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PRATICA PENAL

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Prévia do material em texto

1 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 
 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO 
ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA 
 
 
 
 
APOSTILA 
DE PRÁTICA JURIDICA II 
ATIVIDADE CASO CONCRETO 
E ATIVIDADE SIMULADA 
Resumo: Material didático 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2017/2 
2 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
O singelo material didático apresentado tem por objetivo propiciar o aluno 
de Prática Jurídica II – Atividade caso concreto, o conhecimento prático na 
elaboração de peças práticas e recursos criminais, utilizando metodologias 
adequadas à prática jurídica em harmonia com o direito através de um processo 
didático-metodológico atualizado e adequadas à discussão e reflexão sobre a 
prática jurídica no contexto social. 
 
Desenvolver através dos casos práticos concretos e simulados 
apresentados, peças referentes aos procedimentos inerentes aos casos 
previstos no conteúdo programático das atividades da prática II, como parte 
integrante do processo ensino aprendizagem a finalidade e objetivos nos 
estudos e pesquisas realizados no campo de estágio (interno e externo), no 
sentido de estimular e incentivar a compreensão da prática pelo aluno, 
capacitando-o e habilitando-o a exercitar o Direito, nas diversas áreas, 
subsidiando sua atuação profissional, considerando o aspecto ético e moral e o 
compromisso perante a comunidade na qual estará inserido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA PRÁTICA JURÍDICA II 
 
1. - ATIVIDADE CASO CONCRETO 
1. ACOMPANHAMENTO DO CASO CONCRETO DESDE A NOTITIA 
CRIMINIS ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO 
1.1. Elaboração de peças de processos patrocinados pelo NPJ, sob a 
supervisão e orientação do professor. 
2. ANDAMENTO DA AÇÃO 
2.1. Acompanhamento do andamento da ação, pelo discente, sob a orientação 
do Professor. 
3. ANÁLISE DE AUTOS FINDOS 
 
2.- ATIVIDADE CASO SIMULADO 
RECURSOS CRIMINAIS 
1. - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (art. 581 a 582 do CPP): 
 a)- interposição; 
 b)- Razões; 
 c)- contrarrazões. 
2. – APELAÇÃO (art. 593 do CPP) 
a)- interposição; 
 b)- Razões; 
 c)- contrarrazões. 
3. EMBARGOS (art. 619 e 620 do CPP) 
 6.1 – De Declaração 
6.2 – Embargos Infringentes e de Nulidade. 
6.3 – Embarguinhos (art. 382 do CPP), quando interposto de decisões proferidas 
por juiz de primeiro grau. 
4. - CORREIÇÃO PARCIAL (RECURSO REGIMENTAL) 
5. - RECURSO ESPECIAL/EXTRAOORDINÁRIO 
6. - AGRAVO EM EXECUÇÃO (art. 197 da LEP) 
ACÔES AUTÕNOMAS 
4 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
1. – HABEAS CORPUS 
1.1 – Preventivo/ liberatório 
1.2 – Ordinário/Recursal 
2. - REVISÃO CRIMINAL (art. 621 e 631 CPP) 
3. – MANDADO DE SEGURANÇA CRIMINAL 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
Orientações importantes para realização de peças práticas (Petições) 
 
Noções: De acordo com (ISHIDA, 2011, p.2) um dos requisitos para se elaborar 
uma redação forense é a escrita com clareza, utilizando frases curtas, para que o 
leitor da petição ou texto tenha uma compreensão mais rápida, bem como utilizar 
uma letra adequada na apresentação gráfica do texto. Deve-se ter coerência e 
harmonia, ou seja, o que é pedido deve ter coerência com a prova mencionada. 
Pois segundo o CPP (art. 295, parágrafo único, II), a petição inicial é inepta 
quando da narração do fato não decorrer logicamente a conclusão. Deve ainda, 
ser concisa, direta e objetiva em um texto com argumentos suficientes para 
embasar o seu argumento. 
 Em regra a maioria das petições compõe-se de cinco partes (de acordo 
com as particularidades de cada peça em seu modelo específico). Vejamos: 
 
1.ª – Endereçamento – indicação da pessoa ou órgão ao qual se dirige a peça, 
ou seja, a pessoa ou órgão competente para apreciar aquele pedido, que em sua 
maioria é endereçada ao juiz de direito, ao Tribunal ou ao Delegado de Polícia. O 
endereçamento dever ser impessoal. 
2ª – Introdução – deve conter as informações necessárias sobre as partes, o 
processo e a petição oferecida. Assim, via de regra, deverão constar da 
introdução: 
 a)- nome da parte peticionaria; 
 b)- qualificação da parte peticionaria (se não estiver já qualificada no 
processo); 
 c)- número do processo; 
 d)- nome da parte contrária; 
 e)- menção ao advogado (inscrição do número da OAB e a seção em que 
é inscrito, bem como o local onde pode ser encontrado); 
 f)- nome da peça que se está oferecendo; 
g)- fundamento legal (artigo da Lei) no qual se embasa a peça. 
3ª) – Narração dos fatos – consiste na exposição dos fatos, com todas as 
circunstancias, constante do caso apresentado, sem contudo, inventar dados; 
6 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
4ª) – exposição do direito – é o ponto mais importante da petição, é onde deve 
ser desenvolvida a argumentação consistente em três partes: 
a)- premissa maior: é o ponto de partida, algo que não poderá ser 
refutado. Na argumentação jurídica a premissa maior é geralmente uma fonte do 
direito (artigo da lei, súmula, entendimento jurisprudencial ou doutrinário). 
 b)- premissa menor: é a situação concreta apresentada pelo problema, 
deverá, portanto, demonstrar que aquela situação concreta se subsume 
perfeitamente ao direito apresentado na premissa maior; 
 c)- conclusão: É a constatação de que o direito exposto na premissa 
maior, aplica-se a situação concreta exposta na premissa menor. 
 Obs.: após a conclusão, pode e deve reforçar a tese ou teses, trazendo 
entendimento doutrinário e jurisprudencial pertinentes. Porém, não existe 
obrigatoriedade, uma vez que os argumentos das teses já foram apresentados, 
mas por ser peça acadêmica, deverá expor tal entendimento. 
5ª) – Pedido – nele devem constar todos os requerimentos próprios daquela 
petição. 
 
 
 ORIENTAÇÕES SOBRE PEÇAS ESPECÍFICAS 
 
Resposta a Acusação, Art. 396 e 396-A CPP (antiga - Defesa Prévia) 
 
Conceito - é peça escrita da defesa (defesa técnica produzida por profissional 
do direito – antiga defesa prévia), é nesse momento que se dará início ao 
processo realizado em contraditório, com a abertura para a ampla defesa, no 
prazo de 10 dias. E segundo o que dispõe o art. 394, § 4º, c/c art. 396, caput, e 
art. 396-A, § 2º, em todos os procedimentos penais de primeiro grau é 
obrigatória, caso o acusado não apresente por defensor constituído deve o juiz 
nomear lhe defensor para apresentá-la. 
 
Nomenclatura: Defesa Preliminar ou como o Código de processo Penal 
menciona Resposta a Acusação (art. 396-A, CPP); 
7 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 
Nulidade – a não apresentação da resposta, a jurisprudência dirá ser caso de 
nulidade absoluta, vez que é ato formal do processo que garante o exercício 
constitucional do contraditório. 
 
Caráter - é ato processual conferindo à defesa. Trata-se deverdadeiro ônus 
processual, sendo o primeiro ato processual do acusado em que expõe sua 
defesa sobre os fatos imputados na inicial (denúncia ou Queixa-Crime). Possui 
natureza jurídica de uma verdadeira contestação, vez que é na resposta a 
acusação que o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que 
interessa a sua defesa, bem como especificar as provas pretendidas 
especialmente a indicação de assistente técnico para esclarecimento da prova 
pericial (art. 159, § 5º CPP), oferecer documentos e justificações, arrolar 
testemunhas sob pena de preclusão, segundo dispõe o art. 396-A, do CPP. 
 
Legitimidade Ativa – réu ou defensor. 
 
