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Administração Pública: Modelos e Evolução

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF
PROFESSOR RENATO FENILI 
1 
Professor Renato Fenili 
Prezado(a) amigo(a), 
É com grande satisfação que iniciamos nossa preparação, em
Administração Pública, com vistas a um excelente desempenho na prova
para a Secretaria de Estado de Administração Pública do Distrito Federal. 
Conforme programação divulgada na aula demonstrativa, eis a
programação que seguiremos em nosso encontro de hoje: 
AULA CONTEÚDO 
1 
2. Administração pública: do modelo racional-legal ao
paradigma pós-burocrático. 2.1 O Estado oligárquico e
patrimonial, o Estado autoritário e burocrático, o Estado do bem
estar, o Estado regulador. 
Cabe o registro que os conteúdos das duas primeiras aulas de nosso curso
mantêm forte relação. Em termos didáticos, julgo que o melhor caminho é o
seguinte: primeiramente, teremos uma aula de História do Brasil, na qual
são salientados os modelos de gestão (desde o patrimonial até o gerencial –
ou pós-burocrático). No próximo encontro, veremos com maiores detalhes as
reformas administrativas (e os modelos de gestão), com ênfase no modelo
gerencial, em especial a Nova Gestão Pública. 
Tudo pronto? Então vamos ao trabalho! 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
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PROFESSOR RENATO FENILI 
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Professor Renato Fenili 
I. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DO ESTADO PATRIMONIAL AO
ESTADO REGULADOR 
Há três “estágios” (ou modelos) de evolução administrativa do Estado 
brasileiro, assim dispostos em ordem cronológica: o patrimonialista, o
burocrático e o gerencial. 
EVOLUÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO 
ASPECTO 1822-1930 1930-1985/1995 1985/1995 - ... 
Política Oligárquica Autoritária Democrática (1985) 
Modelo de 
Gestão 
Patrimonialista Burocrático
(bem-estar) 
Gerencial (1995)
(Regulador) 
Este quadro serve apenas como “norte” a nossos estudos. Iniciemos 
nossa abordagem pela questão abaixo. 
1. (CESPE / MTE / 2008) O Estado oligárquico, no Brasil, é
identificado com a República Velha, e caracteriza-se pela
associação entre as instituições políticas tradicionais e as
entidades da sociedade civil mobilizadas em torno dos
segmentos mais pobres e desprotegidos da população, por meio
de fortes redes de proteção social. 
Para o melhor aproveitamento desta aula, é essencial que abordemos,
preliminarmente, aspectos da História do Brasil. Só assim teremos um
entendimento mais profundo dos aspectos administrativos que marcaram o
último século da gestão pública brasileira. 
Com esse intuito, faremos um rápido apanhado histórico, iniciando-se
com o chamado Período Republicano. 
1. O Período Republicano 
Denomina-se Período Republicano o intervalo da história brasileira que
se inicia na Proclamação da República (1889) e se estende até os dias atuais. 
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Professor Renato Fenili 
É dividido em cinco “subperíodos”, delimitados em função de acontecimentos
políticos de relevância, ocorridos ao longo do século passado. 
O esquema a seguir1 traz a linha cronológica do Período Republicano 
Brasileiro: 
a. A República Velha (1889 – 1930) 
Segundo Costa (2008), a proclamação da República (primeiro golpe
militar da história brasileira) não alterou profundamente as estruturas
socioeconômicas do Brasil Imperial. O que houve foi a maior concentração na
economia agrícola de exportação, fortalecendo-se a cafeicultura paulista, ao
passo que as antigas elites cariocas e nordestinas perdiam poder. 
A presença dos militares no poder, após o golpe de 1889, teve vida
breve, resistindo até 1894, com a eleição de Prudente de Morais. Nesta
ocasião, a oligarquia cafeeira retorna ao poder, trazendo novamente à tona a 
1 Fonte: http://www.centrodeatividades.com/2011/09/linha-do-tempo-periodo-republicano.html 
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aliança já vista no Segundo Império entre o estamento burocrático-
aristocrático e a oligarquia cafeeira. 
Assim, os senhores de terra (os “barões do café”) ocupavam-se da
economia, ao passo que uma classe burocrática (cujos membros, muitas
vezes, possuíam laços de parentesco ao patriarcado rural) cuidava da
administração do Estado. Este estamento burocrático governava com ampla
autonomia, “apropriando-se do excedente econômico no seio do próprio
Estado, e não diretamente através da atividade econômica” (BRESSER-
PEREIRA, 2001, p. 5). 
É importante dispensarmos um olhar mais detido na classe burocrática
brasileira na época da República Velha. Parcela considerável deste estamento
era composta por representantes da ordem escravocrata (recém-extinta),
agora absorvidos pelo emprego público. Contudo, há de se ter em mente a
formação de uma elite patrimonialista que vivia das rendas do Estado ao
invés das rendas da terra. Era composta por letrados e juristas, sendo que,
com o tempo, o saber jurídico formal é transformado em instrumento de
poder. 
A Constituição Federal de 1891, instituidora do federalismo, foi
responsável por prover maior descentralização política a um Estado que
fora altamente centralizado na época do Império. Tal fato implicou o
aumento do poder dos governadores e das oligarquias locais, configurando
uma situação contraditória: os governadores passaram a deter mais poder
em relação à União, mas passaram, usualmente, a depender da figura do 
Burocracia-aristocrática
(elite da administração pública) 
Oligarquia cafeeira 
(poder econômico e político) 
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“coronel local”. Esse sistema ficou conhecido como “política dos
governadores”, e foi responsável pela alternância, na presidência da
República, de representantes de São Paulo e de Minas Gerais: eis a política
do café com leite. Vejamos a descrição que Costa (2008, p. 838 e 840) faz
desse quadro: 
A República federalista, com estados politicamente autônomos, consagrou
um novo pacto político que acomodava os interesses das elites econômicas
do Centro-Sul e do resto do país. O governo federal ocupava-se de assegurar
a defesa e a estabilidade e proteger os interesses da agricultura exportadora
através do câmbio e da política de estoques, com reduzida interferência nos
assuntos “internos” dos demais estados. Lá vicejavam os mandões locais, 
grandes proprietários de terra e senhores do voto de cabresto, e as grandes
oligarquias, que controlavam as eleições e os governos estaduais e
asseguravam as maiorias que apoiavam o governo federal. A política dos
governadores garantia a alternância na presidência da República de
representantes de São Paulo e Minas Gerais. Esse sistema era marcado
pela instabilidade dos governos estaduais passíveis de serem derrubados e
substituídos em função da emergência de novas oligarquias. 
Feita esta exposição, podemos retornar à questão proposta: 
(CESPE / MTE / 2008) O Estado oligárquico, no Brasil, é identificado com a
República Velha, e caracteriza-se pela associação entre as instituições políticas
tradicionais e as entidades da sociedade civil mobilizadas em torno dos segmentos
mais pobres e desprotegidos da população, por meio de fortes redes de proteção
social. 
Realmente o Estado oligárquico é identificado com a República Velha,
no Brasil. Contudo, não há de se falar em associação, à época, entre
instituições políticas tradicionais e entidades da sociedade civil em prol de
segmentos mais pobres. Não havia ênfase em políticas sociais no Estado
patrimonialista. O governante não agia em benefício dossegmentos sociais
mais desprovidos, mas sim mediante o seu próprio interesse. 
Com a crise mundial da década de 30 (causada, grosso modo, pela
quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, seguida de um período conhecido
como Grande Depressão), concebeu-se o modelo de um Estado como 
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provedor das demandas sociais de sua população. Trata-se do Estado do
Bem-Estar Social (Welfare State), 
A questão está errada. 
Ante a ineficácia do Estado na execução de políticas públicas (sociais),
coube às instituições religiosas recorrer ao atendimento das populações mais
carentes. Este conteúdo já foi cobrado em concursos: 
2. (CESPE / MPS / 2010) O Estado oligárquico, modelo adotado no
século passado, no Brasil, antes do primeiro governo Vargas,
atribuía pouca importância às políticas sociais, o que fortaleceu
o papel de instituições religiosas, voltadas para o atendimento
das populações mais pobres e desprotegidas. 
Vejamos a elucidação que Escorsim (2008)2 traz sobre este tópico: 
No alvorecer do século XX, o Brasil manteve como característica de sua formação sócio-
histórica o conservadorismo de uma sociedade elitista no acesso às riquezas sociais e sua
acumulação, garantida por uma oligarquia latifundiária que detinha os poderes político e
econômico. [...] 
