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1 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA APOSTILA DE PRÁTICA JURIDICA II ATIVIDADE CASO CONCRETO E ATIVIDADE SIMULADA Resumo: Material didático 2017/2 2 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte APRESENTAÇÃO O singelo material didático apresentado tem por objetivo propiciar o aluno de Prática Jurídica II – Atividade caso concreto, o conhecimento prático na elaboração de peças práticas e recursos criminais, utilizando metodologias adequadas à prática jurídica em harmonia com o direito através de um processo didático-metodológico atualizado e adequadas à discussão e reflexão sobre a prática jurídica no contexto social. Desenvolver através dos casos práticos concretos e simulados apresentados, peças referentes aos procedimentos inerentes aos casos previstos no conteúdo programático das atividades da prática II, como parte integrante do processo ensino aprendizagem a finalidade e objetivos nos estudos e pesquisas realizados no campo de estágio (interno e externo), no sentido de estimular e incentivar a compreensão da prática pelo aluno, capacitando-o e habilitando-o a exercitar o Direito, nas diversas áreas, subsidiando sua atuação profissional, considerando o aspecto ético e moral e o compromisso perante a comunidade na qual estará inserido. 3 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA PRÁTICA JURÍDICA II 1. - ATIVIDADE CASO CONCRETO 1. ACOMPANHAMENTO DO CASO CONCRETO DESDE A NOTITIA CRIMINIS ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO 1.1. Elaboração de peças de processos patrocinados pelo NPJ, sob a supervisão e orientação do professor. 2. ANDAMENTO DA AÇÃO 2.1. Acompanhamento do andamento da ação, pelo discente, sob a orientação do Professor. 3. ANÁLISE DE AUTOS FINDOS 2.- ATIVIDADE CASO SIMULADO RECURSOS CRIMINAIS 1. - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (art. 581 a 582 do CPP): a)- interposição; b)- Razões; c)- contrarrazões. 2. – APELAÇÃO (art. 593 do CPP) a)- interposição; b)- Razões; c)- contrarrazões. 3. EMBARGOS (art. 619 e 620 do CPP) 6.1 – De Declaração 6.2 – Embargos Infringentes e de Nulidade. 6.3 – Embarguinhos (art. 382 do CPP), quando interposto de decisões proferidas por juiz de primeiro grau. 4. - CORREIÇÃO PARCIAL (RECURSO REGIMENTAL) 5. - RECURSO ESPECIAL/EXTRAOORDINÁRIO 6. - AGRAVO EM EXECUÇÃO (art. 197 da LEP) ACÔES AUTÕNOMAS 4 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte 1. – HABEAS CORPUS 1.1 – Preventivo/ liberatório 1.2 – Ordinário/Recursal 2. - REVISÃO CRIMINAL (art. 621 e 631 CPP) 3. – MANDADO DE SEGURANÇA CRIMINAL 5 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Orientações importantes para realização de peças práticas (Petições) Noções: De acordo com (ISHIDA, 2011, p.2) um dos requisitos para se elaborar uma redação forense é a escrita com clareza, utilizando frases curtas, para que o leitor da petição ou texto tenha uma compreensão mais rápida, bem como utilizar uma letra adequada na apresentação gráfica do texto. Deve-se ter coerência e harmonia, ou seja, o que é pedido deve ter coerência com a prova mencionada. Pois segundo o CPP (art. 295, parágrafo único, II), a petição inicial é inepta quando da narração do fato não decorrer logicamente a conclusão. Deve ainda, ser concisa, direta e objetiva em um texto com argumentos suficientes para embasar o seu argumento. Em regra a maioria das petições compõe-se de cinco partes (de acordo com as particularidades de cada peça em seu modelo específico). Vejamos: 1.ª – Endereçamento – indicação da pessoa ou órgão ao qual se dirige a peça, ou seja, a pessoa ou órgão competente para apreciar aquele pedido, que em sua maioria é endereçada ao juiz de direito, ao Tribunal ou ao Delegado de Polícia. O endereçamento dever ser impessoal. 2ª – Introdução – deve conter as informações necessárias sobre as partes, o processo e a petição oferecida. Assim, via de regra, deverão constar da introdução: a)- nome da parte peticionaria; b)- qualificação da parte peticionaria (se não estiver já qualificada no processo); c)- número do processo; d)- nome da parte contrária; e)- menção ao advogado (inscrição do número da OAB e a seção em que é inscrito, bem como o local onde pode ser encontrado); f)- nome da peça que se está oferecendo; g)- fundamento legal (artigo da Lei) no qual se embasa a peça. 3ª) – Narração dos fatos – consiste na exposição dos fatos, com todas as circunstancias, constante do caso apresentado, sem contudo, inventar dados; 6 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte 4ª) – exposição do direito – é o ponto mais importante da petição, é onde deve ser desenvolvida a argumentação consistente em três partes: a)- premissa maior: é o ponto de partida, algo que não poderá ser refutado. Na argumentação jurídica a premissa maior é geralmente uma fonte do direito (artigo da lei, súmula, entendimento jurisprudencial ou doutrinário). b)- premissa menor: é a situação concreta apresentada pelo problema, deverá, portanto, demonstrar que aquela situação concreta se subsume perfeitamente ao direito apresentado na premissa maior; c)- conclusão: É a constatação de que o direito exposto na premissa maior, aplica-se a situação concreta exposta na premissa menor. Obs.: após a conclusão, pode e deve reforçar a tese ou teses, trazendo entendimento doutrinário e jurisprudencial pertinentes. Porém, não existe obrigatoriedade, uma vez que os argumentos das teses já foram apresentados, mas por ser peça acadêmica, deverá expor tal entendimento. 5ª) – Pedido – nele devem constar todos os requerimentos próprios daquela petição. ORIENTAÇÕES SOBRE PEÇAS ESPECÍFICAS Resposta a Acusação, Art. 396 e 396-A CPP (antiga - Defesa Prévia) Conceito - é peça escrita da defesa (defesa técnica produzida por profissional do direito – antiga defesa prévia), é nesse momento que se dará início ao processo realizado em contraditório, com a abertura para a ampla defesa, no prazo de 10 dias. E segundo o que dispõe o art. 394, § 4º, c/c art. 396, caput, e art. 396-A, § 2º, em todos os procedimentos penais de primeiro grau é obrigatória, caso o acusado não apresente por defensor constituído deve o juiz nomear lhe defensor para apresentá-la. Nomenclatura: Defesa Preliminar ou como o Código de processo Penal menciona Resposta a Acusação (art. 396-A, CPP); 7 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Nulidade – a não apresentação da resposta, a jurisprudência dirá ser caso de nulidade absoluta, vez que é ato formal do processo que garante o exercício constitucional do contraditório. Caráter - é ato processual conferindo à defesa. Trata-se deverdadeiro ônus processual, sendo o primeiro ato processual do acusado em que expõe sua defesa sobre os fatos imputados na inicial (denúncia ou Queixa-Crime). Possui natureza jurídica de uma verdadeira contestação, vez que é na resposta a acusação que o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interessa a sua defesa, bem como especificar as provas pretendidas especialmente a indicação de assistente técnico para esclarecimento da prova pericial (art. 159, § 5º CPP), oferecer documentos e justificações, arrolar testemunhas sob pena de preclusão, segundo dispõe o art. 396-A, do CPP. Legitimidade Ativa – réu ou defensor. Prazo – o prazo é de 10 dias, segundo dispõe o art. 396 CPP, e nos casos do parágrafo único do citado artigo, quando a citação for por edital, o prazo para a defesa só começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. Do mesmo modo deverá o juiz conceder o mesmo prazo de 10 dias ao defensor nomeado quando o acusado validamente citado deixar de apresentar resposta (§ 2º do art. 396-ACPP) salvo defensor público, ou integrante da chamada assistência judiciária, mantida pelo poder público, que a Lei 1.060/50, em seu artigo 5º, § 5º, tem prazo em dobro. – como de resto, todos os demais prazos serão contados em dobro. Início do Prazo – o prazo para apresentação da resposta a acusação começa a contar da citação do acusado de acordo com a Súmula 710 do STF; se a citação for por edital, o prazo de dez dias será contado a partir do dia em que o acusado comparecer pessoalmente ou nomear defensor. 8 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte De acordo com o art. 366 CPP, “se o acusado, citado por edital, não comparecer nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312”. Obs. 1: embora a lei seja omissa em relação ao prazo de suspensão do processo, a doutrina e a jurisprudência entendem deve ser observado o prazo previsto no art. 109 do Código Penal, considerada a pena máxima cominada ao delito denunciado, sob pena de ter-se como permanente o sobrestamento, tornando imprescritível a infração penal apurada. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) adotando o entendimento da maioria, editou em 2009 a Súmula 415 enunciando: “o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”. O STF tem entendimento diferente. Obs.2: citação por hora certa (citação imprópria). Se oculta para não ser citado, será nomeado defensor dativo, não ocorrendo à suspensão do processo (art. 366 CPP). Não observância do Prazo – se o advogado constituído não apresentar a defesa no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos, pelo prazo de 10 dias. . Requisito – citação do acusado para apresentar defesa preliminar ou a nomeação de defensor sob pena de nulidade, quando o acusado validamente citado deixar de apresentar resposta no prazo legal. Conteúdo – deve conter toda a matéria de defesa, que entender convenientes, arguir preliminares, arrolar testemunhas; requerer diligências, produção de provas, especialmente a indicação de assistente técnico para esclarecimento da prova pericial (art. 159, § 5º CPP).; requerer juntada de documentos; exceções do art. 95, do CPP, que deverão ser autuadas em apartado, conforme prevê o art. 111 do CPP, Código de Processo Penal; Exceção da verdade, quando admitida. Enfim pode o acusado alegar tudo o que interesse á 9 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte sua defesa, principalmente as situações que possibilitam a absolvição sumária (art. 397, I a III, do CPP). Como se observa a defesa escrita cumpre importante função, como a fixação de prazo para oferecimento do rol de testemunhas e de prova pericial para o réu, além da apresentação das exceções (art. 95, CPP), que neste caso serão autuadas em apartado, conforme (arst. 100, caput, e 111, do CPP), com procedimento estabelecido nos arts. 95 a 112 do CPP (art. 396-A, § 1º CPP): a) – exceção de suspeição, de acordo com o art. 96 do CPP, essa arguição precederá a qualquer outra, claro que a preclusão será alcançada se o motivo da suspeição for conhecido até o oferecimento da defesa, se posterior, será interposta depois; b) Exceção de impedimento ou incompatibilidade tem o mesmo processamento da exceção da suspeição, assim, deverá ser apresentada em petição separada e no prazo da resposta á acusação se forem conhecidos os motivos; c) Exceção de incompetência relativa, Tratando-se de incompetência relativa haverá preclusão, caso em que se admite a prorrogação se não for arguida e geralmente ocorre quando se trata de competência territorial, se a incompetência for absoluta poderá ser arguida a qualquer tempo, inclusive por meio de habeas corpus; d) Exceção de litispendência, ilegitimidade de parte e de coisa julgada, nestes casos não se verifica os efeitos suspensivo, principalmente os da preclusão vez a qualquer momento poderá ser arguidas essas exceções, caso deferidas caberá o ReSE, art. 581, III, CPP). Preclusão: A exceção da prova documental, que poderá ser produzida a qualquer tempo (art. 231, CPP) com as ressalvas temporais do Tribunal do Júri (art. 479, CPP), as demais, testemunhal, pericial etc., estão sujeitas à 10 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte preclusão, o que impõe ao acusado requerê-las na defesa preliminar, pois ultrapassado tal prazo não poderá requerer validamente a produção da prova principalmente referente à prova testemunhal, a não ser para o fim de substituir testemunhas, devidamente arroladas, que não tenham sido encontradas. OBS.: por exclusivo juízo do julgador poderá a parte arrolar a destempo suas testemunhas, e essas serem ouvidas como testemunha do juízo, de acordo com os termos do (art. 209 CPP), bem como o juiz ouvi-las ainda que a parte que as arrolou dispense. Número de testemunhas arroladas: o procedimento a ser seguido é que indicará o número de testemunhas. Procedimento Comum Ordinário – o art. 401, caput, do CPP, estabelece o número máximo de testemunhas que as partes podem arrolar no procedimento comum ordinário, qual seja, 8 testemunhas para acusação e 8 para a defesa. Nesse número não se compreendem as que não prestam compromisso e as referidas (art. 401, § 1º, do CPP); Procedimento Sumário – art. 532 “na instrução poderão ser inquiridas até 5 testemunhas pela acusação e 5 pela defesa. Procedimento Especial do Júri: até 8 para cada uma das partes (art. 406, § 3º, CPP), para o julgamento em plenário até o máximo de 5 testemunhas (art. 422, CPP); Procedimento Sumaríssimo: a lei dos juizados não prevê para o procedimento número máximo das testemunhas numerárias. Antes da reforma dos procedimentos comuns, trazida pela Lei 11.719/08, entendia-se de aplicar o disposto no rito sumário, onde se poderia arrolar até 5 testemunhas, se se tratasse de crime, ou até 3, se contravenção. Com alteração, o número de testemunhas para aquele procedimento, em qualquer hipótese, é de 5, ver art. 532 do CPP. Assim, nos parece que o número máximo de testemunhas numerárias a ser arroladas neste procedimento, seja crime ou contravenção, é de 5, como, alias entendemNucci e Pacelli. 11 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Forma de Apresentação – por petição, ou seja, por escrito. Menção da tese de defesa – Na resposta a acusação, deve a defesa apresentar sua tese, mesmo porque é peça obrigatória, notadamente aquelas situações que possibilitam a absolvição sumária (art. 397, Ia IV CPP), a serem apreciadas pelo juiz logo depois da apresentação da resposta a (art. 397, caput, CPP) com redação determinada pela Lei 11.719/08. Observações importantes: Recebimento da Inicial (denúncia ou queixa-crime) – a resposta do acusado só é permitida após o recebimento da inicial, ao contrário da Lei de Drogas (art. 55, da lei 11.343/06) Há de observar que os artigos 396 e 396-A do CPP preveem resposta a acusação após o recebimento da denúncia (réu será citado. Considerando a redação do § 4º do art. 394, surge a dúvida se deve ser oportunizada nova defesa escrita pelo acusado, parte da doutrina entende que as duas defesas devem coexistir, eis que desdobramento do princípio da ampla defesa. Outra posição, atenta da especialidade e economia processual, dispensa a segunda defesa do Código de Processo Penal. A redação do art. 399 é defeituosa quando prevê a designação de audiência depois de recebida a denúncia. Em verdade, a designação ocorrerá após apresentação da resposta a acusação. CUIDADO: nas provas objetivas em questões pode ser formuladas conforme a disposição literal do art. 399 do CPP, (ainda que equivocada). ESQUEMA PARA ELABORAÇÃO DA PEÇA – Resposta a Acusação: a) - Endereçamento – juízo da causa; b) - Preâmbulo – nome e qualificação do acusado, capacidade postulatória (se prova mediante procuração, vez que é a primeira peça técnica apresentada pela defesa), fundamentação legal (artigo 396-A do Código de Processo Penal, 12 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte nome da peça apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO), frase final (pelas razões a seguir expostas): c) - Corpo da Peça – se houver preliminares devem ser arguidas em primeiro lugar em seguida adentrar no mérito, mencionar a tese ou teses da defesa; se entender necessário, do contrário nada obsta que a apresentação da defesa seja feita nas alegações, que agora deverão ser orais, há não ser nos casos do § 3º do art. 403 do CPP, que poderão ser apresentada por memoriais. d) - Parte Final - termos em que pede deferimento, data, assinatura e número da OAB. E secção onde se encontra escrito. MODELO DE RESPOSTA A ACUSAÇÃO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA ESTADO DE GOIÁS. Se for referente aos crimes dolosos contra a vida endereçar da seguinte maneira: EXCELENTÍSSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DO JÚRI DA COMARCA DE GOIÂNIA ESTADO DE GOIÁS. Ou, de acordo com a matéria se for Matéria federal usar JUIZ FEDERAL DA __ VARA OU SEÇÂO JUDICIÁRIA. Deixar 10 espaços Nome, já qualificado nos autos do processo crime em epígrafe, vem por seu advogado infra-assinado ou que esta assina (doc. nº 01), à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 396-A, outros procedimento, tratando-se de competência do júri, art. 406 do Código de Processo Penal, apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO, pelos motivos a seguir aduzidos: - Deixar dois espaços. 