Prazo – o prazo é de 10 dias, segundo dispõe o art. 396 CPP, e nos casos do 
parágrafo único do citado artigo, quando a citação for por edital, o prazo para a 
defesa só começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou 
do defensor constituído. Do mesmo modo deverá o juiz conceder o mesmo 
prazo de 10 dias ao defensor nomeado quando o acusado validamente citado 
deixar de apresentar resposta (§ 2º do art. 396-ACPP) salvo defensor público, 
ou integrante da chamada assistência judiciária, mantida pelo poder público, 
que a Lei 1.060/50, em seu artigo 5º, § 5º, tem prazo em dobro. – como de 
resto, todos os demais prazos serão contados em dobro. 
 
Início do Prazo – o prazo para apresentação da resposta a acusação começa 
a contar da citação do acusado de acordo com a Súmula 710 do STF; se a 
citação for por edital, o prazo de dez dias será contado a partir do dia em que o 
acusado comparecer pessoalmente ou nomear defensor. 
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 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 De acordo com o art. 366 CPP, “se o acusado, citado por edital, não 
comparecer nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o prazo 
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas 
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos 
do disposto no art. 312”. 
 Obs. 1: embora a lei seja omissa em relação ao prazo de suspensão 
do processo, a doutrina e a jurisprudência entendem deve ser observado o 
prazo previsto no art. 109 do Código Penal, considerada a pena máxima 
cominada ao delito denunciado, sob pena de ter-se como permanente o 
sobrestamento, tornando imprescritível a infração penal apurada. 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) adotando o entendimento da maioria, 
editou em 2009 a Súmula 415 enunciando: “o período de suspensão do prazo 
prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”. 
O STF tem entendimento diferente. 
 Obs.2: citação por hora certa (citação imprópria). Se oculta para não 
ser citado, será nomeado defensor dativo, não ocorrendo à suspensão do 
processo (art. 366 CPP). 
Não observância do Prazo – se o advogado constituído não apresentar a 
defesa no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe 
vista dos autos, pelo prazo de 10 dias. 
. 
Requisito – citação do acusado para apresentar defesa preliminar ou a 
nomeação de defensor sob pena de nulidade, quando o acusado validamente 
citado deixar de apresentar resposta no prazo legal. 
 
Conteúdo – deve conter toda a matéria de defesa, que entender convenientes, 
arguir preliminares, arrolar testemunhas; requerer diligências, produção de 
provas, especialmente a indicação de assistente técnico para esclarecimento 
da prova pericial (art. 159, § 5º CPP).; requerer juntada de documentos; 
exceções do art. 95, do CPP, que deverão ser autuadas em apartado, 
conforme prevê o art. 111 do CPP, Código de Processo Penal; Exceção da 
verdade, quando admitida. Enfim pode o acusado alegar tudo o que interesse á 
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 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
sua defesa, principalmente as situações que possibilitam a absolvição sumária 
(art. 397, I a III, do CPP). 
Como se observa a defesa escrita cumpre importante função, como a 
fixação de prazo para oferecimento do rol de testemunhas e de prova pericial 
para o réu, além da apresentação das exceções (art. 95, CPP), que neste caso 
serão autuadas em apartado, conforme (arst. 100, caput, e 111, do CPP), com 
procedimento estabelecido nos arts. 95 a 112 do CPP (art. 396-A, § 1º CPP): 
 
a) – exceção de suspeição, de acordo com o art. 96 do CPP, essa 
arguição precederá a qualquer outra, claro que a preclusão será alcançada se 
o motivo da suspeição for conhecido até o oferecimento da defesa, se 
posterior, será interposta depois; 
 
b) Exceção de impedimento ou incompatibilidade tem o mesmo 
processamento da exceção da suspeição, assim, deverá ser apresentada em 
petição separada e no prazo da resposta á acusação se forem conhecidos os 
motivos; 
 
c) Exceção de incompetência relativa, Tratando-se de incompetência 
relativa haverá preclusão, caso em que se admite a prorrogação se não for 
arguida e geralmente ocorre quando se trata de competência territorial, se a 
incompetência for absoluta poderá ser arguida a qualquer tempo, inclusive por 
meio de habeas corpus; 
 
d) Exceção de litispendência, ilegitimidade de parte e de coisa 
julgada, nestes casos não se verifica os efeitos suspensivo, principalmente os 
da preclusão vez a qualquer momento poderá ser arguidas essas exceções, 
caso deferidas caberá o ReSE, art. 581, III, CPP). 
 
Preclusão: A exceção da prova documental, que poderá ser produzida a 
qualquer tempo (art. 231, CPP) com as ressalvas temporais do Tribunal do Júri 
(art. 479, CPP), as demais, testemunhal, pericial etc., estão sujeitas à 
10 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
preclusão, o que impõe ao acusado requerê-las na defesa preliminar, pois 
ultrapassado tal prazo não poderá requerer validamente a produção da prova 
principalmente referente à prova testemunhal, a não ser para o fim de substituir 
testemunhas, devidamente arroladas, que não tenham sido encontradas. 
 OBS.: por exclusivo juízo do julgador poderá a parte arrolar a 
destempo suas testemunhas, e essas serem ouvidas como testemunha do 
juízo, de acordo com os termos do (art. 209 CPP), bem como o juiz ouvi-las 
ainda que a parte que as arrolou dispense. 
 
Número de testemunhas arroladas: o procedimento a ser seguido é que 
indicará o número de testemunhas. 
Procedimento Comum Ordinário – o art. 401, caput, do CPP, estabelece o 
número máximo de testemunhas que as partes podem arrolar no procedimento 
comum ordinário, qual seja, 8 testemunhas para acusação e 8 para a defesa. 
Nesse número não se compreendem as que não prestam compromisso e as 
referidas (art. 401, § 1º, do CPP); 
Procedimento Sumário – art. 532 “na instrução poderão ser inquiridas até 5 
testemunhas pela acusação e 5 pela defesa. 
Procedimento Especial do Júri: até 8 para cada uma das partes (art. 406, § 
3º, CPP), para o julgamento em plenário até o máximo de 5 testemunhas (art. 
422, CPP); 
Procedimento Sumaríssimo: a lei dos juizados não prevê para o 
procedimento número máximo das testemunhas numerárias. Antes da reforma 
dos procedimentos comuns, trazida pela Lei 11.719/08, entendia-se de aplicar 
o disposto no rito sumário, onde se poderia arrolar até 5 testemunhas, se se 
tratasse de crime, ou até 3, se contravenção. 
 Com alteração, o número de testemunhas para aquele procedimento, 
em qualquer hipótese, é de 5, ver art. 532 do CPP. Assim, nos parece que o 
número máximo de testemunhas numerárias a ser arroladas neste 
procedimento, seja crime ou contravenção, é de 5, como, alias entendemNucci 
e Pacelli. 
 
11 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
Forma de Apresentação – por petição, ou seja, por escrito. 
 
Menção da tese de defesa – Na resposta a acusação, deve a defesa 
apresentar sua tese, mesmo porque é peça obrigatória, notadamente aquelas 
situações que possibilitam a absolvição sumária (art. 397, Ia IV CPP), a serem 
apreciadas pelo juiz logo depois da apresentação da resposta a (art. 397, 
caput, CPP) com redação determinada pela Lei 11.719/08. 
 
Observações importantes: 
Recebimento da Inicial (denúncia ou queixa-crime) – a resposta do acusado 
só é permitida após o recebimento da inicial, ao contrário da Lei de Drogas (art. 
55, da lei 11.343/06) Há de observar que os artigos 396 e 396-A do CPP 
preveem resposta a acusação após o recebimento da denúncia (réu será 
citado. Considerando a redação do § 4º do art. 394, surge a dúvida se deve ser 
oportunizada nova defesa escrita pelo acusado, parte da doutrina entende que 
as duas defesas devem coexistir, eis que desdobramento do princípio da ampla 
defesa. Outra posição, atenta da especialidade e economia processual, 
dispensa a segunda defesa do Código de Processo Penal. 
 A redação do art. 399 é defeituosa quando prevê a designação de 
audiência depois de recebida a denúncia. Em verdade, a designação ocorrerá 
após apresentação da resposta a acusação. CUIDADO: nas provas objetivas 
em questões pode ser formuladas conforme a disposição literal do art. 399 do 
CPP, (ainda que equivocada). 
 