Desde o século XVIII, a filantropia e a assistência social associavam-se intimamente às
práticas de caridade no Brasil. Dependiam de iniciativas voluntárias e isoladas de auxílio aos
pobres e desvalidos da “sorte”. Estas iniciativas partiam das instituições religiosas
que, sob o prisma da herança moral cristã, dispensavam seus cuidados, oferecendo abrigos,
roupas e alimentos, em especial às crianças abandonadas, aos velhos e doentes em geral. É
mais do que reconhecido o papel de organizações como as Santas Casas de Misericórdia no
país como também atividades desenvolvidas por várias ordens religiosas. 
Foi apenas no governo de Getúlio Vargas que se criou o Conselho Nacional de
Serviço Social [...]. Em 1942, foi criada a Legião Brasileira de Assistência – LBA, sob a
forte influência das primeiras damas, uma vez que a Sra. Darcy Vargas foi sua primeira
presidenta. Estas senhoras deram capilaridade à assistência social em todo o território
nacional [...] 
Nesse sentido, vemos que a assertiva está correta. 
2 ESCORSIM, S. M. A filantropia no Brasil: entre a caridade e a política de assistência social. Revista Espaço
Acadêmico, n. 86, 2008. 
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3. (CESPE / TRE – BA / 2010) A época em que predominava o
patrimonialismo no Brasil corresponde a um período de alta
centralização político-administrativa no país. 
Como vimos, a partir do final do século XIX, favorecida pela
Constituição de 1891, houve significativa descentralização política no
Brasil. Ainda, à mesma época, o poder político e a atuação dos coronéis
(oligarquia cafeeira) também respondia por significativa descentralização
administrativa. 
A questão está, assim, errada. 
Este modelo excessivamente patrimonialista / clientelista, com base na
oligarquia rural associada à burocracia-aristocrática de administradores
públicos, dava sinais de cansaço ao final da década de 1920. Mudanças
conjunturais demandavam por reformas na administração. Os principais
fatores que culminaram no declínio do modelo patrimonialista e no
surgimento do modelo burocrático são assim listados: 
 Expansão industrial, tornando desejável um modelo administrativo
com regras claras, objetivas e racionais, e não mais baseado em trocas
de favores; 
 Insatisfação dos militares, que exigiam a ordem e progresso
enunciados na bandeira republicana; 
 Necessidade de combate à corrupção e ao nepotismo; 
 Necessidade de organização da administração pública brasileira a fim 
de alavancar o desenvolvimento nacional; 
 A eleição do paulista Júlio Prestes para suceder o também paulista 
Washington Luís (derrotando o gaúcho Getúlio Vargas) desencadeou o
rompimento do pacto com Minas Gerais e com as demais oligarquias
estaduais. 
Assim, sucede a chamada Revolução (ou Golpe) de 1930, um
movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Rio Grande do
Sul e Paraíba, depondo o presidente da República Washington Luís e a posse 
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do presidente eleito Júlio Prestes. Era o fim da República Velha e o início da
Era Vargas, correspondente à reforma burocrática da administração
pública. 
4. (ESAF/CVM/2011) No Brasil, a Primeira República (1889-
1930), também conhecida como República Velha, caracterizou-
se por: 
a) eleições fiscalizadas pela justiça eleitoral. 
b) amplo domínio das oligarquias. 
c) voto direto, secreto e universal. 
d) universalização do acesso ao ensino primário. 
e) economia diversificada e autárquica. 
Como vimos, no período de 1889 a 1930, o Brasil foi amplamente
dominado pelas oligarquias (em geral, uma elite agrícola, baseada na
exploração cafeeira). Nesse sentido, a alternativa B está correta. 
Com relação às demais alternativas, cabe a menção de que o voto na
Primeira República era censitário (comprometendo a alternativa C), mas as
eleições eram verdadeiras farsas (comprometendo a alternativa A). A
economia, conforme exposto anteriormente, não era diversificada, mas
fundamentalmente baseada na exportação do café (comprometendo a
alternativa E). Por fim, se o acesso ao ensino primário, até os dias de hoje,
não é universal, podemos dizer que também não o era no início do século
passado. 
Resposta: D. 
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b. A Era Vargas (1930-1945) 
5. (CESPE / PRF / 2012) A criação do Departamento
Administrativo do Serviço Público representou a segunda
reforma administrativa do país, com a implantação da
administração pública gerencial. 
O governo de Getúlio Vargas inicia em um momento de forte crise
econômica mundial, em decorrência da quebra da Bolsa de Nova Iorque em
1929. Para o Brasil, uma das principais consequências da crise foi a queda do
consumo do café nacional – carro chefe de nossa economia ainda agrária –
pelo mercado externo. Outra consequência foi a relativa impossibilidade de o
Brasil comprar produtos industrializados de outroa países, dada a
inexistência de saldo suficiente em nossa balança comercial. 
A solução foi a centralização econômica e o fechamento de nosso
mercado, criando-se uma política de valorização do café. Ademais, uma vez
que os produtos industrializados não mais viriam do mercado externo, houve
o fomento expressivo da industrialização. Neste cenário, a década de 1930 é
considerada como a passagem do Brasil agrário para o Brasil industrial, com
a decorrente ascenção da burguesia industrial nos campos econômico e
político. 
O importante é termos em mente que o Governo Vargas lançou-se de
maneira franca ao projeto desenvolvimentista, envidando esforços não só
criação das bases para a industrialização (infraestrutura diversa, tal como
transportes, energia elétrica, provisão de aço etc.), mas também na
capacidade de coordenação de decisões econômicas. Não mais havia
espaço para as velhas estruturas do Estado Oligárquico de outrora,
impregnadas pelo patrimonialismo e pelo clientelismo. Era o
momento de se reformar o Estado, o Governo e a Administração 
Pública. 
Nesse sentido, o governo de Getúlio Vargas iniciou mudanças quetinham duas vertentes principais, assim assinaladas por Lima Júnior (1998): 
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 estabelecer mecanismos de controle da crise econômica, resultante dos
efeitos da Grande Depressão, iniciada em 1929, e subsidiariamente
promover uma alavancagem industrial; 
 promover a racionalização burocrática do serviço público, por
meio da padronização, normatização e implantação de mecanismos de
controle, notadamente nas áreas de pessoal, material e finanças. 
Para nosso curso, é de interesse a reforma administrativa que se seguiu,
podendo-se considerar como marco inicial a criação do Departamento
Administrativo do Serviço Público (DASP), em 19363. No ano seguinte
(1937), Getúlio Vargas protagoniza um golpe de Estado, dando início a um
governo centralizador, anticomunista e autoritário que ficou conhecido como
Estado Novo que durou até 1945. Neste período, o DASP firmou-se como
órgão central responsável pela condução da reforma administrativa. As
principais realizações do DASP, reponsável pela promoção da reforma
burocrática, podem ser assim relacionadas: 
 ingresso no serviço público por concurso; 
 racionalização geral de métodos; 
 instituição de critérios gerais e uniformes de classificação de 
cargos; 
 organização e aperfeiçoamento das administrações de pessoal e 
orçamentária; 
 padronização das compras estatais; 
 promoção de uma política marcada pela impessoalidade, 
profissionalismo e formalidade. 
Trata-se de medidas baseadas na Teoria da Burocracia de Max Weber,
tendo na racionalidade dos métodos e no controle dos meios a linha de ação
principal. 
Com relação à questão proposta, deve-se ter em mente que a criação do 
DASP é marco da primeira reforma administrativa do País, que almejou a 
3 A reforma burocrática na administração estatal brasileira inicia-se, na realidade 1936,
sob a liderança de Getúlio Vargas. Naquele ano, criou-se o Conselho Federal do Serviço
Público Civil, consolidado, dois anos depois, no Departamento Administrativo do Serviço
Público (DASP). 
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substituição de um modelo administrativo então patrimonialista para um
burocrático. Os primeiros vestígios de um modelo de administração gerencial
só serão vistos em 1967, como estudaremos mais adiante nesta aula. 
A questão está errada. 
6. (FCC / TRE – CE / 2012) A criação do DASP em 1938, com a
definição da política de recursos humanos, de compra de
materiais e finanças e a centralização e reorganização da
administração pública federal, marca de forma inequívoca a
passagem da forma de administração pública patrimonialista
para a estruturação da máquina administrativa do Brasil na
forma: 
a) burocrática. 
b) gerencial. 
c) estratégica. 
d) da nova gestão pública. 
e) funcional. 
A criação do DASP em 1938 é um marco da reforma administrativa
burocrática brasileira. Foi um esforço institucionalizado a fim de superar as
práticas patrimonialistas vigentes. 
A intenção era substituir a arbitrariedade por racionais e regidas por
regras bem estruturadas. 
Resposta: A. 
Paludo (2012) reforça que a atuação do Estado burocrático brasileiro deu-
se em três frentes, a saber: 
 criação de órgãos formuladores de políticas públicas capazes de
promover a integração entre Governo e sociedade; 
 expansão de órgãos permanentes (ministérios, órgãos de regulação
e controle); 
 expansão das atividades empresariais do Estado (empresas
públicas, sociedades de economia mista, fundações etc.). 
