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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 1 Professor Renato Fenili Prezado(a) amigo(a), É com grande satisfação que iniciamos nossa preparação, em Administração Pública, com vistas a um excelente desempenho na prova para a Secretaria de Estado de Administração Pública do Distrito Federal. Conforme programação divulgada na aula demonstrativa, eis a programação que seguiremos em nosso encontro de hoje: AULA CONTEÚDO 1 2. Administração pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrático. 2.1 O Estado oligárquico e patrimonial, o Estado autoritário e burocrático, o Estado do bem estar, o Estado regulador. Cabe o registro que os conteúdos das duas primeiras aulas de nosso curso mantêm forte relação. Em termos didáticos, julgo que o melhor caminho é o seguinte: primeiramente, teremos uma aula de História do Brasil, na qual são salientados os modelos de gestão (desde o patrimonial até o gerencial – ou pós-burocrático). No próximo encontro, veremos com maiores detalhes as reformas administrativas (e os modelos de gestão), com ênfase no modelo gerencial, em especial a Nova Gestão Pública. Tudo pronto? Então vamos ao trabalho! ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 2 Professor Renato Fenili I. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DO ESTADO PATRIMONIAL AO ESTADO REGULADOR Há três “estágios” (ou modelos) de evolução administrativa do Estado brasileiro, assim dispostos em ordem cronológica: o patrimonialista, o burocrático e o gerencial. EVOLUÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO ASPECTO 1822-1930 1930-1985/1995 1985/1995 - ... Política Oligárquica Autoritária Democrática (1985) Modelo de Gestão Patrimonialista Burocrático (bem-estar) Gerencial (1995) (Regulador) Este quadro serve apenas como “norte” a nossos estudos. Iniciemos nossa abordagem pela questão abaixo. 1. (CESPE / MTE / 2008) O Estado oligárquico, no Brasil, é identificado com a República Velha, e caracteriza-se pela associação entre as instituições políticas tradicionais e as entidades da sociedade civil mobilizadas em torno dos segmentos mais pobres e desprotegidos da população, por meio de fortes redes de proteção social. Para o melhor aproveitamento desta aula, é essencial que abordemos, preliminarmente, aspectos da História do Brasil. Só assim teremos um entendimento mais profundo dos aspectos administrativos que marcaram o último século da gestão pública brasileira. Com esse intuito, faremos um rápido apanhado histórico, iniciando-se com o chamado Período Republicano. 1. O Período Republicano Denomina-se Período Republicano o intervalo da história brasileira que se inicia na Proclamação da República (1889) e se estende até os dias atuais. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 3 Professor Renato Fenili É dividido em cinco “subperíodos”, delimitados em função de acontecimentos políticos de relevância, ocorridos ao longo do século passado. O esquema a seguir1 traz a linha cronológica do Período Republicano Brasileiro: a. A República Velha (1889 – 1930) Segundo Costa (2008), a proclamação da República (primeiro golpe militar da história brasileira) não alterou profundamente as estruturas socioeconômicas do Brasil Imperial. O que houve foi a maior concentração na economia agrícola de exportação, fortalecendo-se a cafeicultura paulista, ao passo que as antigas elites cariocas e nordestinas perdiam poder. A presença dos militares no poder, após o golpe de 1889, teve vida breve, resistindo até 1894, com a eleição de Prudente de Morais. Nesta ocasião, a oligarquia cafeeira retorna ao poder, trazendo novamente à tona a 1 Fonte: http://www.centrodeatividades.com/2011/09/linha-do-tempo-periodo-republicano.html ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 4 Professor Renato Fenili aliança já vista no Segundo Império entre o estamento burocrático- aristocrático e a oligarquia cafeeira. Assim, os senhores de terra (os “barões do café”) ocupavam-se da economia, ao passo que uma classe burocrática (cujos membros, muitas vezes, possuíam laços de parentesco ao patriarcado rural) cuidava da administração do Estado. Este estamento burocrático governava com ampla autonomia, “apropriando-se do excedente econômico no seio do próprio Estado, e não diretamente através da atividade econômica” (BRESSER- PEREIRA, 2001, p. 5). É importante dispensarmos um olhar mais detido na classe burocrática brasileira na época da República Velha. Parcela considerável deste estamento era composta por representantes da ordem escravocrata (recém-extinta), agora absorvidos pelo emprego público. Contudo, há de se ter em mente a formação de uma elite patrimonialista que vivia das rendas do Estado ao invés das rendas da terra. Era composta por letrados e juristas, sendo que, com o tempo, o saber jurídico formal é transformado em instrumento de poder. A Constituição Federal de 1891, instituidora do federalismo, foi responsável por prover maior descentralização política a um Estado que fora altamente centralizado na época do Império. Tal fato implicou o aumento do poder dos governadores e das oligarquias locais, configurando uma situação contraditória: os governadores passaram a deter mais poder em relação à União, mas passaram, usualmente, a depender da figura do Burocracia-aristocrática (elite da administração pública) Oligarquia cafeeira (poder econômico e político) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 5 Professor Renato Fenili “coronel local”. Esse sistema ficou conhecido como “política dos governadores”, e foi responsável pela alternância, na presidência da República, de representantes de São Paulo e de Minas Gerais: eis a política do café com leite. Vejamos a descrição que Costa (2008, p. 838 e 840) faz desse quadro: A República federalista, com estados politicamente autônomos, consagrou um novo pacto político que acomodava os interesses das elites econômicas do Centro-Sul e do resto do país. O governo federal ocupava-se de assegurar a defesa e a estabilidade e proteger os interesses da agricultura exportadora através do câmbio e da política de estoques, com reduzida interferência nos assuntos “internos” dos demais estados. Lá vicejavam os mandões locais, grandes proprietários de terra e senhores do voto de cabresto, e as grandes oligarquias, que controlavam as eleições e os governos estaduais e asseguravam as maiorias que apoiavam o governo federal. A política dos governadores garantia a alternância na presidência da República de representantes de São Paulo e Minas Gerais. Esse sistema era marcado pela instabilidade dos governos estaduais passíveis de serem derrubados e substituídos em função da emergência de novas oligarquias. Feita esta exposição, podemos retornar à questão proposta: (CESPE / MTE / 2008) O Estado oligárquico, no Brasil, é identificado com a República Velha, e caracteriza-se pela associação entre as instituições políticas tradicionais e as entidades da sociedade civil mobilizadas em torno dos segmentos mais pobres e desprotegidos da população, por meio de fortes redes de proteção social. Realmente o Estado oligárquico é identificado com a República Velha, no Brasil. Contudo, não há de se falar em associação, à época, entre instituições políticas tradicionais e entidades da sociedade civil em prol de segmentos mais pobres. Não havia ênfase em políticas sociais no Estado patrimonialista. O governante não agia em benefício dossegmentos sociais mais desprovidos, mas sim mediante o seu próprio interesse. Com a crise mundial da década de 30 (causada, grosso modo, pela quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, seguida de um período conhecido como Grande Depressão), concebeu-se o modelo de um Estado como ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 6 Professor Renato Fenili provedor das demandas sociais de sua população. Trata-se do Estado do Bem-Estar Social (Welfare State), A questão está errada. Ante a ineficácia do Estado na execução de políticas públicas (sociais), coube às instituições religiosas recorrer ao atendimento das populações mais carentes. Este conteúdo já foi cobrado em concursos: 2. (CESPE / MPS / 2010) O Estado oligárquico, modelo adotado no século passado, no Brasil, antes do primeiro governo Vargas, atribuía pouca importância às políticas sociais, o que fortaleceu o papel de instituições religiosas, voltadas para o atendimento das populações mais pobres e desprotegidas. Vejamos a elucidação que Escorsim (2008)2 traz sobre este tópico: No alvorecer do século XX, o Brasil manteve como característica de sua formação sócio- histórica o conservadorismo de uma sociedade elitista no acesso às riquezas sociais e sua acumulação, garantida por uma oligarquia latifundiária que detinha os poderes político e econômico. [...] Desde o século XVIII, a filantropia e a assistência social associavam-se intimamente às práticas de caridade no Brasil. Dependiam de iniciativas voluntárias e isoladas de auxílio aos pobres e desvalidos da “sorte”. Estas iniciativas partiam das instituições religiosas que, sob o prisma da herança moral cristã, dispensavam seus cuidados, oferecendo abrigos, roupas e alimentos, em especial às crianças abandonadas, aos velhos e doentes em geral. É mais do que reconhecido o papel de organizações como as Santas Casas de Misericórdia no país como também atividades desenvolvidas por várias ordens religiosas. Foi apenas no governo de Getúlio Vargas que se criou o Conselho Nacional de Serviço Social [...]