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LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 1 www.pontodosconcursos.com.br Grandes concurseiros, Finalmente chegamos à nossa última aula! Mas esta- mos concluindo nosso curso com muita antecedência em relação á prova. A aula de hoje tratará da tributação, do orçamento e da ordem econômica do DF. É uma aula que tem muitos conceitos rela- cionados a AFO, e por isso eles serão abordados de forma resumida, uma vez que o professor daquela matéria encontra-se mais prepara- do para tratar do tema. Então é isso... vamos direto à aula porque eu sei que vocês estão loucos para “matar” mais uma das matérias do edital. Só não se esqueçam de dar aquela revisada mais perto da prova, hein! LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 2 www.pontodosconcursos.com.br Aula 04 Título IV – Da Tributação e do Orçamento do Distrito Federal Título V - Da Ordem Econômica do Distrito Federal DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO DO DF Dos Princípios Gerais Para que possamos compreender melhor esse Título da LODF, vamos buscar no art. 3º do Código Tributário Nacional o con- ceito de tributos: “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e co- brada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” Embora haja razoável controvérsia acerca dos elemen- tos que estariam abarcados pela definição de tributos, a LODF parece ter adotado a escola tricotômica, a qual estabelece existirem três ti- pos de tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria). Vamos definir cada uma dessas três modalidades de tributos: � Impostos: tributo não vinculado cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, ou seja, o imposto não é devido em função de uma contraprestação estatal específica. Segundo a doutrina, a hipótese legal de incidência dos impostos descreve um fato eco- nômico concernente ao contribuinte. Para exem- plificar, o cidadão não paga IPVA porque o Estado mantém conservadas as vidas públicas (contra- prestação estatal específica), e sim porque possui um carro (fato econômico concernente ao contri- buinte). � Taxas: diferentemente dos impostos, as taxas constituem espécie de tributo vinculado, cujo LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 3 www.pontodosconcursos.com.br pagamento decorre de uma atividade estatal es- pecífica relativa ao contribuinte. Dessa forma, o cidadão pagará taxas em função de um serviço público colocado a sua disposição (taxas de servi- ço, como aquela paga para tirar a carteira de mo- torista, taxa para expedição de certidões, etc.) ou em razão do poder de polícia do DF (taxa de ins- peção sanitária, taxa de alvará de funcionamento, etc). � Contribuição de Melhoria: modalidade extre- mamente específica que, assim como as taxas, é classificada como uma espécie vinculada de tri- buto. Sua cobrança só poderá ser efetuada quan- do houver valorização de imóveis particulares em função da realização de obras públicas. Como exemplo, suponhamos a situação em que a cons- trução de uma ponte valorize sobremaneira os imóveis de determinado bairro (situação total- mente hipotética para os moradores do final do lago sul, rsrsrs). Nesse caso, o ente da federação responsável pela obra poderia cobrar contribuição de melhoria dos donos dos imóveis valorizados. Importante ressaltar que a parcela paga por cada um dos beneficiados não poderia exceder à valo- rização percebida pelo seu imóvel e que a soma das contribuições também não poderia ser maior que o montante investido na obra. Agora que já temos conhecimento das três espécies de tributos tratadas na LODF, vejamos o que o art. 125 da Lei Distrital dispõe sobre elas: Art. 125. Compete ao Distrito Federal instituir os seguintes tributos: I – impostos de sua competência previstos na Constituição Federal; II – taxas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos de sua atribuição, específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 4 www.pontodosconcursos.com.br III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públi- cas. § 1º A função social dos impostos incorpora o princípio de justiça fiscal e o critério de progressividade a ser observados na legislação. § 2º Sempre que possível, os impostos terão caráter pes- soal e serão graduados segundo a capacidade econômi- ca do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar o patrimônio, rendimentos e atividades econômi- cas do contribuinte, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei. § 3º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. § 4º Nenhuma taxa, à exceção das decorrentes do exercício do poder de polícia, poderá ser aplicada em despesas estra- nhas aos serviços para os quais foi criada. § 5º O Distrito Federal poderá, mediante convênio com a União, Estados e Municípios, delegar ou deles receber encar- gos de administração tributária. § 6º O Distrito Federal poderá instituir contribuição cobrada de seus servidores para custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e assistência social. Encerrando a seção que cuida dos princípios gerais, temos aquela que talvez seja a informação mais importante da aula: ao DF competem os impostos reservados aos Estados e aos Municípios. Esse dispositivo é consectário lógico da lição que vimos em aulas anteriores, a respeito das competências do DF – o DF acu- mula as competências de Estados e Municípios. Ao DF competem, cumulativamente, os impostos reservados aos Estados e aos Municípios Impostos estaduais ITCD – imposto por transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos; ICMS – imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de Impostos Municipais IPTU – imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; ITBI – imposto sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem Delegação da capaci- dade tributária (ativi- dade de arrecadar tributos) Notem que se aplica à previdência de ser- vidores, e não previ- dências privadas! LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 5 www.pontodosconcursos.com.br transporte interestadual e intermu- nicipal e de comunicação; IPVA – imposto sobre propriedade de veículos automotores. como cessão de direitos a sua aqui- sição; ISS – imposto sobre serviços de qualquer natureza. Das Limitações do Poder de Tributar O art. 128 da LODF elenca diversos princípios que re- gem a atividade de tributação, bem como limitações ao poder de tri- butar. Podemos também considerar que esses princípios e limites ao poder de tributar consubstanciam-se em direitos e garantias ao con- tribuinte, uma vez que foram criados para evitar que o legislador, de forma arbitrária, majorasse ou instituísse novos tributos pegando o contribuinte “desprevenido” e interferindo em muitos de seus direitos fundamentais, sobremaneira no direito de propriedade. Vejamos os princípios expressos da LODF: � Princípio da legalidade (art. 128, I, da LODF): é vedada a insti- tuição ou majoração de tributos senão por meiode lei. Alguns au- tores preferem chamá-lo de princípio da reserva-legal tributária, uma vez que é exigida lei em sentido formal; � Princípio da isonomia (art. 128, II, da LODF): é vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em si- tuação equivalente. Percebam que, caso os contribuintes não se encontrem em situação equivalente, será permitido ao DF ofe- recer tratamento diferenciado a eles – ideia central do princípio da isonomia: igualdade entre iguais e desigualdade entre desi- guais, no limite de suas desigualdades. � Princípio da irretroatividade tributária (art. 128, III, a, da LODF): princípio fundado no corolário da segurança jurídica. Se- gundo a norma, lei que institua tributo (ou aumente sua alíquota) não poderá incidir sobre fato gerador anterior à sua entrada em vigência. Para ilustrar a situação, vamos a um exemplo bobo: o governo decide instituir um imposto para aquisição de carros no- vos. Tal imposto só poderá ser cobrado daqueles que adquirirem o carro a partir da entrada em vigor da nova lei, não sendo possí- vel cobrá-lo de quem comprou carro anteriormente. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 6 www.pontodosconcursos.com.br � Princípio da anterioridade do exercício financeiro (art. 128, III, b, da LODF): Princípio que impede que lei que majore ou crie novos tributos produza efeitos no exercício em que foi editada. Assim, não há restrições à publicação e à vigência da lei, mas a norma só poderá produzir efeitos em exercício financeiro posteri- or. Existem tributos que não precisam observar esse princípio, mas como nenhum deles é de competência do DF, não vamos de- talhar a matéria. � Princípio do não-confisco (art. 128, IV, da LODF): princípio bem simples, que veda o caráter confiscatório dos tributos, ou se- ja, proíbe que os valores dos tributos cobrados sejam muito altos, a ponto de caracterizar o confisco dos bens do contribuinte. De acordo com o princípio do não-confisco, haveria um limite máxi- mo (porém indeterminado) que pode ser cobrado do cidadão con- tribuinte a título de tributo. � Princípio da liberdade de tráfego (art. 128, V, da LODF): a nossa Constituição estabelece o direito de livre locomoção. Dessa forma, qualquer tributo que tenha como fato gerador a simples travessia de fronteiras intermunicipais ou interestaduais não será permitido, posto que produziria efeitos impeditivos à livre circula- ção de pessoas e objetos. Esse princípio não veda a tributação em operações econômicas interestaduais, tal qual se dá com a cobrança de ICMS. � Princípio da não discriminação tributária (art. 128, VII, da LODF): veda que sejam instituídas diferentes alíquotas sobre bens e serviços em função de sua origem ou destino. Tal princípio tem por objetivo evitar a guerra fiscal entre os Estados, o que ocasionaria a existência de zonas preferenciais de trânsito de mercadorias em detrimento de outras, ferindo o princípio federa- tivo. � Princípio da anterioridade nonagesimal (art. 128, § 5º, da LODF): segundo esse princípio, a majoração e instituição de no- vos tributos só poderá gerar efeito sobre os contribuintes após decorrido o prazo de 90 dias da publicação da lei que instituiu as novas regras. No caso específico das contribuições para a seguri- dade social – de que trata o art. 128, § 5º, da LODF –, aplica-se apenas o princípio da anterioridade nonagesimal. Todavia, para os demais tributos, ressalvadas as exceções que vocês estudarão no âmbito do curso de Direito Constitucional, o princípio da ante- rioridade nonagesimal é aplicado em conjunto com o princípio da anterioridade do exercício financeiro. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 7 www.pontodosconcursos.com.br Ainda na seção que cuida das limitações ao poder de tributar, temos também as hipóteses de imunidades. Da mesma for- ma que os princípios acima estudados, vocês perceberão que as imu- nidades contidas na LODF são, em essência, as mesmas que a CF prevê em seu bojo. E não poderia ser diferente, uma vez que as imunida- des nada mais são do que limitações ao poder de tributar, ou seja, estão relacionadas às competências tributárias, as quais estão delimi- tadas pela CF. Dessa forma, considerando que a matéria será deta- lhadamente abordada no curso de Direito Constitucional, veremos o tema de forma resumida: Art. 128. Sem prejuízo de outras garantias assegura- das ao contribuinte, é vedado ao Distrito Federal: (...) VI – instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços da União, Estados e Municípios; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistên- cia social sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão Primeiramente, notem que o inciso VI não fala em tri- butos, limitando-se a dispor sobre impostos. Daí concluímos que as imunidades tributárias constantes da CF e reproduzidas na LODF im- pedem a cobrança de IMPOSTOS de determinadas entidades ou so- bre determinados produtos, não havendo restrições à cobrança de taxas ou contribuições de melhoria. As imunidades sobre patrimônio, renda ou serviços de templos de qualquer culto, de partidos políticos e suas fundações, de entidades sindicais e de instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos também estão limitadas às suas atividades fina- lísticas. Assim, se determinada igreja presta, no estacionamento de sua propriedade, serviços de lava-jato ou se um partido político pos- A chamada imunidade recíproca. Estende-se às autarquias e às fundações dos respectivos entes da federação. A citada imunidade alcança patrimônio, renda e ser- viços vinculados a suas finalida- des essenciais ou delas decor- rentes. Não alcança patrimônio, renda e serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas. Não alcan- ça os sin- dicatos patronais, apenas os de traba- lhadores LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 8 www.pontodosconcursos.com.br sui um imóvel alugado para um particular, os impostos cabíveis inci- dirão normalmente sobre o serviço/patrimônio diverso da atividade precípua da entidade possuidora de isenção. Já no que diz respeito à imunidade que recai sobre li- vros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, impor- tante ressaltar que se restringe aos produtos elencados na LODF, não podendo ser estendida à tinta utilizada na impressão ou a mídias digitais de conteúdo literário, por exemplo. IMUNIDADES (apenas para IMPOSTOS) Imunidade Recíproca: alcança o patrimônio, renda ou serviços da União, Estados e Municípios, inclusive das autarquias e fundações do Poder Públi- co, desde que relacionados às suas atividades precípuas. Patrimônio, renda e serviços ligados à exploração econômica não são contemplados com a isenção. Imunidade Religiosa: incide sobre templos de qualquer culto. Também está adstrita ao patrimônio, renda ou serviços essenciais relacionados à atividade religiosa exercida pelo templo. Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos tra- balhadores, das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos: abrange o patrimônio, renda ou serviços dos partidos polí- ticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, aten- didos os requisitos da lei. Notem que existem requisitos a serem atendidos para que as entidades sejam beneficiadas pela imunidade. Assim como nos demais casos, apenaso patrimônio, a renda e os serviços essenciais à ati- vidade finalística das entidades serão alcançados pela imunidade. Imunidade cultural: imunidade sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Limita-se aos produtos elencados, não alcan- çando tinta de impressão ou mídias digitais, por exemplo Além das imunidades, a LODF também prevê a possibi- lidade de que sejam concedidas isenções, reduções ou aumentos de tributos, desde que decorrentes de lei. Essas medidas são instru- mentos de fomento do Estado, que poderá isentar ou reduzir a carga tributária incidente sobre determinados serviços que deseja incenti- var, ou aumentar os tributos que incidem sobre determinada prática que pretende desestimular. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 9 www.pontodosconcursos.com.br Com exceção à isenção relacionada às operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, a qual já possui amparo na LODF, as demais isenções, anistias e remissões de- verão obedecer a alguns requisitos, quais sejam: I – só poderão ser concedidos ou revogados por meio de lei específica, aprovada por dois terços dos membros da Câmara Legislativa, obedecidos os limites de prazo e valor; II – não serão concedidos no último exercício de cada legislatura, salvo os benefícios fiscais relativos ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e so- bre prestações de serviços de transporte interestadual e in- termunicipal e de comunicação, deliberados na forma do in- ciso VII do § 5º do art. 135, e no caso de calamidade pú- blica, nos termos da lei; III – não serão concedidos às empresas que utilizem em seu processo produtivo mão-de-obra baseada no trabalho de crianças e de adolescentes, em desacordo com o disposto no art. 7°, XXXIII, da Constituição Federal. Parágrafo único. Os convênios celebrados pelo Distrito Fede- ral na forma prescrita no art. 155, § 2º, XII, g, da Constitui- ção Federal, deverão observar o que dispõe o texto constitu- cional e legislação complementar pertinente. Dos Impostos do DF Pessoal, os arts. 132 a 141 da LODF versam sobre os impostos que competem ao Distrito Federal e algumas particularida- des sobre eles. Não acho proveitoso tratar individualmente cada um dos impostos, visto que não existem pontos relevantes em relação à legislação existente nas demais unidades da federação. Ademais, não encontrei nenhuma prova que abordasse esses tópicos. Dessa forma, pedirei que vocês deem uma olhada em tais artigos e, havendo dúvi- das, utilizem o nosso fórum de perguntas. Acredito que o mais relevante sobre esse assunto seja que vocês saibam que o DF terá competência para instituir os tributos estaduais e municipais, conforme visto no início da aula. São eles: Art. 135 (...) 5º Observar-se-á a lei com- plementar federal para: (...) VII – regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Fede- ral, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. ICMS LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 10 www.pontodosconcursos.com.br Ao DF competem, cumulativamente, os impostos reservados aos Estados e aos Municípios Impostos estaduais ITCD – imposto por transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos; ICMS – imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermu- nicipal e de comunicação; IPVA – imposto sobre propriedade de veículos automotores. Impostos Municipais IPTU – imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; ITBI – imposto sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aqui- sição; ISS – imposto sobre serviços de qualquer natureza. Da Repartição das Receitas Tributárias Além das taxas, das contribuições de melhoria – se existentes – e do resultado da arrecadação dos impostos acima elen- cados, constituem receita tributária do DF: � 100% do imposto de renda incidente na fonte sobre os ren- dimentos pagos, a qualquer título, pelo Distrito Federal, suas autarquias e pelas fundações que instituir e mantiver; � 20% do produto da arrecadação do imposto residual que a União instituir (art. 154, I, da Constituição Federal, que atribui competência tributária residual à União); � 50% do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis nele situ- ados. Caso o DF opte por fiscalizar e arrecadar tal imposto, terá direito a 100% da arrecadação. � a parcela que lhe couber do Fundo de Participação dos Municí- pios – FPM – e do Fundo de Participação dos Estados e do DF – FPE; � a parcela que lhe couber, proporcional a exportação de produtos industrializados, do montante de 10% do IPI; � 100% do IOF sobre o ouro. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 11 www.pontodosconcursos.com.br Das Finanças Públicas Nas são muitos os pontos importantes relacionados às finanças públicas para a nossa prova. Quando vocês estudam AFO, aprendem a diferença do orçamentário para o financeiro. Enquanto o aspecto orçamentário es- tá mais ligado ao planejamento e à autorização, a questão financeira está relacionada à concretização, ao dinheiro propriamente dito. Se estamos falando de financeiro, precisamos saber de onde vem o di- nheiro que será utilizado pela Administração Distrital, ou seja, o que compõe a receita pública. Segundo a LODF, a receita pública será constituída por: I – tributos; II – contribuições financeiras e preços públicos; III – multas; IV – rendas provenientes de concessão, permissão, cessão, arrendamento, locação e autorização de uso; V – produto de alienação de bens móveis, imóveis, ações e direitos, na forma da lei; VI – doações e legados com ou sem encargos; VII – outras definidas em lei. Vejam que o dispositivo da LODF que elenca as parce- las que compõem a receita pública prescinde de maiores comentários. Observem apenas que o inciso I, ao elencar “tributos” se refere à to- do aquele montante que vimos anteriormente, o qual engloba os tri- butos arrecadados pelo DF e aqueles outros (100% do imposto de renda sobre os rendimentos pagos pelo DF, 20% dos impostos resi- duais, etc.) Além disso, acredito ser suficiente que temos três pon- tos importantes: 1 - O Banco de Brasília – BRB – é o agente finan- ceiro do tesouro do DF e o organismo fundamental de fomento da região. É lá que ficará depositado todo o produto da arrecadação de toda e qualquer receita do DF. Também será no BRB que deposi- tadas e movimentadas as disponibilidades de caixa e os recursos co- locados à disposição das Administrações Direta e Indireta distritais. E os pagamentos dos servidores e empregados? “(...) serão efetuados LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 12 www.pontodosconcursos.com.br pelo Banco de Brasília – BRB –, para concretizar-lhe e preservar-lhe a fun- ção social.” Para facilitar, podemos considerar que toda a movimenta- ção financeira do DF será realizada pelo BRB; 2 – Os recursos financeiros correspondentes às dota- ções orçamentárias da CLDF e do TCDF serão repassados aos respec- tivos órgãos em duodécimos, até o dia 20 de cada mês – por isso vocês receberão o salário de vocês no dia 20 de cada mês!; 3 – Serão objeto de Lei complementar, observada a CF, a legislação federal e as resoluções do Senado Federal, os normativos que versem sobre:I – finanças públicas; II – emissão