Tais esforços revelam o início da institucionalização da
administração indireta no Brasil, a despeito deste termo só surgir a partir 
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do Decreto-Lei nº 200/67. Por fim, cabe registrar que foi durante o Estado
Novo que se viram as primeiras tentativas de instauração do Estado de Bem-
Estar Social no Brasil. Na realidade, vigorou neste período a noção de um
Estado forte, intervencionista na economia do País e provedor das
necessidades sociais. Tal noção só veio a perder força com o modelo
gerencial, que apregoa um Estado que assuma o papel de regulador (por
meio das Agências Reguladoras), e não de efetivo protagonistaem atiidades
econômicas. 
7. (CESPE / TRE – RJ / 2012) A implantação do Departamento
Administrativo de Serviço Público (DASP) foi uma ação típica da
administração pública voltada para o paradigma pós-
burocrático. 
A implantação do Departamento Administrativo do Serviço Público
(DASP), em plena Era Vargas, está alinhada com o paradigma burocrático
(e não pós-burocrático) então vigente. 
A questão está errada. 
8. (CESPE / ANAC / 2012) O governo autoritário de Vargas
investiu na modernização da máquina administrativa do Estado
por meio da difusão dos paradigmas burocráticos de Max
Weber. 
Os ideais burocráticos weberianos são a principal fonte conceitual da
reforma daspiana, que almejou a modernização da máquina administrativa
estatal, visando a mitigar as práticas clientelistas do estado patrimonialista,
segundo as quais as “coisas do governante” (= res principis) não eram
separadas das coisas do povo (res pública). 
A questão está certa. 
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9. (CESPE / ANAC / 2012) A administração pública burocrática
representou uma tentativa de substituição das práticas
patrimonialistas, originárias das monarquias absolutistas, em
que inexistia clara distinção entre a res pública e a res privada. 
A questão aborda, de forma acertada, o conteúdo trabalhado na questão
anterior. 
Está, assim, correta. 
10. (CESPE / TRE – BA / 2010) A reforma administrativa de
1937 conseguiu organizar a estrutura administrativa do Estado
brasileiro, de forma diminuir a burocracia do país. 
A reforma administrativa de 1937 foi uma tentativa de implantar o
modelo de gestão burocrática no estado (e não de diminuir a burocracia). 
A questão está errada. 
11. (CESPE / TRE – ES / 2011) A instituição, em 1936, do
Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) teve
como objetivo principal suprimir o modelo patrimonialista de
gestão. 
A assertiva espelha o entendimento correto, em termos da suplantação
do modelo patrimonialista pelo burocrático, mediante a instituição do DASP. 
A questão está, assim, correta. 
12. (CESPE / TCU / 2013) No Brasil, o estado de bem-estar
social (welfare state) surgiu a partir de decisões autárquicas,
com caráter predominantemente político. 
Entende-se por welfare state a “mobilização em larga escala do aparelho 
de Estado em uma sociedade capitalista, a fim de executar medidas 
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orientadas diretamente ao bem-estar de sua população” (MEDEIROS, 2001, 
p. 6)4. 
No que concerne à temática do desenvolvimento de um Welfare State no
Brasil, Silva (2007)5, tomando por base Medeiros (2001) e Barcellos (1983)6, 
traz a seguinte síntese: 
Sob o Governo Getúlio Vargas, a década de 30 é caracterizada pela
estratégia deliberada de aumentar o papel do Estado na regulação da
economia e da política nacionais como meio de fomento ao desenvolvimento.
As medidas de centralização das ações estatais adotadas, a partir da década
de 30 buscavam propiciar a integração da economia nacional e regulamentar
os fatoresde produção, a fim de fornecer as condições necessárias para o
desenvolvimento da indústria. 
As políticas sociais no período anterior à Revolução, de 1930, eram
fragmentadas e emergencialistas. Os conflitos entre capital e trabalho eram
regulados por legislação esparsa e tratados basicamente pelo aparato
policial; questões de saúde pública eram tratadas pelas autoridades locais,
não havendo por parte do Governo central um programa de ação no sentido
de atendê-las; a educação era atendida por uma rede escolar muito
reduzida, de caráter elitista e acadêmico; as reformas da época (escola
nova) ocorriam regionalmente e de forma parcial; a previdência era
predominantemente privada, organizada por empresas e categorias
profissionais e a questão habitacional não era considerada objeto de política
pública. 
É a partir de 1930 que se verifica a constituição de um Welfare State no
Brasil. As circunstâncias do surgimento e desenvolvimento do Welfare State
no País, no entanto, são diferentes daquelas observadas nos países europeus
e norte-americanos – não só pela posição diferenciada do Brasil na economia
mundial, mas também por suas peculiaridades históricas -, e as políticas
sociais implementadas são eivadas de um profundo caráter conservador. 
4 MEDEIROS, M. A trajetória do Welfare State no Brasil: papel redistributivo das políticas sociais dos anos 1930
aos anos 1990. Brasília, IPEA, 2001. 
5 SILVA, D. M. A Crise do Estado Brasileiro após a década de 70 e seus Reflexos sobre o Sistema Judicial. Revista
da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, v. 102, p. 1063 – 1075, 2007. 
6 BARCELLOS, T.. M.. M. (org.) A política social brasileira 1930 – 64: evolução institucional no Brasil e no Rio
Grande do Sul. Porto Alegre: Fundação e Economia Estatística, 1983. 
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[...] 
O caráter redistributivo do Welfare State, por sua vez, foi limitado, de um
lado, pela falta de autonomia da burocracia, pois os funcionários públicos
constituíam um grupo comprometido com o Governo que, por sua vez, era
resistente à promoção de gastos sociais progressivos em detrimento de seus
interesses corporativos; por outro lado, a combinação de autoritarismo com
forte segmentação no mercado de trabalho limitou a capacidade de os
movimentos de trabalhadores influenciarem positivamente a sistematização
de programas generalizados a toda a população e sem caráter populista. 
No Brasil, portanto, o Welfare State surge a partir de decisões
autárquicas e com caráter predominantemente político. De acordo com
a perspectiva corporativista dos grupos no poder, nesse período
predominava um ideal de sociedade harmônica em que os antagonismos
entre classes eram encarados como nocivos ao bem comum representado
pelo Estado. 
Desta forma, vemos que a assertiva está correta. 
A queda de Getúlio Vargas do poder deu-se em 1945, muito em
decorrência da pressão de lideranças militares recém-saídas da II Guerra
Mundial, onde lutaram contra regimes totalitários. Como afirma Costa (2008, 
p. 847), “parecia contraditório que os militares Brasileiros voltassem da
Europa para dar suporte à ditadura”. 
IMPORTANTE! 
Apesar dos esforços do DASP, na realidade, a administração pública não 
chegou a adotar uma política consistente de recursos humanos na época do 
Estado Novo. O patrimonialismo, embora combatido pela Reforma 
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Burocrática, ainda se fazia presente, impossibilitando a implantação de um 
modelo que espelhasse a burocracia clássica weberiana. De toda sorte, é 
essencial a compreensão de que a Reforma Administrativa do Estado 
Novo representa o primeiro esforço sistemático de superação do 
patrimonialismo. 
c. A República Populista (1945-1964) 
13. (CESPE / TRE – ES / 2011) Entre os anos 1950 e 1960, o
modelo de gestão administrativa proposto estava voltado para
o desenvolvimento, especialmente para a expansão do poder de
intervenção do Estado na vida econômica e social do país. 
Eleito em 1945, toma posse o presidente Dutra, ex-Ministro da Guerra de
Getúlio Vargas, realizando um governo conservador marcado pelo retorno de
velhos componentes patrimonialistas e clientelistas. Nas palvras de Bresser-
Pereira (2001, p. 13): 
Vargas foi deposto em outubro de 1945, fazendo com que faltasse à Reforma
Burocrática de 1938 o respaldo que o regime autoritário lhe conferia. No
novo regime democrático o DASP perdeu grande parte de suas atribuições
Nos cinco anos seguintes, a reforma administrativa seria conduzida como
uma ação governamental rotineira e sem importância, enquanto práticas
clientelistas ganhavam novo alento dentro do Estado brasileiro. 
Getúlio Vargas retorna ao poder em 1951, após sua eleição como
presidente da República em outubro de 1950. Segue-se um período de novas
tentativas de retomada do ímpeto inicial da Reforma Burocrática, que se
estende de 1951 a 1963. No entanto, conforme salienta Bresser-Pereira
(2001, p. 13), “os esforços no sentido de completar a implantação de uma 
administração pública burocrática no país não chegaram a ter impacto
efetivo sobre a administração”. Os motivos para tanto reúnem não só o
patrimonialismo sempre presente, mas também o fato de as forças
desenvolvimentistas passaram a se opor ao excesso de formalismo 
burocrático, visto como incompatível com a necessidade de crescimento do 
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Brasil. Esta tendência seria observada não só no governo de Juscelino
Kubitscek (1956 – 60), mas também durante o regime militar (1964 – 84). 