 
ESQUEMA PARA ELABORAÇÃO DA PEÇA – Resposta a Acusação: 
 
a) - Endereçamento – juízo da causa; 
b) - Preâmbulo – nome e qualificação do acusado, capacidade postulatória (se 
prova mediante procuração, vez que é a primeira peça técnica apresentada 
pela defesa), fundamentação legal (artigo 396-A do Código de Processo Penal, 
12 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
nome da peça apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO), frase final (pelas 
razões a seguir expostas): 
 
c) - Corpo da Peça – se houver preliminares devem ser arguidas em primeiro 
lugar em seguida adentrar no mérito, mencionar a tese ou teses da defesa; se 
entender necessário, do contrário nada obsta que a apresentação da defesa 
seja feita nas alegações, que agora deverão ser orais, há não ser nos casos do 
§ 3º do art. 403 do CPP, que poderão ser apresentada por memoriais. 
 
d) - Parte Final - termos em que pede deferimento, data, assinatura e número 
da OAB. E secção onde se encontra escrito. 
 
MODELO DE RESPOSTA A ACUSAÇÃO 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA ESTADO DE GOIÁS. 
Se for referente aos crimes dolosos contra a vida endereçar da seguinte 
maneira: 
 
EXCELENTÍSSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DO 
JÚRI DA COMARCA DE GOIÂNIA ESTADO DE GOIÁS. Ou, de acordo com a 
matéria se for Matéria federal usar JUIZ FEDERAL DA __ VARA OU SEÇÂO 
JUDICIÁRIA. 
 
Deixar 10 espaços 
 Nome, já qualificado nos autos do processo crime em epígrafe, vem 
por seu advogado infra-assinado ou que esta assina (doc. nº 01), à presença 
de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 396-A, outros procedimento, 
tratando-se de competência do júri, art. 406 do Código de Processo Penal, 
apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO, pelos motivos a seguir aduzidos: 
- Deixar dois espaços. 
13 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
I – A acusação é improcedente, face à inocência do réu, como restará provado 
no curso da presente ação, apresentar preliminares e alegar tudo o que 
interesse à defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas 
que pretende produzir; e 
- Deixar dois espaços 
II – Arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação 
(notificação) para vir depor em juízo, em dia e hora a serem designados, sob as 
cominações legais. 
- Deixar dois espaços 
Termos em que, 
Pede deferimento 
 
Deixar dois espaços. 
Local e data (dia e mês do ano) 
 
Deixar dois espaços: 
 
Assinatura, número e seção, 
 
Em seguida o rol de testemunhas ou em anexos: 
 
ROL DE TESTEMUNHAS – devendo qualificar todas elas. 
 
Obs.: Se as testemunhas já tiverem sido qualificadas nos autos basta 
indicar que já se encontra qualificada nos autos indicando a página. 
 
 
DAS ALEGAÇÕES FINAIS (memoriais) 
 
Noções – as alegações finais, constituem uma conclusão do que foram 
apuradas na fase de instrução criminal onde as partes autor e defesa requerem 
o que lhes couber - condenação ou absolvição conforme o caso, e de acordo 
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 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
com as alterações do Código de Processo Penal, Lei nº 11.719/08, estas, se 
não houver requerimento de diligências, ou sendo indeferidas, as alegações via 
de regra, para todos os procedimentos devem ser ofertadas oralmente pelas 
partes, na própria audiência, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada parte, 
prorrogáveis por mais 10(dez) a critério do juiz (art. 403, CPP) cabendo ao juiz, 
ao final proferir sentença. 
 
 No caso de haver mais de um réu, esse tempo será individual. Quanto 
ao assistente de acusação do MP, tem apenas 10 (dez) minutos prorrogável 
por mais 10, devendo se manifestar após o representante do MP (art. 403, § 1º, 
CPP). 
 Conceito – é peça processual oferecida no final da instrução criminal, 
ocupando posição de mais alto relevo na estrutura do devido processo legal, 
particularmente no âmbito do contraditório, mas, sobretudo e especialmente, no 
da ampla defesa. 
 
Conteúdo – deverão ser alegadas, as preliminares e o mérito. Manifestando 
sobre a prova produzida nos autos, na qual acusação e defesa analisam as 
provas carreadas para os autos referentes à materialidade e autoria do delito, 
onde requerem a condenação ou absolvição do réu respectivamente. Podem 
requer diligências e apontar nulidades, para tanto, podem ainda, as partes 
valerem-se de citações doutrinárias e jurisprudenciais, analisando as causas 
especiais de aumento e diminuição de pena, bem como as agravantes e as 
atenuantes. 
Obs.: se a acusação entender que não restou provada a materialidade 
do delito ou a autoria do réu poderá pedir a absolvição, caso contrário pedirá a 
condenação, devendo mostrar a adequação da conduta do réu ao tipo penal 
em questão. Já a defesa não poderá pedir a condenação do réu, tendo em 
vista a indisponibilidade de seu interesse, sob pena de ensejar em nulidade por 
ausência de defesa a partir das alegações finais, nos termos da Súmula nº 523 
do STF. 
15 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
Quanto às teses apresentadas podem ser arguidas teses subsidiárias, 
para a eventualidade de a tese principal não ser acolhida. 
 
Pedidos nas alegações finais do Júri - pronúncia indícios de autoria e 
materialidade da infração penal; impronuncia – se não houver a presença de 
indícios de autoria e materialidade da infração penal; desclassificação – de 
crime doloso contra a vida e absolvição sumária se houver prova de 
inexistência do fato; prova de não ser o réu o autor ou partícipe do fato; o fato 
não constituir infração penal, excludentes de ilicitude e de culpabilidade. 
 
Forma – a regra é que as alegações finais sejam orais. Entretanto, o juiz 
poderá, nos casosem que a causa for complexa, em razão do número de 
acusados, conceder às partes a apresentação das alegações finais por escrito, 
no prazo de 5 (cinco) dia, sucessivamente. E, nessa hipótese, o juiz deverá 
prolatar a sentença em 10 dias (art. 403, § 3º, CPP). 
 Do mesmo modo se houver requerimento de diligências pelas partes ou 
se o juiz verificar a necessidade de que seja realizada alguma diligência 
considerada imprescindível, a audiência será concluída sem alegações finais 
devendo as partes apresentá-las por escrito na forma de (memoriais) acima 
descrita (art. 404, CPP). 
 
Concentração dos atos – debates orais em audiência - no âmbito do 
procedimento ordinário e sumário prevalece à concentração dos atos 
instrutórios em audiência una, na qual também será proferida decisão final, 
salvo maior complexidade probatória que demande exame cuidadoso, quando, 
então, será permitida a apresentação de memoriais pelas partes e será fixado 
novo prazo para a sentença (art. 403, § 3º, CPP). 
 
