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Aula 07

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF
PROFESSOR RENATO FENILI 
Prezado(a) amigo(a) concursando(a), 
Espero que seus estudos tenham sido bastante proveitosos nesses
dias. 
Daremos continuidade ao nosso curso, hoje abordando o seguinte
tópico: 
AULA CONTEÚDO 
7 
7. Governabilidade e governança. 7.1 Intermediação de interesses
(clientelismo, corporativismo e neocorporativismo). 
Nesta aula, estudaremos os conceitos e as principais características da
governabilidade e da governança, bastante em voga no cenário
contemporâneo nacional, mormente em decorrência da discussão acerca da
capacidade gerencial do Estado. 
Apesar de os citados conceitos apresentarem origens remotas1, é somente 
a partir do final do século passado que a discussão em torno desses temas
passa a ganhar força na agenda acadêmica e política. 
Tudo pronto? Vamos ao estudo! 
1 Os conceitos de governabilidade e de governança existem, de forma embrionária, desde o surgimento dos
Estados modernos, no final do século XIX. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF
PROFESSOR RENATO FENILI 
I. GOVERNABILIDADE E GOVERNANÇA 
1.1. A Governabilidade 
O primeiro atributo que um Estado deve ter para governar é uma
capacidade política (= relacionada a poder) para exercer esse governo. Os
súditos do Estado só irão conferir a ele tal capacidade se o virem como
legítimo, ou seja, se for reconhecido por todos os cidadãos e demais
entidades sociais como dotado de competência para definir os objetivos e as
diretrizes gerais que irão reger a coletividade. 
Em outras palavras, um governo possui governabilidade quando se
apresenta com uma base social que lhe confira a capacidade política de 
exercer suas atribuições. 
A fim de sedimentar este conceito, vejamos duas definições citadas de
forma recorrente na literatura da área: 
“[...] governabilidade é uma capacidade política de governar derivada
da relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade” 
(BRESSER-PEREIRA; SPINK, 1998, p. 33). 
Governabilidade é o somatório das condições sistêmicas nas quais se 
edifica um projeto de Estado e de sociedade (adaptado de Eli Diniz) 
“Em uma definição genérica, podemos dizer que a governabilidade refere-
se às próprias condições substantivas / materiais 2de exercício do poder e
de legitimidade do Estado e do seu governo derivadas diante da sociedade 
civil e do mercado.” (ARAÚJO, 2002, p. 6). 
Logicamente, um governo que não agir visando ao bem da sociedade
perderá, com o tempo, a sua legitimidade. Desta forma, vemos que a
governabilidade é um atributo dinâmico, podendo variar no tempo, sendo 
2
Condições substantivas ou materiais da ação estatal dizem respeito ao conteúdo dessa ação. Já as condições
adjetivas ou instrumentais referem-se à forma como a ação é realizada. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
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PROFESSOR RENATO FENILI 
que sua manutenção depende da capacidade do Governo em adotar políticas
públicas que agreguem os múltiplos interesses dispersos na sociedade e os
façam convergir numa direção comum. 
O esquema a seguir sintetiza o mecanismo da governabilidade: 
Paludo (2012) identifica duas estratégias de os governos
aumentarem a sua legitimidade, ganhando, assim, governabilidade: o
clientelismo e o corporativismo. Trata-se de modos de articulação em
alianças políticas e em pactos sociais, cujas características são sintetizadas
no quadro abaixo: 
ESTRATÉGIAS PARA INCREMENTO DA LEGITIMIDADE DO ESTADO 
ESTRATÉGIA DISCRIMINAÇÃO 
Clientelismo 
Refere-se à troca de benefícios entre a classe política
do Estado e setores da sociedade: enquanto a
primeira oferece empregos, benefícios fiscais etc., a
última retribui com apoio político, usualmente na
forma de votos. Apresenta raízes profundas nas
práticas sociais brasileiras, sendo o modus operandi
típico do Estado Patrimonialista, com vestígios que
perduram até os dias de hoje. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
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PROFESSOR RENATO FENILI 
ESTRATÉGIAS PARA INCREMENTO DA LEGITIMIDADE DO ESTADO 
ESTRATÉGIA DISCRIMINAÇÃO 
Corporativismo 
Refere-se a uma prática de organização social que se
baseia na atuação de entidades representativas de
grupos inseridos na sociedade. Estamos falando de
sindicatos e associações que passam a deter o
monopólio de representação de sua categoria, junto
ao Estado. Um apoio de um sindicato ao Governo, por
exemplo, significa o apoio de toda uma categoria de
trabalhadores, implicando o incremento de
legitimidade estatal. O corporativismo pode se dar de
duas formas: 
 Corporativismo estatal → o Estado cria as 
entidades representativas, muitas vezes
escolhendo os interlocutores. Era o modelo típico
da Era Vargas. 
 Neocorporativismo → o Estado concede o
reconhecimento institucional a entidades
privadas (não criadas pelo Estado), passando a
conferir-lhes o monopólio de representação das
categorias a que se referem. 
1. (CESPE / TCU / 2008) O clientelismo e o corporativismo são
padrões institucionalizados de relações que estruturam os
laços entre sociedade e Estado no Brasil. O clientelismo, que
faz parte da tradição política secular brasileira, está
associado ao patrimonialismo e ao fisiologismo3. O 
corporativismo emergiu nos anos 30, sob o governo de
Getúlio Vargas. Essas características passaram, então, a
inter-relacionar-se, e constituem instrumentos de
legitimação política. 