Em face das disfunções burocráticas inerentes à administração pública
em meados do século passado, o Governo Kubitschek, marcado por sua
“administração para o desenvolvimento”, expande sobremaneira a 
Administração Indireta, sendo esta dotada de maior flexibilidade e de uma
gestão moderna e tecnocrática. Cria-se, assim, uma cisão (ou dicotomia)
entre Administração Direta e Indireta: construíram-se “ilhas de 
excelência” em estruturas da administração pública (indireta) voltadas ao
desenvolvimento, ao passo que o núcleo central da administração
deteriorava-se. 
Ciente do engessamento burocrático vigente na década de 1960, o
Presidente João Goulart criou a Comissão Amaral Peixoto, com o objetivo
de coordenar grupos de estudo a fim de apresentar um novo projeto de
reforma administrativa. Contudo, tal reforma só viria a ocorrer no depois do
golpe de Estado de 1964, já sob o regime militar. 
Com relação à questão proposta, aborda-se um interstício compreendido
na República Populista, caracterizada, em parte, pelo governo de Juscelino
Kubitschek (1956 – 1960), marcado por sua “administração para o 
desenvolvimento”. A questão está correta. 
d. A Ditadura Militar (1964 - 1985) 
14. (CESPE / TCU / 2008) Na reforma administrativa promovida
pelo regime militar, que teve como referência o Decreto-lei n.º
200/1967, adotou- se uma estratégia de centralização, da qual
decorreu uma contração da intervenção estatal, associada à
consolidação de uma tecnocracia de importância estratégica no
âmbito da administração direta. 
Com o Golpe de Estado de 1964, inicia-se um período de cerca de vinte
anos de um regime autoritário modernizador, burocrático-capitalista. 
A partir da forte centralização política do regime militar, dá-se
continuidade à tentativa de desburocratização, com vistas a tornar a 
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administração pública mais eficiente. Assim, por meio da Reforma
Administrativa de 1967, normatizada pelo Decreto-Lei nº 200 de 1967,
considerado por Costa (2008) “o mais sistemático e ambicioso 
empreendimento para a reforma da administração federal”. Dentre os 
principais preceitos do Decreto-Lei nº 200/67, citam-se: 
Principais Preceitos do Decreto-Lei nº 200/67 
 a administração pública deve ser guiada pelos princípios do 
planejamento, da coordenação, da descentralização, da delegação 
de competência e do controle; 
 estabelecimento da distinção entre Administração Direta e Indireta; 
 expansão das empresas estatais, de órgãos independentes (fundações) e 
semi-independentes (autarquias); 
 fixação da estrutura do Poder Executivo federal; 
 fortalecimento e flexibilização do sistema de mérito; 
 esboço dos sistemas de atividades auxiliares (pessoal, orçamento, 
administração financeira, contabilidade, auditoria e serviços gerais); 
 definição das bases do controle interno e externo; 
 indicação das diretrizes gerais para um novo plano de classificação de 
cargos, e 
 estabelecimento de normas de aquisição e contratação de bens e serviços. 
A reforma administrativa do Estado preconizada pelo Decreto-Lei nº
200/67 adotou como um de seus princípios a descentralização
administrativa. No período militar, a centralização foi referente a aspectos de
poder (político). Veja o art. 10 da citada norma: 
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser 
amplamente descentralizada.
Dessa forma, a questão está errada. 
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15. (ESAF / MPOG / 2008) A partir de 1964, a reforma
administrativa fez parte da agenda governamental do regime
militar com grande recorrência. Uma das peças centrais nas
iniciativas de reforma administrativa brasileira foi o Decreto-Lei
200, de 25/02/1967, que inclui todos os princípios norteadores
abaixo, exceto: 
a) reagrupamento de departamentos, divisões e serviços de
planejamento na Secretaria de Planejamento da Presidência da
República, com amplos poderes, superiores aos de qualquer outro
ministério. 
b) expansão das empresas estatais, de órgãos independentes
(fundações) e semi-independentes (autarquias). 
c) fortalecimento e expansão do sistema de mérito. 
d) planejamento, descentralização, delegação de autoridade,
coordenação e controle. 
e) diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos. 
As alternativas “b”, “c”, “d” e “e” constam do quadro apresentado 
anteriormente. Estão, dessa maneira, corretas. 
A alternativa “a”, em contrapartida, mostra uma ação que revela um
caráter eminemtemente centralizador, o que contraria a intenção do
Decreto-Lei nº 200/67. Veja, por exemplo, o que nos traz o art. 10 da citada
norma: 
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser
amplamente descentralizada. 
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos
principais: 
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se
claramente o nível de direção do de execução; 
b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando
estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; 
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos
ou concessões. 
Assim, a alternativa A está errada. 
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Para Bresser-Pereira (2001), o Decreto-Lei nº 200/67 era o prenúncio
das reformas gerenciais que ocorreriam em alguns países desenvolvidos a
partir dos anos 80 e, no Brasil, a partir de 1995. 
IMPORTANTE! 
 O aspecto mais importante da Reforma Desenvolvimentista de 1967 foi a 
efetiva descentralização administrativa para a Administração 
Indireta, já iniciada na década de 60. Assim, a dicotomia entre a 
Administração Indireta (ágil e flexível) e a Administração Direta (mais 
engessada) é acentuada. 
 Com a possibilidade de contratação direta de pessoal (sem concurso) na 
Administração Indireta, práticas clientelistas e patrimonialistas voltam à 
baila; 
 A elite burocrática (agora chamados de “tecnocratas”) agora se encontrava 
na Administração Indireta, enfraquecendo o núcleo estratégico do Estado. 
16. (CESPE / MPS / 2010) A reforma administrativa
materializada pelo Decreto-lei n.º 200/1967 é associada à
primeira experiência de implementação da administração
gerencial no país. Adotada em pleno período ditatorial, reforçou
a centralização funcional e promoveu a criação das carreiras da
administração pública de alto nível. 
Apesar de a primeira parte do enunciado estar correta, a afirmativa peca
ao afirmar que o Decreto-Lei nº 200/67 reforçou a centralização funcional. O
que houve na realidade, foi o fortalecimento da descentralização
administrativa. 
A assertiva está, assim, errada. 
17. (FCC / MPE – SE / 2009) A Reforma Administrativa de
1967, implementada pelo Decreto-lei federal nº 200: 
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a) priorizou a atuação do Estado no fomento e regulamentação
dos setores produtivos e a sua retirada como prestador direto
de serviços públicos. 
b) cerceou a autonomia das entidades integrantes da
Administração indireta, submetendo-as às mesmas regras
previstas para a Administração direta, como licitações e
concurso público. 
c) retomou o processo de centralização da atuação administrativa. 
d) introduziu mecanismos de parceria com instituições privadas
sem fins lucrativos. 
e) desencadeou um movimento de descentralização da atuação
estatal, com a transferência de atividades a autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Vejamos os comentários às alternativas: 
a) A Reforma Administrativa de 1967 não priorizou a retirada do Estado
como prestador direto de serviços públicos. Houve tão somente um
grande avanço no sentido da descentralização administrativa. Muitos
serviços foram (e são) mantidos como prestados diretamente pelo
Estado. A alternativa está errada. 
b) Não houve cerceamento da autonomia das entidades integrantes da
Administração Indireta, mas sim o posto: tais entidadesganharam
autonomia, em obediência ao princípio da descentralização trazido pelo
Decreto nº 200. A alternativa estpa errada. 
c) Uma vez mais, devemos frisar que a Reforma Administrativa de 1967
foi um grande avanço no sentido da descentralização administrativa. A
alternativa está errada. 
d) O sistema de parceria inerente à Reforma Administrativa de 1967 deu-
se com instituições privadas com fins lucrativos, em especial nas
sociedades de economia mista (tipo de entidade da Administração
Indireta). As parcerias estatais com entidades sem fins lucrativos
tornam-se mais frequentes apenas a partir da década de 1990, com o
surgimento em série de tais entidades (como ONGs, por exemplo)
nesse período. A alternativa está errada. 
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e) A alternativa espelha de maneira apropriada o movimento de
descentralização administrativa desencadeado pela Reforma de 1967.
Está, assim, correta. 
Resposta: E. 
Em termos de organização, durante o período militar, o planejamento da
administração pública era estruturado da seguinte forma: 
 SEPLAN (Secretaria de Planejamento) = agência central do
planejamento; 
 DASP (Departamento Administrativo do Setor Público) = com suaatuação diminuída com relação ao passado, agora era voltado apenas à
área de RH; 
 SEMOR (Subsecretaria de Modernização e Reforma Administrativa do
Ministério do Planejameto) = agência responsável pela condução
das reformas. 