. Em 1942, foi criada a Legião Brasileira de Assistência – LBA, sob a forte influência das primeiras damas, uma vez que a Sra. Darcy Vargas foi sua primeira presidenta. Estas senhoras deram capilaridade à assistência social em todo o território nacional [...] Nesse sentido, vemos que a assertiva está correta. 2 ESCORSIM, S. M. A filantropia no Brasil: entre a caridade e a política de assistência social. Revista Espaço Acadêmico, n. 86, 2008. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 7 Professor Renato Fenili 3. (CESPE / TRE – BA / 2010) A época em que predominava o patrimonialismo no Brasil corresponde a um período de alta centralização político-administrativa no país. Como vimos, a partir do final do século XIX, favorecida pela Constituição de 1891, houve significativa descentralização política no Brasil. Ainda, à mesma época, o poder político e a atuação dos coronéis (oligarquia cafeeira) também respondia por significativa descentralização administrativa. A questão está, assim, errada. Este modelo excessivamente patrimonialista / clientelista, com base na oligarquia rural associada à burocracia-aristocrática de administradores públicos, dava sinais de cansaço ao final da década de 1920. Mudanças conjunturais demandavam por reformas na administração. Os principais fatores que culminaram no declínio do modelo patrimonialista e no surgimento do modelo burocrático são assim listados: Expansão industrial, tornando desejável um modelo administrativo com regras claras, objetivas e racionais, e não mais baseado em trocas de favores; Insatisfação dos militares, que exigiam a ordem e progresso enunciados na bandeira republicana; Necessidade de combate à corrupção e ao nepotismo; Necessidade de organização da administração pública brasileira a fim de alavancar o desenvolvimento nacional; A eleição do paulista Júlio Prestes para suceder o também paulista Washington Luís (derrotando o gaúcho Getúlio Vargas) desencadeou o rompimento do pacto com Minas Gerais e com as demais oligarquias estaduais. Assim, sucede a chamada Revolução (ou Golpe) de 1930, um movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, depondo o presidente da República Washington Luís e a posse ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 8 Professor Renato Fenili do presidente eleito Júlio Prestes. Era o fim da República Velha e o início da Era Vargas, correspondente à reforma burocrática da administração pública. 4. (ESAF/CVM/2011) No Brasil, a Primeira República (1889- 1930), também conhecida como República Velha, caracterizou- se por: a) eleições fiscalizadas pela justiça eleitoral. b) amplo domínio das oligarquias. c) voto direto, secreto e universal. d) universalização do acesso ao ensino primário. e) economia diversificada e autárquica. Como vimos, no período de 1889 a 1930, o Brasil foi amplamente dominado pelas oligarquias (em geral, uma elite agrícola, baseada na exploração cafeeira). Nesse sentido, a alternativa B está correta. Com relação às demais alternativas, cabe a menção de que o voto na Primeira República era censitário (comprometendo a alternativa C), mas as eleições eram verdadeiras farsas (comprometendo a alternativa A). A economia, conforme exposto anteriormente, não era diversificada, mas fundamentalmente baseada na exportação do café (comprometendo a alternativa E). Por fim, se o acesso ao ensino primário, até os dias de hoje, não é universal, podemos dizer que também não o era no início do século passado. Resposta: D. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 9 Professor Renato Fenili b. A Era Vargas (1930-1945) 5. (CESPE / PRF / 2012) A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público representou a segunda reforma administrativa do país, com a implantação da administração pública gerencial. O governo de Getúlio Vargas inicia em um momento de forte crise econômica mundial, em decorrência da quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929. Para o Brasil, uma das principais consequências da crise foi a queda do consumo do café nacional – carro chefe de nossa economia ainda agrária – pelo mercado externo. Outra consequência foi a relativa impossibilidade de o Brasil comprar produtos industrializados de outroa países, dada a inexistência de saldo suficiente em nossa balança comercial. A solução foi a centralização econômica e o fechamento de nosso mercado, criando-se uma política de valorização do café. Ademais, uma vez que os produtos industrializados não mais viriam do mercado externo, houve o fomento expressivo da industrialização. Neste cenário, a década de 1930 é considerada como a passagem do Brasil agrário para o Brasil industrial, com a decorrente ascenção da burguesia industrial nos campos econômico e político. O importante é termos em mente que o Governo Vargas lançou-se de maneira franca ao projeto desenvolvimentista, envidando esforços não só criação das bases para a industrialização (infraestrutura diversa, tal como transportes, energia elétrica, provisão de aço etc.), mas também na capacidade de coordenação de decisões econômicas. Não mais havia espaço para as velhas estruturas do Estado Oligárquico de outrora, impregnadas pelo patrimonialismo e pelo clientelismo. Era o momento de se reformar o Estado, o Governo e a Administração Pública. Nesse sentido, o governo de Getúlio Vargas iniciou mudanças quetinham duas vertentes principais, assim assinaladas por Lima Júnior (1998): ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 10 Professor Renato Fenili estabelecer mecanismos de controle da crise econômica, resultante dos efeitos da Grande Depressão, iniciada em 1929, e subsidiariamente promover uma alavancagem industrial; promover a racionalização burocrática do serviço público, por meio da padronização, normatização e implantação de mecanismos de controle, notadamente nas áreas de pessoal, material e finanças. Para nosso curso, é de interesse a reforma administrativa que se seguiu, podendo-se considerar como marco inicial a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), em 19363. No ano seguinte (1937), Getúlio Vargas protagoniza um golpe de Estado, dando início a um governo centralizador, anticomunista e autoritário que ficou conhecido como Estado Novo que durou até 1945. Neste período, o DASP firmou-se como órgão central responsável pela condução da reforma administrativa. As principais realizações do DASP, reponsável pela promoção da reforma burocrática, podem ser assim relacionadas: ingresso no serviço público por concurso; racionalização geral de métodos; instituição de critérios gerais e uniformes de classificação de cargos; organização e aperfeiçoamento das administrações de pessoal e orçamentária; padronização das compras estatais; promoção de uma política marcada pela impessoalidade, profissionalismo e formalidade. Trata-se de medidas baseadas na Teoria da Burocracia de Max Weber, tendo na racionalidade dos métodos e no controle dos meios a linha de ação principal. Com relação à questão proposta, deve-se ter em mente que a criação do DASP é marco da primeira reforma administrativa do País, que almejou a 3 A reforma burocrática na administração estatal brasileira inicia-se, na realidade 1936, sob a liderança de Getúlio Vargas. Naquele ano, criou-se o Conselho Federal do Serviço Público Civil, consolidado, dois anos depois, no Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 11 Professor Renato Fenili substituição de um modelo administrativo então patrimonialista para um burocrático. Os primeiros vestígios de um modelo de administração gerencial só serão vistos em 1967, como estudaremos mais adiante nesta aula. A questão está errada. 6. (FCC / TRE – CE / 2012) A criação do DASP em 1938, com a definição da política de recursos humanos, de compra de materiais e finanças e a centralização e reorganização da administração pública federal, marca de forma inequívoca a passagem da forma de administração pública patrimonialista para a estruturação da máquina administrativa do Brasil na forma: a) burocrática. b) gerencial. c) estratégica. d) da nova gestão pública. e) funcional. A criação do DASP em 1938 é um marco da reforma administrativa burocrática brasileira. Foi um esforço institucionalizado a fim de superar as práticas patrimonialistas vigentes. A intenção era substituir a arbitrariedade por racionais e regidas por regras bem estruturadas. Resposta: A. Paludo (2012) reforça que a atuação do Estado burocrático brasileiro deu- se em três frentes, a saber: criação de órgãos formuladores de políticas públicas capazes de promover a integração entre Governo e sociedade; expansão de órgãos permanentes (ministérios, órgãos de regulação e controle); expansão das atividades empresariais do Estado (empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações etc.). Tais esforços revelam o início da institucionalização da administração indireta no Brasil, a despeito deste termo só surgir a partir ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 12 Professor Renato Fenili do Decreto-Lei nº 200/67. Por fim, cabe registrar que foi durante o Estado Novo que se viram as primeiras tentativas de instauração do Estado de Bem- Estar Social no Brasil. Na realidade, vigorou neste período a noção de um Estado forte, intervencionista na economia do País e provedor das necessidades sociais. Tal noção só veio a perder força com o modelo gerencial, que apregoa um Estado que assuma o papel de regulador (por meio das Agências Reguladoras), e não de efetivo protagonistaem atiidades econômicas. 