3
Fisiologismo = Atitude ou prática (de políticos, funcionários públicos, etc.) caracterizada pela busca de ganhos ou
vantagens pessoais, em lugar de ter em vista o interesse público. (dicionário Aurélio). 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
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O enunciado apresenta de modo adequado as estratégias para o
incremento da legitimidade do Estado (e de sua atuação política), conforme
registrado no quadro anterior. 
Dessa forma, a questão está correta. 
2. (CESPE / TCE – AC / 2009) O clientelismo se manifesta pelos
processos de troca de favores, que determinam também uma
forma de relação das lideranças partidárias com suas bases.
No entanto, o clientelismo não pode ser categorizado como
um instrumento de legitimação política. 
O clientelismo realmente se manifesta pelas relações personalistas,
com a decorrente troca de favores entre a classe política estatal e setores
favorecidos da sociedade. No entanto, a assertiva peca ao afirmar que o
clientelismo não é instrumento de legitimação política: em conjunto com o
corporativismo, o clientelismo é uma das principais estratégicas, no Brasil,
para o incremento da legitimidade do Estado. 
A questão está errada. 
3. (CESPE / TCE – AC / 2009) O corporativismo estatal é um
instrumento de legitimação política embasado na
representação de grupos funcionais produtivos e pela adoção
de uma estrutura de associações, diretamente vinculada ao
Estado, no entanto não depende dele para autorização e
reconhecimento. 
No corporativismo “clássico”, é o Estado quem cria as entidades 
representativas. Já no neocorporativismo, o Estado concede o
reconhecimento institucional a entidades privadas. Em ambos os casos, o
Estado detém a prerrogativa de autorização ou de reconhecimento. 
A assertiva está, portanto, errada. 
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4. (CESPE / INSS / 2008) Um aspecto importante para dar
seguimento à reforma do Estado é a existência de
governabilidade, conceito que descreve as condições
sistêmicas de exercício do poder em um sistema político.
Desse modo, écorreto afirmar que uma nação é governável
quando oferece aos seus representantes as circunstâncias
necessárias para o tranquilo desempenho de suas funções. 
Governabilidade é a base social e política que confere aos representantes
do povo (em um sistema democrático) a efetiva capacidade de governar.
Sem governabilidade, a capacidade de implementação de políticas públicas
estaria seriamente comprometida. 
O enunciado apresenta com propriedade este conceito – apesar de, sendo
a governabilidade um atributo dinâmico, raras são as ocasiões em que se
observa um “tranquilo desempenho” no desempenho das funções do 
governo. 
De toda sorte, a afirmativa está correta. 
1.2. A Governança 
Ao passo que a governabilidade relaciona-se à capacidade política de se
governar, a governança é alusiva à capacidade de decisão e de efetiva
implementação das políticas públicas. Abrange, pois, os atributos
estruturais, gerenciais, financeiros e técnicos do Estado, bem como a 
capacidade de relação do setor público e privado para fins de implementação 
das políticas públicas. 
Analogamente à nossa abordagem sobre a governabilidade,
sedimentaremos a noção acerca do conceito de governança mediante a
apresentação de definições citadas de forma recorrente na literatura da área: 
“[...] governança é a capacidade financeira e administrativa, em sentido
amplo, de um governo implementar políticas.” (BRESSER-PEREIRA; SPINK, 
1998, p. 33) 
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“[...][governança] é um modelo horizontal de relação entre atores públicos
e privados no processo de elaboração de políticas públicas” (SECCHI, 2009, 
p. 358) 
“[...] governança pode ser entendida como [...] os aspectos adjetivos /
instrumentais da governabilidade. Em geral, entende-se a governança
como a capacidade que um determinado governo tem para formular e
implementar suas políticas. Esta capacidade pode ser decomposta
analiticamente em financeira, gerencial e técnica, todas importantes para a
consecução das metas coletivas que compõem o programa de um 
determinado governo, legitimado pelas urnas.” (ARAÚJO, 2002, p. 6) 
Desta forma, vemos que a governança possui um caráter voltado ao
lado operacional do Governo, ou seja, relaciona-se ao seu modo de atuação
frente às demandas sociais. 
Há uma estreita relação entre governabilidade e governança. Trata-
se de conceitos de certa forma complementares, que são distinguidos apenas
para fins didáticos, e que agem com mútua sinergia4. 
O fato é que a governança carece de um Estado legítimo, com ampla
capacidade política, para ser eficiente e eficaz. É a governabilidade, assim,
que provê a base política necessária à governança, sendo que esta, se bem 
exercida, fortalece a legitimidade do Governo e aumenta sua legitimidade.
Esta relação mútua é ilustrada no esquema a seguir: 
4
Sinergia = ação coordenada de fatores que contribuem para a consecução de determinado fim. 
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Nesta visão, conforme salienta Bresser-Pereira (1998), sem
governabilidade plena é impossível obter uma governança
satisfatória. No entanto, apenas a governabilidade não garante que a
governança seja eficaz. Para aquele autor, a governança pode ser muito
deficiente mesmo em situações satisfatórias de governabilidade,
como é o caso do Brasil. 
O quadro a seguir sintetiza os aspectos principais que distinguem os
conceitos de governabilidade e governança: 
GOVERNABILIDADE GOVERNANÇA 
Definição 
Condições substantivas /
materiais de exercício do 
poder e de legitimidade do
Estado e do seu governo
derivadas da relação com a 
sociedade civil e com o
mercado 
Aspectos adjetivos /
instrumentais da 
governabilidade 
Fonte 
Cidadãos + Cidadania
organizada (partidos políticos,
associações, entidades de
classe, empresariado etc.) 