e resgate de títulos da dívida pública; III – concessão de garantia pelas entidades públicas do Distrito Federal; IV – fiscalização das instituições financeiras do Distrito Federal Do Orçamento Pessoal, não iremos abordar detalhadamente a ma- téria relativa ao orçamento constante da LODF porque a grande mai- oria de seus dispositivos é mera reprodução do que é veiculado pela Constituição Federal. Dessa forma, o assunto será abordado de forma completa pelo professor de Administração Financeira e Orçamentária, pessoa muito mais preparada para dispor sobre o tema do que esse que vos fala (ou escreve, rsrs). Dessa forma, especialmente nesse tópico, nos atere- mos realmente apenas às peculiaridades da LODF, que são poucas. Sob esse prisma, gostaria de ressaltar os arts. 147 e 148, que trazem uma definição do que seria o orçamento e uma consideração impor- tante sobre as Administrações Regionais: Art. 147. O orçamento público, expressão física, social, econômica e financeira do planejamento governamental, se- rá documento formal de decisões sobre a alocação de recur- sos e instrumento de consecução, eficiência e eficácia da ação governamental. Art. 148. Na elaboração de seu orçamento, o Distrito Federal destinará anualmente às Administrações Regionais recur- LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 13 www.pontodosconcursos.com.br sos orçamentários em nível compatível, com critério a ser definido em lei, prioritariamente para o atendimento de des- pesas de custeio e de investimento, indispensáveis a sua gestão. Parágrafo único. Para os fins preconizados no caput, as Regiões Administrativas constituem-se individualmen- te em órgãos. Achei interessante ressaltar o art. 147 porque, ao con- trário do que acontece na CF, a LODF traz explicitamente um conceito de orçamento, o qual poderia ser tranquilamente objeto de cobrança em prova. O mesmo acontece com o parágrafo único do art. 148. Segundo o dispositivo, ao elaborar o orçamento, o Governo deverá destinar recursos às Administrações Regionais e, para esse fim, elas deverão ser consideradas como órgãos. Esse dispositivo vai ao en- contro do que tratamos em aula pretérita, em que falamos que, em função da vedação à divisão do DF em Municípios, foi realizada a desconcentração territorial da Administração, mediante a criação das Regiões Administrativas. OBS: não se esqueçam que o termo uti- lizado pela LODF é “descentralização administrativa”, embora tra- te-se de hipótese de desconcentração. Por falar em Administrações Regionais, peço licença pa- ra fugir um pouco do tema da aula. Lembram que quando estudamos as Administrações Regionais, vimos que a LODF prevê que a escolha dos Administradores deveria ser realizada com alguma forma de par- ticipação popular, nos termos de lei (que ainda não foi editada)? Lembram também que comentamos que isso, de fato, não ocorria, uma vez que os Administradores Regionais eram simplesmente no- meados pelo Governador, sem nenhum tipo de consulta ou participa- ção da população interessada? Pois bem... recentemente o TJDFT proferiu decisão fi- xando prazo para que o Governo edite a lei a que a LODF se refere, normatizando a participação popular no processo de escolha dos Ad- ministradores Regionais. Essa informação dificilmente será cobrada na nossa prova do TCDF, visto que é posterior à publicação do edital. Mas valeu para relembrar o tema e ajudará aqueles que pretendem continuar a fazer concursos distritais. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 14 www.pontodosconcursos.com.br Apenas para finalizar, lembro que o STF já se pronunci- ou pela proibição de que a participação popular se dê por meio de es- colha direta (eleições), pois isso caracterizaria uma tentativa de divi- dir o DF em espécies similares aos Municípios. Feita essa consideração, voltemos ao Orçamento. Leis de iniciativa do Governador estabelecerão: � Plano Plurianual – PPA; � Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO; � Lei Orçamentária Anual – LOA. O PPA, o qual conterá as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da Administração Pública do DF no horizonte de 4 anos, possui uma peculiaridade em relação ao âmbito Federal. Vejamos o que dispõe o §2º do art. 149: § 2º A lei que aprovar o plano plurianual, compatível com o plano diretor de ordenamento territorial, estabelecerá, por região administrativa, as diretri- zes, objetivos e metas, quantificados física e financei- ramente, da administração pública do Distrito Federal, no horizonte de quatro anos, para despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como as relativas a pro- gramas de duração continuada, a contar do exercício financeiro subseqüente. A LDO, a qual deverá ser compatível com o PPA, conte- rá as metas e prioridades (MP) da Administração Pública Distrital para o exercício financeiro subsequente, não havendo nenhuma peculiari- dade da LDO distrital em face da LDO federal que mereça ser resal- vada. Dessa forma, a LDO distrital, tal qual a federal, deverá: � incluír as despesas de capital para o exercício finan- ceiro subseqüente; � orientar a elaboração da lei orçamentária anual; � dispor sobre as alterações da legislação tributária; � estabelecer a política tarifária das entidades da admi- nistração indireta e a política de aplicação das agên- cias financeiras oficiais de fomento; � definir a política de pessoal a curto prazo da adminis- tração direta e indireta do Governo. Leis Ordinárias, de inicia- tiva do Poder Executivo. O PPA deverá: 1 – ser compatível com o Plano Diretor de Orde- namento Territorial; 2 – dispor, de forma regio- nalizada, por região admi- nistrativa, sobre as diretri- zes, os objetivos e as metas da administração pública distrital. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 15 www.pontodosconcursos.com.br Já a LOA distrital, assim como a federal, será composta pelos: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Distri- to Federal, seus fundos, órgãos e entidades da adminis- tração direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que o Distrito Federal, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento de seguridade social, abrangidas todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da admi- nistração direta e indireta, bem como os fundos e fun- dações instituídos ou mantidos pelo Poder Público. Tal qual o PPA, a LOA possui peculiaridades em função da divisão do DF em Regiões Administrativas. Vejamos o que dispõe § 7º do art. 149: § 7º Integrarão o projeto de lei orçamentária, além da- queles definidos em lei complementar, demonstrativos específicos com detalhamento das ações governamen- tais, dos quais constarão: I - objetivos, metas e prioridades, por Região Admi- nistrativa; II - identificação do efeito sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, referidos no art. 131; III - demonstrativo da situação do endividamento, no qual se evidenciará para cada empréstimo o saldo de- vedor e respectivas projeções de amortização e encar- gos financeiros correspondentes a cada semestre do ano da proposta orçamentária. (...) § 10. O orçamento anual deverá ser detalhado por Região