Fundamento e localização das Alegações Finais – sua fundamentação legal 
ocorre entre a fase do art. 402, do CPP e a sentença, ou seja, entre o 
interrogatório e a sentença, tratando-se crimes de competência do juiz singular, 
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no procedimento ordinário (art. 403, CPP), se sumário (art. 534), se 
competência do Tribunal do Júri (art. 41,§ 4º, CPP); 
 
Prazo – na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo 
máximo de 60 (sessenta) dias, tratando-se do rito comum ordinário (art. 400 
CPP); se o rito for o sumário em 30(trinta) dias (art. 531, CPP) após, produzida 
s as provas, se não houver diligências requeridas pelas partes: o Ministério 
Público, assistente e, a seguir, o acusado, ou sendo indeferido serão 
oferecidas Alegações finais orais pelo prazo de 20 (vinte) minutos, 
respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 a 
critério do juiz (§ 2º do art. 403 CPP), podendo ainda ser apresentada no prazo 
de 05 (cinco) dias, por escrita quando for apresentada por memoriais, de 
acordo com o que dispõe o (§ 3º, do art. 403, CPP). 
 No caso de houver mais de um acusado o tempo será individual, ou 
seja, 20 minutos para cada acusado, e quanto ao assistente do MP, tem esse 
apenas os 10 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos, devendo este 
manifestar-se após o representante do MP (art. 403, § 1º CPP). 
 No procedimento Sumário o prazo para a apresentação das alegações 
finais será no prazo de 20 minutos, prorrogáveis 10 minutos, na conformidade 
do art. 534 do CPP. Não sendo permitido o fracionamento das fases, 
instrutória, postulatória e decisória, portanto, não poderão ser aplicados os 
artigos 402, 403 e 404. 
 Os prazos em relação ao defensor dativo serão contados em dobro, nos 
termos do art. 44, I, da lei Complementar nº 80/94, lembrando que esses 
prazos serão contados em dobro somente em relação à prática de atos futuros, 
que tenha sido intimado, vez que, nos atos em que estiver presente, como por 
exemplo, nas manifestações orais da instrução criminal e nas sessões de 
Julgamento, deverá ser no ato, pelo prazo legal. 
 
Falta de Concessão do Prazo – acarreta à nulidade, segundo dispõe o art. 
564, III, e, parte final do CPP. Tratando-se de nulidade absoluta, conforme 
reconhece, sem divergência, na doutrina e na jurisprudência (STF – HC nº 
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80.251, Rel. Min. Nelson Jobim, em 29.8.2000). Nesse ponto entendemos 
caberia a aplicação da Súmula 523 do STF - , segundo o qual, “no processo 
penal a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a deficiência só anulará 
se houver prova do prejuízo para o réu” 
 
Necessidade de Intimação – a intimação das partes será da seguinte forma: 
aos advogados constituídos pelo réu (na ação pública e na privada) e pelo 
querelante (na ação privada, tanto exclusiva, quanto na subsidiária da pública), 
e aos advogados assistentes de acusação, será feita pela imprensa, onde 
houver. Não havendo órgão de publicação dos atos judiciais, a intimação 
poderá ser feita diretamente pelo escrivão, por mandado ou via postal com 
comprovante de recebimento ou por qualquer meio idôneo (art. 370, § § 1º e 2º 
do CPP); 
 Quanto ao defensor dativo, à intimação deverá ser pessoal, via 
mandado, e não por meio da imprensa, valendo para todos os prazos do 
defensor público, porém, esses prazos serão contados em dobro somente em 
relação à prática de atos futuros, que tenha sido intimado, vez que, nos atos 
em que estiver presente, como por exemplo, nas manifestações orais da 
instrução criminal e nas sessões de Julgamento, deverá ser no ato. 
 A intimação do Ministério Público deverá ser pessoal (art. 41, da Lei nº 
8.625/93) e a Estadual, Lei Complementar nº 25/98 Orgânica Estadual (art. 87, 
inciso, III), onde dispõe que deverão os autos ser remetidos ao Ministério 
Público para a realização da intimação pessoal em qualquer processo e grau 
de jurisdição, através da entrega dos autos com vista. 
 Nas audiências em que estiverem presentes todos os interessados a 
intimação para a prática de ato processual futuro, poderá ser obviamente, ser 
pessoalmente naquela assentada (art. 372, CPP). 
 
Falta de Alegações Finais – quanto à defesa existem duas posições: 
 
Corrente minoritária - afirma não acarretar nulidade, pois esta só ocorre 
quando faltar à intimação ou quando não dado prazo para o seu oferecimento. 
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Corrente Majoritária – sustenta serem as alegações finais peça essencial do 
processo, sua falta acarreta nulidade absoluta, por ofensa ao princípio da 
ampla defesa, corrente mais aceita pelo nosso sistema. A qual entendemos ser 
a correta e com certeza a maioria dos operadores do direito. 
 
Quanto a Acusação – Não pode deixar de oferecer as alegações finais, já que 
sua atuação é pautada segundo o princípio da indisponibilidade da ação penal, 
pois, além de fiscal da lei, é o órgão incumbido de defender a sociedade, caso 
em que o não oferecimento enseja responsabilidade funcional, devendo o juiz 
comunicar ao procurador geral de justiça para que tome as medidas cabíveis. 
Agora se tratar de ação penal subsidiária esta será retomada pelo MP, caso 
seja ação privada exclusiva ocorrerá a perempção com a extinção da 
punibilidade do querelado; o que ocorre também se o querelante não pedir a 
condenação nas alegações finais. 
 
Ordens das Alegações Finais: 
 
Ação Penal Pública - Ministério Público, assistente de acusação e Defesa. 
 
Ação Penal Privada – querelante; Ministério Público e defesa. 
Obs. Quanto à decisão judicial de indeferimento da substituição das 
alegações finais orais por memoriais é irrecorrível. No entanto, há 
posicionamentos; 
a) - Para alguns, cabe correição parcial, pois há inversão tumultuária 
do processo; 
b) - Para outros cabe mandato de Segurança, pois há ofensa ao 
direito líquido e certo de observância da forma procedimental prevista 
em Lei (art. 403, § 3 CPP, inserido pela lei nº 11.719/08). 
 
No caso de se utilizar correição parcial ou reclamação, no Estado de 
Goiás encontra-se descrito no art. 385 do RITJ/GO, Lei 13.644/00. 
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Obs.: Com a reforma dos procedimentos (Lei 11.719/08) foi instituído no 
processo penal)o princípio da identidade física do juiz (art. 399, 2º, CPP) “o 
juiz que presidiu a instrução deverá proferir sentença”. 
 
MODELO ALEGAÇÕES FINAIS – MEMORIAIS 
 
Endereçamento ao juízo da causa: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ ( indicar a 
vara, que já foi devidamente distribuída) VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
GOIÂNIA ESTADO DE GOIÁS. 
 
 
Protocolo: indicar número dos autos ou protocolo 
Acusado: indicar nome do acusado 
Deixar 10 espaços 
 
Nome, já qualificado nos autos do processo crime 
em epígrafe, vem por seu advogado infra-assinado ou que esta assina (doc. nº 
01), à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo (403, § 3º do 
CPP, se tratar de competência do juiz singular, caso for de competência do júri, 
art. 411, § 4º), apresentar suas derradeiras alegações em forma de 
MEMORIAIS, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
- Deixar dois espaços. 
 
Dos fatos – narrar os fatos de acordo com o caso apresentado e indicar o 
andamento processual; 
-deixar dois espaços 
 
Do Direito – momento de apresentar e justificar a tese, ou teses podendo ter 
tese principal e subsidiária, embasando na doutrina e jurisprudência, 
conclusão. 
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-deixar dois espaços 
 
Do pedido - Ante todo o exposto, requer-se: 
a) Em preliminar; 
b) No mérito 
Deixar dois espaços; 
 
Termos em que, 
pede deferimento 
Deixar dois espaços: 
Local e data(dia, mês e ano) 
Deixar dois espaços: 
Assinatura e OAB. 
 