7. (CESPE / TRE – RJ / 2012) A implantação do Departamento Administrativo de Serviço Público (DASP) foi uma ação típica da administração pública voltada para o paradigma pós- burocrático. A implantação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), em plena Era Vargas, está alinhada com o paradigma burocrático (e não pós-burocrático) então vigente. A questão está errada. 8. (CESPE / ANAC / 2012) O governo autoritário de Vargas investiu na modernização da máquina administrativa do Estado por meio da difusão dos paradigmas burocráticos de Max Weber. Os ideais burocráticos weberianos são a principal fonte conceitual da reforma daspiana, que almejou a modernização da máquina administrativa estatal, visando a mitigar as práticas clientelistas do estado patrimonialista, segundo as quais as “coisas do governante” (= res principis) não eram separadas das coisas do povo (res pública). A questão está certa. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 13 Professor Renato Fenili 9. (CESPE / ANAC / 2012) A administração pública burocrática representou uma tentativa de substituição das práticas patrimonialistas, originárias das monarquias absolutistas, em que inexistia clara distinção entre a res pública e a res privada. A questão aborda, de forma acertada, o conteúdo trabalhado na questão anterior. Está, assim, correta. 10. (CESPE / TRE – BA / 2010) A reforma administrativa de 1937 conseguiu organizar a estrutura administrativa do Estado brasileiro, de forma diminuir a burocracia do país. A reforma administrativa de 1937 foi uma tentativa de implantar o modelo de gestão burocrática no estado (e não de diminuir a burocracia). A questão está errada. 11. (CESPE / TRE – ES / 2011) A instituição, em 1936, do Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) teve como objetivo principal suprimir o modelo patrimonialista de gestão. A assertiva espelha o entendimento correto, em termos da suplantação do modelo patrimonialista pelo burocrático, mediante a instituição do DASP. A questão está, assim, correta. 12. (CESPE / TCU / 2013) No Brasil, o estado de bem-estar social (welfare state) surgiu a partir de decisões autárquicas, com caráter predominantemente político. Entende-se por welfare state a “mobilização em larga escala do aparelho de Estado em uma sociedade capitalista, a fim de executar medidas ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 14 Professor Renato Fenili orientadas diretamente ao bem-estar de sua população” (MEDEIROS, 2001, p. 6)4. No que concerne à temática do desenvolvimento de um Welfare State no Brasil, Silva (2007)5, tomando por base Medeiros (2001) e Barcellos (1983)6, traz a seguinte síntese: Sob o Governo Getúlio Vargas, a década de 30 é caracterizada pela estratégia deliberada de aumentar o papel do Estado na regulação da economia e da política nacionais como meio de fomento ao desenvolvimento. As medidas de centralização das ações estatais adotadas, a partir da década de 30 buscavam propiciar a integração da economia nacional e regulamentar os fatoresde produção, a fim de fornecer as condições necessárias para o desenvolvimento da indústria. As políticas sociais no período anterior à Revolução, de 1930, eram fragmentadas e emergencialistas. Os conflitos entre capital e trabalho eram regulados por legislação esparsa e tratados basicamente pelo aparato policial; questões de saúde pública eram tratadas pelas autoridades locais, não havendo por parte do Governo central um programa de ação no sentido de atendê-las; a educação era atendida por uma rede escolar muito reduzida, de caráter elitista e acadêmico; as reformas da época (escola nova) ocorriam regionalmente e de forma parcial; a previdência era predominantemente privada, organizada por empresas e categorias profissionais e a questão habitacional não era considerada objeto de política pública. É a partir de 1930 que se verifica a constituição de um Welfare State no Brasil. As circunstâncias do surgimento e desenvolvimento do Welfare State no País, no entanto, são diferentes daquelas observadas nos países europeus e norte-americanos – não só pela posição diferenciada do Brasil na economia mundial, mas também por suas peculiaridades históricas -, e as políticas sociais implementadas são eivadas de um profundo caráter conservador. 4 MEDEIROS, M. A trajetória do Welfare State no Brasil: papel redistributivo das políticas sociais dos anos 1930 aos anos 1990. Brasília, IPEA, 2001. 5 SILVA, D. M. A Crise do Estado Brasileiro após a década de 70 e seus Reflexos sobre o Sistema Judicial. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, v. 102, p. 1063 – 1075, 2007. 6 BARCELLOS, T.. M.. M. (org.) A política social brasileira 1930 – 64: evolução institucional no Brasil e no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Fundação e Economia Estatística, 1983. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 15 Professor Renato Fenili [...] O caráter redistributivo do Welfare State, por sua vez, foi limitado, de um lado, pela falta de autonomia da burocracia, pois os funcionários públicos constituíam um grupo comprometido com o Governo que, por sua vez, era resistente à promoção de gastos sociais progressivos em detrimento de seus interesses corporativos; por outro lado, a combinação de autoritarismo com forte segmentação no mercado de trabalho limitou a capacidade de os movimentos de trabalhadores influenciarem positivamente a sistematização de programas generalizados a toda a população e sem caráter populista. No Brasil, portanto, o Welfare State surge a partir de decisões autárquicas e com caráter predominantemente político. De acordo com a perspectiva corporativista dos grupos no poder, nesse período predominava um ideal de sociedade harmônica em que os antagonismos entre classes eram encarados como nocivos ao bem comum representado pelo Estado. Desta forma, vemos que a assertiva está correta. A queda de Getúlio Vargas do poder deu-se em 1945, muito em decorrência da pressão de lideranças militares recém-saídas da II Guerra Mundial, onde lutaram contra regimes totalitários. Como afirma Costa (2008, p. 847), “parecia contraditório que os militares Brasileiros voltassem da Europa para dar suporte à ditadura”. IMPORTANTE! Apesar dos esforços do DASP, na realidade, a administração pública não chegou a adotar uma política consistente de recursos humanos na época do Estado Novo. O patrimonialismo, embora combatido pela Reforma ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 16 Professor Renato Fenili Burocrática, ainda se fazia presente, impossibilitando a implantação de um modelo que espelhasse a burocracia clássica weberiana. De toda sorte, é essencial a compreensão de que a Reforma Administrativa do Estado Novo representa o primeiro esforço sistemático de superação do patrimonialismo. c. A República Populista (1945-1964) 13. (CESPE / TRE – ES / 2011) Entre os anos 1950 e 1960, o modelo de gestão administrativa proposto estava voltado para o desenvolvimento, especialmente para a expansão do poder de intervenção do Estado na vida econômica e social do país. Eleito em 1945, toma posse o presidente Dutra, ex-Ministro da Guerra de Getúlio Vargas, realizando um governo conservador marcado pelo retorno de velhos componentes patrimonialistas e clientelistas. Nas palvras de Bresser- Pereira (2001, p. 13): Vargas foi deposto em outubro de 1945, fazendo com que faltasse à Reforma Burocrática de 1938 o respaldo que o regime autoritário lhe conferia. No novo regime democrático o DASP perdeu grande parte de suas atribuições Nos cinco anos seguintes, a reforma administrativa seria conduzida como uma ação governamental rotineira e sem importância, enquanto práticas clientelistas ganhavam novo alento dentro do Estado brasileiro. Getúlio Vargas retorna ao poder em 1951, após sua eleição como presidente da República em outubro de 1950. Segue-se um período de novas tentativas de retomada do ímpeto inicial da Reforma Burocrática, que se estende de 1951 a 1963. No entanto, conforme salienta Bresser-Pereira (2001, p. 13), “os esforços no sentido de completar a implantação de uma administração pública burocrática no país não chegaram a ter impacto efetivo sobre a administração”. Os motivos para tanto reúnem não só o patrimonialismo sempre presente, mas também o fato de as forças desenvolvimentistas passaram a se opor ao excesso de formalismo burocrático, visto como incompatível com a necessidade de crescimento do ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 17 Professor Renato Fenili Brasil. Esta tendência seria observada não só no governo de Juscelino Kubitscek (1956 – 60), mas também durante o regime militar (1964 – 84). Em face das disfunções burocráticas inerentes à administração pública em meados do século passado, o Governo Kubitschek, marcado por sua “administração para o desenvolvimento”, expande sobremaneira a Administração Indireta, sendo esta dotada de maior flexibilidade e de uma gestão moderna e tecnocrática. Cria-se, assim, uma cisão (ou dicotomia) entre Administração Direta e Indireta: construíram-se “ilhas de excelência” em estruturas da administração pública (indireta) voltadas ao desenvolvimento, ao passo que o núcleo central da administração deteriorava-se. Ciente do engessamento burocrático vigente na década de 1960, o Presidente João Goulart criou a Comissão Amaral Peixoto, com o objetivo de coordenar grupos de estudo a fim de apresentar um novo projeto de reforma administrativa. Contudo, tal reforma só viria a ocorrer no depois do golpe de Estado de 1964, já sob o regime militar. Com relação à questão proposta, aborda-se um interstício compreendido na República Populista, caracterizada, em parte, pelo governo de Juscelino Kubitschek (1956 – 1960), marcado por sua “administração para o desenvolvimento”. A questão está correta. d. A Ditadura Militar (1964 - 1985) 14. (CESPE / TCU / 2008) Na reforma administrativa promovida pelo regime militar, que teve como referência o Decreto-lei n.º 200/1967, adotou- se uma estratégia de centralização, da qual decorreu uma contração da intervenção estatal, associada à consolidação de uma tecnocracia de importância estratégica no âmbito da administração direta. Com o Golpe de Estado de 1964, inicia-se um período de cerca de vinte anos de um regime autoritário modernizador, burocrático-capitalista. A partir da forte centralização política do regime militar, dá-se continuidade à tentativa de desburocratização, com vistas a tornar a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSORRENATO FENILI 18 Professor Renato Fenili administração pública mais eficiente. Assim, por meio da Reforma Administrativa de 1967, normatizada pelo Decreto-Lei nº 200 de 1967, considerado por Costa (2008) “o mais sistemático e ambicioso empreendimento para a reforma da administração federal”. Dentre os principais preceitos do Decreto-Lei nº 200/67, citam-se: Principais Preceitos do Decreto-Lei nº 200/67 a administração pública deve ser guiada pelos princípios do planejamento, da coordenação, da descentralização, da delegação de competência e do controle; estabelecimento da distinção entre Administração Direta e Indireta; expansão das empresas estatais, de órgãos independentes (fundações) e semi-independentes (autarquias); fixação da estrutura do Poder Executivo federal; fortalecimento e flexibilização do sistema de mérito; esboço dos sistemas de atividades auxiliares (pessoal, orçamento, administração financeira, contabilidade, auditoria e serviços gerais); definição das bases do controle interno e externo; indicação das diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos, e estabelecimento de normas de aquisição e contratação de bens e serviços. A reforma administrativa do Estado preconizada pelo Decreto-Lei nº 200/67 adotou como um de seus princípios a descentralização administrativa. No período militar, a centralização foi referente a aspectos de poder (político). Veja o art. 10 da citada norma: Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentralizada. Dessa forma, a questão está errada. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 19 Professor Renato Fenili 15. (ESAF / MPOG / 2008) A partir de 1964, a reforma administrativa fez parte da agenda governamental do regime militar com grande recorrência. Uma das peças centrais nas iniciativas de reforma administrativa brasileira foi o Decreto-Lei 200, de 25/02/1967, que inclui todos os princípios norteadores abaixo, exceto: a) reagrupamento de departamentos, divisões e serviços de planejamento na Secretaria de Planejamento da Presidência da República, com amplos poderes, superiores aos de qualquer outro ministério. b) expansão das empresas estatais, de órgãos independentes (fundações) e semi-independentes (autarquias). c) fortalecimento e expansão do sistema de mérito. d) planejamento, descentralização, delegação de autoridade, coordenação e controle. e) diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos. As alternativas “b”, “c”, “d” e “e” constam do quadro apresentado anteriormente. Estão, dessa maneira, corretas. A alternativa “a”, em contrapartida, mostra uma ação que revela um caráter eminemtemente centralizador, o que contraria a intenção do Decreto-Lei nº 200/67. Veja, por exemplo, o que nos traz o art. 10 da citada norma: Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentralizada. § 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais: a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução; b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões. Assim, a alternativa A está errada. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 20 Professor Renato Fenili Para Bresser-Pereira (2001), o Decreto-Lei nº 200/67 era o prenúncio das reformas gerenciais que ocorreriam em alguns países desenvolvidos a partir dos anos 80 e, no Brasil, a partir de 1995. IMPORTANTE! O aspecto mais importante da Reforma Desenvolvimentista de 1967 foi a efetiva descentralização administrativa para a Administração Indireta, já iniciada na década de 60. Assim, a dicotomia entre a Administração Indireta (ágil e flexível) e a Administração Direta (mais engessada) é acentuada. Com a possibilidade de contratação direta de pessoal (sem concurso) na Administração Indireta, práticas clientelistas e patrimonialistas voltam à baila; A elite burocrática (agora chamados de “tecnocratas”) agora se encontrava na Administração Indireta, enfraquecendo o núcleo estratégico do Estado. 16. (CESPE / MPS / 2010) A reforma administrativa materializada pelo Decreto-lei n.º 200/1967 é associada à primeira experiência de implementação da administração gerencial no país. Adotada em pleno período ditatorial, reforçou a centralização funcional e promoveu a criação das carreiras da administração pública de alto nível. Apesar de a primeira parte do enunciado estar correta, a afirmativa peca ao afirmar que o Decreto-Lei nº 200/67 reforçou a centralização funcional. O que houve na realidade, foi o fortalecimento da descentralização administrativa. A assertiva está, assim, errada. 17. (FCC / MPE – SE / 2009) A Reforma Administrativa de 1967, implementada pelo Decreto-lei federal nº 200: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 21 Professor Renato Fenili a) priorizou a atuação do Estado no fomento e regulamentação dos setores produtivos e a sua retirada como prestador direto de serviços públicos. b) cerceou a autonomia das entidades integrantes da Administração indireta, submetendo-as às mesmas regras previstas para a Administração direta, como licitações e concurso público. c) retomou o processo de centralização da atuação administrativa. d) introduziu mecanismos de parceria com instituições privadas sem fins lucrativos. e) desencadeou um movimento de descentralização da atuação estatal, com a transferência de atividades a autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Vejamos os comentários às alternativas: a) A Reforma Administrativa de 1967 não priorizou a retirada do Estado como prestador direto de serviços públicos. Houve tão somente um grande avanço no sentido da descentralização administrativa. Muitos serviços foram (e são) mantidos como prestados diretamente pelo Estado. A alternativa está errada. b) Não houve cerceamento da autonomia das entidades integrantes da Administração Indireta, mas sim o posto: tais entidadesganharam autonomia, em obediência ao princípio da descentralização trazido pelo Decreto nº 200. A alternativa estpa errada. c) Uma vez mais, devemos frisar que a Reforma Administrativa de 1967 foi um grande avanço no sentido da descentralização administrativa. A alternativa está errada. d) O sistema de parceria inerente à Reforma Administrativa de 1967 deu- se com instituições privadas com fins lucrativos, em especial nas sociedades de economia mista (tipo de entidade da Administração Indireta). As parcerias estatais com entidades sem fins lucrativos tornam-se mais frequentes apenas a partir da década de 1990, com o surgimento em série de tais entidades (como ONGs, por exemplo) nesse período. A alternativa está errada. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 22 Professor Renato Fenili e) A alternativa espelha de maneira apropriada o movimento de descentralização administrativa desencadeado pela Reforma de 1967. Está, assim, correta. Resposta: E. Em termos de organização, durante o período militar, o planejamento da administração pública era estruturado da seguinte forma: SEPLAN (Secretaria de Planejamento) = agência central do planejamento; DASP (Departamento Administrativo do Setor Público) = com suaatuação diminuída com relação ao passado, agora era voltado apenas à área de RH; SEMOR (Subsecretaria de Modernização e Reforma Administrativa do Ministério do Planejameto) = agência responsável pela condução das reformas. Durante a década de 1970, a SEMOR promoveu revisões periódicas da estrutura organizacional existente, bem como examinou projetos encaminhados por outros órgãos públicos, visando à instituição de novas agências. Ainda, a SEMOR dedicou atenção especial ao desenvolvimento de recursos humanos para o sistema de planejamento. Em 1979, Hélio Beltrão assume o recém-criado Ministério da Desburocratização, criado no governo de Figueiredo. A nova proposta era direcionar as ações administrativas para o atendimento aos cidadãos, reformando a burocracia no sentido da administração pública gerencial. Seu Programa Nacional de Desburocratização, em um primeiro momento, destinou-se apenas à simplificação de procedimentos. No entanto, a partir do início da década de 1980, teve por objetivo as ações de desestatização, por meio de privatizações. Neste contexto, o governo estaria restrito ao controle, atuando tão somente no apoio e fomento. IMPORTANTE! ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 23 Professor Renato Fenili O Programa Nacional de Desburocratização foi pioneiro em seu caráter social e político. Havia não só o foco no enxugamento da máquina estatal, mas também no atendimento ao cidadão, não mais visto como mero súdito do Estado. A opção pela desestatização pode ser entendida como uma forma de conter a expansão da Administração Pública Indireta, que havia sido sobremaneira estimulada pelo Decreto-Lei nº 200/67. Eis a visão de Wahrlich (1984, p. 57): (...) a necessidade de um programa de desestatização indica que na questão da organização para o desenvolvimento, a administração pública brasileira ultrapassou suas metas e chegou a hora de corrigir a disfunção existente, para atender à opção constitucional do país por uma economia de mercado. 18. (ESAF/CGU/2006) Complete a frase com a opção correta. O principal objetivo do Programa Nacional de Desburocratização instituído em 1979 era...... a) descentralizar a administração pública federal por meio da criação de autarquias. b) privatizar o setor produtivo nas mãos do Estado. c) aumentar a participação do cidadão na definição do orçamento público. d) dinamizar e simplificar o funcionamento da administração pública federal. e) criar entes para atender diretamente o usuário de serviços públicos. Como vimos, de modo geral, o Programa Nacional de Desburocratização teve por objetivo a simplificação e a dinamização do funcionamento da administração pública federal, cujo engessamento foi agravado nos governos militares antecedentes. Assim, a alternativa “D” está correta. Resposta: D. e. A Nova República (1984 - hoje) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 24 Professor Renato Fenili Tentativas de reformas no período 1985 - 1990 Com o término do Governo Militar, José Sarney assume a presidência da República em 1985, marcando o retorno do Brasil ao regime democrático. O novo governo herdava, à época, um aparato administrativo ainda marcado pela centralização política na figura da União, pelo ingresso de funcionários sem concurso público (com práticas patrimonialistas) e pelo enfraquecimento do núcleo estratégico do Estado. Com o intuito de modernizar a Administração Federal, Sarney extingue o DASP em 1985, criando, em seu lugar, a SEDAP – Secretaria de Administração Pública da Presidência da República. As metas, neste momento, eram o estabelecimento de uma nova política de RH, a racionalização da estrutura administrativa e a contenção de gastos públicos. Da mesma forma, houve a descentralização política, conferindo-se maior autonomia aos estados e aos municípios. Contudo, mesmo que na superfície o País estivesse vivenciando uma “euforia democrática”, na realidade havia uma crise política, econômica e fiscal sem precedentes em nossa história. Com o advento do Plano Cruzado, o Brasil vivenciou um ano de falsa prosperidade, mergulhando, em seguida, em um período de hiperinflação. Em contrapartida, enquanto o País descentralizava-se no plano político, no plano administrativo havia a centralização, por intermédio da Constituição Federal de 1988, denotando um significativo retorno aos ideais burocráticos de 1936. Para Bresser-Pereira (2001), este retrocesso burocrático resultou da crença equivocada de que a flexibilização da administração pública trazida pelo Decreto-Lei nº 200/1967 seria o cerne da crise do Estado. Desta forma, a soma de uma burocracia fortalecida pela CF/88 com a profunda crise econômica implicou o desprestígio da administração pública brasileira, até meados da década de 1990. O esquema abaixo evidencia as diferenças em termos administrativos e políticos dos contextos do Decreto-Lei nº 200/67 e da Constituição Federal de 1988: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 25 Professor Renato Fenili Importante salientar que a Constituição Federal de 1988, em termos administrativos, implicou um retrocesso burocrático. Nas palavras de Costa (2008): [...] a Carta de 1988, no anseio de reduzir as disparidades entre a administração central e a descentralizada, acabou por eliminar a flexibilidade com que contava a administração indireta que, apesar de casos de ineficiência e abusos localizados em termos de remuneração, constituía o setor dinâmico da administração pública. Vejamos as principais mudanças que a Constituição Federal de 1988 trouxe no que concerne à administração e aos serviços públicos: Principais Inovações da CF/88 para a Administração Pública Extensão à Administração Indireta de procedimentos de controle aplicáveis anteriormente apenas à Administração Direta, implicando perda de flexibilidade; Ampliação das competências dos órgãos de controle, tanto interno quanto externo; Aplicação de um regime jurídico único (RJU) a todos os servidores, transformando milhares de empregados celetistas em estatutários e onerando significativamente a gestão da previdência dos servidores públicos; Instituição de plano de carreira para servidores das administrações direta e indireta; Exigência de autorização do Poder Legislativo para a criação, transformação e extinção de órgãos e entidades, bem como para a criação Decreto-Lei no 200/67 Centralização Política Descentralização Administrativa Constituição Federal de 1988 Descentralização Política Centralização Administrativa ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 26 Professor Renato Fenili de cargos, empregos e funções públicas (perda de autonomia do Poder Executivo). Como vemos, a Administração Pública tornou-se mais burocrática, rígida e centralizada por meio das regras da CF/88. Ainda, se, por um lado, os mecanismos da Carta de 1988 favorecem o controle das atividades da administração pública, o modelo burocrático estabelecido ainda dificulta a transparência das informaçoes (fato que está sendo remediado na atualidade, mediante a Lei de Acesso à Informação). Em síntese: a CF/88 leva a um significativo retrocesso burocrático, motivado por duas causas principais: a reação contra o clientelismo ora vigente e o cerceamento da autonomia da Administração Indireta. Para Bresser-Pereira (2001), este retrocesso burocrático resultou da crença equivocada de que a flexibilização da administraçãopública trazida pelo Decreto-Lei nº 200/1967 seria o cerne da crise do Estado. Desta forma, a soma de uma burocracia fortalecida pela CF/88 com a profunda crise econômica implicou o desprestígio da administração pública brasileira, até meados da década de 1990. Reforma no governo Collor A despeito da curta duração do governo de Fernando Collor de Mello (1990-92), os impactos sobre a administração pública foram profundos. Trata-se de um governo conturbado, repleto de medidas radicais e desencontradas, tendo por cerne uma postura neoliberal do Estado mínimo. A Reforma Administrativa conduzida no governo Collor teve por foco principal o enxugamento da máquina estatal, por meio da privatização de empresas estatais, aliada à abertura da economia. Houve, assim, o que Costa (2008) chama de “desmantelamento do setor público”, promovendo-se a desestatização e extinguindo-se ainda órgãos e ministérios, bem como se demitindo aproximadamente 112 mil funcionários públicos. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 27 Professor Renato Fenili O fato é que não houve um plano formal bem definido para a reforma de Collor. Tampouco houve algum tipo de balizamento conceitual. No entanto, cabe a ressalva de que os primeiros passos rumo à Reforma Gerencial foram dados no governo Collor, ainda que de forma errática e desestruturada. Concluído o processo de impeachment, Itamar Franco assume a presidência da República em dezembro de 1992. Conduz, até 1994, um governo conservador, recompondo o salário do funcionalismo, deteriorado na gestão de seu antecessor. A Reforma Gerencial no governo de Fernando Henrique Cardoso Foi no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) que a Reforma Administrativa passou a ser tema central no País. Por um lado, estava presente o firme propósito de que o Estado deveria coordenar e regular a economia, tendo por objetivo a reintegração competitiva do país na economia mundial. Por outro lado, urgiam as pressões pelo atendimento às demandas sociais, o que demandava a existência de um Estado gerencial forte e atuante. As implicações para a gestão era lógica: era necessária a modernização da Administração Pública, a fim de dar suporte à atuação estatal. A ideia era a manutenção de um forte núcleo estratégico, ao passo que um programa de privatizações e a delegação de ações a organizações descentralizadas, ou até mesmo não governamentais seriam efetivadas.. A fim de dar o devido suporte à citada Reforma, criou-se, em 1995, o Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE), nomeando-se o ministro Bresser-Pereira a fim de levar a cabo as ações necessárias. Bresser- Pereira, no mesmo ano, elabora o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado (Pdrae), tomando por base a análise das reformas ocorridas em outros países (em especial Inglaterra), bem como o livro Reinventando o Governo7 (obra de David Osborn e Ted Gaebler). Para Costa (2008), o Pdrae partia da premissa de que a crise latinoamericana do final do século XX era essencialmente uma crise de Estado. Para aquele documento, o governo brasileiro não carecia de 7 A obra Reinventando o Governo: como o espírito empreendedor está transformando o setor público, publicada em 1998, retrata a experiência ocorrida no Estado de Minnesota (EUA), devido a uma gestão inovadora promovida pelo prefeito e vice-prefeito da cidade de Saint Paul. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 28 Professor Renato Fenili governabilidade, visto que contava com legitimidade democrática e apoio na sociedade civil. Havia sim a carência de governança, ou seja, de capacidade de implementação de políticas públicas, devido à rigidez e à ineficiência da máquina administrativa. Com esse intuito, o Pdrae assinalava ser necessário: reformar o aparelho do Estado, aumentando a sua governança, ou seja, a sua capacidade de implementação de políticas públicas de forma eficiente; inovar instrumentos de política social, proporcionando maior abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços sociais; proceder a um ajuste fiscal; efetivar reformas econômicas orientadas ao mercado, de forma que houvesse a manutenção de condições para o enfrentamento da competição internacional. No Pdrae, os problemas na administração pública foram agrupados em três dimensões interrelacionadas: PROBLEMAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PDRAE) DIMENSÃO DISCRIMINAÇÃO Institucional- legal Referem-se a óbices de ordem legal e/ou institucional para fins da consecução de maior eficiência da administração pública brasileira. Cultural Trata-se da coexistência de valores patrimonialistas e burocráticos com os novos ideais gerencialistas a serem implantados. Gestão São problemas relativos às práticas administrativas. Ainda no âmbito do Pdrae, é relevante o registro de que houve a identificação de 4 (quatro) segmentos de organização do Estado, divididos em função de suas responsabilidades principais: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 29 Professor Renato Fenili SEGMENTOS DE ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (PDRAE) SEGMENTO ATUAÇÃO Núcleo estratégico Definição de políticas públicas e de normas legais, bem como a cobrança de seus cumprimentos. É constituído pela cúpula dos três Poderes e pelo Ministério Público. Atividades Exclusivas Prestação de serviços que só o Estado pode executar: cobrança de impostos, previdência social básica, fiscalizações em geral, subsídio à educação etc. Atividades Não- Exclusivas Atuação do Estado em conjunto com outras organizações públicas não estatais e privadas: hospitais, universidades, centros de pesquisa etc. Produção de bens e serviços para o mercado São atividades econômicas, que visam ao lucro, e que permanecem sob a tutela do Estado. Contando com o respaldo do então presidente Fernando Henrique, a proposta de reforma gerencial acabou por ganhar o apoio de políticos e intelectuais. Foi aprovada e teve como marco central a Emenda Constitucional nº 19, de 1998. O esquema abaixo, traz as principais características do modelo de administração gerencial: Orientação para a obtenção de resultados; Foco no cidadão, entendido como cliente / usuário último da administração pública; Descentralização administrativa (delegação de autoridade), priorizando os resultados e o seu controle (efetuado através de contratos de gestão); Descentralização política, transferindo-se recursos e atribuições para os níveis políticos regionais e locais; Fortalecimento e aumento da autonomia da burocracia estatal, organizada em carreiras de Estado, passando a formular e a gerir, juntamente com políticos e demais membros da sociedade, as políticas públicas; ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 30 Professor Renato Fenili Terceirização de atividades auxiliares e de apoio, que passam a ser licitadas competitivamente no mercado. 19. (FCC / TRE – CE / 2012) A administração pública gerencial constitui um avanço e afirma-se que deve ser permeável a maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins), em que o beneficiário seja o cidadão. Esse deslocamento de foco caracteriza o paradigma na gestão pública, conhecido como: a) burocrático. b) do cliente. c) do acionista. d) do processo. e) estratégico. Na administração pública gerencial,passa-se a visar aos resultados, em detrimento do excesso de controle dos meios, típico do modelo burocrático. O usuário dos serviços públicos, neste contexto, passa a ser visto como usuário, ou cliente, sendo este o principal deslocamento de foco com relação aos modelos administrativos anteriores – eis o paradigma (ou modelo) do cliente. Resposta: B. É importante ressaltar que no modelo gerencial não mais vigora a ideia neoliberal do “Estado mínimo”. Em contrapartida, o Estado também não assume o papel de executor de tarefas. Sua atribuição é mais no sentido de controle, de regulação e de estímulo da economia e de ações sociais. O Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE) foi extinto em 1998, e suas funções foram incorporadas pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Com essa nova estruturação, integrou-se os instrumentos governamentais de planejamento, orçamento e gestão, facilitando a implementação da reforma. Nesse sentido, o Plano Plurianual (PPA) é o instrumento que traz as diretrizes para a gestão por resultados do Estado, com orientação para o longo prazo. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 31 Professor Renato Fenili 20. (CESPE / TRE – ES / 2011) Após a reforma ocorrida na década de 90 do século XX, o Estado brasileiro superou o paradigma burocrático, adotando, com êxito, o modelo gerencial. IMPORTANTE! Não há um “modelo puro” de administração vigente no Brasil. O que existe é um misto dos três modelos estudados. Ainda hoje convivemos com práticas burocráticas, bem como com patrimonialistas. A questão está errada. A continuidade da Reforma no governo Lula Luiz Inácio Lula da Silva chega à presidência da República em 2003, permanecendo no cargo por oito anos. Conforme destaca Paludo (2012), Lula assume o País em um momento em que a dívida pública chegava a níveis extremos, bem como a desigualdade social apresentava-se como uma das maiores no mundo. Com este cenário, as principais ações do Governo Lula podem ser sintetizadas no quadro abaixo: AÇÕES DO GOVERNO LULA ÁREA ATUAÇÃO Econômica Contenção de gastos públicos, evitando o reajuste de salários de servidores públicos e adiando investimentos gerais (em especial nos dois primeiros anos do governo). Social Lançamento (ou continuidade) de programas voltados à transferência de rendas às classes mais pobres (como o Programa Bolsa Família, por exemplo). Gestão Pública Aumento da governança pública (= capacidade de governar, de implementar políticas públicas), por meio da minimização do “déficit institucional” (= espaços vazios onde o governo ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 32 Professor Renato Fenili AÇÕES DO GOVERNO LULA ÁREA ATUAÇÃO deveria atuar e não estava atuando); Instituição do Programa Gespública (Decreto nº 5.378/2005), com o objetivo de promover a excelência no exercício da gestão pública, impactando na melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados ao cidadão. Investimentos A evolução dos projetos de investimento no governo Lula culminou, em 2007, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), destinado a promover o crescimento econômico, o aumento do nível de emprego e a melhora das condições de vida da população. Com a ampliação do montante inicialmente previsto para o PAC, o governo, em 2010, lança o PAC2. 21. (CESPE / INSS / 2008) Atualmente, o modelo vivenciado pelo Estado brasileiro é o da administração pública patrimonialista. O Brasil envida esforços, atualmente, na evolução de um modelo gerencial, entendido como o “estado da arte” da atuação administrativa do Poder Público. Contudo, o modelo efetivamente vivenciado é um misto dos modelos patrimonialista, burocrático e gerencial. A questão está errada. 