Durante a década de 1970, a SEMOR promoveu revisões periódicas da
estrutura organizacional existente, bem como examinou projetos
encaminhados por outros órgãos públicos, visando à instituição de novas
agências. Ainda, a SEMOR dedicou atenção especial ao desenvolvimento de
recursos humanos para o sistema de planejamento. 
Em 1979, Hélio Beltrão assume o recém-criado Ministério da
Desburocratização, criado no governo de Figueiredo. A nova proposta era
direcionar as ações administrativas para o atendimento aos
cidadãos, reformando a burocracia no sentido da administração
pública gerencial. Seu Programa Nacional de Desburocratização, em
um primeiro momento, destinou-se apenas à simplificação de
procedimentos. No entanto, a partir do início da década de 1980, teve por
objetivo as ações de desestatização, por meio de privatizações. Neste
contexto, o governo estaria restrito ao controle, atuando tão somente no
apoio e fomento. 
IMPORTANTE! 
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O Programa Nacional de Desburocratização foi pioneiro em seu 
caráter social e político. Havia não só o foco no enxugamento da máquina 
estatal, mas também no atendimento ao cidadão, não mais visto como mero 
súdito do Estado. 
A opção pela desestatização pode ser entendida como uma forma de
conter a expansão da Administração Pública Indireta, que havia sido
sobremaneira estimulada pelo Decreto-Lei nº 200/67. Eis a visão de
Wahrlich (1984, p. 57): 
(...) a necessidade de um programa de desestatização indica que na questão
da organização para o desenvolvimento, a administração pública brasileira
ultrapassou suas metas e chegou a hora de corrigir a disfunção existente,
para atender à opção constitucional do país por uma economia de mercado. 
18. (ESAF/CGU/2006) Complete a frase com a opção correta. 
O principal objetivo do Programa Nacional de Desburocratização
instituído em 1979 era...... 
a) descentralizar a administração pública federal por meio da
criação de autarquias. 
b) privatizar o setor produtivo nas mãos do Estado. 
c) aumentar a participação do cidadão na definição do orçamento
público. 
d) dinamizar e simplificar o funcionamento da administração
pública federal. 
e) criar entes para atender diretamente o usuário de serviços
públicos. 
Como vimos, de modo geral, o Programa Nacional de Desburocratização
teve por objetivo a simplificação e a dinamização do funcionamento da
administração pública federal, cujo engessamento foi agravado nos governos
militares antecedentes. Assim, a alternativa “D” está correta. 
Resposta: D. 
e. A Nova República (1984 - hoje) 
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Tentativas de reformas no período 1985 - 1990 
Com o término do Governo Militar, José Sarney assume a presidência da
República em 1985, marcando o retorno do Brasil ao regime democrático. 
O novo governo herdava, à época, um aparato administrativo ainda
marcado pela centralização política na figura da União, pelo ingresso de
funcionários sem concurso público (com práticas patrimonialistas) e pelo
enfraquecimento do núcleo estratégico do Estado. 
Com o intuito de modernizar a Administração Federal, Sarney extingue o
DASP em 1985, criando, em seu lugar, a SEDAP – Secretaria de
Administração Pública da Presidência da República. As metas, neste
momento, eram o estabelecimento de uma nova política de RH, a
racionalização da estrutura administrativa e a contenção de gastos públicos.
Da mesma forma, houve a descentralização política, conferindo-se maior
autonomia aos estados e aos municípios. 
Contudo, mesmo que na superfície o País estivesse vivenciando uma
“euforia democrática”, na realidade havia uma crise política, econômica e 
fiscal sem precedentes em nossa história. Com o advento do Plano Cruzado,
o Brasil vivenciou um ano de falsa prosperidade, mergulhando, em seguida,
em um período de hiperinflação. 
Em contrapartida, enquanto o País descentralizava-se no plano político,
no plano administrativo havia a centralização, por intermédio da Constituição
Federal de 1988, denotando um significativo retorno aos ideais burocráticos
de 1936. Para Bresser-Pereira (2001), este retrocesso burocrático resultou
da crença equivocada de que a flexibilização da administração pública trazida
pelo Decreto-Lei nº 200/1967 seria o cerne da crise do Estado. Desta forma,
a soma de uma burocracia fortalecida pela CF/88 com a profunda crise
econômica implicou o desprestígio da administração pública brasileira, até
meados da década de 1990. 
O esquema abaixo evidencia as diferenças em termos administrativos e
políticos dos contextos do Decreto-Lei nº 200/67 e da Constituição Federal
de 1988: 
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Importante salientar que a Constituição Federal de 1988, em termos
administrativos, implicou um retrocesso burocrático. Nas palavras de
Costa (2008): 
[...] a Carta de 1988, no anseio de reduzir as disparidades entre a
administração central e a descentralizada, acabou por eliminar a flexibilidade
com que contava a administração indireta que, apesar de casos de
ineficiência e abusos localizados em termos de remuneração, constituía o
setor dinâmico da administração pública. 
Vejamos as principais mudanças que a Constituição Federal de 1988
trouxe no que concerne à administração e aos serviços públicos: 
Principais Inovações da CF/88 para a Administração Pública 
 Extensão à Administração Indireta de procedimentos de controle aplicáveis 
anteriormente apenas à Administração Direta, implicando perda de 
flexibilidade; 
 Ampliação das competências dos órgãos de controle, tanto interno quanto 
externo; 
 Aplicação de um regime jurídico único (RJU) a todos os servidores, 
transformando milhares de empregados celetistas em estatutários e 
onerando significativamente a gestão da previdência dos servidores 
públicos; 
 Instituição de plano de carreira para servidores das administrações direta 
e indireta; 
 Exigência de autorização do Poder Legislativo para a criação, 
transformação e extinção de órgãos e entidades, bem como para a criação 
Decreto-Lei no 200/67 
Centralização Política 
Descentralização 
Administrativa 
Constituição Federal de 1988 
Descentralização Política
Centralização Administrativa 
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de cargos, empregos e funções públicas (perda de autonomia do Poder 
Executivo). 
Como vemos, a Administração Pública tornou-se mais burocrática, rígida
e centralizada por meio das regras da CF/88. Ainda, se, por um lado, os
mecanismos da Carta de 1988 favorecem o controle das atividades da
administração pública, o modelo burocrático estabelecido ainda dificulta a
transparência das informaçoes (fato que está sendo remediado na
atualidade, mediante a Lei de Acesso à Informação). 
Em síntese: a CF/88 leva a um significativo retrocesso burocrático,
motivado por duas causas principais: a reação contra o clientelismo ora
vigente e o cerceamento da autonomia da Administração Indireta. 
Para Bresser-Pereira (2001), este retrocesso burocrático resultou da
crença equivocada de que a flexibilização da administraçãopública trazida
pelo Decreto-Lei nº 200/1967 seria o cerne da crise do Estado. Desta forma,
a soma de uma burocracia fortalecida pela CF/88 com a profunda crise
econômica implicou o desprestígio da administração pública brasileira, até
meados da década de 1990. 
Reforma no governo Collor 
A despeito da curta duração do governo de Fernando Collor de Mello
(1990-92), os impactos sobre a administração pública foram profundos. 
Trata-se de um governo conturbado, repleto de medidas radicais e
desencontradas, tendo por cerne uma postura neoliberal do Estado
mínimo. 
A Reforma Administrativa conduzida no governo Collor teve por foco
principal o enxugamento da máquina estatal, por meio da privatização de
empresas estatais, aliada à abertura da economia. Houve, assim, o que 
Costa (2008) chama de “desmantelamento do setor público”, promovendo-se
a desestatização e extinguindo-se ainda órgãos e ministérios, bem como se
demitindo aproximadamente 112 mil funcionários públicos. 
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O fato é que não houve um plano formal bem definido para a
reforma de Collor. Tampouco houve algum tipo de balizamento conceitual.
No entanto, cabe a ressalva de que os primeiros passos rumo à Reforma
Gerencial foram dados no governo Collor, ainda que de forma errática e
desestruturada. 
Concluído o processo de impeachment, Itamar Franco assume a
presidência da República em dezembro de 1992. Conduz, até 1994, um
governo conservador, recompondo o salário do funcionalismo, deteriorado na
gestão de seu antecessor. 
A Reforma Gerencial no governo de Fernando Henrique Cardoso 
Foi no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) que a Reforma
Administrativa passou a ser tema central no País. 
Por um lado, estava presente o firme propósito de que o Estado deveria
coordenar e regular a economia, tendo por objetivo a reintegração
competitiva do país na economia mundial. Por outro lado, urgiam as
pressões pelo atendimento às demandas sociais, o que demandava a
existência de um Estado gerencial forte e atuante. 