Capacidade estrutural,
financeira, gerencial e
técnica do Estado. As
capacidades gerenciais e
técnicas são providas pelos 
próprios agentes públicos. 
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IMPORTANTE! 
Em concursos, com base em texto de autoria de Alcindo Gonçalves, já houve
a consideração de que a governança possui caráter mais amplo do que
a governabilidade. Tal afirmativa é justificada apenas ante o fato de a
governança extrapolar aspectos gerenciais da esfera pública, englobando 
recursos financeiros, capacidades técnicas e estruturais. 
5. (CESPE / EBC / 2011) Governança e governabilidade são
conceitos distintos, contudo fortemente relacionados, até
mesmo, complementares. O primeiro refere-se às condições
substantivas de exercício do poder e de legitimidade do
Estado; o segundo representa os aspectos instrumentais do
exercício do poder, ou seja, a capacidade do Estado de
formular e implementar políticas públicas. 
O enunciado apresenta, equivocadamente, conceitos trocados. Sabe-se
que: 
 Governabilidade: condições substantivas de exercício do poder
e de legitimidade do Estado; 
 Governança: aspectos instrumentais do exercício do poder, ou
seja, a capacidade do Estado de formular e implementar políticas
públicas. 
Assim, a afirmativa está errada. 
Há de se frisar que o entendimento atual do conceito de governança
implica, necessariamente, considerar o trabalho conjunto entre o Estado
e sociedade civil na definição e posterior execução das políticas
públicas. Neste bojo, governança atrela-se à dinâmica de redes
organizacionais inerentes ao próprio setor público e / ou estabelecidas entre
os setores público e privado, à análise de stakeholders e ao diálogo com
organizações privadas e sem fins lucrativos. Isso permite apresentarmos,
ainda, uma definição adicional de governança: 
[governança é] uma nova geração de reformas administrativas
e de Estado, que têm como objeto a ação conjunta, levada a
efeito de forma eficaz, transparente e compartilhada, pelo
Estado, pelas empresas e pela sociedade civil, visando uma 
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solução inovadora dos problemas sociais e criando possibilidades
e chances de um desenvolvimento futuro sustentável para todos
os participantes. (LÖFFLER, 2001, p. 212) 
Neste contexto, vejamos a questão a seguir. 
6. (ESAF / CGU / 2012) O surgimento de um conceito como o
de governança supõe uma mudança na forma de atuar do
poder público. 
Assinale abaixo com que tipo de ações esta mudança está
relacionada. 
a) Ações que garantam, por parte do poder público, com
amplo respaldo popular. 
b) A definição de políticas públicas universais. 
c) Modificar as relações entre o Estado e a Sociedade Civil
para dividir as responsabilidades na execução das políticas
públicas. 
d) Ações que permitam governar de forma cooperativa, com
instituições públicas e não públicas, participando e
cooperando na definição e execução das políticas públicas. 
e) Ações que garantam o controle dos processos políticos,
por parte do poder público, com medidas periódicas de
prestação de contas aos cidadãos. 
Passemos à análise das alternativas: 
a) Ações públicas que garantam amplo respaldo popular, a despeito de
favorecerem o incremento da governabilidade, podem não estar
inseridas no cerne da governança. Ações demagógicas, de grande
apelo popular (distribuir ingressos gratuitos para a Copa do Mundo de
Futebol, por exemplo), podem não estar relacionadas à efetiva
implementação de políticas públicas (governança). A alternativa está
errada. 
b) Não só políticas públicas universais têm relação com a governança.
Umaeventual política pública voltada a um segmento da sociedade
(por exemplo, uma política pública assistencialista) pode vir ao
encontro de uma governança efetiva. A alternativa está errada. 
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c) A modificação das relações entre o Estado e a Sociedade Civil, no
conceito contemporâneo de governança, visam não só à divisão das
responsabilidades na execução das políticas públicas, mas também na
sua elaboração. A alternativa está errada (incompleta). 
d) Agora sim a alternativa espelha o entendimento completo. Almeja-se,
no novo enfoque à governança, promover um debate democrático
acerca da definição das políticas públicas, visando à cooperação entre o
Estado, a Sociedade Civil e a iniciativa provada na elaboração e na
execução das políticas públicas. A alternativa está correta. 
e) A efetiva governança não pode prescindir da participação popular no
controle dos processos políticos. Ademais, a prestação regular de
contas aos cidadãos relaciona-se ao conceito de accountability, que
veremos na próxima seção. A alternativa está errada. 
Resposta: D. 
Por fim, façamos uma revisão em exercícios. 
7. (CESPE / TCE – AC / 2009) O neocorporativismo significa a
integração da classe trabalhadora organizada ao Estado
capitalista, buscando incrementar o crescimento econômico
e, ainda, assegurar a harmonia em face do conflito de classe,
combinado a um sistema de bem-estar social.
Diferentemente do corporativismo estatal, associações não
possuem autonomia, não são capazes de penetrar no Estado. 
Preliminarmente, vejamos a definição de neocorporativismo, segundo
Schmitter (1989, p. 94): 
[Neocorporativismo é] um sistema de representação de interesses no qual
as unidades constituídas são organizadas em torno de um número limitado
de categorias singulares, compulsórias e não competitivas, organizadas
hierarquicamente, reconhecidas e licenciadas pelo Estado,
representando o monopólio dentro de suas categorias em troca da
observação de certos controles ou na seleção dos líderes e articulação com 
as demandas”. [...] o neocorporativismo representa um arranjo institucional
ligando interesses organizados associativamente com as estruturas
decisionais do Estado” 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
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No que concerne à questão proposta, identifica-se o equívoco em
termos da suposta inexistência de autonomia e de afastamento do Estado
nas entidades neocorporativas. Ao contrário: o neocorporativismo comporta
associações autônomas (até mesmo porque não são nem criadas pelo
Estado), bem como tais associações detêm, por vezes, um significativo poder
político, com capacidade de influência no Estado. Inclusive, as câmaras
setoriais, instituídas em 1991, sob o governo Collor, representaram um
caminho institucionalizado para fins de negociação e definição de políticas –
muitas vezes na área industrial – conferindo maior legitimidade à atuação do
Estado. 