 
DOS RECURSOS 
 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS DO PROCESSO PENAL 
Conceito: o direito que a parte na relação processual possui de obter nova 
apreciação da decisão ou situação processual, com o fim de corrigi-la, 
modificá-la ou confirmá-la. 
Fundamento: necessidade psicológica do vencido, a falibilidade humana e o 
combate ao arbítrio. 
Fundamento Constitucional: segundo dispõe o art. 5º, LV “aos litigantes, em 
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados 
o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. 
 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS RECURSOS: 
a) – princípio do duplo grau de jurisdição: é o princípio que permite ao 
interessado a revisão do julgado contrario a seus interesses, com direito à 
obtenção de nova decisão em substituição à primeira. (princípio implícito na 
Constituição (art. 5º, LV, CF); 
21 
 
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Obs.: os processos de competência originária dos Tribunais não têm duplo 
grau de jurisdição. 
b) - Unirrecorribilidade: para cada decisão é cabível apenas um recurso, 
com exceção do manejo simultâneo do recurso especial e de recurso 
extraordinário; 
c) - voluntariedade: os recursos em regra são voluntários, ou seja, depende 
de iniciativa das partes, excetos nos seguintes casos: 
 Decisão que concede habeas corpus (art. 574, I, CPP); 
 decisão que concede a reabilitação (art. 746, CPP); 
 decisão absolutória e de arquivamento nos crimes contra a economia 
popular (Lei nº 1.251/51); 
OBS.: nº.1 - segundo a Súmula do STF, o recurso de ofício ou remessa 
necessária é obrigatório – Súmula 423 STF – “não transita em julgado a ‘ex 
lege’.” 
OBS.: nº. 2 – quanto ao recurso de ofício descrito no inciso II do art. 574, 
CPP, nos casos de absolvição sumária nos procedimentos do júri entende, 
segundo posição majoritária que houve revogação tácita do aludido inciso 
quando confrontado com o art. 416, CPP, em função das alterações da Lei 11. 
689/08. 
d) - Fungibilidade: é a possibilidade de se conhecer do recurso interposto 
errado como certo, desde que observado a fundamentação legal descrito no 
art. 579, CPP, ou seja se não houver má fé, sendo que a presunção de má fé 
é verificada pela inobservância do prazo para a interposição do recurso correto. 
e) - Princípio da vedação ou “reformatio in pejus”: é o princípio que veda 
agravar a situação do réu em recurso exclusiva da defesa e se divide em: 
reformatio in pejus direta, reformatio indireta. 
 Reformatio in pejus direta - segundo disposto no art. 617, CPP “O 
tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos 
art. 383,386,e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser 
agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença”. 
 Reformatio indireta: impossibilidade de agravamento da situação do 
réu em nova decisão após reconhecimento de nulidade da decisão 
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anterior em razão de recurso exclusiva da defesa (ainda que se trate de 
processos de competência do Júri ou nulos por incompetência absoluta). 
Reformatio in mellius em recurso da acusação – é possível sim melhor a 
situação do réu em recurso exclusivo da acusação (admitida pela doutrina e 
pelo STJ (embora haja decisão antiga do STF em sentido contrário) a doutrina, 
o STJ e o TJ de Goiás entendem que pode). 
 
EFEITOS DOS RECURSOS 
a) - Efeito devolutivo: devolve ao órgão competente o poder de revisar a 
decisão, sendo que o recurso da acusação é limitado e o recurso da defesa é 
amplo. Segundo a Súmula 160 STF: “é nula a decisão do tribunal que acolhe, 
contra o réu, nulidade não arguidos no recurso da acusação, ressalvados os 
casos de recurso de ofício”. 
 
b) - Efeito suspensivo: o recurso suspende a eficácia da decisão até o 
julgamento do final do recurso interposto. Não se aplica a todos os recursos, 
depende de previsão legal. 
c) - Efeito regressivo (iterativo ou diferido): é a possibilidade dada ao 
juiz prolator da decisão atacada retratar-se antes do encaminhamento ao órgão 
revisor. É cabível, por exemplo: (RESE, carta testemunhável e agravo em 
execução. 
d) Efeito extensivo: é efeito que permite beneficiar terceiro não recorrente 
(art. 580, CPP: no caso de concurso de agentes) o recurso interposto por um 
dos réus, aproveita os demais se fundado em motivos que não sejam de 
caráter exclusivamente pessoal. 
e) – Efeito translativo – conhecimento integral, independentemente de 
causar prejuízo à acusação ou defesa (somente se aplica aos recursos de 
ofício). 
f) 
ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS: 
É a análise da presença dos pressupostos legais inerentes a todos os 
recursos, feitos em duas etapas: 
23 
 
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No juízo a quo (origem) denomina-se prelibação: 
 Se presentes: conhece do recurso; 
 Se não tiver presentes: não se conhece do recurso; - 
Por ser matéria de admissibilidade dos recursos de ordem pública pode 
ser examinada de ofício; 
 No juízo ad quem (destinatário) delibação. 
 Dar provimento. 
 Negar provimento: vício procedimental ou de julgamento. 
 
REQUISITOS (PRESSUPOSTOS) DIVIDEM-SE: em objetivos e subjetivos 
1º)- OBJETIVOS: 
a) - cabimento (taxativo): o recurso teve ter previsão legal, ou seja, previsto 
em lei; 
b) – adequação: utilização do recurso correto (fungibilidade, sem prejuízo da 
existência de recursos de fundamentação vinculada). 
c)- forma de interposição(motivação): o recurso será interposto por 
petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu 
representante legal (art. 578, CPP). 
Obs.: os recursos que podem ser interpostos por termos, são aqueles que 
não precisam estar acompanhados das razões no momento da interposição 
(ex: ReSE,apelação, agravo em execução e carta testemunhável). 
d) – Tempestividade: para que o recurso seja conhecido deve ser interposto 
no prazo legal, sendo que tanto o réu e seu defensor devem ser intimados e o 
prazo começa a fluir pela última intimação; 
 O prazo para o Ministério Público começa a fluir a partir da 
intimação. 
 O prazo para o assistente de acusação começa a fluir em 05 dias 
se tiver habilitado nos autos ou 15 dias se não estiver habilitado, a partir de 
findo o prazo de recurso do MP (art. 598, parágrafo único, CPP). 
 A Súmula 710 STF: “no processo penal, contam-se os prazos da 
data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta 
precatória ou de ordem”. 
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e)- Inexistência de fatos impeditivos: 
 - Renúncia (irretratabilidade); 
 Desistência (retratabilidade), sendo que o Ministério Público não 
pode desistir de recurso interposto (art. 576, CPP). 
 Deserção, considera-se deserto o recurso quando faltar o preparo 
(nas ações privadas art. 806, §2º, CPP); 
Quanto se tratar de fuga do réu (art. 595, CPP), não mais há falar-se em 
deserção STF, HC 85.369/SP, 26.03.2009). 
 Obrigatoriedade de recolhimento a prisão (revogação do art. 594, 
e nova redação do art. 387, parágrafo único,CPP. 
 
2º) – REQUISITOS SUBJETIVOS: 
a)- legitimidade: quem tem legitimidade para recorrer; 
Segundo dispõe o art. 577, CPP, o recurso poderá ser interposto pelo 
Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu 
defensor; 
O ofendido (assistente de acusação) possui legitimidade restrita, apenas 
nos casos previstos em lei – Ex.: impronúncia, sentença e extinção da 
punibilidade, inclusive recurso extraordinário – (Súmula 210 STF). 
 b)- sucumbência: de acordo com o art. 577, parágrafo único CPP, “não 
se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou 
modificação da decisão”. 
 O réu pode recorrer para mudar a fundamentação da absolvição, caso 
haja repercussão na área cível, e nos caos de absolvição imprópria; 
O Ministério Público não pode recorrer nos casos de ação exclusivamente 
privada. 
 
 
DOS RECURSOS EM ESPECÍE 
 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
25 
 
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Noções gerais - Previsão legal arts. 581 a 592 CPP Trata-se de recurso 
admissível apenas nos casos expressamente previstos em lei (art. 581, CPP, é 
taxativo), embora haja algumas Leis Especiais que prevêem o RESE: jogo do 
bicho e cavalos – DL. 6.259/44; prisão preventiva e afastamento de prefeitos e 
vereadores – DL 201/67; decisão que suspende a permissão ou habilitação 
para dirigir veículo automotor, ou proibição de sua obtenção imposta 
preliminarmente em inquérito policial ou ação penal (art. 294, CTB). 
É recurso comum às partes 
Conceito: é recurso contra decisões interlocutórias nos casos previstos em lei 
(art. 581, é exaustivo, permite-se no máximo interpretação extensiva). 
 
Prazo: 05 dias para interposição e 02 dias para oferecimento das razões. 
 
Forma: petição ou termo nos autos, formando-se o instrumento. 
 