Administrativa e terá entre suas funções a redução das desigualdades inter-regionais Outra peculiaridade do processo orçamentário distrital em relação ao federal está na matéria atinente às datas de envio e devolução dos projetos de lei. Parafacilitar a comparação, vamos re- sumir a matéria na tabela a seguir: LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 16 www.pontodosconcursos.com.br Distrito Federal União envio devolução envio devolução PPPA 1º/08 15/12 31/08 22/12 PLDO 15/05 30/06 15/04 17/07 PLOA 15/09 15/12 31/08 22/12 IMPORTANTE Enquanto na União, a sessão legislativa não será interrompida sem a vota- ção do projeto de LDO, no Distrito Federal regra similar se aplica à votação do projeto de LOA. Assim, no DF a sessão legislativa não será inter- rompida sem a votação do projeto de LDO e também não será en- cerrada sem a votação do projeto de LOA. Por fim, considerando os grandes problemas já verificados em todas as esferas da federação relacionadas às verbas de publicidade, a LODF trouxe dispositivo que, ao consagrar o princípio da transparência, busca mitigar a malversação dos recursos públicos: § 9º As despesas com publicidade do Poder Legisla- tivo e dos órgãos ou entidades da administração direta e indireta do Poder Executivo deverão ser objeto de dotação orçamentária específica. DA ORDEM ECONÔMICA DO DF Dos Princípios Gerais O artigo 158 elenca traz informações importantes sobre a ordem econômica. Observemos o seu enunciado: Art. 158. A ordem econômica do Distrito Federal, fun- dada no primado da valorização do trabalho e das atividades produtivas, em cumprimento ao que esta- belece a Constituição Federal, tem por fim assegurar a todos existência digna, promover o desenvolvi- mento econômico com justiça social e a melhoria da qualidade de vida, observados os seguintes princípios: I - autonomia econômico-financeira; II - propriedade privada; Apenas no pri- meiro ano do mandato LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 17 www.pontodosconcursos.com.br III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - proteção ao meio ambiente; VII - redução das desigualdades econômico-sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - integração com a região do entorno do Distrito Fe- deral. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos pre- vistos em lei. Vejam que o mesmo dispositivo elenca os fundamen- tos, os objetivos (ou fins) e os princípios que regem a atividade eco- nômica. Vamos separá-los para facilitar o entendimento de todo o artigo: ORDEM ECONÔMICA Fundamentos Objetivos (fins) Princípios valorização do trabalho e das atividades produtivas assegurar a todos exis- tência digna; promover o desenvolvi- mento econômico com justiça social; melhoria da qualidade de vida autonomia econômico- financeira; propriedade privada; função social da proprie- dade; livre concorrência; defesa do consumidor; proteção ao meio ambien- te; redução das desigualda- des econômico-sociais; busca do pleno emprego; integração com a região do entorno do Distrito Federal. Não vejo como necessários maiores esclarecimentos acerca dos fundamentos e dos objetivos da ordem econômica do DF. No que diz respeito aos princípios, chamo atenção para o princípio da autonomia econômico financeira, uma vez que este diverge do esta- belecido pela CF, que elenca a soberania nacional como um de seus princípios. Inclusive, vocês já devem ter percebido uma questão que relacione qualquer tipo de soberania com o DF provavelmente estará errada. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 18 www.pontodosconcursos.com.br Também é importante que vocês tenham atenção para o princípio da integração o com a região do entorno do DF. Não é a primeira vez que vimos dispositivo que verse sobre a matéria, sendo imprescindível que vocês tenham em mente que, embora não perten- ça ao território do DF, o entorno deve ser considerado quando da elaboração das políticas públicas em âmbito distrital. Feitas essas considerações iniciais, vamos às formas de atuação do Estado na economia. O Poder Público poderá atuar de forma direta (por meio de pessoas jurídicas por ele constituídas) ou de forma indireta (exercendo atividade de incentivo – positivo ou negativo -, fiscalização e planejamento) na economia. A atuação de forma direta é menos comum, uma vez que o Estado não é (ou não deveria ser) um empresário. Todavia, por vezes é necessária a atua- ção direta do Poder Público na economia e, no do DF, o art. 159 da LODF elenca as situações em que isso se faz necessário: Art. 159. O Poder Público só participará diretamente na exploração da atividade econômica nos casos previs- tos na Constituição Federal e, na forma da lei, como agente indutor do desenvolvimento sócio-econômico do Distrito Federal, em investimentos de caráter estra- tégico ou para atender relevante interesse coleti- vo. § 1º A empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das em- presas privadas, inclusive quanto às obrigações tra- balhistas e tributárias. § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais que não sejam extensivos às do setor privado. § 3º Na aquisição de bens e serviços, os órgãos da ad- ministração direta e indireta, sem prejuízo dos princí- pios da publicidade, transparência das contas públicas, legitimidade e economicidade, darão tratamento pre- ferencial, nos termos da lei, a atividades econômi- cas exercidas em seu território e, em especial, a empresas brasileiras de capital nacional. Dessa forma, sempre que o setor privado não se inte- ressar por determinada área necessária ao bem estar da população ou quando determinado setor for estrategicamente interessante para LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 19 www.pontodosconcursos.com.br o poder público, este poderá atuar diretamente na economia (exem- plos no DF: BRB, Terracap, Novacap, etc.) Notem que nos casos em que o Estado optar por atuar diretamente na ordem econômica por meio de suas empresas, estas estarão submetidas às mesmas obrigações e deveres que as empre- sas privadas, não gozando de benefícios que não sejam extensíveis às demais. Isso ocorre porque, caso as empresas do governo possu- íssem vantagens não percebidas pelas empresas privadas, seria cria- da um cenário de quebra de isonomia e desestímulo à participação do setor privado na economia nacional. Na verdade, o que acontece é que as empresas públi- cas e sociedades de economia mista que atuam no mercado acabam sofrendo certa desvantagem em relação às empresas do setor priva- do que com elas competem. Isso porque o regime jurídico observado pelas empresas integrantes da Administração Pública é predominan- temente privado, sendo ainda impostas, ainda que de forma menos rigorosa, algumas regras do setor público (licitação e admissão por concurso público, por exemplo). Para finalizar a questão da atuação direta do Estado na economia, vejamos duas regras que devem ser observadas pelas empresas públicas e sociedades de economia mista constituídas pela Administração Distrital: I - composição de pelo menos um terço da diretoria executiva por representantes de seus servidores, escolhidos pelo Governador entre os indicados em lista tríplice para cada cargo, mediante eleição pelos servi- dores, atendidas as exigências legais para o preenchi- mento dos referidos cargos; II - assinatura de contratos de gestão que estabe- leçam metas de desempenho e responsabilidade, bem como assegurem a autonomia necessária ao alcance dos resultadosestabelecidos. No que diz respeito à atuação indireta do Estado na economia exercendo as funções de planejamento, incentivo e fiscali- zação. Nesse contexto, lei deverá dispor sobre as diretrizes do plane- jamento governamental do DF, o qual deverá incorporar e compatibi- lizar os seguintes instrumentos/ações: Essa regra não é aplicável às instituições FINANCEIRAS controladas pelo DF. Nesse caso específico, será FACUL- TADA a participação de um empregado público no Con- selho de Administração. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 20 www.pontodosconcursos.com.br � o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) e os Planos de Desenvolvimento Local (PDLs); � as ações de integração com a região do entorno do Distrito Federal; � o plano plurianual; � as diretrizes orçamentárias; � o orçamento anual. Bom... já vimos em tópico precedente aspectos sobre o PPA, a LDO e a LOA. No que diz respeito ao PDOT e aos PDLs, em- bora a LODF reserve grande atenção ao tema, os artigos que deta- lham os referidos instrumentos não constam do nosso edital. Dessa forma, não precisamos saber detalhes sobre os citados planos, bas- tando para a nossa prova o seguinte: � O PDOT é o instrumento básico da política de ex- pansão e desenvolvimento urbanos, de longo prazo (vigência de 10 anos, com possibilidade de revisão a cada 5 anos) e natureza permanente; � Os PDLs são instrumentos complementares da política de expansão e desenvolvimento urbanos do DF � As ações de integração com a região do entorno do Distrito Federal são constituídas pelo conjunto de políticas para o desenvolvimento das áreas do entorno, com vistas a integração e harmonia com o Distrito Federal, em regime de co- responsabilidade com as unidades da Federação às quais pertencem, preservada a autonomia admi- nistrativa e financeira das unidades envolvidas. Pessoal, encerramos por aqui a nossa aula. Os arts. 176 a 199, embora constem do nosso edital, prescindem de maiores esclarecimentos (e para ser bem sincero, são de menor relevância, sendo raríssimamente abordados em provas de LODF e também de Direito Constitucional). Dessa forma, a fim de poupar o precioso tem- po de vocês, sugiro que façam uma rápida leitura desses dispositivos na véspera da prova, só para saber que eles existem. Leis Complementa- res LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 21 www.pontodosconcursos.com.br Enfim, acabamos! Espero que vocês tenham gostado do curso, quem tenham achado que realmente valeu a pena permitir que eu os ajudasse nessa caminhada. Não falei isso no começo da aula para que vocês não deixassem de estudá-la, mas tenham certeza de que essa é a parte da matéria menos importante. A parte que cuida do orçamento é bas- tante relevante para AFO, mas não para LODF! Vocês notarão isso na nossa bateria de exercícios de hoje, que mesmo contendo exercícios de outras bancas, é de longe a menor de todo o curso. Agradeço por todos os elogios, críticas e sugestões que recebi durante esse período. Com certeza levarei tudo em considera- ção e buscarei preparar cursos cada vez melhores. Fora isso, saibam que estou torcendo para que vocês tenham um ótimo desempenho na prova e cheguem logo à nossa parceiro, a Secretaria de Transparência e Controle, para nos ajudar com os processos e fiscalizações, a fim de tornar nossa cidade um lugar ainda melhor para se viver. Não tenho dúvidas de que vocês serão muito felizes lá A partir de agora, nosso contato será apenas pelo fó- rum de dúvidas e pelo email que vocês já conhecem: marcelo.kessler@pontodosconcursos.com.br Abraços, bons estudos e boa prova! LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 22 www.pontodosconcursos.com.br RESUMO Ao DF competem, cumulativamente, os impostos reservados aos Estados e aos Municípios Impostos estaduais ITCD – imposto por transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos; ICMS – imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermu- nicipal e de comunicação; IPVA – imposto sobre propriedade de veículos automotores. Impostos Municipais IPTU – imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; ITBI – imposto sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aqui- sição; ISS – imposto sobre serviços de qualquer natureza. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS (apenas para IMPOSTOS) Imunidade Recíproca: alcança o patrimônio, renda ou serviços da União, Estados e Municípios, inclusive das autarquias e fundações do Poder Públi- co, desde que relacionados às suas atividades precípuas. Patrimônio, renda e serviços ligados à exploração econômica não são contemplados com a isenção. Imunidade Religiosa: incide sobre templos de qualquer culto. Também está adstrita ao patrimônio, renda ou serviços essenciais relacionados à atividade religiosa exercida pelo templo. Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos tra- balhadores, das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos: abrange o patrimônio, renda ou serviços dos partidos polí- ticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, aten- didos os requisitos da lei. Notem que existem requisitos a serem atendidos para que as entidades sejam beneficiadas pela imunidade. Assim como nos demais casos, apenas o patrimônio, a renda e os serviços essenciais à ati- vidade finalística das entidades serão alcançados pela imunidade. Imunidade cultural: imunidade sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Limita-se aos produtos elencados, não alcan- çando tinta de impressão ou mídias digitais, por exemplo LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 23 www.pontodosconcursos.com.br Datas de envio/devolução das leis orçamentárias Distrito Federal União envio devolução envio devolução PPPA 1º/08 15/12 31/08 22/12 PLDO 15/05 30/06 15/04 17/07 PLOA 15/09 15/12 31/08 22/12 IMPORTANTE Enquanto na União, a sessão legislativa não será interrompida sem a vota- ção do projeto de LDO, no Distrito Federal regra similar se aplica à votação do projeto de LOA. Assim, no DF a sessão legislativa não será inter- rompida sem a votação do projeto de LDO e também não será en- cerrada sem a votação do projeto de LOA. ORDEM ECONÔMICA Fundamentos Objetivos (fins) Princípios valorização do trabalho e das atividades produtivas assegurar a todos exis- tência digna; promover o desenvolvi- mento econômico com justiça social; melhoria da qualidade de vida autonomia econômico- financeira; propriedade privada; função social da proprie- dade; livre concorrência; defesa do consumidor; proteção ao meio ambien- te; redução das desigualda- des econômico-sociais; busca do pleno emprego; integração com a região do entorno do Distrito Federal. Apenas no pri- meiro ano do mandato LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 24 www.pontodosconcursos.com.br QUESTÕES COMENTADAS (Cespe – PGDF/2013) Considerando que uma autarquia federal que não vise à exploração da atividade econômica e não cobre tarifa ou preço por serviços prestados tenha adquirido um prédio para instalação de sua admi- nistração no DF,julgue os itens que se seguem, relativos a essa situação hipotética, à competência tributária e às regras de limitação dessa compe- tência. 