13 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte I – A acusação é improcedente, face à inocência do réu, como restará provado no curso da presente ação, apresentar preliminares e alegar tudo o que interesse à defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir; e - Deixar dois espaços II – Arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação (notificação) para vir depor em juízo, em dia e hora a serem designados, sob as cominações legais. - Deixar dois espaços Termos em que, Pede deferimento Deixar dois espaços. Local e data (dia e mês do ano) Deixar dois espaços: Assinatura, número e seção, Em seguida o rol de testemunhas ou em anexos: ROL DE TESTEMUNHAS – devendo qualificar todas elas. Obs.: Se as testemunhas já tiverem sido qualificadas nos autos basta indicar que já se encontra qualificada nos autos indicando a página. DAS ALEGAÇÕES FINAIS (memoriais) Noções – as alegações finais, constituem uma conclusão do que foram apuradas na fase de instrução criminal onde as partes autor e defesa requerem o que lhes couber - condenação ou absolvição conforme o caso, e de acordo 14 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte com as alterações do Código de Processo Penal, Lei nº 11.719/08, estas, se não houver requerimento de diligências, ou sendo indeferidas, as alegações via de regra, para todos os procedimentos devem ser ofertadas oralmente pelas partes, na própria audiência, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada parte, prorrogáveis por mais 10(dez) a critério do juiz (art. 403, CPP) cabendo ao juiz, ao final proferir sentença. No caso de haver mais de um réu, esse tempo será individual. Quanto ao assistente de acusação do MP, tem apenas 10 (dez) minutos prorrogável por mais 10, devendo se manifestar após o representante do MP (art. 403, § 1º, CPP). Conceito – é peça processual oferecida no final da instrução criminal, ocupando posição de mais alto relevo na estrutura do devido processo legal, particularmente no âmbito do contraditório, mas, sobretudo e especialmente, no da ampla defesa. Conteúdo – deverão ser alegadas, as preliminares e o mérito. Manifestando sobre a prova produzida nos autos, na qual acusação e defesa analisam as provas carreadas para os autos referentes à materialidade e autoria do delito, onde requerem a condenação ou absolvição do réu respectivamente. Podem requer diligências e apontar nulidades, para tanto, podem ainda, as partes valerem-se de citações doutrinárias e jurisprudenciais, analisando as causas especiais de aumento e diminuição de pena, bem como as agravantes e as atenuantes. Obs.: se a acusação entender que não restou provada a materialidade do delito ou a autoria do réu poderá pedir a absolvição, caso contrário pedirá a condenação, devendo mostrar a adequação da conduta do réu ao tipo penal em questão. Já a defesa não poderá pedir a condenação do réu, tendo em vista a indisponibilidade de seu interesse, sob pena de ensejar em nulidade por ausência de defesa a partir das alegações finais, nos termos da Súmula nº 523 do STF. 15 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Quanto às teses apresentadas podem ser arguidas teses subsidiárias, para a eventualidade de a tese principal não ser acolhida. Pedidos nas alegações finais do Júri - pronúncia indícios de autoria e materialidade da infração penal; impronuncia – se não houver a presença de indícios de autoria e materialidade da infração penal; desclassificação – de crime doloso contra a vida e absolvição sumária se houver prova de inexistência do fato; prova de não ser o réu o autor ou partícipe do fato; o fato não constituir infração penal, excludentes de ilicitude e de culpabilidade. Forma – a regra é que as alegações finais sejam orais. Entretanto, o juiz poderá, nos casosem que a causa for complexa, em razão do número de acusados, conceder às partes a apresentação das alegações finais por escrito, no prazo de 5 (cinco) dia, sucessivamente. E, nessa hipótese, o juiz deverá prolatar a sentença em 10 dias (art. 403, § 3º, CPP). Do mesmo modo se houver requerimento de diligências pelas partes ou se o juiz verificar a necessidade de que seja realizada alguma diligência considerada imprescindível, a audiência será concluída sem alegações finais devendo as partes apresentá-las por escrito na forma de (memoriais) acima descrita (art. 404, CPP). Concentração dos atos – debates orais em audiência - no âmbito do procedimento ordinário e sumário prevalece à concentração dos atos instrutórios em audiência una, na qual também será proferida decisão final, salvo maior complexidade probatória que demande exame cuidadoso, quando, então, será permitida a apresentação de memoriais pelas partes e será fixado novo prazo para a sentença (art. 403, § 3º, CPP). Fundamento e localização das Alegações Finais – sua fundamentação legal ocorre entre a fase do art. 402, do CPP e a sentença, ou seja, entre o interrogatório e a sentença, tratando-se crimes de competência do juiz singular, 16 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte no procedimento ordinário (art. 403, CPP), se sumário (art. 534), se competência do Tribunal do Júri (art. 41,§ 4º, CPP); Prazo – na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, tratando-se do rito comum ordinário (art. 400 CPP); se o rito for o sumário em 30(trinta) dias (art. 531, CPP) após, produzida s as provas, se não houver diligências requeridas pelas partes: o Ministério Público, assistente e, a seguir, o acusado, ou sendo indeferido serão oferecidas Alegações finais orais pelo prazo de 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 a critério do juiz (§ 2º do art. 403 CPP), podendo ainda ser apresentada no prazo de 05 (cinco) dias, por escrita quando for apresentada por memoriais, de acordo com o que dispõe o (§ 3º, do art. 403, CPP). No caso de houver mais de um acusado o tempo será individual, ou seja, 20 minutos para cada acusado, e quanto ao assistente do MP, tem esse apenas os 10 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos, devendo este manifestar-se após o representante do MP (art. 403, § 1º CPP). No procedimento Sumário o prazo para a apresentação das alegações finais será no prazo de 20 minutos, prorrogáveis 10 minutos, na conformidade do art. 534 do CPP. Não sendo permitido o fracionamento das fases, instrutória, postulatória e decisória, portanto, não poderão ser aplicados os artigos 402, 403 e 404. Os prazos em relação ao defensor dativo serão contados em dobro, nos termos do art. 44, I, da lei Complementar nº 80/94, lembrando que esses prazos serão contados em dobro somente em relação à prática de atos futuros, que tenha sido intimado, vez que, nos atos em que estiver presente, como por exemplo, nas manifestações orais da instrução criminal e nas sessões de Julgamento, deverá ser no ato, pelo prazo legal. Falta de Concessão do Prazo – acarreta à nulidade, segundo dispõe o art. 564, III, e, parte final do CPP. Tratando-se de nulidade absoluta, conforme reconhece, sem divergência, na doutrina e na jurisprudência (STF – HC nº 17 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte 80.251, Rel. Min. Nelson Jobim, em 29.8.2000). Nesse ponto entendemos caberia a aplicação da Súmula 523 do STF - , segundo o qual, “no processo penal a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a deficiência só anulará se houver prova do prejuízo para o réu” Necessidade de Intimação – a intimação das partes será da seguinte forma: aos advogados constituídos pelo réu (na ação pública e na privada) e pelo querelante (na ação privada, tanto exclusiva, quanto na subsidiária da pública), e aos advogados assistentes de acusação, será feita pela imprensa, onde houver. Não havendo órgão de publicação dos atos judiciais, a intimação poderá ser feita diretamente pelo escrivão, por mandado ou via postal com comprovante de recebimento ou por qualquer meio idôneo (art. 370, § § 1º e 2º do CPP); Quanto ao defensor dativo, à intimação deverá ser pessoal, via mandado, e não por meio da imprensa, valendo para todos os prazos do defensor público, porém, esses prazos serão contados em dobro somente em relação à prática de atos futuros, que tenha sido intimado, vez que, nos atos em que estiver presente, como por exemplo, nas manifestações orais da instrução criminal e nas sessões de Julgamento, deverá ser no ato. A intimação do Ministério Público deverá ser pessoal (art. 41, da Lei nº 8.625/93) e a Estadual, Lei Complementar nº 25/98 Orgânica Estadual (art. 87, inciso, III), onde dispõe que deverão os autos ser remetidos ao Ministério Público para a realização da intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, através da entrega dos autos com vista. Nas audiências em que estiverem presentes todos os interessados a intimação para a prática de ato processual futuro, poderá ser obviamente, ser pessoalmente naquela assentada (art. 372, CPP). Falta de Alegações Finais – quanto à defesa existem duas posições: Corrente minoritária - afirma não acarretar nulidade, pois esta só ocorre quando faltar à intimação ou quando não dado prazo para o seu oferecimento. 