Deste modo, a questão está errada. 
8. (ESAF / MTE / 2010 - adaptada) Sem legitimidade, não há
como se falar em governabilidade. 
Relembrando a definição elaborada por Bresser-Pereira e Spink (1998),
“[...] governabilidade é uma capacidade política de governar derivada
da relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade”. 
Desta forma, realmente, sem legitimidade não há como se falar em
governabilidade. 
A assertiva está correta. 
9. (CESPE / MDS / 2006) O termo governabilidade está
associado às condições políticas de gestão do Estado,
enquanto governança refere-se às condições administrativas
de gestão do aparelho estatal. 
Falou em condições políticas de gestão? Então está se referindo à
legitimidade da atuação do Estado. Falou em legitimidade....então o 
conceito envolvido é o de governabilidade. 
Já as condições administrativas da gestão do Estado são alusivas às
próprias condições adjetivas ou instrumentais da governabilidade, ou seja,
referem-se à forma como a ação é realizada. Trata-se, assim, do conceito
de governança. 
A questão está correta. 
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10. (ESAF / MTE / 2010 - adaptada) Uma boa
governabilidade garante uma boa governança. 
Uma boa governabilidade é condição fundamental – mas não suficiente –
para a consecução de uma boa governança. Autores analisam o Brasil, por
exemplo, como dotado de boa governabilidade, mas governança deficiente. 
A questão está errada. 
11. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) Governança pode ser
entendida como um modelo horizontal de relação entre atores
públicos e privados no processo de elaboração de políticas
públicas. 
A alternativa é baseada na definição de Secchi (2009, p. 358)
apresentada nesta aula. Desta forma, está correta. 
12. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) O conceito de
governança possui um caráter mais amplo que o conceito de
governabilidade. 
Esta assertiva foi baseada em texto de Gonçalves (2005, p. 3), cujo
texto é transcrito abaixo: 
Já a governança tem um caráter mais amplo [do que a
governabilidade]. Pode englobar dimensões presentes na governabilidade,
mas vai além. [...] “o conceito (de governança) não se restringe, contudo, 
aos aspetos gerenciais e administrativos do Estado, tampouco ao
funcionamento eficaz do aparelho de Estado”. Dessa forma, a governança 
refere-se a “padrões de articulação e cooperação entre atores sociais e
políticos e arranjos institucionais que coordenam e regulam transações
dentro e através das fronteiras do sistema econômico”, incluindo-se ai “não 
apenas os mecanismos tradicionais de agregação e articulação de interesses,
tais como os partidos políticos e grupos de pressão, como também redes
sociais informais (de fornecedores, famílias, gerentes), hierarquias e
associações de diversos tipos. (GONÇALVES, 2005, p. 3). 
Eis que a questão está correta 
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13. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) As parcerias público-
privadas (PPPs) constituem um exemplo de coordenação de
atores estatais e não estatais, típico da governança. 
Esta afirmativa apresenta um exemplo (as PPPs) da relação entre
atores públicos e privados na implementação de políticas públicas,
convergindo para a definição de Secchi (2009, p. 358), vista anteriormente. 
A questão está correta. 
14. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) A governabilidade
refere-se mais à dimensão estatal do exercício do poder. 
A governabilidade refere-se, por assim dizer, à faceta política (=
relativa ao poder) do Estado, que provê a base necessária para o exercício
do governo. Assim, a assertiva está correta. 
15. (ESAF / CGU / 2004) Assinale como verdadeira (V) ou
falsa (F) as definições sobre a Governabilidade, relacionadas
a seguir: 
I. ( ) A governabilidade refere-se às próprias condições
substantivas / materiais de exercício do poder e de
legitimidade do Estado e do seu governo, derivadas da sua
postura diante da sociedade civil e do mercado. 
II. ( ) A governabilidade é a autoridade política do Estado em si,
entendida como a habilidade que este tem para agregar os
múltiplos interesses dispersos pela sociedade e apresentar-lhes
um objetivo comum. 
III. ( ) A fonte e a origem da governabilidade são as leis e o
poder legislativo, pois é ele que garante a estabilidade política
do Estado, por representar todas as unidades da Federação e os
diversos segmentos da sociedade. 
IV. ( ) A fonte da governabilidade são os agentes públicos ou
servidores do Estado que possibilitam a formulação /
implementação correta das políticaspúblicas. 
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V. ( ) A governabilidade é o apoio obtido pelo Estado às suas
políticas e à sua capacidade de articular alianças e coalizões
para viabilizar o projeto de Estado e sociedade a ser
implementado. 
Escolha a opção correta. 
a) V, F, V, V, F 
b) F, V, F, V, V 
c) V, V, F, F, V 
d) V, F, V, F, F 
e) F, F, V, F, V 
Vejamos os comentários às assertivas: 
I. Esta é a definição de Araújo (2002, p. 6), já vista nesta aula. A
assertiva é verdadeira. 