22. (ESAF / MPOG / 2010) A análise da evolução da administração pública brasileira, a partir dos anos 1930, permite concluir acertadamente que: a) com o Estado Novo e a criação do DASP, a admissão ao serviço público passou a ser feita exclusivamente por meio de concurso público, sendo descontinuadas as práticas do clientelismo e da indicação por apadrinhamento. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 33 Professor Renato Fenili b) a reforma trazida pelo Decreto-Lei n. 200/67 propugnou8 pela descentralização funcional do aparelho do Estado mediante delegação de autoridade aos órgãos da administração indireta para a consecução de muitas das funções e metas do governo. c) a partir de meados do século XX, com o desenvolvimentismo, deu-se a ampliação e a consolidação da administração direta, principal gestora das políticas públicas implementadas pela administração indireta. d) a partir dos anos 1980, dadas a falência do estado do bem- estar social, a crise fiscal e a redemocratização, as reformas do aparelho do Estado passaram a seguir uma estratégia única e homogênea. e) os ‘50 Anos em 5’ e a construção de Brasília, no período JK, representaram a pedra fundamental do que viria a ser a adoção do gerencialismo no serviço público. Vejamos os comentários às alternativas: a) As práticas patrimonialistas / clientelistas nunca foram efetivamente descontinuadas na administração pública brasileira. Na época do DASP, apesar de o patrimonialismo ter sido combatido pela Reforma Burocrática, práticas do clientelismo fizeram-se presentes. A alternativa está errada. b) O Decreto-Lei nº 200/67 primou pela descentralização da administração, inclusive instituindo a chamada Administração Indireta. A alternativa está correta. c) Durante o desenvolvimentismo (ou a “administração para o desenvolvimento”) conduzido durante o governo de Juscelino Kubitschek, há a expansão significativa da Administração Indireta, sendo esta dotada de maior flexibilidade e de uma gestão moderna e tecnocrática. Criou-se, assim, uma cisão entre Administração Direta e Indireta: construíram-se “ilhas de excelência” em estruturas da administração pública (indireta) voltadas ao desenvolvimento, ao passo que o núcleo central da administração deteriorava-se. A alternativa está, portanto, errada. d) Após o fim do regime militar, seguiram-se os governos de José Sarney e de Fernando Collor de Mello. Fato que fica evidente no governo deste 8 Propugnar = defender com veemência. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 34 Professor Renato Fenili último é a total falta de plano para a reforma administrativa do Estado. Foram medidas heterogêneas e arbitrárias, cujo resultado foi catastrófico: o desmantelamento do aparato administrativo estatal. A alternativa está errada. e) A pedra fundamental para a adoção do gerencialismo no serviço público, conforme Bresser-Pereira (2001), é o Decreto-Lei nº 200/67. A alternativa está errada. Resposta: B. 23. (ESAF / MTE / 2010) Sobre as experiências de reformas administrativas em nosso país, é correto afirmar: a) a implantação do DASP e a expedição do Decreto-Lei n. 200/67 são exemplos de processos democráticos de reformismo baseados no debate, na negociação e em um modelo decisório menos concentrador. b) ainda que o formalismo e a rigidez burocrática sejam atacados como males, alguns alicerces do modelo weberiano podem constituir uma alavanca para a modernização, a exemplo da meritocracia e da clara distinção entre o público e o privado. c) o caráter ‘neoliberal’ do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado foi a mola propulsora de seu amplo sucesso e dairrestrita adesão pelo corporativismo estatal. d) já nos anos 1980, o Programa Nacional de Desburocratização propunha uma engenharia institucional capaz de estabelecer um espaço público não-estatal, com a incorporação das Organizações Sociais. e) desde os anos 1990, a agenda da gestão pública tem sido continuamente enriquecida, sendo hoje mais importante que as agendas fiscal ou econômica. Vejamos os comentários às alternativas: a) Como vimos, tanto a implantação do DASP quanto a expedição do Decreto-Lei nº 200/67 foram efetuadas em regimes autoritários: a primeira deu-se durante o Estado Novo, e a última, no governo militar. Não foram exemplos de processos democráticos de reforma. A alternativa está errada. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 35 Professor Renato Fenili b) A alternativa espelha o correto entendimento sobre os benefícios da burocracia weberiana. A Teoria da Burocracia busca a eficiência administrativa. Os problemas (vistos ao longo do século XX no Brasil) são decorrentes de disfunções da burocracia. A alternativa está correta. c) O Pdrae não gozou de “irrestrita adesão pelo corporativismo estatal”. Houve um esforço considerável do ministro Bresser-Pereira, que contava com o respaldo do presidente FHC. Mesmo assim, não houve consenso e nem a referida “irrestrita adesão”. A alternativa está errada. d) O novo modelo de gestão que propunha uma engenharia institucional capaz de estabelecer um espaço público não-estatal é oriundo da Reforma Bresser. As organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) são herdeiras desta Reforma. A alternativa está errada. e) Não há de se falar que a agenda da gestão pública é mais importante do que as agendas fiscal ou econômica. Há, inclusive, autores que analisam que há um negligenciamento da gestão pública, ao passo que a agenda econômica mostra-se aquecida. A alternativa está errada. Resposta: B. 24. (ESAF/CGU/2012) Acerca das experiências de reforma da máquina pública havidas em nosso país, é correto afirmar que: a) ao contrário da proposta bresseriana, as principais experiências de reforma anteriores – o modelo daspiano e o Decreto-Lei 200 – deram-se em um ambiente democrático, baseado no debate e na negociação, a despeito de um processo decisório mais concentrador. b) originariamente pensadas desde a edição do Plano de Metas, as parcerias público-privadas (PPPs) não se constituem, por isso mesmo, uma inovação do atual modelo administrativo, apesar de seu grande sucesso e proliferação nos níveis federal e subnacionais. c) o melhor exemplo de um bem sucedido resultado da Reforma Bresser é o caso das agências regulatórias, montadas de forma homogênea calcada na visão mais geral do modelo regulador, condição básica ao que viria a substituir o padrão varguista de intervenção estatal. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 36 Professor Renato Fenili d) mesmo sem atingir todos os seus objetivos, a proposta bresseriana de reforma deu causa a um "choque cultural", tendo se espraiado pelos governos subnacionais no qual, facilmente, percebe-se a sua influência na atuação dos gestores públicos e em uma série de inovações governamentais. e) a atual proposta de reforma, também calcada na gestão por resultados – porém não mais tachada de "neoliberal" –, aposta seu sucesso em duas frentes: a quebra da estabilidade, com o reforço do emprego público, e a redução da administração indireta, com o aprofundamento das privatizações. Vejamos os comentários às alternativas: a) A reforma “daspiana” (criação do DASP) deu-se em 1938, durante um período ditatorial conhecido como Estado Novo (que duraria até 1945). Da mesma forma, a reforma promovida pelo Decreto-Lei nº 200/67 deu-se em pleno regime militar. Ambos os períodos não, assim, democráticos. A alternativa está errada. b) O Plano de Metas foi um programa de industrialização e modernização inserido no governo de Juscelino Kubitschek (1956-61). A Parceria Público-Privada (PPP), por sua vez, é uma criação da Inglaterra, concebida durante o governo de Margaret Thatcher no início dos anos 90. As PPPs são contratos, de longo prazo de duração, firmados entre a Administração Pública e a iniciativa privada, com vistas à implementação ou gestão de obras e serviços públicos. Neste caso, o parceiro privado assume a responsabilidade pelo financiamento, investimento e exploração do serviço, havendo o subsídio estatal para a obtenção de recursos no mercado financeiro. As PPPs foram trazidas ao Brasil apenas em 2005, no governo Lula. A alternativa está, portanto, errada. c) Vejamos a análise que Abrucio (2007) faz sobre a condução da Reforma Bresser: O melhor exemplo de um tema que escapou ao alcance da reforma Bresser foi o das agências regulatórias, montadas de forma completamente fragmentada e sem uma visão mais geral do modelo regulador que substituiria o padrão varguista de intervenção estatal. O fracasso desta estratégia ficou claro, por exemplo, no episódio do ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 37 Professor Renato Fenili "apagão", que teve grande relação com a gênese mal resolvida do marco regulatório no setor elétrico. Assim, a alternativa está errada. d) Uma vez mais, a alternativa está baseada no texto de Abrucio (2007), do qual recomendo a leitura (está disponível no link http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 76122007000700005). Vejamos: Bresser se apoiou numa idéia mobilizadora: a de uma administração voltada para resultados, ou modelo gerencial, como era chamado à época. A despeito de muitas mudanças institucionais requeridas para se chegar a este paradigma não terem sido feitas, houve um "choque cultural". Os conceitos subjacentes a esta visão foram espalhados por todo o país e, observando as ações de vários governos subnacionais, percebe-se facilmente a influência destas idéias na atuação de gestores públicos e numa série de inovações governamentais nos últimos anos. Assim, a alternativa está correta. e) Muito provavelmente esta assertiva seja referente ao governo Lula (apesar de não fazer expressa alusão). A quebra da estabilidade e o aprofundamento das privatizações não estão na agenda de reformas do citado governo. A alternativa está errada. Resposta: D. 25. (CESPE / TJ – AL / 2012) Considerando a evolução da administração pública no Brasil, as grandes reformas administrativas do Estado, ocorridas após o ano de 1930, foram denominadas: a) liberal e neoliberal. b) monárquica, republicana e democrática. c) patrimonialista, burocrática e gerencial. d) republicana, burocrática e democrática. e) burocrática e gerencial. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 38 Professor Renato Fenili As grandes reformas administrativas do Estado, após 1930, foram a reforma “daspiana” (burocrática) e a reforma gerencial (iniciada com os preceitos do Decreto-Lei nº 200/1967 e sedimentada com o PDRAE, em 1995). Resposta: E. 26. (CESPE / MPE – PI / 2012) A reforma burocrática mais recente da administração pública seguiu um modelo cujos pilares envolvem conceitos de impessoalidade, profissionalismo e formalidade. Trata-se de características intrínsecas à reforma daspiana (última reforma burocrática), conforme vimos nesta aula. A assertiva está correta. 27. (CESPE / MPE – PI / 2012) A reforma do Estado brasileiro rumo à administração gerencial baseou-se no modelo britânico de reforma, em que asilusões românticas do liberalismo foram deixadas de lado em favor do pragmatismo. Como vimos, a reforma gerencial teve por cerne o o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado (Pdrae), que, por sua vez, tomou por base a análise das reformas ocorridas em outros países (em especial Inglaterra), bem como o livro Reinventando o Governo (obra de David Osborn e Ted Gaebler). Neste modelo, a ideia neoliberal (Estado Mínimo) foi substituída pelo conceito de um Estado pragmático, marcado pelo controle, pela regulação e pelo estímulo da economia e de ações sociais. Veremos mais detalhes sobre o modelo gerencial da administração pública na próxima aula. A questão está certa. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 39 Professor Renato Fenili 28. (CESPE / TRE – ES / 2011) Depois da reforma gerencial do Estado, adotou-se o controle por resultados nos serviços públicos, fato que acarretou aumento do grau de centralização das atividades exclusivas do Estado. Como vimos, uma das características centrais do modelo gerencial é a descentralização administrativa, fato que acaba por possibilitar a atuação do Estado como efetivo regulador. A questão está errada. Ficaremos por aqui nesta aula. No próximo encontro, veremos com maior objetividade os modelos de gestão advindos das reformas administrativas que impactaram o aparelho estatal. Ótimos estudos! ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 40 Professor Renato Fenili QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA 1. (CESPE / MTE / 2008) O Estado oligárquico, no Brasil, é identificado com a República Velha, e caracteriza-se pela associação entre as instituições políticas tradicionais e as entidades da sociedade civil mobilizadas em torno dos segmentos mais pobres e desprotegidos da população, por meio de fortes redes de proteção social. 2. (CESPE / MPS / 2010) O Estado oligárquico, modelo adotado no século passado, no Brasil, antes do primeiro governo Vargas, atribuía pouca importância às políticas sociais, o que fortaleceu o papel de instituições religiosas, voltadas para o atendimento das populações mais pobres e desprotegidas. 3. (CESPE / TRE – BA / 2010) A época em que predominava o patrimonialismo no Brasil corresponde a um período de alta centralização políticoadministrativa no país. 4. (ESAF/CVM/2011) No Brasil, a Primeira República (1889- 1930), também conhecida como República Velha, caracterizou- se por: a) eleições fiscalizadas pela justiça eleitoral. b) amplo domínio das oligarquias. c) voto direto, secreto e universal. d) universalização do acesso ao ensino primário. e) economia diversificada e autárquica. 5. (CESPE / PRF / 2012) A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público representou a segunda reforma administrativa do país, com a implantação da administração pública gerencial. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 41 Professor Renato Fenili 6. (FCC / TRE – CE / 2012) A criação do DASP em 1938, com a definição da política de recursos humanos, de compra de materiais e finanças e a centralização e reorganização da administração pública federal, marca de forma inequívoca a passagem da forma de administração pública patrimonialista para a estruturação da máquina administrativa do Brasil na forma: a) burocrática. b) gerencial. c) estratégica. d) da nova gestão pública. e) funcional. 7. (CESPE / TRE – RJ / 2012) A implantação do Departamento Administrativo de Serviço Público (DASP) foi uma ação típica da administração pública voltada para o paradigma pós- burocrático. 8. (CESPE / ANAC / 2012) O governo autoritário de Vargas investiu na modernização da máquina administrativa do Estado por meio da difusão dos paradigmas burocráticos de Max Weber. 9. (CESPE / ANAC / 2012) A administração pública burocrática representou uma tentativa de substituição das práticas patrimonialistas, originárias das monarquias absolutistas, em que inexistia clara distinção entre a res pública e a res privada. 10. (CESPE / TRE – BA / 2010) A reforma administrativa de 1937 conseguiu organizar a estrutura administrativa do Estado brasileiro, de forma diminuir a burocracia do país. 11. (CESPE / TRE – ES / 2011) A instituição, em 1936, do Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) teve como objetivo principal suprimir o modelo patrimonialista de gestão. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 42 Professor Renato Fenili 12. (CESPE / TCU / 2013) No Brasil, o estado de bem-estar social (welfare state) surgiu a partir de decisões autárquicas, com caráter predominantemente político. 13. (CESPE / TRE – ES / 2011) Entre os anos 1950 e 1960, o modelo de gestão administrativa proposto estava voltado para o desenvolvimento, especialmente para a expansão do poder de intervenção do Estado na vida econômica e social do país. 14. (CESPE / TCU / 2008) Na reforma administrativa promovida pelo regime militar, que teve como referência o Decreto-lei n.º 200/1967, adotou- se uma estratégia de centralização, da qual decorreu uma contração da intervenção estatal, associada à consolidação de uma tecnocracia de importância estratégica no âmbito da administração direta. 15. (ESAF / MPOG / 2008) A partir de 1964, a reforma administrativa fez parte da agenda governamental do regime militar com grande recorrência. Uma das peças centrais nas iniciativas de reforma administrativa brasileira foi o Decreto-Lei 200, de 25/02/1967, que inclui todos os princípios norteadores abaixo, exceto: a) reagrupamento de departamentos, divisões e serviços de planejamento na Secretaria de Planejamento da Presidência da República, com amplos poderes, superiores aos de qualquer outro ministério. b) expansão das empresas estatais, de órgãos independentes (fundações) e semi-independentes (autarquias). c) fortalecimento e expansão do sistema de mérito. d) planejamento, descentralização, delegação de autoridade, coordenação e controle. e) diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 43 Professor Renato Fenili 16. (CESPE / MPS / 2010) A reforma administrativa materializada pelo Decreto-lei n.º 200/1967 é associada à primeira experiência de implementação da administração gerencial no país. Adotada em pleno período ditatorial, reforçou a centralização funcional e promoveu a criação das carreiras da administração pública de alto nível. 17. (FCC / MPE – SE / 2009) A Reforma Administrativa de 1967, implementada pelo Decreto-lei federal nº 200: a) priorizou a atuação do Estado no fomento e regulamentação dos setores produtivos e a sua retirada como prestador direto de serviços públicos. b) cerceou a autonomia das entidades integrantes da Administração indireta, submetendo-as às mesmas regras previstas para a Administração direta, como licitações e concurso público. c) retomou o processo de centralização da atuação administrativa. d) introduziu mecanismos de parceria com instituições privadas sem fins lucrativos. e) desencadeou um movimento de descentralização da atuação estatal, com a transferência de atividades a autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 18. (ESAF/CGU/2006) Complete a frase com a opção correta. O principal objetivo do Programa Nacional de Desburocratização instituído em 1979 era...... a) descentralizar a administração pública federal
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