1) Caso o prédio em questão seja vendido para uma pessoa física, essa operação ficará sujeita ao pagamento de ITBI, uma vez que a limita- ção do poder de tributar não mais se aplicará. Item Certo: Pessoal, vimos na aula que a CF prevê, e a LODF reproduz, a chamada imunidade tributária recíproca, por meio da qual fica ve- dada a cobrança de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos demais entes da federação. Ocorre que n ocaso em análise, quando a autarquia federal vende o imóvel para pessoa física, o mesmo deixa de ser um bem da autarquia federal. Ademais, o ITBI é um imposto cobrado do comprador do imóvel, ou seja, não há que se falar em cobrança de imposto da União, uma vez que quem arcará com a despesa será a pes- soa física que está adquirindo o imóvel. 2) O DF pode instituir contribuições parafiscais, inclusive destinadas à intervenção no domínio econômico, desde que o faça por lei comple- mentar. Item Errado: Pessoal, no âmbito do direito tributário, a competência residual é da União, ou seja, compete à União instituir novos tributos além daqueles por ela elencados. Assim, ao DF cabem os tributos de competência dos Estados e Municípios já constantes do Texto Constituci- onal. Já no caso de novos tributos (como aquele de uma contribuição pa- ra intervenção no domínio econômico – CIDE), compete à União a sai instituição, conforme dispõe o art. 149 da CF: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir con- tribuições sociais, de intervenção no domínio econômi- co e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, ob- servado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às con- tribuições a que alude o dispositivo 3) Na hipótese considerada, o DF não poderá cobrar IPTU do prédio da autarquia federal em razão do princípio da uniformidade. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 25 www.pontodosconcursos.com.br Item Errado: De fato o DF não poderia cobrar o IPTU da referida autar- quia federal. Ocorre que essa vedação encontrara amparo no Princípio da imunidade tributária recíproca, e não no princípio da uniformidade, conforme afirma o item. 4 - (Esaf – PGDF/2007 - adaptada) O Distrito Federal, entidade inte- grante da República Federativa do Brasil, pode instituir contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de seus servidores; imposto sobre serviços de qualquer natureza; e taxas, em razão do exercí- cio do poder de polícia. Item Certo: É exatamente isso! Vimos que o ISS e as taxas cobradas em razão do exercício do poder de polícia exercido pelos seus ór- gãos/entidades são de competência do DF. Alguma dúvida poderia resi- dir na hipótese de instituição de contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de seus servidores, mas essa é a úni- ca contribuição cuja instituição não compete exclusivamente à União. Vejamos o que estabelece a LODF: art. 125: (...) § 6º O Distrito Federal poderá instituir contribuição cobrada de seus servidores para custeio, em benefício destes, de sis- tema de previdência e assistência social. 5 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) O imposto sobre proprieda- de rural será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer for- ma de renúncia fiscal. Item Certo: É isso o que dispõe a LODF, em reprodução do texto cons- titucional. O Imposto sobre propriedade territorial rural – ITR – comporá a receita do DF. Caso seja fiscalizado e arrecadado pela União, 50% do montante arrecadado referente aos imóveis em seu território será parte de sua receita. Caso opte por fiscalizar e arrecadar ele próprio o referido imposto, terão direito a 100% do valor arrecadado. Mas o DF só poderá fazer a opção de se responsabilizar pelo imposto se isso não implicar redução ou qualquer forma de renúncia fiscal, conforme dispõe o art. art. 153, § 4º, III, c/c o art. 158, II, da CF: Art. 158. Pertencem aos Municípios: (...) II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do im- posto da União sobre a propriedade territorial rural, relativa- mente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; CF, art. 153, § 4º, III: será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 26 www.pontodosconcursos.com.br 6 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) É vedado ao DF delegar sua capacidade tributária. Item Errado: Pessoal, aqui é simples. O DF não poderá delegar sua ca- pacidade tributária (capacidade de cobrar tributos) àqueles cuja persona- lidade jurídica não seja de pessoa pública. Todavia, poderá sim delegá-la a outros entes federados e até mesmo às suas autarquias (todos com personalidade jurídica de direito público). Vejamos o que dispõe a LODF: Art. 125 § 5º O Distrito Federal poderá, mediante convênio com a União, Estados e Municípios, delegar ou deles receber en- cargos de administração tributária. 7 - (Cespe – CLDF/2006) O princípio da anterioridade tributária significa que nenhum tributo pode ser instituído ou majorado no mesmo exercício que venha a ser cobrado pelo fisco; a razão desse princípio deriva da neces- sidade de que as receitas tributárias decorrentes dessa cobrança estejam previstas na lei orçamentária, a fim de se ordenarem a receita e a despesa do poder público. Item Errado: Embora existam tributos que não precisam observar o princípio da anterioridade tributária, isso não tornaria o item errado, uma vez que ele fala da regra geral. O erro da afirmativa está em sua parte final: o princípio da anterioridade tributária é uma garantia ao contribuinte de que ele não será pego de surpresa com o aumento de um tributo, nada tendo a ver com a necessidade de previsão em lei or- çamentária, uma vez que essa pode ser alterada no decorrer do exercí- cio financeiro. 8 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) A imunidade tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições. Item Certo: Foi exatamente isso que vimos na aula. A propósito, va- mos aproveitar para relembrar as imunidades previstas na LODF: IMUNIDADES (apenas para IMPOSTOS) Imunidade Recíproca: alcança o patrimônio, renda ou serviços da União, Estados e Municípios, inclusive das autarquias e fundações do Poder Públi- co, desde que relacionados às suas atividades precípuas. Patrimônio, renda e serviços ligados à exploração econômica não são contemplados com a isenção. Imunidade Religiosa: incide sobre templos de qualquer culto. Também está adstrita ao patrimônio, renda ou serviços essenciais relacionados à atividade religiosa exercida pelo templo. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 27 www.pontodosconcursos.com.br Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos tra- balhadores, das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos: abrange o patrimônio, renda ou serviços dos partidos polí- ticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, aten- didos os requisitos da lei. Notem que existem requisitos a serem atendidos para que as entidades sejam beneficiadas pela imunidade. Assim como nos demais casos, apenaso patrimônio, a renda e os serviços essenciais à ati- vidade finalística das entidades serão alcançados pela imunidade. Imunidade cultural: imunidade sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Limita-se aos produtos elencados, não alcan- çando tinta de impressão ou mídias digitais, por exemplo 9 - (Esaf – PGDF/2007 - adaptada) Não há incidência de qualquer im- posto quando há doação apenas de direitos. Item Errado: Pessoal... esse é um tipo de questão que eu acho pratica- mente impossível que caia na nossa prova. Mas mesmo assim coloquei aqui, para mostrar que pode ser que aconteça, e por isso pedi que vocês leiam rapidamente o que a LODF apresenta sobre cada um dos impostos. Como o item fala sobre qualquer imposto, basta que achemos um que in- cida sobre doação de direitos que a afirmativa estará errada. Então va- mos à definição de ITCD que apresentei na aula: ITCD – imposto por transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos 10 - (Cespe – PGR/2004) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve com- preender as metas e prioridades da administração pública, incluindo as des- pesas de capital para o exercício financeiro seguinte, orientar a elaboração da lei orçamentária anual e, ainda, dispor sobre critérios e a forma de limi- tação de empenho nas hipóteses previstas na lei de responsabilidade fiscal. Item Certo: O item elenca alguns dos elementos que devem estar pre- sentes na LDO. Questão típica de uma prova de AFO. 11 - (Cespe – DFTRANS/2008) A LODF estabelece que o orçamento anu- al do DF deve ser detalhado por região administrativa. Item Certo: Exatamente! Ressaltamos na aula que essa é uma das par- ticularidades da LOA do DF em relação à LOA federal. O orçamento anual LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 28 www.pontodosconcursos.com.br distrital deverá ser detalhado por região administrativa, tendo como uma de suas finalidades reduzir as desigualdades inter-regionais. 12 - (Cespe – DFTRANS/2008) À administração pública do DF é vedada a concessão de subvenções ou auxílios a entidades de previdência privada. Item Certo: Notem que o item faz menção às entidades de previdência privada! A afirmativa retirada das vedações constantes do art. 151 da LODF, senão vejamos: Art. 151. São vedados: (...) X - a concessão de subvenções ou auxílios do Poder Público a entidades de previdência privada. 13 - (Cespe – DFTRANS/2008) A ordem econômica do DF deve observar os princípios da propriedade privada, livre concorrência, da proteção ao meio ambiente e da reserva de quotas aos afro-descendentes nas universi- dades públicas. Item Errado: Essa era fácil, né? Reserva de quotas aos afro descenden- tes, embora prevista em lei, está longe de ser um princípio constante da LODF. E se assim o fosse, não seria um prncípio norteador da ordem econômica, não é? 14 - (Cespe – DFTRANS/2008) A exploração da atividade econômica é vedada ao poder público, mesmo na condição de agente indutor do desen- volvimento socioeconômico do DF. Item Errado: Vimos durante a aula que o Poder Público poderá exercer direta e indiretamente a atividade econômica. A forma direta de exercíci- da atividade econômica caracteriza-se pela existência de um Estado Em- presário, o qual atua por meio de empresas e sociedades de economia mista em áreas cujo desenvolvimento precisa de algum tipo de indução, em áreas de caráter estratégico ou para atender relevante interesse cole- tivo. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 29 www.pontodosconcursos.com.br QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS (Cespe – PGDF/2013) Considerando que uma autarquia federal que não vise à exploração da atividade econômica e não cobre tarifa ou preço por serviços prestados tenha adquirido um prédio para instalação de sua admi- nistração no DF, julgue os itens que se seguem, relativos a essa situação hipotética, à competência tributária e às regras de limitação dessa compe- tência. 1) Caso o prédio em questão seja vendido para uma pessoa física, essa operação ficará sujeita ao pagamento de ITBI, uma vez que a limita- ção do poder de tributar não mais se aplicará. 2) O DF pode instituir contribuições parafiscais, inclusive destinadas à intervenção no domínio econômico, desde que o faça por lei comple- mentar. 3) Na hipótese considerada, o DF não poderá cobrar IPTU do prédio da autarquia federal em razão do princípio da uniformidade. 4 - (Esaf – PGDF/2007 - adaptada) O Distrito Federal, entidade inte- grante da República Federativa do Brasil, pode instituir contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de seus servidores; imposto sobre serviços de qualquer natureza; e taxas, em razão do exercí- cio do poder de polícia. 5 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) O imposto sobre proprieda- de rural será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer for- ma de renúncia fiscal. 6 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) É vedado ao DF delegar sua capacidade tributária. 7 - (Cespe – CLDF/2006) O princípio da anterioridade tributária significa que nenhum tributo pode ser instituído ou majorado no mesmo exercício que venha a ser cobrado pelo fisco; a razão desse princípio deriva da neces- sidade de que as receitas tributárias decorrentes dessa cobrança estejam previstas na lei orçamentária, a fim de se ordenarem a receita e a despesa do poder público. 8 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) A imunidade tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições. 9 - (Esaf – PGDF/2007 - adaptada) Não há incidência de qualquer im- posto quando há doação apenas de direitos. LEI ORGÂNICA DO DF PARA O CONCURSO DE ACI/2014 PROFESSOR: MARCELO KESSLER 30 www.pontodosconcursos.com.br 10 - (Cespe – PGR/2004) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve com- preender as metas e prioridades da administração pública, incluindo as des- pesas de capital para o exercício financeiro seguinte, orientar a elaboração da lei orçamentária anual e, ainda, dispor sobre critérios e a forma de limi- tação de empenho nas hipóteses previstas na lei de responsabilidade fiscal. 11 - (Cespe – DFTRANS/2008) A LODF estabelece que o orçamento anu- al do DF deve ser detalhado por região administrativa. 12 - (Cespe – DFTRANS/2008) À administração pública do DF é vedada a concessão de subvenções ou auxílios a entidades de previdência privada. 13 - (Cespe – DFTRANS/2008) A ordem econômica do DF deve observar os princípios da propriedade privada, livre concorrência, da proteção ao meio ambiente e da reserva de quotas aos afro-descendentes nas universi- dades públicas. 14 - (Cespe – DFTRANS/2008) A exploração da atividade econômica é vedada ao poder público, mesmo na condição de agente indutor do desen- volvimento socioeconômico do DF. GABARITO 1 – C 5 – C 9 – E 13 – E 2 – E 6 – E 10 – C 14 – E 3 – E 7 – E 11 – C 4 – C 8 – C 12 – C
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