18 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Corrente Majoritária – sustenta serem as alegações finais peça essencial do processo, sua falta acarreta nulidade absoluta, por ofensa ao princípio da ampla defesa, corrente mais aceita pelo nosso sistema. A qual entendemos ser a correta e com certeza a maioria dos operadores do direito. Quanto a Acusação – Não pode deixar de oferecer as alegações finais, já que sua atuação é pautada segundo o princípio da indisponibilidade da ação penal, pois, além de fiscal da lei, é o órgão incumbido de defender a sociedade, caso em que o não oferecimento enseja responsabilidade funcional, devendo o juiz comunicar ao procurador geral de justiça para que tome as medidas cabíveis. Agora se tratar de ação penal subsidiária esta será retomada pelo MP, caso seja ação privada exclusiva ocorrerá a perempção com a extinção da punibilidade do querelado; o que ocorre também se o querelante não pedir a condenação nas alegações finais. Ordens das Alegações Finais: Ação Penal Pública - Ministério Público, assistente de acusação e Defesa. Ação Penal Privada – querelante; Ministério Público e defesa. Obs. Quanto à decisão judicial de indeferimento da substituição das alegações finais orais por memoriais é irrecorrível. No entanto, há posicionamentos; a) - Para alguns, cabe correição parcial, pois há inversão tumultuária do processo; b) - Para outros cabe mandato de Segurança, pois há ofensa ao direito líquido e certo de observância da forma procedimental prevista em Lei (art. 403, § 3 CPP, inserido pela lei nº 11.719/08). No caso de se utilizar correição parcial ou reclamação, no Estado de Goiás encontra-se descrito no art. 385 do RITJ/GO, Lei 13.644/00. 19 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Obs.: Com a reforma dos procedimentos (Lei 11.719/08) foi instituído no processo penal)o princípio da identidade física do juiz (art. 399, 2º, CPP) “o juiz que presidiu a instrução deverá proferir sentença”. MODELO ALEGAÇÕES FINAIS – MEMORIAIS Endereçamento ao juízo da causa: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ ( indicar a vara, que já foi devidamente distribuída) VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA ESTADO DE GOIÁS. Protocolo: indicar número dos autos ou protocolo Acusado: indicar nome do acusado Deixar 10 espaços Nome, já qualificado nos autos do processo crime em epígrafe, vem por seu advogado infra-assinado ou que esta assina (doc. nº 01), à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo (403, § 3º do CPP, se tratar de competência do juiz singular, caso for de competência do júri, art. 411, § 4º), apresentar suas derradeiras alegações em forma de MEMORIAIS, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: - Deixar dois espaços. Dos fatos – narrar os fatos de acordo com o caso apresentado e indicar o andamento processual; -deixar dois espaços Do Direito – momento de apresentar e justificar a tese, ou teses podendo ter tese principal e subsidiária, embasando na doutrina e jurisprudência, conclusão. 20 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte -deixar dois espaços Do pedido - Ante todo o exposto, requer-se: a) Em preliminar; b) No mérito Deixar dois espaços; Termos em que, pede deferimento Deixar dois espaços: Local e data(dia, mês e ano) Deixar dois espaços: Assinatura e OAB. DOS RECURSOS TEORIA GERAL DOS RECURSOS DO PROCESSO PENAL Conceito: o direito que a parte na relação processual possui de obter nova apreciação da decisão ou situação processual, com o fim de corrigi-la, modificá-la ou confirmá-la. Fundamento: necessidade psicológica do vencido, a falibilidade humana e o combate ao arbítrio. Fundamento Constitucional: segundo dispõe o art. 5º, LV “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS RECURSOS: a) – princípio do duplo grau de jurisdição: é o princípio que permite ao interessado a revisão do julgado contrario a seus interesses, com direito à obtenção de nova decisão em substituição à primeira. (princípio implícito na Constituição (art. 5º, LV, CF); 21 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Obs.: os processos de competência originária dos Tribunais não têm duplo grau de jurisdição. b) - Unirrecorribilidade: para cada decisão é cabível apenas um recurso, com exceção do manejo simultâneo do recurso especial e de recurso extraordinário; c) - voluntariedade: os recursos em regra são voluntários, ou seja, depende de iniciativa das partes, excetos nos seguintes casos: Decisão que concede habeas corpus (art. 574, I, CPP); decisão que concede a reabilitação (art. 746, CPP); decisão absolutória e de arquivamento nos crimes contra a economia popular (Lei nº 1.251/51); OBS.: nº.1 - segundo a Súmula do STF, o recurso de ofício ou remessa necessária é obrigatório – Súmula 423 STF – “não transita em julgado a ‘ex lege’.” OBS.: nº. 2 – quanto ao recurso de ofício descrito no inciso II do art. 574, CPP, nos casos de absolvição sumária nos procedimentos do júri entende, segundo posição majoritária que houve revogação tácita do aludido inciso quando confrontado com o art. 416, CPP, em função das alterações da Lei 11. 689/08. d) - Fungibilidade: é a possibilidade de se conhecer do recurso interposto errado como certo, desde que observado a fundamentação legal descrito no art. 579, CPP, ou seja se não houver má fé, sendo que a presunção de má fé é verificada pela inobservância do prazo para a interposição do recurso correto. e) - Princípio da vedação ou “reformatio in pejus”: é o princípio que veda agravar a situação do réu em recurso exclusiva da defesa e se divide em: reformatio in pejus direta, reformatio indireta. Reformatio in pejus direta - segundo disposto no art. 617, CPP “O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos art. 383,386,e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença”. Reformatio indireta: impossibilidade de agravamento da situação do réu em nova decisão após reconhecimento de nulidade da decisão 22 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte anterior em razão de recurso exclusiva da defesa (ainda que se trate de processos de competência do Júri ou nulos por incompetência absoluta). Reformatio in mellius em recurso da acusação – é possível sim melhor a situação do réu em recurso exclusivo da acusação (admitida pela doutrina e pelo STJ (embora haja decisão antiga do STF em sentido contrário) a doutrina, o STJ e o TJ de Goiás entendem que pode). EFEITOS DOS RECURSOS a) - Efeito devolutivo: devolve ao órgão competente o poder de revisar a decisão, sendo que o recurso da acusação é limitado e o recurso da defesa é amplo. Segundo a Súmula 160 STF: “é nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguidos no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício”. b) - Efeito suspensivo: o recurso suspende a eficácia da decisão até o julgamento do final do recurso interposto. Não se aplica a todos os recursos, depende de previsão legal. c) - Efeito regressivo (iterativo ou diferido): é a possibilidade dada ao juiz prolator da decisão atacada retratar-se antes do encaminhamento ao órgão revisor. É cabível, por exemplo: (RESE, carta testemunhável e agravo em execução. d) Efeito extensivo: é efeito que permite beneficiar terceiro não recorrente (art. 580, CPP: no caso de concurso de agentes) o recurso interposto por um dos réus, aproveita os demais se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal. e) – Efeito translativo – conhecimento integral, independentemente de causar prejuízo à acusação ou defesa (somente se aplica aos recursos de ofício). f) ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS: É a análise da presença dos pressupostos legais inerentes a todos os recursos, feitos em duas etapas: 23 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte No juízo a quo (origem) denomina-se prelibação: Se presentes: conhece do recurso; Se não tiver presentes: não se conhece do recurso; - Por ser matéria de admissibilidade dos recursos de ordem pública pode ser examinada de ofício; No juízo ad quem (destinatário) delibação. Dar provimento. Negar provimento: vício procedimental ou de julgamento. REQUISITOS (PRESSUPOSTOS) DIVIDEM-SE: em objetivos e subjetivos 1º)- OBJETIVOS: a) - cabimento (taxativo): o recurso teve ter previsão legal, ou seja, previsto em lei; b) – adequação: utilização do recurso correto (fungibilidade, sem prejuízo da existência de recursos de fundamentação vinculada). c)- forma de interposição(motivação): o recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante legal (art. 578, CPP). Obs.: os recursos que podem ser interpostos por termos, são aqueles que não precisam estar acompanhados das razões no momento da interposição (ex: ReSE,apelação, agravo em execução e carta testemunhável). d) – Tempestividade: para que o recurso seja conhecido deve ser interposto no prazo legal, sendo que tanto o réu e seu defensor devem ser intimados e o prazo começa a fluir pela última intimação; O prazo para o Ministério Público começa a fluir a partir da intimação. O prazo para o assistente de acusação começa a fluir em 05 dias se tiver habilitado nos autos ou 15 dias se não estiver habilitado, a partir de findo o prazo de recurso do MP (art. 598, parágrafo único, CPP). A Súmula 710 STF: “no processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem”. 