II. A manutenção de uma boa governabilidade depende da capacidade do
Governo em adotar políticas públicas que agreguem os múltiplos
interesses dispersos na sociedade e os façam convergir numa direção 
comum. A assertiva é verdadeira. 
III. e IV. As fontes da governabilidade são os cidadãos e a cidadania
organizada (partidos políticos, associações, entidades de classe,
empresariado etc.). Ambas as assertivas são falsas. 
V. A assertiva sintetiza os componentes do conceito de governabilidade:
apoio dos cidadãos + capacidade política. A assertiva é verdadeira. 
Resposta: C. 
16. (CESPE / TC – DF / 2012) O fato de o governador de uma
unidade federativa, incluso o DF, perder sua legitimidade
democrática lhe acarreta a perda da governança. 
A intenção da banca, salvo melhor juízo, era que o(a) candidato
associasse de modo imediato a legitimidade à governabilidade. Assim, a
perda de legitimidade implicaria, de modo direto, a perda da governabilidade 
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(e não da governança). Deste modo, o gabarito preliminar foi dado como se
a assertiva estivesse errada. 
Contudo, como vimos, é a governabilidade que provê a base política
necessária à governança. Decorre disso que a perda de legitimidade, uma
vez que compromete a governabilidade, irá também impactar negativamente
a governança. Como resultado final, a banca anulou a questão (apesar de,
com base em literatura da área, poder ter apenas alterado o gabarito para
“certa”). 
17. (ESAF / CGU / 2004) O desafio do Estado brasileiro
pressupõe uma tarefa de transformação que exige a
redefinição de seus papéis, funções e mecanismos de
funcionamento interno. Este processo impõe novas
exigências à sociedade como um todo. Assinale a opção
correta entre as seguintes afirmações sobre governança. 
a) A governança consiste na própria autoridade política ou
legitimidade possuída pelo Estado para apresentar à sociedade
civil e ao mercado um amplo projeto para determinada nação. 
b) A governança é composta das condições sistêmicas nas quais
se edifica um projeto de Estado e sociedade. 
c) A governança visa não apenas superar a crise do Estado e do
seu aparelho, mas também cooperar na superação do atual
quadro social persistente em nosso país. 
d) As principais fontes e origens da governança são os cidadãos 
e a cidadania organizada. 
e) A governança é a capacidade que um determinado governo
tem para formular e implementar as suas políticas, ou seja, os
aspectos adjetivos/instrumentais da governabilidade. 
Vejamos os comentários às alternativas: 
a) “Autoridade política” e “legitimidade” são características inerentes à 
governabilidade (e não à governança). A alternativa está errada. 
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b) Esta é a definição de governabilidade (e não de governança) conforme
Eli Diniz, também transcrita previamente nesta aula. As “condições 
sistêmicas” são alusivas aos diversos fatores que conferem 
legitimidade ao Estado, bem como à sua capacidade política. A
alternativa está errada. 
c) A alternativa foi baseada no texto de Araújo (2006, p. 12), mais
especificamente no trecho abaixo: 
Caio Marini5 já enfatiza o papel da governabilidade vista como uma
premissa ou postulado fundamental para a implementação das reformas,
com o objetivo não apenas de superar a crise do Estado e do seu aparelho,
mas também de cooperar na sublevação do atual quadro social persistente
em nosso país. 
Desta forma, a alternativa está errada, visto que se trata da
governabilidade (e não da governança). 
d) As fontes indicadas na alternativa são referentes à governabilidade. A
assertiva está, portanto, errada. 
e) Finalmente, esta alternativa espelha de forma adequada a definição de
governança, nos moldes do visto nesta aula. A alternativa está correta. 
Resposta: E. 
18. (CESPE / TCU / 2011) Entre outros aspectos, a
governança trata das condições sistêmicas sob as quais se dá
o exercício de poder em determinada sociedade. 
Note como a definição de governabilidade (e não de governança) de
elaboração da Professora Eli Diniz, é cobrada de modo recorrente em
concursos. 
A questão está errada. 
5
Trata-se de um autor, analisado por Araújo (2006) 
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19. (CESPE / EBC / 2011) 
Tendo o fragmento do texto acima como referência inicial, julgue a
seguinte afirmativa: 
Governança e governabilidade são conceitos distintos, contudo
fortemente relacionados, até mesmo, complementares. O primeiro
refere-se às condições substantivas de exercício do poder e de
legitimidade do Estado; o segundo representa os aspectos
instrumentais do exercício do poder, ou seja, a capacidade do
Estado de formular e implementar políticas públicas. 
O enunciado traz, de forma invertida, as definições de governança e
governabilidade. Como vimos, eis a conceituação correta: 
GOVERNABILIDADE GOVERNANÇA 
Definição 
Condições substantivas /
materiais de exercício do 
poder e de legitimidade
do Estado e do seu
governo derivadas da
relação com a sociedade 
civil e com o mercado 
Aspectos adjetivos /
instrumentais da 
governabilidade 
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O enunciado está errado. 
20. (CESPE / TCU / 2011) Governança trata do
aperfeiçoamento dos conflitos de interesses presentes em
determinada sociedade quando se trata de defender
interesses. 
A conciliação de interesses sociais pelo Governo visa ao incremento
de sua legitimidade. O Governo, nesse sentido, esforça-se na articulação
política e em pactos sociais, fazendo uso de estratégias tais como o
clientelismo e o (neo)corporativismo. Somente quando os conflitos de
interesses são bem equalizados na arena sócio-política, é que o Governo
passa a contar com a governabilidade (e não com a governança) necessária
para a implementação satisfatória de suas políticas públicas. 
A questão está errada. 