As implicações para a gestão era lógica: era necessária a
modernização da Administração Pública, a fim de dar suporte à atuação
estatal. A ideia era a manutenção de um forte núcleo estratégico, ao passo
que um programa de privatizações e a delegação de ações a organizações
descentralizadas, ou até mesmo não governamentais seriam efetivadas.. 
A fim de dar o devido suporte à citada Reforma, criou-se, em 1995, o
Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE), nomeando-se o
ministro Bresser-Pereira a fim de levar a cabo as ações necessárias. Bresser-
Pereira, no mesmo ano, elabora o Plano Diretor de Reforma do Aparelho
do Estado (Pdrae), tomando por base a análise das reformas ocorridas em
outros países (em especial Inglaterra), bem como o livro Reinventando o
Governo7 (obra de David Osborn e Ted Gaebler). 
Para Costa (2008), o Pdrae partia da premissa de que a crise 
latinoamericana do final do século XX era essencialmente uma crise de
Estado. Para aquele documento, o governo brasileiro não carecia de 
7 A obra Reinventando o Governo: como o espírito empreendedor está transformando o setor público, publicada em
1998, retrata a experiência ocorrida no Estado de Minnesota (EUA), devido a uma gestão inovadora promovida pelo
prefeito e vice-prefeito da cidade de Saint Paul. 
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governabilidade, visto que contava com legitimidade democrática e apoio na
sociedade civil. Havia sim a carência de governança, ou seja, de capacidade
de implementação de políticas públicas, devido à rigidez e à ineficiência da
máquina administrativa. Com esse intuito, o Pdrae assinalava ser necessário: 
 reformar o aparelho do Estado, aumentando a sua governança, ou
seja, a sua capacidade de implementação de políticas públicas de
forma eficiente; 
 inovar instrumentos de política social, proporcionando maior
abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços
sociais; 
 proceder a um ajuste fiscal; 
 efetivar reformas econômicas orientadas ao mercado, de forma que 
houvesse a manutenção de condições para o enfrentamento da
competição internacional. 
No Pdrae, os problemas na administração pública foram agrupados em
três dimensões interrelacionadas: 
PROBLEMAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PDRAE) 
DIMENSÃO DISCRIMINAÇÃO 
Institucional-
legal 
Referem-se a óbices de ordem legal e/ou institucional
para fins da consecução de maior eficiência da
administração pública brasileira. 
Cultural 
Trata-se da coexistência de valores patrimonialistas e
burocráticos com os novos ideais gerencialistas a
serem implantados. 
Gestão São problemas relativos às práticas administrativas. 
Ainda no âmbito do Pdrae, é relevante o registro de que houve a
identificação de 4 (quatro) segmentos de organização do Estado, divididos
em função de suas responsabilidades principais: 
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SEGMENTOS DE ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (PDRAE) 
SEGMENTO ATUAÇÃO 
Núcleo
estratégico 
Definição de políticas públicas e de normas legais,
bem como a cobrança de seus cumprimentos. É
constituído pela cúpula dos três Poderes e pelo
Ministério Público. 
Atividades
Exclusivas 
Prestação de serviços que só o Estado pode executar:
cobrança de impostos, previdência social básica,
fiscalizações em geral, subsídio à educação etc. 
Atividades Não-
Exclusivas 
Atuação do Estado em conjunto com outras
organizações públicas não estatais e privadas:
hospitais, universidades, centros de pesquisa etc. 
Produção de bens
e serviços para o 
mercado 
São atividades econômicas, que visam ao lucro, e que
permanecem sob a tutela do Estado. 
Contando com o respaldo do então presidente Fernando Henrique, a
proposta de reforma gerencial acabou por ganhar o apoio de políticos e
intelectuais. Foi aprovada e teve como marco central a Emenda
Constitucional nº 19, de 1998. 
O esquema abaixo, traz as principais características do modelo
de administração gerencial: 
 Orientação para a obtenção de resultados; 
 Foco no cidadão, entendido como cliente / usuário último da 
administração pública; 
 Descentralização administrativa (delegação de autoridade), 
priorizando os resultados e o seu controle (efetuado através de 
contratos de gestão); 
 Descentralização política, transferindo-se recursos e atribuições 
para os níveis políticos regionais e locais; 
 Fortalecimento e aumento da autonomia da burocracia estatal, 
organizada em carreiras de Estado, passando a formular e a 
gerir, juntamente com políticos e demais membros da sociedade, 
as políticas públicas; 
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 Terceirização de atividades auxiliares e de apoio, que passam a 
ser licitadas competitivamente no mercado. 
19. (FCC / TRE – CE / 2012) A administração pública gerencial
constitui um avanço e afirma-se que deve ser permeável a
maior participação dos agentes privados e/ou das organizações
da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos
(meios) para os resultados (fins), em que o beneficiário seja o
cidadão. Esse deslocamento de foco caracteriza o paradigma na
gestão pública, conhecido como: 
a) burocrático. 
b) do cliente. 
c) do acionista. 
d) do processo. 
e) estratégico. 
Na administração pública gerencial,passa-se a visar aos resultados, em
detrimento do excesso de controle dos meios, típico do modelo burocrático. 
O usuário dos serviços públicos, neste contexto, passa a ser visto como
usuário, ou cliente, sendo este o principal deslocamento de foco com
relação aos modelos administrativos anteriores – eis o paradigma (ou
modelo) do cliente. 
Resposta: B. 
É importante ressaltar que no modelo gerencial não mais vigora a ideia
neoliberal do “Estado mínimo”. Em contrapartida, o Estado também não 
assume o papel de executor de tarefas. Sua atribuição é mais no sentido de
controle, de regulação e de estímulo da economia e de ações sociais. 
O Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE) foi extinto
em 1998, e suas funções foram incorporadas pelo Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Com essa nova estruturação,
integrou-se os instrumentos governamentais de planejamento, orçamento e
gestão, facilitando a implementação da reforma. Nesse sentido, o Plano
Plurianual (PPA) é o instrumento que traz as diretrizes para a gestão por
resultados do Estado, com orientação para o longo prazo. 
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20. (CESPE / TRE – ES / 2011) Após a reforma ocorrida na
década de 90 do século XX, o Estado brasileiro superou o
paradigma burocrático, adotando, com êxito, o modelo
gerencial. 
IMPORTANTE! Não há um “modelo puro” de administração vigente no 
Brasil. O que existe é um misto dos três modelos estudados. 
Ainda hoje convivemos com práticas burocráticas, bem como com
patrimonialistas. 
A questão está errada. 
A continuidade da Reforma no governo Lula 
Luiz Inácio Lula da Silva chega à presidência da República em 2003,
permanecendo no cargo por oito anos. Conforme destaca Paludo (2012),
Lula assume o País em um momento em que a dívida pública chegava a
níveis extremos, bem como a desigualdade social apresentava-se como uma
das maiores no mundo. 
Com este cenário, as principais ações do Governo Lula podem ser
sintetizadas no quadro abaixo: 
AÇÕES DO GOVERNO LULA 
ÁREA ATUAÇÃO 
Econômica 
 Contenção de gastos públicos, evitando o
reajuste de salários de servidores públicos e
adiando investimentos gerais (em especial nos
dois primeiros anos do governo). 
Social 
 Lançamento (ou continuidade) de programas
voltados à transferência de rendas às classes
mais pobres (como o Programa Bolsa Família,
por exemplo). 
Gestão Pública 
 Aumento da governança pública (= capacidade
de governar, de implementar políticas públicas),
por meio da minimização do “déficit 
institucional” (= espaços vazios onde o governo 
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AÇÕES DO GOVERNO LULA 
ÁREA ATUAÇÃO 
deveria atuar e não estava atuando); 
 Instituição do Programa Gespública (Decreto nº 
5.378/2005), com o objetivo de promover a
excelência no exercício da gestão pública,
impactando na melhoria da qualidade dos
serviços públicos prestados ao cidadão. 
Investimentos 
 A evolução dos projetos de investimento no
governo Lula culminou, em 2007, no Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC), destinado
a promover o crescimento econômico, o
aumento do nível de emprego e a melhora das
condições de vida da população. Com a
ampliação do montante inicialmente previsto
para o PAC, o governo, em 2010, lança o PAC2. 
21. (CESPE / INSS / 2008) Atualmente, o modelo vivenciado
pelo Estado brasileiro é o da administração pública
patrimonialista. 
O Brasil envida esforços, atualmente, na evolução de um modelo
gerencial, entendido como o “estado da arte” da atuação administrativa do 
Poder Público. Contudo, o modelo efetivamente vivenciado é um misto dos
modelos patrimonialista, burocrático e gerencial. 
A questão está errada. 