24 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte e)- Inexistência de fatos impeditivos: - Renúncia (irretratabilidade); Desistência (retratabilidade), sendo que o Ministério Público não pode desistir de recurso interposto (art. 576, CPP). Deserção, considera-se deserto o recurso quando faltar o preparo (nas ações privadas art. 806, §2º, CPP); Quanto se tratar de fuga do réu (art. 595, CPP), não mais há falar-se em deserção STF, HC 85.369/SP, 26.03.2009). Obrigatoriedade de recolhimento a prisão (revogação do art. 594, e nova redação do art. 387, parágrafo único,CPP. 2º) – REQUISITOS SUBJETIVOS: a)- legitimidade: quem tem legitimidade para recorrer; Segundo dispõe o art. 577, CPP, o recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor; O ofendido (assistente de acusação) possui legitimidade restrita, apenas nos casos previstos em lei – Ex.: impronúncia, sentença e extinção da punibilidade, inclusive recurso extraordinário – (Súmula 210 STF). b)- sucumbência: de acordo com o art. 577, parágrafo único CPP, “não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão”. O réu pode recorrer para mudar a fundamentação da absolvição, caso haja repercussão na área cível, e nos caos de absolvição imprópria; O Ministério Público não pode recorrer nos casos de ação exclusivamente privada. DOS RECURSOS EM ESPECÍE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 25 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Noções gerais - Previsão legal arts. 581 a 592 CPP Trata-se de recurso admissível apenas nos casos expressamente previstos em lei (art. 581, CPP, é taxativo), embora haja algumas Leis Especiais que prevêem o RESE: jogo do bicho e cavalos – DL. 6.259/44; prisão preventiva e afastamento de prefeitos e vereadores – DL 201/67; decisão que suspende a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, ou proibição de sua obtenção imposta preliminarmente em inquérito policial ou ação penal (art. 294, CTB). É recurso comum às partes Conceito: é recurso contra decisões interlocutórias nos casos previstos em lei (art. 581, é exaustivo, permite-se no máximo interpretação extensiva). Prazo: 05 dias para interposição e 02 dias para oferecimento das razões. Forma: petição ou termo nos autos, formando-se o instrumento. Juízo de retratação: se o juiz se retratar, a parte prejudicada poderá por simples petição, requerer a remessa do recurso a instancia superior (art. 589, parágrafo único, CPP); OBSERVAÇÕES SOBRE AS HIPÓTESES DE CABIMENTO ELENCADAS NO ART. 581, CPP: (art. 581, I): não recebimento (rejeição) da denúncia ou queixa; Obs.: as Súmulas do STF: Súmulas 707 STF “constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não suprindo a nomeação de defensor dativo”, e a Súmula 709 diz: “salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale desde logo, pelo recebimento dela”. Para o sistema dos juizados especiais o não recebimento da denúncia o recurso cabível e a apelação (art. 82, Lei 9.099/95); (art. 581, II): incompetência do juízo também válida para a hipótese de desclassificação na primeira fase dos crimes dolosos contra a vida; 26 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte (art. 581, III): da decisão que julgar procedente as exceções, salvo a de suspeição, e referem-se à litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada. Sendo irrecorríveis, as decisões que rejeitam tais exceções; (art. 581, IV): decisão que pronunciar o réu, pois se se tratar de impronúncia caberá apelação (art. 416, CPP); (art. 581, V): da decisão que “conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar prisão em flagrante”; (art. 581 VI): absolvição sumária, revogado atualmente em face da Lei 11.689/08, cabe apelação (art. 416, CPP); (art. 581, VII): da decisão que “julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor”; (art. 581, VIII): da decisão que “decretar prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade”, em confronto com o art. 397, IV, que prevê apelação no caso de absolvição sumária se extinta a punibilidade. Há divergência se houve ou não revogação implícita do art. 581, VIII. (Neste caso específico diante das diversas correntes doutrinárias a doutrina entende que prevalece o art. 581) (art. 581, IX): da decisão que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade; (art. 581, X): da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; (art. 581, XIII): quando “anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte”; (art. 581, XIV): decisão que inclui ou exclui jurado da lista geral – prazo de interposição 20 dias e de competência do presidente do Tribunal de Justiça; (art. 581, XV): da “decisão que denegar a apelação ou julgar deserta”; (art. 581, XVI): quando o juiz “ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial”; (art. 581, XVIII): da decisão do incidente de falsidade; 27 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte (art. 581, XIX): das decisões que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; (art. 581, XX): que impuser medida de segurança por transgressão de outra; (art. 581, XXII): que revogar medida de segurança; (art. 581, XXIII): que mantiver ou substituir a medida de segurança; (art. 581, XXIV): que converter multa em detenção ou em prisão simples. ATENÇÃO - não é mais possível, pois a Lei n. 9.268/96 revogou o art. 51 do Código Penal, que “estabeleceu não mais ser possível a conversão da multa em pena privativa de liberdade, no caso de não pagamento ou do agente frustrar a sua execução”. Os incisos XIX a XXIV do art. 581, foram revogados em decorrência do art. 66 c/c 197 da LEP- Lei n.7210/84, pertinentes à aplicação da pena, não mais previsível o ReSE, sendo, portanto, cabível o recurso de agravo em execução bem como aos incisos XI, XII e XVII do mesmo diploma legal em que (conceder, negar ou revogar SURSIS e livramento condicional, decidir sobre unificação de penas). E, quando o sursis for concedido ou negado na sentença de mérito o recurso cabível e a apelação em observação ao princípio da consunção. Observações de procedimento: a interposição do ReSE será dirigida e recebida pelojuiz que prolatou a decisão, no prazo de 5 dias, contados da intimação (art. 586, caput, do CPP), e as razões serão oferecidas no prazo de 2 dias dirigidas ao juízo ad quem, porém recebidas pelo juízo a quo, e cabe a retratação pelo juízo, e após apresentação das razões será aberta vista para a parte contrária apresentar as contrarrazões, também no prazo de 2 dias (art. 588, caput, do CPP), ficando os autos conclusos ao juiz, que em 2 dias reformará ou sustentará sua decisão (art. 589, caput, do CPP). Caso o juiz mantenha sua decisão, o recurso subirá para o tribunal competente, no prazo de 5 dias; 28 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Se o juiz reformar a decisão, o recorrido poderá, interpor novo recurso, pedido que as contrarrazões oferecidas sirvam como razões recursais, e como contrarrazões as razões oferecidas pelo recorrente, caso em que não mais será permitida a retratação do juiz, devendo remeter os autos ao tribunal (art. 589, parágrafo único, CPP). ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PEÇAS RECURSAIS Razões e contrarrazões Noções: A regularidade procedimental consiste na estrita observância de todas as formalidades legais conforme bem preleciona o art. 578 do CPP, e determina que o recurso seja interposto por petição ou termos nos autos. Formalidades da impetração: Poderão ser interpostos por termo a apelação, o recurso em sentido estrito e o agravo em execução (segue mesmo procedimento do ReSE). Somente por petição deverão ser interpostos o recurso extraordinário, o recurso especial, os embargos infringentes e declaratórios, a correição parcial e a carta testemunhável. A explanação dos motivos não é necessária no momento da interposição, apenas quando do oferecimento das razões, salvo nos casos da Lei 9.099/95, em que a apelação deverá vir acompanhada das respectivas razões. O STF, recentemente, decidiu que: Revela-se insuscetível de conhecimento o recurso de apelação cujas razões são apresentadas fora do prazo a que se refere o art. 82, § 1º, da Lei nº 9.099/95, pois, no sistema dos Juizados Especiais Criminais, a legislação estabelece um só prazo - que é de dez (10) dias - para recorrer e para arrazoar. Assim, na perspectiva dos Juizados Criminais, não basta à parte, em sede penal, somente manifestar a intenção de recorrer. Mais do que isso, impõe-se-lhe o ônus de produzir, dentro do prazo legal e juntamente com a petição recursal, as razões justificadoras da pretendida reforma da sentença que impugna. 