efetivas. Ensaio Triaxial 9 Ensaio Triaxial O círculo de tensões efetivas se situa deslocado para a esquerda, em relação ao círculo de tensões totais, de um valor igual à pressão neutra. As tensões de cisalhamento em qualquer plano são independentes da pressão neutra, pois a água não transmite esforços de cisalhamento. As tensões de cisalhamento são devidas somente à diferença entre as tensões principais e esta diferença é a mesma, tanto em tensões totais, como em tensões efetivas. 10 Trajetória de Tensão 11 Trajetória de Tensão Representado pelo ponto I Trajetória de Tensão Representado pelo ponto D no topo do circulo de Morh Trajetória de Tensão Se os valores de p’ e q’ em vários estágios de aplicação da tensão desviadora forem colocados no gráfico e os pontos ligados, resultará uma linha reta ID → trajetória de tensão Tipos de ensaio: Ensaio lento (CD – com consolidação e com drenagem): as tensões aplicadas são tensões efetivas. Ou seja, aplica-se o carregamento no solo e espera-se que ocorra o adensamento, ocorrendo dissipação da poropressão. Permite-se a drenagem da água para fora do CP, através de um aumento lento do carregamento. U=0 Ensaio adensado rápido (CU – com consolidação e sem drenagem): após aplicar as tensões confinantes o ensaio segue sem drenagem da água. Permite a obtenção das poropressões, e das trajetórias de tensão efetiva e total, num tempo muito menor que o ensaio CD. Ensaio sem consolidação e sem drenagem (UU): ensaio é todo realizado sem drenagem da água. Ensaio Triaxial 15 Fases do ensaio: 1ª Fase: Saturação do CP e adensamento (consolidação) Saturação De uma forma geral, o ensaio é iniciado com a saturação do CP. Faz-se geralmente o uso do próprio sistema de pressão do equipamento para aplicar uma pressão interna no CP (contra-pressão), aumentando o valor na câmara, de forma a se obter pressão σ3 (de confinamento). A obtenção da condição de saturação é verificada calculando-se o coeficiente B de Skempton, também conhecido como coeficiente de pressão neutra. Por exemplo, quando se aplica uma conta-pressão de 300kPa e na câmara do triaxial uma pressão de 400 kPa corresponde em solicitar a amostra com uma tensão σ3 de confinamento de 100 kPa. Ensaio Triaxial 16 Ensaio Triaxial 17 Fases do ensaio: 1ª Fase: Saturação do CP e adensamento (consolidação) Adensamento Obtida a saturação do CP aplica-se uma tensão de confinamento na câmara do equipamento triaxial no sentido de levar o material ao adensamento. As deformações são então lidas até a constância de valor, quando se considera o fim desta fase. Ensaio Triaxial 18 Fases do ensaio: 2ª Fase: Carregamento 3ª Fase: Ruptura do CP Esta fase corresponde ao carregamento da amostra propriamente dita e também deverá ser executada de acordo com as condições de drenagem anteriormente escolhida, ou seja, se será permitida a geração de pressão neutra “u” durante o ensaio ou não. No caso de ser executada sem drenagem o valor de u deve ser medito durante o ensaio para nos possibilitar a determinação do estado de tensões efetivas do CP durante o ensaio, por exemplo. O carregamento é realizado até a ruptura do material. A planilha abaixo apresenta um exemplo de parte de uma planilha de ensaio triaxial do tipo CU ou R (fase de cisalhamento). Observa-se que o valor do excesso da pressão neutra durante a execução do ensaio está sendo anotado na 6a coluna (∆u). Tem-se p =(σ1 + σ3)/2, se q =(σ1 - σ3)/2 e p` = (σ`1 + σ`3)/2, como será visto adiante. Ensaio Triaxial 19 Fases do ensaio: Ensaio Triaxial 20 Ensaio Triaxial Aplicação da tensão confinante (adensamento) Aplicação da tensão desviadora (σd) 21 Resistência por atrito Resistencia por atrito entre as partículas de solo → analogia com o problema de deslizamento de blocos sobre uma superfície plana Condição para movimento: T = Tmáx Resistência por atrito Coesão Parcela de resistência ao cisalhamento de um solo que independe das tensões normais aplicadas Origem: Atração química entre partículas argilosas Cimentação entre partículas (proporcionada pelo carbonatos, sílica e óxidos presentes no contato entre as partículas → adicional resistência ao cisalhamento) Tensões superficiais geradas pelos meniscos capilares Atração iônica 24 Equação de Coulomb Parâmetros de resistência do solo Comportamento nos ensaios Solos fofos (altos índices de vazios) Solos densos (baixos índices de vazios) Areia Fofa Densa Arranjos diferentes, comportamento completamente diferente Comportamento nos ensaios SOLOS FOFOS (ALTOS ÍNDICES DE VAZIOS) Situação drenada (Δu=0) ei > ef – solo contrai, há variação negativa de volume hi hf Comportamento nos ensaios SOLOS FOFOS (ALTOS ÍNDICES DE VAZIOS) Situação não drenada ei = ef – não há variação de volume Há geração de poro-pressão (consequência da baixa permeabilidade) hi hf Δu Δu=P P σ’= σ-u SOLOS DENSOS(BAIXOS ÍNDICES DE VAZIOS) Situação drenada (Δu=0) ei < ef – solo dilata, aumenta de volume. Como tem baixa permeabilidade, a água demora muito para percolar, e então acontece a expansão de um região dos grãos (desencaixe dos grãos, determinante do aumento de volume) necessária para que o cisalhamento ocorra. Comportamento nos ensaios hi hf Comportamento nos ensaios SOLOS DENSOS (BAIXOS ÍNDICES DE VAZIOS) Situação não drenada ei = ef – não há variação de volume Há geração de poro-pressão negativa (sucção), puxando o grão e não deixando ele sair. hi hf Δu<0 = sucção σ’= σ-(-u) σ’= σ+u Δu=-P P Índice de vazios crítico Material sofre deformação sem variação de volume. Estágio no qual o material tende a ser rompido independentemente do índice de vazios inicial. Ao final do cisalhamento o índice de vazios do solo fofo e denso será o mesmo (sob a mesma tensão efetiva). Eles alçam o mesmo índice e não variam mais o volume. Sendo assim, não variam mais a resistência e rompem.Ruptura do solo Solo fofo Solo denso Aula Revisão Estado de tensão frente ao critério de ruptura Estado I – solo esta sob tensão isotrópica (σ1= σ3) Estado II - tensão cisalhante em qualquer plano é menor que a resistência ao cisalhamento Estado III – Circulo de Mohr tangencia a ruptura – ruptura em um plano inclinado de ângulo θ com o plano principal σ1 Estado IV – não consegue alcançar este estado Comportamento nos ensaios Areia fofa: o acréscimo de tensão aumenta continuamente com a deformação ate atingir (σ1- σ3)máx e apresenta redução de volume com o cisalhamento. Areia compacta: o acréscimo de tensão aumenta rapidamente com a deformação e há redução de volume nesta etapa. Próximo ao pico ocorre o valor máximo do acréscimo de tensão (σ1- σ3)máx com uma tendência a aumento de volume da amostra (dilatancia) A curva se aproxima da curva no estado fofo com pequena variação volumetrica Comportamento nos ensaios
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