22. (ESAF / MPOG / 2010) A análise da evolução da
administração pública brasileira, a partir dos anos 1930,
permite concluir acertadamente que: 
a) com o Estado Novo e a criação do DASP, a admissão ao serviço
público passou a ser feita exclusivamente por meio de concurso
público, sendo descontinuadas as práticas do clientelismo e da
indicação por apadrinhamento. 
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b) a reforma trazida pelo Decreto-Lei n. 200/67 propugnou8 pela 
descentralização funcional do aparelho do Estado mediante
delegação de autoridade aos órgãos da administração indireta
para a consecução de muitas das funções e metas do governo. 
c) a partir de meados do século XX, com o desenvolvimentismo,
deu-se a ampliação e a consolidação da administração direta,
principal gestora das políticas públicas implementadas pela
administração indireta. 
d) a partir dos anos 1980, dadas a falência do estado do bem-
estar social, a crise fiscal e a redemocratização, as reformas do
aparelho do Estado passaram a seguir uma estratégia única e
homogênea. 
e) os ‘50 Anos em 5’ e a construção de Brasília, no período JK,
representaram a pedra fundamental do que viria a ser a adoção do
gerencialismo no serviço público. 
Vejamos os comentários às alternativas: 
a) As práticas patrimonialistas / clientelistas nunca foram efetivamente
descontinuadas na administração pública brasileira. Na época do DASP,
apesar de o patrimonialismo ter sido combatido pela Reforma
Burocrática, práticas do clientelismo fizeram-se presentes. A
alternativa está errada. 
b) O Decreto-Lei nº 200/67 primou pela descentralização da
administração, inclusive instituindo a chamada Administração Indireta.
A alternativa está correta. 
c) Durante o desenvolvimentismo (ou a “administração para o 
desenvolvimento”) conduzido durante o governo de Juscelino 
Kubitschek, há a expansão significativa da Administração Indireta,
sendo esta dotada de maior flexibilidade e de uma gestão moderna e
tecnocrática. Criou-se, assim, uma cisão entre Administração Direta e
Indireta: construíram-se “ilhas de excelência” em estruturas da
administração pública (indireta) voltadas ao desenvolvimento, ao passo
que o núcleo central da administração deteriorava-se. A alternativa
está, portanto, errada. 
d) Após o fim do regime militar, seguiram-se os governos de José Sarney 
e de Fernando Collor de Mello. Fato que fica evidente no governo deste 
8 Propugnar = defender com veemência. 
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último é a total falta de plano para a reforma administrativa do Estado.
Foram medidas heterogêneas e arbitrárias, cujo resultado foi
catastrófico: o desmantelamento do aparato administrativo estatal. A
alternativa está errada. 
e) A pedra fundamental para a adoção do gerencialismo no serviço
público, conforme Bresser-Pereira (2001), é o Decreto-Lei nº 200/67. A
alternativa está errada. 
Resposta: B. 
23. (ESAF / MTE / 2010) Sobre as experiências de reformas
administrativas em nosso país, é correto afirmar: 
a) a implantação do DASP e a expedição do Decreto-Lei n. 200/67
são exemplos de processos democráticos de reformismo baseados
no debate, na negociação e em um modelo decisório menos
concentrador. 
b) ainda que o formalismo e a rigidez burocrática sejam atacados
como males, alguns alicerces do modelo weberiano podem
constituir uma alavanca para a modernização, a exemplo da
meritocracia e da clara distinção entre o público e o privado. 
c) o caráter ‘neoliberal’ do Plano Diretor da Reforma do Aparelho 
do Estado foi a mola propulsora de seu amplo sucesso e dairrestrita adesão pelo corporativismo estatal. 
d) já nos anos 1980, o Programa Nacional de Desburocratização
propunha uma engenharia institucional capaz de estabelecer um
espaço público não-estatal, com a incorporação das Organizações
Sociais. 
e) desde os anos 1990, a agenda da gestão pública tem sido
continuamente enriquecida, sendo hoje mais importante que as
agendas fiscal ou econômica. 
Vejamos os comentários às alternativas: 
a) Como vimos, tanto a implantação do DASP quanto a expedição do
Decreto-Lei nº 200/67 foram efetuadas em regimes autoritários: a
primeira deu-se durante o Estado Novo, e a última, no governo militar.
Não foram exemplos de processos democráticos de reforma. A
alternativa está errada. 
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b) A alternativa espelha o correto entendimento sobre os benefícios da
burocracia weberiana. A Teoria da Burocracia busca a eficiência
administrativa. Os problemas (vistos ao longo do século XX no Brasil)
são decorrentes de disfunções da burocracia. A alternativa está
correta. 
c) O Pdrae não gozou de “irrestrita adesão pelo corporativismo estatal”. 
Houve um esforço considerável do ministro Bresser-Pereira, que
contava com o respaldo do presidente FHC. Mesmo assim, não houve
consenso e nem a referida “irrestrita adesão”. A alternativa está 
errada. 
d) O novo modelo de gestão que propunha uma engenharia institucional
capaz de estabelecer um espaço público não-estatal é oriundo da
Reforma Bresser. As organizações sociais (OS) e as organizações da
sociedade civil de interesse público (OSCIP) são herdeiras desta
Reforma. A alternativa está errada. 
e) Não há de se falar que a agenda da gestão pública é mais importante
do que as agendas fiscal ou econômica. Há, inclusive, autores que
analisam que há um negligenciamento da gestão pública, ao passo que
a agenda econômica mostra-se aquecida. A alternativa está errada. 
Resposta: B. 
24. (ESAF/CGU/2012) Acerca das experiências de reforma da
máquina pública havidas em nosso país, é correto afirmar que: 
a) ao contrário da proposta bresseriana, as principais experiências
de reforma anteriores – o modelo daspiano e o Decreto-Lei 200 –
deram-se em um ambiente democrático, baseado no debate e na
negociação, a despeito de um processo decisório mais
concentrador. 
b) originariamente pensadas desde a edição do Plano de Metas, as
parcerias público-privadas (PPPs) não se constituem, por isso
mesmo, uma inovação do atual modelo administrativo, apesar de
seu grande sucesso e proliferação nos níveis federal e
subnacionais. 
c) o melhor exemplo de um bem sucedido resultado da Reforma
Bresser é o caso das agências regulatórias, montadas de forma
homogênea calcada na visão mais geral do modelo regulador,
condição básica ao que viria a substituir o padrão varguista de
intervenção estatal. 
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d) mesmo sem atingir todos os seus objetivos, a proposta
bresseriana de reforma deu causa a um "choque cultural", tendo
se espraiado pelos governos subnacionais no qual, facilmente,
percebe-se a sua influência na atuação dos gestores públicos e em
uma série de inovações governamentais. 
e) a atual proposta de reforma, também calcada na gestão por
resultados – porém não mais tachada de "neoliberal" –, aposta
seu sucesso em duas frentes: a quebra da estabilidade, com o
reforço do emprego público, e a redução da administração
indireta, com o aprofundamento das privatizações. 
Vejamos os comentários às alternativas: 
a) A reforma “daspiana” (criação do DASP) deu-se em 1938, durante um
período ditatorial conhecido como Estado Novo (que duraria até 1945).
Da mesma forma, a reforma promovida pelo Decreto-Lei nº 200/67
deu-se em pleno regime militar. Ambos os períodos não, assim,
democráticos. A alternativa está errada. 
b) O Plano de Metas foi um programa de industrialização e
modernização inserido no governo de Juscelino Kubitschek (1956-61).
A Parceria Público-Privada (PPP), por sua vez, é uma criação da
Inglaterra, concebida durante o governo de Margaret Thatcher no início
dos anos 90. As PPPs são contratos, de longo prazo de duração,
firmados entre a Administração Pública e a iniciativa privada, com
vistas à implementação ou gestão de obras e serviços públicos. Neste
caso, o parceiro privado assume a responsabilidade pelo
financiamento, investimento e exploração do serviço, havendo o
subsídio estatal para a obtenção de recursos no mercado financeiro. As
PPPs foram trazidas ao Brasil apenas em 2005, no governo Lula. A
alternativa está, portanto, errada. 
c) Vejamos a análise que Abrucio (2007) faz sobre a condução da
Reforma Bresser: 
O melhor exemplo de um tema que escapou ao alcance da reforma
Bresser foi o das agências regulatórias, montadas de forma
completamente fragmentada e sem uma visão mais geral do modelo
regulador que substituiria o padrão varguista de intervenção estatal.
O fracasso desta estratégia ficou claro, por exemplo, no episódio do 
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"apagão", que teve grande relação com a gênese mal resolvida do marco
regulatório no setor elétrico. 