Juízo de retratação: se o juiz se retratar, a parte prejudicada poderá por 
simples petição, requerer a remessa do recurso a instancia superior (art. 589, 
parágrafo único, CPP); 
OBSERVAÇÕES SOBRE AS HIPÓTESES DE CABIMENTO ELENCADAS NO 
ART. 581, CPP: 
 (art. 581, I): não recebimento (rejeição) da denúncia ou queixa; 
Obs.: as Súmulas do STF: Súmulas 707 STF “constitui nulidade a falta de 
intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da 
rejeição da denúncia, não suprindo a nomeação de defensor dativo”, e a 
Súmula 709 diz: “salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que 
provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale desde logo, pelo 
recebimento dela”. 
Para o sistema dos juizados especiais o não recebimento da denúncia o 
recurso cabível e a apelação (art. 82, Lei 9.099/95); 
 (art. 581, II): incompetência do juízo também válida para a 
hipótese de desclassificação na primeira fase dos crimes dolosos contra a vida; 
26 
 
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 (art. 581, III): da decisão que julgar procedente as exceções, salvo 
a de suspeição, e referem-se à litispendência, ilegitimidade de parte e coisa 
julgada. Sendo irrecorríveis, as decisões que rejeitam tais exceções; 
 (art. 581, IV): decisão que pronunciar o réu, pois se se tratar de 
impronúncia caberá apelação (art. 416, CPP); 
 (art. 581, V): da decisão que “conceder, negar, arbitrar, cassar ou 
julgar inidônea fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, 
conceder liberdade provisória ou relaxar prisão em flagrante”; 
 (art. 581 VI): absolvição sumária, revogado atualmente em face 
da Lei 11.689/08, cabe apelação (art. 416, CPP); 
 (art. 581, VII): da decisão que “julgar quebrada a fiança ou perdido 
o seu valor”; 
 (art. 581, VIII): da decisão que “decretar prescrição ou julgar, por 
outro modo, extinta a punibilidade”, em confronto com o art. 397, IV, que prevê 
apelação no caso de absolvição sumária se extinta a punibilidade. Há 
divergência se houve ou não revogação implícita do art. 581, VIII. (Neste caso 
específico diante das diversas correntes doutrinárias a doutrina entende que 
prevalece o art. 581) 
 (art. 581, IX): da decisão que indeferir o pedido de 
reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade; 
 (art. 581, X): da decisão que conceder ou negar a ordem de 
habeas corpus; 
 (art. 581, XIII): quando “anular o processo da instrução criminal, 
no todo ou em parte”; 
 (art. 581, XIV): decisão que inclui ou exclui jurado da lista geral – 
prazo de interposição 20 dias e de competência do presidente do Tribunal de 
Justiça; 
 (art. 581, XV): da “decisão que denegar a apelação ou julgar 
deserta”; 
 (art. 581, XVI): quando o juiz “ordenar a suspensão do processo, 
em virtude de questão prejudicial”; 
 (art. 581, XVIII): da decisão do incidente de falsidade; 
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 (art. 581, XIX): das decisões que decretar medida de segurança, 
depois de transitar a sentença em julgado; 
 (art. 581, XX): que impuser medida de segurança por 
transgressão de outra; 
 (art. 581, XXII): que revogar medida de segurança; 
 (art. 581, XXIII): que mantiver ou substituir a medida de 
segurança; 
 (art. 581, XXIV): que converter multa em detenção ou em prisão 
simples. 
ATENÇÃO - não é mais possível, pois a Lei n. 9.268/96 revogou o art. 51 do 
Código Penal, que “estabeleceu não mais ser possível a conversão da multa 
em pena privativa de liberdade, no caso de não pagamento ou do agente 
frustrar a sua execução”. 
Os incisos XIX a XXIV do art. 581, foram revogados em decorrência do 
art. 66 c/c 197 da LEP- Lei n.7210/84, pertinentes à aplicação da pena, não 
mais previsível o ReSE, sendo, portanto, cabível o recurso de agravo em 
execução bem como aos incisos XI, XII e XVII do mesmo diploma legal em que 
(conceder, negar ou revogar SURSIS e livramento condicional, decidir sobre 
unificação de penas). E, quando o sursis for concedido ou negado na sentença 
de mérito o recurso cabível e a apelação em observação ao princípio da 
consunção. 
Observações de procedimento: a interposição do ReSE será dirigida e 
recebida pelojuiz que prolatou a decisão, no prazo de 5 dias, contados da 
intimação (art. 586, caput, do CPP), e as razões serão oferecidas no prazo de 2 
dias dirigidas ao juízo ad quem, porém recebidas pelo juízo a quo, e cabe a 
retratação pelo juízo, e após apresentação das razões será aberta vista para a 
parte contrária apresentar as contrarrazões, também no prazo de 2 dias (art. 
588, caput, do CPP), ficando os autos conclusos ao juiz, que em 2 dias 
reformará ou sustentará sua decisão (art. 589, caput, do CPP). 
Caso o juiz mantenha sua decisão, o recurso subirá para o tribunal 
competente, no prazo de 5 dias; 
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Se o juiz reformar a decisão, o recorrido poderá, interpor novo recurso, 
pedido que as contrarrazões oferecidas sirvam como razões recursais, e como 
contrarrazões as razões oferecidas pelo recorrente, caso em que não mais 
será permitida a retratação do juiz, devendo remeter os autos ao tribunal (art. 
589, parágrafo único, CPP). 
 
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PEÇAS RECURSAIS 
Razões e contrarrazões 
 
Noções: A regularidade procedimental consiste na estrita observância de todas 
as formalidades legais conforme bem preleciona o art. 578 do CPP, e 
determina que o recurso seja interposto por petição ou termos nos autos. 
 
Formalidades da impetração: Poderão ser interpostos por termo a apelação, 
o recurso em sentido estrito e o agravo em execução (segue mesmo 
procedimento do ReSE). 
Somente por petição deverão ser interpostos o recurso extraordinário, o 
recurso especial, os embargos infringentes e declaratórios, a correição parcial 
e a carta testemunhável. A explanação dos motivos não é necessária no 
momento da interposição, apenas quando do oferecimento das razões, salvo 
nos casos da Lei 9.099/95, em que a apelação deverá vir acompanhada das 
respectivas razões. O STF, recentemente, decidiu que: Revela-se insuscetível 
de conhecimento o recurso de apelação cujas razões são apresentadas fora do 
prazo a que se refere o art. 82, § 1º, da Lei nº 9.099/95, pois, no sistema dos 
Juizados Especiais Criminais, a legislação estabelece um só prazo - que é de 
dez (10) dias - para recorrer e para arrazoar. 
Assim, na perspectiva dos Juizados Criminais, não basta à parte, em 
sede penal, somente manifestar a intenção de recorrer. Mais do que isso, 
impõe-se-lhe o ônus de produzir, dentro do prazo legal e juntamente com a 
petição recursal, as razões justificadoras da pretendida reforma da sentença 
que impugna. 
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Remessa ex officio: No processo penal, as hipóteses de recurso necessário 
(duplo grau obrigatório) são as seguintes: das decisões que concederem o 
habeas corpus; das sentenças de absolvição sumária no júri; das sentenças 
que concederem a reabilitação criminal; do despacho que determinar o 
arquivamento e das sentenças absolutória no caso dos crimes contra a 
economia popular. Embora haja quem entenda que as hipóteses de remessa 
de ofício (lembre-se que não se trata propriamente de recurso), não foram 
recepcionadas pela Constituição, que atribui ao Ministério Público a privativa 
titularidade do exercício da ação penal pública, o STF tem entendido que “O 
art. 411 do CPP, que prevê o cabimento de recurso de ofício da decisão que 
absolver desde logo o réu, não foi revogado pelo art. 129, I, da CF “(São 
funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a 
ação penal pública, na forma da lei)”. 
 