21. (CESPE / SERPRO / 2008) As demandas recorrentes por
políticas públicas são aquelas não resolvidas ou mal
resolvidas. Quando se acumulam sem uma solução
satisfatória, dependendo de sua duração e gravidade, podem
levar a crises de governabilidade que, no limite, chegam a
provocar rupturas institucionais. 
Demandas recorrentes por políticas públicas que permanecem não
atendidas podem implicar a insatisfação generalizada da população. É o que
vemos, atualmente, nas ruas, nas diversas manifestações que ocorrem
desde julho deste ano. As demandas, no caso do Brasil, são as mais
diversas: saúde, educação, segurança entre outras. 
Em um limite, o Estado pode se ver sem a legitimidade necessária
para embasar suas ações. Neste caso, pode haver uma ruptura institucional
que, em determinadas situações, pode chegar até mesmo a um Golpe de
Estado. 
Seguramente, uma das crises de governabilidade – seguida de
ruptura institucional – mais famosas da história tenha sido a Revolução
Francesa,culminando na derrocada da monarquia naquele país. 
Ante o exposto, vemos que a questão está correta. 
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22. (CESPE / MCT / 2004) O conceito de governança está
originariamente relacionado a condições de exercício do
governo sem riscos de rupturas institucionais. 
Conforme se discorreu na questão anterior, é o conceito de
governabilidade que se volta às condições de exercício do governo (com
cerne na legitimidade), de modo a evitar riscos de eventuais rupturas
institucionais. 
A questão está errada. 
23. (FCC / TCE – PR / 2011) Considere as afirmativas: 
I. A Accountability horizontal requer a institucionalização de
poderes para aplicação de sanções legais em atos
verificados como nocivos à gestão pública. 
II. A Accountability relaciona-se ao princípio da publicidade. 
III. A Governança tem um sentido amplo, denotando
articulação entre Estado e sociedade. 
IV. A Governabilidade denota um conjunto essencial de
atributos de um governo a fim de executar sua gestão. 
V. Há relação direta e proporcional entre a percepção dos
cidadãos na avaliação positiva de governantes agirem em
função do interesse coletivo e a maior accountability do
governo. 
No âmbito da esfera pública, está correto o que se afirma em: 
a) I, II, III e V, apenas. 
b) II, III, IV e V, apenas. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I, II, III, IV e V. 
e) I, III, IV e V, apenas. 
Seguem os comentários às assertivas: 
I. A despeito de contar com algumas críticas, vejamos a definição que
O’Donnel traz acerca de accountability horizontal: 
A accountability horizontal (...) consiste na existência de órgãos do Estado
com poder e capacidade, legal e de fato, para realizar ações, tanto de 
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monitoramento de rotina quanto de imposição de sanções criminais ou
de impeachment, em relação a omissões ilegais exercidas por outros
órgãos ou agentes do Estado. (O’DONNEL, 1999 apud MOTA, 2006, p. 37 – 
38) (negrito deste autor) 
Com esse entendimento, a assertiva está correta. 
II. Uma das dimensões da accountability refere-se justamente à
informação / transparência, constituindo-se da mera disponibilização
de informações à sociedade e às demais instâncias de controle. Se a
observância do princípio da publicidade, tal dimensão estaria
seguramente comprometida. A assertiva está correta. 
III. Governança é a capacidade que um determinado governo possui de
implementar políticas públicas, o que, sob certa ótica, pode denotar o
resultado da articulação e do diálogo entre a sociedade e o Estado. A
assertiva, nesta acepção, está correta. 
IV. Governabilidade constitui-se nas condições substantivas para o
exercício do poder, servindo de substrato para o governo bem
executar sua gestão. A assertiva está correta. 
V. Quanto maior a accountability do governo, mais democrático é o
regime político, e mais positivamente sensibilizada será a percepção
dos cidadãos quando evidenciada a gestão em prol do interesse
público. A assertiva está, portanto, correta. 
Resposta: D. 
24. (CESPE / INSS / 2008) Visando-se ao fortalecimento da
regulação coordenada pelo Estado, é importante reforçar a
governança, que diz respeito à maneira pela qual o poder é
exercido no gerenciamento dos recursos sociais e
econômicos de um país, e que engloba, desse modo, as
técnicas de governo. 
As fontes da governança são as capacidades estrutural, financeira, gerencial e
técnica do Estado. Com a adequada gestão deste ferramental, é possível ao
Governo elaborar e implementar políticas públicas, exercendo, pois, a sua
governança. 
A questão está correta. 
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25. (CESPE / TCU / 2013) Resultante da relação de
legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade, a
governança implica a capacidade governamental de realizar
políticas e a promoção da accountability. 
O que resulta da relação de legitimidade do Estado e do seu governo
com a sociedade é a governança, fornecendo o substrato necessário para
a implementação de políticas públicas. Nas palavras de Jardim (2001): 
A capacidade política de governar ou governabilidade derivaria da
relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade, 
enquanto que governança seria a capacidade financeira e
administrativa em sentido amplo de um governo de implementar
políticas. 
Desta maneira, a questão está errada. 
Ficaremos por aqui nesta aula. Espero uma participação ativa no
fórum. 
Ótimos estudos! 
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QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA 
1. (CESPE / TCU / 2008) O clientelismo e o corporativismo são
padrões institucionalizados de relações que estruturam os
laços entre sociedade e Estado no Brasil. O clientelismo, que
faz parte da tradição política secular brasileira, está
associado ao patrimonialismo e ao fisiologismo6. O 
corporativismo emergiu nos anos 30, sob o governo de
Getúlio Vargas. Essas características passaram, então, a
inter-relacionar-se, e constituem instrumentos de
legitimação política. 