Assim, a alternativa está errada. 
d) Uma vez mais, a alternativa está baseada no texto de Abrucio (2007),
do qual recomendo a leitura (está disponível no link
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
76122007000700005). Vejamos: 
Bresser se apoiou numa idéia mobilizadora: a de uma administração voltada
para resultados, ou modelo gerencial, como era chamado à época. A
despeito de muitas mudanças institucionais requeridas para se chegar a este
paradigma não terem sido feitas, houve um "choque cultural". Os
conceitos subjacentes a esta visão foram espalhados por todo o país e,
observando as ações de vários governos subnacionais, percebe-se facilmente
a influência destas idéias na atuação de gestores públicos e numa série de
inovações governamentais nos últimos anos. 
Assim, a alternativa está correta. 
e) Muito provavelmente esta assertiva seja referente ao governo Lula
(apesar de não fazer expressa alusão). A quebra da estabilidade e o
aprofundamento das privatizações não estão na agenda de reformas do
citado governo. A alternativa está errada. 
Resposta: D. 
25. (CESPE / TJ – AL / 2012) Considerando a evolução da
administração pública no Brasil, as grandes reformas
administrativas do Estado, ocorridas após o ano de 1930, foram
denominadas: 
a) liberal e neoliberal. 
b) monárquica, republicana e democrática. 
c) patrimonialista, burocrática e gerencial. 
d) republicana, burocrática e democrática. 
e) burocrática e gerencial. 
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As grandes reformas administrativas do Estado, após 1930, foram a
reforma “daspiana” (burocrática) e a reforma gerencial (iniciada com os
preceitos do Decreto-Lei nº 200/1967 e sedimentada com o PDRAE, em
1995). 
Resposta: E. 
26. (CESPE / MPE – PI / 2012) A reforma burocrática mais
recente da administração pública seguiu um modelo cujos
pilares envolvem conceitos de impessoalidade, profissionalismo
e formalidade. 
Trata-se de características intrínsecas à reforma daspiana (última
reforma burocrática), conforme vimos nesta aula. 
A assertiva está correta. 
27. (CESPE / MPE – PI / 2012) A reforma do Estado brasileiro
rumo à administração gerencial baseou-se no modelo britânico
de reforma, em que asilusões românticas do liberalismo foram
deixadas de lado em favor do pragmatismo. 
Como vimos, a reforma gerencial teve por cerne o o Plano Diretor de
Reforma do Aparelho do Estado (Pdrae), que, por sua vez, tomou por
base a análise das reformas ocorridas em outros países (em especial
Inglaterra), bem como o livro Reinventando o Governo (obra de David
Osborn e Ted Gaebler). Neste modelo, a ideia neoliberal (Estado Mínimo) foi
substituída pelo conceito de um Estado pragmático, marcado pelo controle,
pela regulação e pelo estímulo da economia e de ações sociais. Veremos
mais detalhes sobre o modelo gerencial da administração pública na próxima
aula. 
A questão está certa. 
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28. (CESPE / TRE – ES / 2011) Depois da reforma gerencial do
Estado, adotou-se o controle por resultados nos serviços
públicos, fato que acarretou aumento do grau de centralização
das atividades exclusivas do Estado. 
Como vimos, uma das características centrais do modelo gerencial é a
descentralização administrativa, fato que acaba por possibilitar a atuação do
Estado como efetivo regulador. A questão está errada. 
Ficaremos por aqui nesta aula. No próximo encontro, veremos com
maior objetividade os modelos de gestão advindos das reformas
administrativas que impactaram o aparelho estatal. 
Ótimos estudos! 
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QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA 
1. (CESPE / MTE / 2008) O Estado oligárquico, no Brasil, é
identificado com a República Velha, e caracteriza-se pela
associação entre as instituições políticas tradicionais e as
entidades da sociedade civil mobilizadas em torno dos
segmentos mais pobres e desprotegidos da população, por meio
de fortes redes de proteção social. 
2. (CESPE / MPS / 2010) O Estado oligárquico, modelo adotado no
século passado, no Brasil, antes do primeiro governo Vargas,
atribuía pouca importância às políticas sociais, o que fortaleceu
o papel de instituições religiosas, voltadas para o atendimento
das populações mais pobres e desprotegidas. 
3. (CESPE / TRE – BA / 2010) A época em que predominava o
patrimonialismo no Brasil corresponde a um período de alta
centralização políticoadministrativa no país. 
4. (ESAF/CVM/2011) No Brasil, a Primeira República (1889-
1930), também conhecida como República Velha, caracterizou-
se por: 
a) eleições fiscalizadas pela justiça eleitoral. 
b) amplo domínio das oligarquias. 
c) voto direto, secreto e universal. 
d) universalização do acesso ao ensino primário. 
e) economia diversificada e autárquica. 
5. (CESPE / PRF / 2012) A criação do Departamento
Administrativo do Serviço Público representou a segunda
reforma administrativa do país, com a implantação da
administração pública gerencial. 
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6. (FCC / TRE – CE / 2012) A criação do DASP em 1938, com a
definição da política de recursos humanos, de compra de
materiais e finanças e a centralização e reorganização da
administração pública federal, marca de forma inequívoca a
passagem da forma de administração pública patrimonialista
para a estruturação da máquina administrativa do Brasil na
forma: 
a) burocrática. 
b) gerencial. 
c) estratégica. 
d) da nova gestão pública. 
e) funcional. 
7. (CESPE / TRE – RJ / 2012) A implantação do Departamento
Administrativo de Serviço Público (DASP) foi uma ação típica da
administração pública voltada para o paradigma pós-
burocrático. 
8. (CESPE / ANAC / 2012) O governo autoritário de Vargas
investiu na modernização da máquina administrativa do Estado
por meio da difusão dos paradigmas burocráticos de Max
Weber. 
9. (CESPE / ANAC / 2012) A administração pública burocrática
representou uma tentativa de substituição das práticas
patrimonialistas, originárias das monarquias absolutistas, em
que inexistia clara distinção entre a res pública e a res privada. 
10. (CESPE / TRE – BA / 2010) A reforma administrativa de
1937 conseguiu organizar a estrutura administrativa do Estado
brasileiro, de forma diminuir a burocracia do país. 
11. (CESPE / TRE – ES / 2011) A instituição, em 1936, do
Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) teve
como objetivo principal suprimir o modelo patrimonialista de
gestão. 
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12. (CESPE / TCU / 2013) No Brasil, o estado de bem-estar
social (welfare state) surgiu a partir de decisões autárquicas,
com caráter predominantemente político. 
13. (CESPE / TRE – ES / 2011) Entre os anos 1950 e 1960, o
modelo de gestão administrativa proposto estava voltado para
o desenvolvimento, especialmente para a expansão do poder de
intervenção do Estado na vida econômica e social do país. 
14. (CESPE / TCU / 2008) Na reforma administrativa promovida
pelo regime militar, que teve como referência o Decreto-lei n.º
200/1967, adotou- se uma estratégia de centralização, da qual
decorreu uma contração da intervenção estatal, associada à
consolidação de uma tecnocracia de importância estratégica no
âmbito da administração direta. 
15. (ESAF / MPOG / 2008) A partir de 1964, a reforma
administrativa fez parte da agenda governamental do regime
militar com grande recorrência. Uma das peças centrais nas
iniciativas de reforma administrativa brasileira foi o Decreto-Lei
200, de 25/02/1967, que inclui todos os princípios norteadores
abaixo, exceto: 
a) reagrupamento de departamentos, divisões e serviços de
planejamento na Secretaria de Planejamento da Presidência da
República, com amplos poderes, superiores aos de qualquer outro
ministério. 
b) expansão das empresas estatais, de órgãos independentes
(fundações) e semi-independentes (autarquias). 
c) fortalecimento e expansão do sistema de mérito. 
d) planejamento, descentralização, delegação de autoridade,
coordenação e controle. 
e) diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos. 
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16. (CESPE / MPS / 2010) A reforma administrativa
materializada pelo Decreto-lei n.º 200/1967 é associada à
primeira experiência de implementação da administração
gerencial no país. Adotada em pleno período ditatorial, reforçou
a centralização funcional e promoveu a criação das carreiras da
administração pública de alto nível. 
17. (FCC / MPE – SE / 2009) A Reforma Administrativa de
1967, implementada pelo Decreto-lei federal nº 200: 
a) priorizou a atuação do Estado no fomento e regulamentação
dos setores produtivos e a sua retirada como prestador direto
de serviços públicos. 
b) cerceou a autonomia das entidades integrantes da
Administração indireta, submetendo-as às mesmas regras
previstas para a Administração direta, como licitações e
concurso público. 
c) retomou o processo de centralização da atuação administrativa. 
d) introduziu mecanismos de parceria com instituições privadas
sem fins lucrativos. 
e) desencadeou um movimento de descentralização da atuação
estatal, com a transferência de atividades a autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 
18. (ESAF/CGU/2006) Complete a frase com a opção correta. 
O principal objetivo do Programa Nacional de Desburocratização
instituído em 1979 era...... 
a) descentralizar a administração pública federal

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