Interposição 
 Por termo nos autos: a interposição de recurso por termo, é quando 
feita quando o juiz profere sentença em audiência de instrução e julgamento e 
as partes (Ministério Público, assistente ou defesa) manifestam o desejo de 
recorrer, o juiz concede à parte que se manifeste nos autos ditando os termos 
do recurso. Essa manifestação fica consignada no termo da audiência. 
 Ou, ainda, poderá o acusado ao ser intimado da sentença, quando esta 
não for proferida em audiência, ou seja, quando os autos são conclusos para o 
juiz sentenciar, Ex.: quando os debates orais são substituídos por memoriais, 
após a apresentação destes pelas partes, os autos são conclusos para o juiz 
sentenciar). Nessa hipótese ao ser intimado o réu, poderá ele manifestar o seu 
desejo em recorrer, que será consignado nos autos certificado pelo oficial de 
justiça, oportunidade que começa a correr o prazo para apresentar as razões 
de acordo com o prazo determinado em lei. 
 Do mesmo modo pode o acusado/réu comparecer em cartório/escrivania 
e manifestar a vontade de recorrer, ocasião em que o escrivão certificará nos 
autos o seu desejo. 
30 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 Manifestando o desejo de recorrer e vencido o prazo sem que constitua 
defensor para apresentar as razões, o juiz nomeará defensor público para 
apresentar as razões, (peça que só poderá ser apresentada por advogado 
habilitado). 
Obs.: regra geral o defensor constituído ou nomeado recorre mediante 
petição, mesmo quando a sentença é publicada em audiência tem o prazo 
previsto em lei para recorrer. 
 
 Por Petição: escrita e deve conter: 
 
a) – Endereçamento: se o crime for doloso contra a vida, endereçar ao 
Juiz presidente do Tribunal do Júri, Federal ou estadual; 
Se o crime não for doloso contra a vida e a matéria for federal endereçar – Juiz 
Federal da Vara Criminal; se matéria for estadual – Juiz de Direito da vara 
Criminal; ou se for juiz do Jecrim – Juiz do Juizado; 
b)- Preâmbulo: 
 Nome e qualificação do recorrente ou apelante: como não se trata de 
peça inicial basta apenas indicar que já foi qualificado nos autos do processo; 
 Capacidade postulatória: indicar o advogado ou se tiver capacidade 
postulatória e advogar causa própria deve indicar; 
 Inconformismo: expor motivos porque se recorre; 
 Fundamento legal: indicar o dispositivo legal do recurso e incisos; 
 Nome da peça: indicar a modalidade do recurso, se apelação ou ReSE 
etc.; 
 Tribunal a quem é dirigido: se o recurso comportar juízo de retratação 
constar o pedido, em seguida indicar o Tribunal para caso de não retratar-se; 
 Frase final: fechamento com pedido de – termos em que, requerendo 
seja ordenado o processamento do presente recurso, pede deferimento; 
 Data e assinatura: cidade, dia, mês e ano e número da OAB e nome do 
advogado. 
 
2. ESQUEMA PARA ELABORAÇÃO DAS RAZOES RECURSAIS 
31 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 
a) - Nome da peça: no centro da folha; 
b) - Dados de identificação: recorrente, recorrido, número do processo e juízo 
de origem. 
C) - Saudações: se for federal- Egrégio Tribunal, Colenda turma, Eméritos 
julgadores, douta Procuradoria da República; se for estadual: Egrégio Tribunal, 
Colenda Câmara, Eméritos julgadores, Douta Procuradoria de Justiça; se for 
JECrim- Douta turma recursal, Eméritos Julgadores. 
d) - Dos fatos: narrar a infração penal praticada, de acordo com os dados 
constantes do processo ou do caso, e o andamento processual até a sentença 
da qual se recorre. 
e) - Do direito: em seguida comprovar a tese de acordo com o enunciado. 
f) - Do pedido: de provimento do recurso e o pedido específico de acordo com 
o fundamento. 
g) - Parte final: termos em que pede deferimento; data e indicação da OAB; 
h) -Terminologias: de acordo com cada modalidade de recurso:Verbo do recurso: nome de acordo com o recurso. Se for interpor apelação – 
a terminologia correta parte apelante, parte apelada, ou simplesmente apelado; 
se for Embargos: embargante, embargado; Carta Testemunhável: 
testemunhante, testemunhado, Agravo em execução – agravante agravado; 
Habeas corpus ou mandado de segurança: paciente ou impetrante; no recurso 
em sentido estrito- recorrente recorrido, bem como nos recursos: Ordinário, 
Extraordinário e Especial usa-se recorrente. 
Observação: os mesmos critérios são utilizados para a apresentação das 
contrarrazões; 
 
MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
 A Petição de interposição se houver vara especializada deve a ela 
ser endereçada. 
 
32 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 2ª VARA DO JÚRI 
DA (indicar se crimes de reclusão, doloso contra a vida e a matéria se federal). 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (indicar a vara, 
pois nesse caso já houve distribuição) VARA DO JÚRI DA (indicar se crimes de 
reclusão, doloso contra a vida e a matéria estadual). 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (__) VARA DA 
COMARCA DE GOIÂNIA ESTADO DE GOIAS. OU DA COMARCA DA 
CAPITAL. (indicar se crimes de reclusão, doloso contra a vida e a matéria 
estadual). 
Em regra a praxe forense indica deixar 10 linhas 
Nome do recorrente (em negrito, já qualificado nos autos do processo crime em 
epigrafe nº (indicar o número), vem por seu advogado infra-assinado, à 
presença de Vossa Excelência, não se conformando com a respeitável decisão 
de fls. especificar o conteúdo da decisão (ex. que pronunciou o recorrente, com 
fundamento no art. 581, IV, do Código de Processo Penal, interpor recurso em 
sentido estrito, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
(deixar espaçamento de duas linhas) 
Assim sendo, caso Vossa Excelência entenda que deva manter a respeitável 
decisão, requer seja o presente recurso remetido ao Egrégio Tribunal de 
Justiça competente. 
(deixar espaçamento de uma linha) 
Termos em que, requerendo seja ordenado o processamento do presente 
recurso, com as inclusas razões, pede deferimento. 
(deixar espaçamento de duas linhas) 
Goiânia, 07 de agosto de 2017. 
(espaço de duas linhas) 
 
Assinatura do advogado 
OAB/GO nº 
 
OBS.: Se na petição deixou para apresentar razões posteriormente, 
dentro do prazo legal, (ReSE – dois dias (art. CPP), deve indicar as razões ou 
33 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
contrações com a consequente remessa ao Tribunal se não houver o juízo de 
retratação quando possível. Lembrando que nem todo recurso possui juízo de 
retratação. 
Tratando-se de apelação, as razões e contrarrazões, o prazo é de 8 dias 
respectivamente (art. 600 CPP). Pode ainda as razões ser apresentadas em 
segunda instância, no prazo de oito dias (§ 4º, art. 600 CPP), que começam a 
correr a partir da intimação para apresentar. 
Nada obsta que as razões possam ser apresentadas desde logo junto 
com a petição de interposição. 
 
Apresentando posteriormente, pode ser utilizado uma cota introdutória 
para a apresentação das razões, conforme segue: 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO OU RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
(de acordo com o recurso). 
 
Autos nº 
Recorrente: 
Recorrido: 
 
Meritíssimo Juiz, 
 
Seguem razões recursais em 24 (vinte e quatro) laudas. 
Requer que, após o oferecimento das contrarrazões, Vossa Excelência 
reforme a decisão por ocasião do juízo de retratação. Caso assim não entenda, 
solicita-se a remeta dos autos ao Tribunal de Justiça para análise do recurso. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Goiânia, 07 de agosto de 2017. 
(espaço de duas linhas) 
Assinatura do advogado 
OAB/GO nº 
34 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 
RAZÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
AUTOS Nº 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
EGRÉGIO TRIBUNAL 
COLENDA CÂMARA 
DOUTA PROCURADORIA DE JUSTIÇA 
 
Irresignado com tal decisão, o recorrente interpôs o presente recurso em 
sentido estrito. 
Com vista para o oferecimento das razões recursais. 
Eis o breve relatório. 
Em seguida expor elaborar relatório (forma sucinta); 
Indicar os pressupostos do recurso 
Mostrar os fatos 
Indicar o mérito do recurso (apresentação de ou das teses); 
Formular o pedido. 
 
Goiânia, 07 de agosto de 2017. 
(espaço de duas linhas) 
 
Assinatura do Promotor de Justiça 
Indicar titularidade e vara, ou o nº de portaria que indica a substituição. 
 