29 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Remessa ex officio: No processo penal, as hipóteses de recurso necessário (duplo grau obrigatório) são as seguintes: das decisões que concederem o habeas corpus; das sentenças de absolvição sumária no júri; das sentenças que concederem a reabilitação criminal; do despacho que determinar o arquivamento e das sentenças absolutória no caso dos crimes contra a economia popular. Embora haja quem entenda que as hipóteses de remessa de ofício (lembre-se que não se trata propriamente de recurso), não foram recepcionadas pela Constituição, que atribui ao Ministério Público a privativa titularidade do exercício da ação penal pública, o STF tem entendido que “O art. 411 do CPP, que prevê o cabimento de recurso de ofício da decisão que absolver desde logo o réu, não foi revogado pelo art. 129, I, da CF “(São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei)”. Interposição Por termo nos autos: a interposição de recurso por termo, é quando feita quando o juiz profere sentença em audiência de instrução e julgamento e as partes (Ministério Público, assistente ou defesa) manifestam o desejo de recorrer, o juiz concede à parte que se manifeste nos autos ditando os termos do recurso. Essa manifestação fica consignada no termo da audiência. Ou, ainda, poderá o acusado ao ser intimado da sentença, quando esta não for proferida em audiência, ou seja, quando os autos são conclusos para o juiz sentenciar, Ex.: quando os debates orais são substituídos por memoriais, após a apresentação destes pelas partes, os autos são conclusos para o juiz sentenciar). Nessa hipótese ao ser intimado o réu, poderá ele manifestar o seu desejo em recorrer, que será consignado nos autos certificado pelo oficial de justiça, oportunidade que começa a correr o prazo para apresentar as razões de acordo com o prazo determinado em lei. Do mesmo modo pode o acusado/réu comparecer em cartório/escrivania e manifestar a vontade de recorrer, ocasião em que o escrivão certificará nos autos o seu desejo. 30 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Manifestando o desejo de recorrer e vencido o prazo sem que constitua defensor para apresentar as razões, o juiz nomeará defensor público para apresentar as razões, (peça que só poderá ser apresentada por advogado habilitado). Obs.: regra geral o defensor constituído ou nomeado recorre mediante petição, mesmo quando a sentença é publicada em audiência tem o prazo previsto em lei para recorrer. Por Petição: escrita e deve conter: a) – Endereçamento: se o crime for doloso contra a vida, endereçar ao Juiz presidente do Tribunal do Júri, Federal ou estadual; Se o crime não for doloso contra a vida e a matéria for federal endereçar – Juiz Federal da Vara Criminal; se matéria for estadual – Juiz de Direito da vara Criminal; ou se for juiz do Jecrim – Juiz do Juizado; b)- Preâmbulo: Nome e qualificação do recorrente ou apelante: como não se trata de peça inicial basta apenas indicar que já foi qualificado nos autos do processo; Capacidade postulatória: indicar o advogado ou se tiver capacidade postulatória e advogar causa própria deve indicar; Inconformismo: expor motivos porque se recorre; Fundamento legal: indicar o dispositivo legal do recurso e incisos; Nome da peça: indicar a modalidade do recurso, se apelação ou ReSE etc.; Tribunal a quem é dirigido: se o recurso comportar juízo de retratação constar o pedido, em seguida indicar o Tribunal para caso de não retratar-se; Frase final: fechamento com pedido de – termos em que, requerendo seja ordenado o processamento do presente recurso, pede deferimento; Data e assinatura: cidade, dia, mês e ano e número da OAB e nome do advogado. 2. ESQUEMA PARA ELABORAÇÃO DAS RAZOES RECURSAIS 31 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte a) - Nome da peça: no centro da folha; b) - Dados de identificação: recorrente, recorrido, número do processo e juízo de origem. C) - Saudações: se for federal- Egrégio Tribunal, Colenda turma, Eméritos julgadores, douta Procuradoria da República; se for estadual: Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Eméritos julgadores, Douta Procuradoria de Justiça; se for JECrim- Douta turma recursal, Eméritos Julgadores. d) - Dos fatos: narrar a infração penal praticada, de acordo com os dados constantes do processo ou do caso, e o andamento processual até a sentença da qual se recorre. e) - Do direito: em seguida comprovar a tese de acordo com o enunciado. f) - Do pedido: de provimento do recurso e o pedido específico de acordo com o fundamento. g) - Parte final: termos em que pede deferimento; data e indicação da OAB; h) -Terminologias: de acordo com cada modalidade de recurso:Verbo do recurso: nome de acordo com o recurso. Se for interpor apelação – a terminologia correta parte apelante, parte apelada, ou simplesmente apelado; se for Embargos: embargante, embargado; Carta Testemunhável: testemunhante, testemunhado, Agravo em execução – agravante agravado; Habeas corpus ou mandado de segurança: paciente ou impetrante; no recurso em sentido estrito- recorrente recorrido, bem como nos recursos: Ordinário, Extraordinário e Especial usa-se recorrente. Observação: os mesmos critérios são utilizados para a apresentação das contrarrazões; MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO A Petição de interposição se houver vara especializada deve a ela ser endereçada. 32 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 2ª VARA DO JÚRI DA (indicar se crimes de reclusão, doloso contra a vida e a matéria se federal). EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (indicar a vara, pois nesse caso já houve distribuição) VARA DO JÚRI DA (indicar se crimes de reclusão, doloso contra a vida e a matéria estadual). EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (__) VARA DA COMARCA DE GOIÂNIA ESTADO DE GOIAS. OU DA COMARCA DA CAPITAL. (indicar se crimes de reclusão, doloso contra a vida e a matéria estadual). Em regra a praxe forense indica deixar 10 linhas Nome do recorrente (em negrito, já qualificado nos autos do processo crime em epigrafe nº (indicar o número), vem por seu advogado infra-assinado, à presença de Vossa Excelência, não se conformando com a respeitável decisão de fls. especificar o conteúdo da decisão (ex. que pronunciou o recorrente, com fundamento no art. 581, IV, do Código de Processo Penal, interpor recurso em sentido estrito, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: (deixar espaçamento de duas linhas) Assim sendo, caso Vossa Excelência entenda que deva manter a respeitável decisão, requer seja o presente recurso remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça competente. (deixar espaçamento de uma linha) Termos em que, requerendo seja ordenado o processamento do presente recurso, com as inclusas razões, pede deferimento. (deixar espaçamento de duas linhas) Goiânia, 07 de agosto de 2017. (espaço de duas linhas) Assinatura do advogado OAB/GO nº OBS.: Se na petição deixou para apresentar razões posteriormente, dentro do prazo legal, (ReSE – dois dias (art. CPP), deve indicar as razões ou 33 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte contrações com a consequente remessa ao Tribunal se não houver o juízo de retratação quando possível. Lembrando que nem todo recurso possui juízo de retratação. Tratando-se de apelação, as razões e contrarrazões, o prazo é de 8 dias respectivamente (art. 600 CPP). Pode ainda as razões ser apresentadas em segunda instância, no prazo de oito dias (§ 4º, art. 600 CPP), que começam a correr a partir da intimação para apresentar. Nada obsta que as razões possam ser apresentadas desde logo junto com a petição de interposição. Apresentando posteriormente, pode ser utilizado uma cota introdutória para a apresentação das razões, conforme segue: RAZÕES DE APELAÇÃO OU RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (de acordo com o recurso). Autos nº Recorrente: Recorrido: Meritíssimo Juiz, Seguem razões recursais em 24 (vinte e quatro) laudas. Requer que, após o oferecimento das contrarrazões, Vossa Excelência reforme a decisão por ocasião do juízo de retratação. Caso assim não entenda, solicita-se a remeta dos autos ao Tribunal de Justiça para análise do recurso. Termos em que, Pede deferimento. Goiânia, 07 de agosto de 2017. (espaço de duas linhas) Assinatura do advogado OAB/GO nº 34 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte RAZÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO AUTOS Nº RECORRENTE: RECORRIDO: EGRÉGIO TRIBUNAL COLENDA CÂMARA