2. (CESPE / TCE – AC / 2009) O clientelismo se manifesta pelos
processos de troca de favores, que determinam também uma
forma de relação das lideranças partidárias com suas bases.
No entanto, o clientelismo não pode ser categorizado como
um instrumento de legitimação política. 
3. (CESPE / TCE – AC / 2009) O corporativismo estatal é um
instrumento de legitimação política embasado na
representação de grupos funcionais produtivos e pela adoção
de uma estrutura de associações, diretamente vinculada ao
Estado, no entanto não depende dele para autorização e
reconhecimento. 
4. (CESPE / INSS / 2008) Um aspecto importante para dar
seguimento à reforma do Estado é a existência de
governabilidade, conceito que descreve as condições
sistêmicas de exercício do poder em um sistema político.
Desse modo, é correto afirmar que uma nação é governável
quando oferece aos seus representantes as circunstâncias
necessárias para o tranquilo desempenho de suas funções. 
6
Fisiologismo = Atitude ou prática (de políticos, funcionários públicos, etc.) caracterizada pela busca de ganhos ou
vantagens pessoais, em lugar de ter em vista o interesse público. (dicionário Aurélio). 
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5. (CESPE / EBC / 2011) Governança e governabilidade são
conceitos distintos, contudo fortemente relacionados, até
mesmo, complementares. O primeiro refere-se às condições
substantivas de exercício do poder e de legitimidade do
Estado; o segundo representa os aspectos instrumentais do
exercício do poder, ou seja, a capacidade do Estado de
formular e implementar políticas públicas. 
6. (ESAF / CGU / 2012) O surgimento de um conceito como o
de governança supõe uma mudança na forma de atuar do
poder público. 
Assinale abaixo com que tipo de ações esta mudança está
relacionada. 
a) Ações que garantam, por parte do poder público, com
amplo respaldo popular. 
b) A definição de políticas públicas universais. 
c) Modificar as relações entre o Estado e a Sociedade Civil
para dividir as responsabilidades na execução das políticas
públicas. 
d) Ações que permitam governar de forma cooperativa, com
instituições públicas e não públicas, participando e
cooperando na definição e execução das políticas públicas. 
e) Ações que garantam o controle dos processos políticos,
por parte do poder público, com medidas periódicas deprestação de contas aos cidadãos. 
7. (CESPE / TCE – AC / 2009) O neocorporativismo significa a
integração da classe trabalhadora organizada ao Estado
capitalista, buscando incrementar o crescimento econômico
e, ainda, assegurar a harmonia em face do conflito de classe,
combinado a um sistema de bem-estar social.
Diferentemente do corporativismo estatal, associações não
possuem autonomia, não são capazes de penetrar no Estado. 
8. (ESAF / MTE / 2010 - adaptada) Sem legitimidade, não há
como se falar em governabilidade. 
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9. (CESPE / MDS / 2006) O termo governabilidade está
associado às condições políticas de gestão do Estado,
enquanto governança refere-se às condições administrativas
de gestão do aparelho estatal. 
10. (ESAF / MTE / 2010 - adaptada) Uma boa
governabilidade garante uma boa governança. 
11. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) Governança pode ser
entendida como um modelo horizontal de relação entre atores
públicos e privados no processo de elaboração de políticas
públicas. 
12. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) O conceito de
governança possui um caráter mais amplo que o conceito de
governabilidade. 
13. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) As parcerias público-
privadas (PPPs) constituem um exemplo de coordenação de
atores estatais e não estatais, típico da governança. 
14. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) A governabilidade
refere-se mais à dimensão estatal do exercício do poder. 
15. (ESAF / CGU / 2004) Assinale como verdadeira (V) ou
falsa (F) as definições sobre a Governabilidade, relacionadas
a seguir: 
I. ( ) A governabilidade refere-se às próprias condições
substantivas / materiais de exercício do poder e de
legitimidade do Estado e do seu governo, derivadas da sua
postura diante da sociedade civil e do mercado. 
II. ( ) A governabilidade é a autoridade política do Estado em si,
entendida como a habilidade que este tem para agregar os
múltiplos interesses dispersos pela sociedade e apresentar-lhes
um objetivo comum. 
III. ( ) A fonte e a origem da governabilidade são as leis e o
poder legislativo, pois é ele que garante a estabilidade política 
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do Estado, por representar todas as unidades da Federação e os
diversos segmentos da sociedade. 
IV. ( ) A fonte da governabilidade são os agentes públicos ou
servidores do Estado que possibilitam a formulação /
implementação correta das políticas públicas. 
V. ( ) A governabilidade é o apoio obtido pelo Estado às suas
políticas e à sua capacidade de articular alianças e coalizões
para viabilizar o projeto de Estado e sociedade a ser
implementado. 
Escolha a opção correta. 
a) V, F, V, V, F 
b) F, V, F, V, V 
c) V, V, F, F, V 
d) V, F, V, F, F 
e) F, F, V, F, V 
16. (CESPE / TC – DF / 2012) O fato de o governador de uma
unidade federativa, incluso o DF, perder sua legitimidade
democrática lhe acarreta a perda da governança. 
17. (ESAF / CGU / 2004) O desafio do Estado brasileiro
pressupõe uma tarefa de transformação que exige a
redefinição de seus papéis, funções e mecanismos de
funcionamento interno. Este processo impõe novas
exigências à sociedade como um todo. Assinale a opção
correta entre as seguintes afirmações sobre governança. 
a) A governança consiste na própria autoridade política ou
legitimidade possuída pelo Estado para apresentar à sociedade
civil e ao mercado um amplo projeto para determinada nação. 
b) A governança é composta das condições sistêmicas nas quais
se edifica um projeto de Estado e sociedade. 
c) A governança visa não apenas superar a crise do Estado e do
seu aparelho, mas também cooperar na superação do atual
quadro social persistente em nosso país. 
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d) As principais fontes e origens da governança são os cidadãos 
e a cidadania organizada. 
e) A governança é a capacidade que um determinado governo
tem para formular e implementar as suas políticas, ou seja, os
aspectos adjetivos/instrumentais da governabilidade. 
18. (CESPE / TCU / 2011) Entre outros aspectos, a
governança trata das condições sistêmicas sob as quais se dá
o exercício de poder em determinada sociedade. 
19. (CESPE / EBC / 2011) 
Tendo o fragmento do texto acima como referência inicial,
julgue a seguinte afirmativa: 
Governança e governabilidade são conceitos distintos, contudo
fortemente relacionados, até mesmo, complementares. O
primeiro refere-se às condições substantivas de exercício do
poder e de legitimidade do Estado; o segundo representa os
aspectos instrumentais do exercício do poder, ou seja, a
capacidade do Estado de formular e implementar políticas
públicas. 
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20. (CESPE / TCU / 2011) Governança trata do
aperfeiçoamento dos conflitos de interesses presentes em
determinada sociedade quando se trata de defender
interesses. 
21. (CESPE / SERPRO / 2008) As demandas recorrentes por
políticas públicas são aquelas não resolvidas ou mal
resolvidas. Quando se acumulam sem uma solução
satisfatória, dependendo de sua duração e gravidade, podem
levar a crises de governabilidade que, no limite, chegam a
provocar rupturas institucionais. 
22. (CESPE / MCT / 2004) O conceito de governança está
originariamente relacionado a condições de exercício do
governo sem riscos de rupturas institucionais. 
23. (FCC / TCE – PR / 2011) Considere as afirmativas: 
I. A Accountability horizontal requer a institucionalização de
poderes para aplicação de sanções legais em atos
verificados como nocivos à gestão pública. 
II. A Accountability relaciona-se ao princípio da publicidade. 
III. A Governança tem um sentido amplo, denotando
articulação entre Estado e sociedade. 
IV. A Governabilidade denota um conjunto essencial de
atributos de um governo a fim de executar sua gestão. 
V. Há relação direta e proporcional entre a percepção dos
cidadãos na avaliação positiva de governantes agirem em
função do interesse coletivo e a maior accountability do
governo. 
No âmbito da esfera pública, está correto o que se afirma em: 
a) I, II, III e V, apenas. 
b) II, III, IV e V, apenas. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I, II, III, IV e V. 
e) I, III, IV e V, apenas. 
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24. (CESPE / INSS / 2008) Visando-se ao fortalecimento da
regulação coordenada pelo Estado, é importante reforçar a
governança, que diz respeito à maneira pela qual o poder é
exercido no gerenciamento dos recursos sociais e
econômicos de um país, e que engloba, desse modo, as
técnicas de governo. 
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GABARITO 
1- C 2- E 
3- E 4- C 
5- E 6- D 
7- E 8- C 
9- C 10- E 
11- C 12- C 
13- C 14- C 
15- C 16- ANULADA 
17- E 18- E 
19- E 20- E 
21- C 22- E 
23- D 24- C 
Sucesso! 
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Referências 
ABRUCIO, F. L. O impacto do modelo gerencial na Administração Pública: um
breve estudo sobre a experiência internacional recente. Cadernos ENAP, n.
10, 1997. 
______. Os avanços e os dilemas do modelo pós-burocrático: a reforma da 
administração pública à luz da experiência internacional. In: BRESSER-
PEREIRA, L. C. SPINK, P. K. Reforma do Estado e AdministraçãoPública
Gerencial. Rios de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1998. 
______. Trajetória recente da gestão pública brasileira: um balanço crítico e 
a renovação da agenda de reformas. Revista de Administração Pública, 
v. 41, n. especial, p. 67-86, 2007. 
ARAÚJO, V. C. A conceituação de governabilidade e governança, da
sua relação entre si e com o conjunto da reforma do Estado e do seu
aparelho. Brasília, ENAP, 2002. 
ARMSTRONG, A. A comparative analysis: New Public Management: the way
ahead? Australian Journal of Public Administration, v. 57, n. 2, p. 12-
24, 1998. 
BRESSER-PEREIRA, L. C. Do Estado Patrimonial ao Gerencial. In: PINHEIRO;
WILHEIM e SACHS (orgs.) Brasil: um Século de Transformações. São
Paulo: Cia. das Letras, p. 222-259, 2001. 
______. Construindo o Estado republicano: democracia e reforma da 
gestão pública. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009. 
______; SPINK, P. Reforma do Estado e Administração Pública 
Gerencial. São Paulo: Editora FGV, 1998. 
BRUHNS, H. O Conceito de Patrimonialismo e suas Interpretações 
Contemporâneas. Revista de Estudos Políticos, n. 4, 2012. 
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COSTA, F. L. Brasil: 200 anos de Estado; 200 aos de administração pública;
200 anos de reformas. Revista de Administração Pública, v. 42, n. 5, p.
829-874, 2008. 
PALUDO, A. V., Administração Pública: Teoria e Questões. 2ª Edição. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2012. 
SECCHI, L. Modelos Organizacionais e reformas da administração pública.
Revista de Administração Pública, v. 43, n. 2, p. 347-369, 2009.

Outros materiais