DOUTA PROCURADORIA DE JUSTIÇA Irresignado com tal decisão, o recorrente interpôs o presente recurso em sentido estrito. Com vista para o oferecimento das razões recursais. Eis o breve relatório. Em seguida expor elaborar relatório (forma sucinta); Indicar os pressupostos do recurso Mostrar os fatos Indicar o mérito do recurso (apresentação de ou das teses); Formular o pedido. Goiânia, 07 de agosto de 2017. (espaço de duas linhas) Assinatura do Promotor de Justiça Indicar titularidade e vara, ou o nº de portaria que indica a substituição. SEGUE MODELO DE RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO DO MINISTÉRIO PÙBLICO RAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Protocolo: 35 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Recorrente: Ministério Público de Goiás Recorrido: nome do recorrido Colenda Câmara, Eméritos Julgadores, Douta Procuradoria de Justiça. O Ministério Público do Estado de Goiás vem, por meio de seu representante, à notabilíssima presença de Vossas Excelências ofertar razões de recurso em sentido estrito, com fulcro no artigo 581, inciso I do Código de Processo Penal brasileiro, pelo que passa a expor: O ilustre magistrado “a quo” rejeitou o aditamento da denúncia em face de (no caso indicar o nome do recorrido), mantendo sua pronúncia nos termos do artigo 121, § 2º, inciso II, c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal brasileiro. RELATÓRIO O relatório consiste na indicação do andamento processual desde o oferecimento da denúncia até a decisão que culminou com a interposição do recurso. DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS Indicar os pressupostos recursais objetivos e subjetivos: Exemplo: O recurso ora interposto afigura-se cabível e adequado, ante o que ressai do art. 581, inc. IV, do Código de Processo Penal. Ainda, foi interposto no tempo certo, tornando-o, por conseguinte, próprio e tempestivo. 36 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte O recorrente é possuidor de legitimidade recursal, haja vista ser ele o sujeito processual inconformado com o decisum e interessado, por consequência, em sua reforma. Assim, presentes os pressupostos recursais objetivos e subjetivos, deve o recurso ser conhecido. DOS FATOS Narrar os fatos indicando como aconteceram, as provas que foram produzidas na instrução. DO MÉRITO RECURSAL OU DO DIREITO No mérito recursal devem-se expor os motivos do recurso, indicar e justificar a tese, demonstrando amparado na doutrina e jurisprudência e por fim a conclusão. Ver exemplo de indicação doutrinária e jurisprudencial abaixo: Nesta senda, o notável mestre Eugenio Raúl Zaffaroni nos oferece brilhante lição sobre a natureza da relação de causalidade: A causalidade é algo real, é uma 'categoria do ser', e não do pensamento. Devido a isto, a causalidade não pode ser “criada” pelo tipo e nem pelo direito. A única coisa que o tipo pode fazer é dar-lhe ou retirar-lhe relevância. Para começar a comprovar se uma conduta é típica, o mais elementar é indagar se ela causou o resultado. Assim, a resposta afirmativa ou negativa será dada conforme a fórmula que se indica: se mentalmente imaginamos que a conduta não existiu, e em tal caso, tampouco o resultado teria existido,é porque a conduta é causal do resultado; inversamente, se na hipótese em que imaginamos que a conduta não tenha existido, o resultado ainda assim tivesse se produzido, resultaria que a conduta não é causal do resultado. De enorme valia para a compreensão deste problema é a lição do eminente mestre Cezar Roberto Bitencourt de que a relação de causalidade é uma relação valorada, que deve ser aferida conjuntamente com o vínculo subjetivo do agente. 37 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Registre-se a jurisprudência neste sentido: O nexo causal entre a conduta do agente e o resultado não é interrompido ou excluído pela interferência de outras causas. (TACRIM-SP – AC – Rel. Roberto Martins – RT 504/381) Não estamos aqui regressando ad infinitum como colocou o nobre Magistrado em sua decisão, às fls. 541, pois sabemos que, modernamente, o que se verifica é o resultado jurídico, qual seja a lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal e, por isso, o regresso da conditio sine qua non deve ficar restrita ao tipo penal. Sendo assim, a regressão a que se refere o sistema penal brasileiro esbarra na subjetividade do agente, o que exclui de maneira peremptória, por exemplo, a possível culpabilidade do trabalhador de mina de ferro que extraiu o metal para a forja da arma da qual se valeu o acusado, conforme justificado pelo nobre magistrado em sua decisão. Por certo que, a exemplo do que foi ilustrado pelo magistrado, se a vítima do caso sub examine, ao tentar atravessar uma movimentada rua em sua cadeira de rodas, fosse colhida por um veículo e viesse a falecer, estaria flagrante uma outra causa, superveniente e independente da atitude do recorrido de “efetuar disparo de arma de fogo” Nesse sentido acorda o Tribunal do Estado de Goiás. Júri. Se a concausa superveniente configura mero desdobramento da cadeia causal iniciada pela conduta de agente, correta a decisão do júri que concluiu que a morte da vitima resultara dos ferimentos praticados pelo acusado. Recurso improvido. (TJGO - Apelação Criminal - 12446-8/213 - Des João Canedo Machado) Nesta senda, se “Tício” desfere facadas em “Caio” e este é socorrido por uma ambulância, sendo que no trajeto o veículo socorrista venha a se envolver em um acidente e cause a morte de “Caio”, o acidente certamente é uma causa superveniente, relativamente independente à conduta do autor, pois “Caio”, que somente adentrou na ambulância por ter levado facadas de “Tício”, não faleceu em decorrência delas. 38 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte No presente feito não há outra causa. Os efeitos de uma única causa efetivamente levaram a vítima à morte: o disparo de arma de fogo efetuado pelo recorrido e a consequente perda de massa encefálica da vítima, e seus demais efeitos deletérios. A jurisprudência ensina: Para que se reconheça a causa superveniente, é mister que esta não tenha ligação alguma, nem mesmo ideológica, com a ação. Se a causa sucessiva está na linha de desdobramento físico ou anatomopatológico do resultado da ação, não tem lugar a excludente. ( TJSP – Rev – Rel. Acácio Rebouças – RT 337/130 E mais: A concausa superveniente é aquela que, derivando-se de um fato de outrem ou de um acontecimento estranho ao agente, se intercala na cadeia causal por este inaugurada. Ora, não fosse a ação do réu do que resultaram as lesões corporais, a septicemia não se instalaria no corpo da vítima, pois, como concluíram os técnicos, a infecção derivou daquelas lesões ( TJSP – AC – Rel. Celso Limongi – RT 697/280) Não haveria como deixar de realizar-se a traqueostomia para socorro da vítima, haja vista que ela não mais poderia respirar por si mesma, e morreria. A traqueostomia era imprescindível para mantê-la viva. Imagine-se um homem baleado realizando uma cirurgia para extrair-se o projétil e venha a morrer. A causa morte será a cirurgia? E um homem, nas mesmas condições, realizando uma cirurgia para suturar artérias atingidas por um projétil transfixante e que também venha a óbito. Novamente a questão vem à baila: a cirurgia foi a causa da morte? Fica claro que em ambos os casos acima citados as cirurgias foram necessárias diante de terem sido os homens baleados. São, pois, efeito de uma causa. Quanto ao Relatório Médico de fls. 368, ao qual se refere o i. Magistrado, que consigna: “se o ferimento do projétil de arma de fogo, não foi a 39 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte causa direta e imediata da morte do paciente, ele pode ser considerado concausa”, nesse sentindo a jurisprudência entende que, De acordo com a regra da equivalência dos antecedentes causais, ou da conditio sine qua non, adotada por nosso ordenamento penal, inexiste a distinção entre causa e concausa, ou causa e condição, sendo aquela considerada como tudo aquilo que contribuir para o resultado. (TJSP – AC – Nélson Fonseca – RJTJSP 111/495) Assim, por todo a razão acima esposada, deve o aditamento da denúncia ser recebida nos seus termos. DO P E D I D O Ante o exposto, o recorrente que neste caso seria o MP, pela reforma da decisão que rejeita o aditamento à denúncia e, por consequência, submissão do recorrido (indicar o nome do recorrido) ao julgamento popular como incurso nas sanções do artigo 121, § 2º, inciso II, do Código Penal brasileiro. Goiânia, 07 de agosto de 2017. Data e assinatura do Promotor de Justiça DO MESMO MODO DEVE PAUTAR A APRESENTAÇÃO DAS CONTRARRAZÕES COTA DE INTRODUÇÃO DE CONTRARRAZÕES EM RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Protocolo: Recorrente: Recorrido: Ministério Público Meritíssimo Juíz, 40 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Segue Contrarrazões de Recurso em Sentido Estrito em 06 (seis) laudas digitadas e assinadas. Goiânia, 22 de agosto de 2017. Promotor de Justiça/advogado (sempre a depender de quem recorre) CONTRARRAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Protocolo: Recorrente: Recorrido: Colenda Câmara, Eméritos Julgadores, Douta Procuradoria de Justiça. O Ministério Público do Estado de Goiás vem, por meio de seu representante, à notabilíssima presença de Vossas Excelências ofertar contrarrazões de recurso em sentido estrito, com fulcro no artigo 581, inciso IV do Código de Processo Penal brasileiro, pelo que passa a expor: Inconformada com a sentença de pronúncia prolatada por este juízo, a defesa de Fulano de tal (indicar o nome do recorrente) interpôs o competente recurso com o fito de reformar a indigitada decisão, retirando de seu bojo as qualificadoras constantes do artigo 121, § 2º, incisos II e IV. Para tanto, fundamenta seu intento sob pálidos argumentos doutrinários e jurisprudenciais, que em nada justificam o pleito defensório. RELATÓRIO Fulano de Tal, foi denunciado pela prática do crime capitulado no art. 121, § 2º, incisos II e IV, c/c artigo 61, inciso II, letra “l”, todos do Código Penal Brasileiro (fls. 02/04). 41 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte A inicial acusatória foi recebida em .................................. (fls. 155). Devidamente citado apresento defesa escrita, acostadoàs fls. 55/59. Designada audiência de instrução e julgamento foram ouvidas oito testemunhas, sendo 5 (cinco) arroladas pelo Ministério Público e 05 (três) pela defesa. As alegações foram apresentadas por memoriais, as do Ministério Público encontra-se acostada a fls. As de defesa à fls. Em suas derradeiras alegações, o Ministério Público pugnou pela pronúncia do recorrente nos termos da exordial - art. 121, § 2º, incisos II e IV, c/c artigo 61, inciso II, letra “l”, todos do Código Penal (fls. 163/168). Por seu turno, a Defesa postulou pelo afastamento das qualificadoras e reconhecimento do homicídio privilegiado (fls. 170/173). Sobreveio, então, a sentença de fls. 174/179, pela qual o recorrente foi pronunciado como incurso nas penas do art. 121, § 2º, incisos II e IV do citado diploma legal. Irresignada com tal decisão, a Defesa interpôs recurso em sentido estrito (cujas razões restam acostadas às fls. 184/189), notadamente por discordar dos termos da pronúncia, que incluiu o recorrente nas sanções previstas para homicídio em sua forma qualificada e remeteu os presentes autos à apreciação do Colégio Popular. Vieram os autos para contrarrazões ministeriais. Eis o breve relatório. DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS 42 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Eugênio Pacelli de Oliveira ensina, em esclarecedora lição, que “o recurso, por constituir o direito de provocação da jurisdição, é condicionado à superação de determinados requisitos, dentre os quais figura a tempestividade.” Acrescenta que “se a decisão judicial tem o propósito de resolver conflitos, ela deve ser provida de determinados efeitos destinados a esse fim. E, como vimos, esses efeitos, em regra, nascem sob condição suspensiva, a depender do encerramento do prazo destinado às impugnações das partes”. Destarte, leia-se o que aduz o inciso II do art. 420, alterado pela Lei nº 11.689/08: Art.420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: (...) II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na forma do disposto no § 1º do art. 370 deste Código”. O § 1º do artigo 370 a que se refere o indigitado artigo, trata da intimação por documento oficial, indicando que as pessoas citadas tomarão conhecimento dos atos processuais por “publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca”. Nesta senda, consta dos autos a certidão de publicação da sentença (fls. 183), datada de 28/03/2017. O escrivão, aos 10 dias do mês de junho deste ano, certifica que o conteúdo da certidão é verdadeiro, e atesta sua fé-pública. De outra ponta, o bojo do artigo 586 traz a seguinte redação: “O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de 5 (cinco) dias”. Ocorre que, compulsando os autos, verifica-se que o recurso foi interposto e protocolado aos 29 dias do mês de maio, portanto, 32 dias após a ciência do nobre defensor. 43 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte A jurisprudência do Tribunal de Goiás assenta: Recurso em sentido estrito. Intempestividade. Não conhecimento. O prazo para a interposição do recurso em sentido estrito é de cinco dias, contados da data da intimação da pronúncia em relação ao réu e ao defensor por ele constituído. Escoado aquele prazo, opera-se a preclusão temporal, impondo-se o não conhecimento da insurgência, por extemporânea. Recurso não conhecido. (TJGO – Rel. Dr(a). Márcio de Castro Molinari - 10081-0/220 – Recurso em Sentido Estrito) Pelo exposto, verificam-se ausentes os pressupostos recursais objetivos, devendo, pelo juízo de prelibação negativo, ser o recurso desconhecido. DO PEDIDO Ante o exposto, requer o Ministério Público, que seja o presente recurso desconhecido, uma vez que intempestivo, mantendo-se a decisão que pronunciou o acusado e, consequentemente, remetendo os presentes autos ao Tribunal do Júri, juiz natural da causa. Goiânia, 07 de agosto de 2017. Assinatura Promotor de Justiça ou advogado. ESQUEMA PARA ELABORAÇÃO DE PRÁTICA DAS RAZÕES e CONTRARRAZÕES DE OUTROS RECURSOS Noções: utiliza-se o mesmo esquema para a petição de interposição, e os mesmos para apresentação das razões e contrarrazões do ReSE anteriormente explicados. Lembrando que as razões de apelação poderão ser apresentadas em segundo grau, na conformidade do que dispõe o § 4º, do art. 600 do Código de Processo Penal. 44 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Observação importante – nem todos os recursos concedem prazo para apresentação das razões, devendo estas serem apresentadas no ato da interposição, tais como nos recursos Especial, Recurso extraordinário, recurso Ordinário Constitucional; Embargos infringentes. DA APELAÇÃO Conceito: recurso interposto contra sentença definitiva ou com força de definitiva (decisões interlocutória mistas terminativas não impugnáveis por ReSE), possui caráter residual – ex.: restituição de coisa apreendida- da decisão que conceder ou não a restituição da coisa. Disciplina Legal: a apelação está prevista nos artigos 593 a 603 do código de processo Penal. Decisões proferidas na lei de Imprensa: art. 44, § 2º do CPP; No JECrim: encontra-se no art. 82 da Lei 9.099/95. Finalidade: pedir reexame ao Tribunal de sentença definitiva ou com força de definitiva. Legitimidade ativa: a)- Ministério Público; b)- assistente de acusação; c)- defensor dativo; e)- réu e curador. Características: a)- Amplo: pois devolve ao tribunal toda a matéria já decidida pelo juiz a quo; b)- Residual: cabe quando não for possível o RESE; c)- Delimitação: no ato da interposição, de acordo com a Súmula 713 do STF “O efeito devolutivo da apelação contra as decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”. Prazo: o prazo é de 5 dias, se tratar do JECrim o prazo para interposição é de 10 dias; Contagem do Início do prazo: intimação da sentença (Ver Súmula 710 STF). Do crimes de competência do Júri: a publicação da intimação ocorre na sessão de julgamento, saindo às partes intimadas (art. 798, § 5º, ‘b’, do CPP). 45 PRÁTICA JURÍDICA II – Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada Professora: Ana Maria Duarte Assistente: há dois posicionamentos, A primeira corrente sustenta que o prazo varia, conforme esteja ou não habilitado Se habilitado: em 5 dias; Se não habilitado: 15 DIAS, após o termino do prazo do Ministério Público. Forma: petição ou termo (art. 578 CPP). Razões: crime oito dias; contravenções: três dias, se for assistente o prazo é de três dias, após manifestação do Ministério Público, terá o prazo de três dias para arrazoar ou contrarrazoar o recurso, se a ação penal for privada: no JECrim o prazo é de dez dias. Prazo comum: quando forem dois ou mais apelantes ou apelados. Defensor Público: o prazo será em dobro, nos termos do art. 5º, § 5º, da Lei nº 1.060/50. Julgamento: Tribunal ou Turma recursal, quando for JECRim. Processamento: a)-Interposição: por termo ou petição; b)- intimação do apelante: para oferecer razões ou, se preferir, pode arrazoar em 2ª instância, nos termos do art. 600, § 4º, do CPP ( o que deve ser mencionado na interposição), no tribunal ad quem será aberto vista para as razões e contrarrazões); c) intimação do
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