SEGUE MODELO DE RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
DO MINISTÉRIO PÙBLICO 
 
RAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Protocolo: 
35 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
Recorrente: Ministério Público de Goiás 
Recorrido: nome do recorrido 
 
Colenda Câmara, 
Eméritos Julgadores, 
Douta Procuradoria de Justiça. 
 
O Ministério Público do Estado de Goiás vem, por meio de seu 
representante, à notabilíssima presença de Vossas Excelências ofertar razões 
de recurso em sentido estrito, com fulcro no artigo 581, inciso I do Código de 
Processo Penal brasileiro, pelo que passa a expor: 
 
O ilustre magistrado “a quo” rejeitou o aditamento da denúncia em face 
de (no caso indicar o nome do recorrido), mantendo sua pronúncia nos termos 
do artigo 121, § 2º, inciso II, c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal 
brasileiro. 
 
RELATÓRIO 
O relatório consiste na indicação do andamento processual desde o 
oferecimento da denúncia até a decisão que culminou com a interposição do 
recurso. 
 
DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS 
 Indicar os pressupostos recursais objetivos e subjetivos: 
 Exemplo: 
O recurso ora interposto afigura-se cabível e adequado, ante o que 
ressai do art. 581, inc. IV, do Código de Processo Penal. 
 
Ainda, foi interposto no tempo certo, tornando-o, por conseguinte, 
próprio e tempestivo. 
 
36 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
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 Professora: Ana Maria Duarte 
 
O recorrente é possuidor de legitimidade recursal, haja vista ser ele o 
sujeito processual inconformado com o decisum e interessado, por 
consequência, em sua reforma. 
 
Assim, presentes os pressupostos recursais objetivos e subjetivos, deve 
o recurso ser conhecido. 
 
DOS FATOS 
Narrar os fatos indicando como aconteceram, as provas que foram produzidas 
na instrução. 
 
DO MÉRITO RECURSAL OU DO DIREITO 
 
No mérito recursal devem-se expor os motivos do recurso, indicar e 
justificar a tese, demonstrando amparado na doutrina e jurisprudência e por fim 
a conclusão. Ver exemplo de indicação doutrinária e jurisprudencial abaixo: 
Nesta senda, o notável mestre Eugenio Raúl Zaffaroni nos oferece brilhante 
lição sobre a natureza da relação de causalidade: 
A causalidade é algo real, é uma 'categoria do ser', e não do 
pensamento. Devido a isto, a causalidade não pode ser “criada” pelo 
tipo e nem pelo direito. A única coisa que o tipo pode fazer é dar-lhe 
ou retirar-lhe relevância. Para começar a comprovar se uma conduta 
é típica, o mais elementar é indagar se ela causou o resultado. 
 
Assim, a resposta afirmativa ou negativa será dada conforme a fórmula 
que se indica: se mentalmente imaginamos que a conduta não existiu, e em tal 
caso, tampouco o resultado teria existido,é porque a conduta é causal do 
resultado; inversamente, se na hipótese em que imaginamos que a conduta 
não tenha existido, o resultado ainda assim tivesse se produzido, resultaria que 
a conduta não é causal do resultado. 
 
De enorme valia para a compreensão deste problema é a lição do 
eminente mestre Cezar Roberto Bitencourt de que a relação de causalidade é 
uma relação valorada, que deve ser aferida conjuntamente com o vínculo 
subjetivo do agente. 
37 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 
Registre-se a jurisprudência neste sentido: 
O nexo causal entre a conduta do agente e o resultado não é 
interrompido ou excluído pela interferência de outras causas. 
(TACRIM-SP – AC – Rel. Roberto Martins – RT 504/381) 
 
Não estamos aqui regressando ad infinitum como colocou o nobre 
Magistrado em sua decisão, às fls. 541, pois sabemos que, modernamente, o 
que se verifica é o resultado jurídico, qual seja a lesão ao bem jurídico tutelado 
pela norma penal e, por isso, o regresso da conditio sine qua non deve ficar 
restrita ao tipo penal. 
 
Sendo assim, a regressão a que se refere o sistema penal brasileiro 
esbarra na subjetividade do agente, o que exclui de maneira peremptória, por 
exemplo, a possível culpabilidade do trabalhador de mina de ferro que extraiu o 
metal para a forja da arma da qual se valeu o acusado, conforme justificado 
pelo nobre magistrado em sua decisão. 
 
Por certo que, a exemplo do que foi ilustrado pelo magistrado, se a 
vítima do caso sub examine, ao tentar atravessar uma movimentada rua em 
sua cadeira de rodas, fosse colhida por um veículo e viesse a falecer, estaria 
flagrante uma outra causa, superveniente e independente da atitude do 
recorrido de “efetuar disparo de arma de fogo” 
 
Nesse sentido acorda o Tribunal do Estado de Goiás. 
Júri. Se a concausa superveniente configura mero desdobramento da 
cadeia causal iniciada pela conduta de agente, correta a decisão do 
júri que concluiu que a morte da vitima resultara dos ferimentos 
praticados pelo acusado. Recurso improvido. (TJGO - Apelação 
Criminal - 12446-8/213 - Des João Canedo Machado) 
 
Nesta senda, se “Tício” desfere facadas em “Caio” e este é socorrido por 
uma ambulância, sendo que no trajeto o veículo socorrista venha a se envolver 
em um acidente e cause a morte de “Caio”, o acidente certamente é uma causa 
superveniente, relativamente independente à conduta do autor, pois “Caio”, que 
somente adentrou na ambulância por ter levado facadas de “Tício”, não faleceu 
em decorrência delas. 
38 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 
No presente feito não há outra causa. Os efeitos de uma única causa 
efetivamente levaram a vítima à morte: o disparo de arma de fogo efetuado 
pelo recorrido e a consequente perda de massa encefálica da vítima, e seus 
demais efeitos deletérios. 
 
A jurisprudência ensina: 
Para que se reconheça a causa superveniente, é mister que esta não 
tenha ligação alguma, nem mesmo ideológica, com a ação. Se a 
causa sucessiva está na linha de desdobramento físico ou 
anatomopatológico do resultado da ação, não tem lugar a excludente. 
( TJSP – Rev – Rel. Acácio Rebouças – RT 337/130 
 
E mais: 
 
A concausa superveniente é aquela que, derivando-se de um fato de 
outrem ou de um acontecimento estranho ao agente, se intercala na 
cadeia causal por este inaugurada. Ora, não fosse a ação do réu do 
que resultaram as lesões corporais, a septicemia não se instalaria no 
corpo da vítima, pois, como concluíram os técnicos, a infecção 
derivou daquelas lesões ( TJSP – AC – Rel. Celso Limongi – RT 
697/280) 
 
Não haveria como deixar de realizar-se a traqueostomia para socorro da 
vítima, haja vista que ela não mais poderia respirar por si mesma, e morreria. A 
traqueostomia era imprescindível para mantê-la viva. 
 
Imagine-se um homem baleado realizando uma cirurgia para extrair-se o 
projétil e venha a morrer. A causa morte será a cirurgia? E um homem, nas 
mesmas condições, realizando uma cirurgia para suturar artérias atingidas por 
um projétil transfixante e que também venha a óbito. Novamente a questão 
vem à baila: a cirurgia foi a causa da morte? 
Fica claro que em ambos os casos acima citados as cirurgias foram 
necessárias diante de terem sido os homens baleados. São, pois, efeito de 
uma causa. 
 
Quanto ao Relatório Médico de fls. 368, ao qual se refere o i. 
Magistrado, que consigna: “se o ferimento do projétil de arma de fogo, não foi a 
39 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
causa direta e imediata da morte do paciente, ele pode ser considerado 
concausa”, nesse sentindo a jurisprudência entende que, 
 
De acordo com a regra da equivalência dos antecedentes causais, ou 
da conditio sine qua non, adotada por nosso ordenamento penal, 
inexiste a distinção entre causa e concausa, ou causa e condição, 
sendo aquela considerada como tudo aquilo que contribuir para o 
resultado. (TJSP – AC – Nélson Fonseca – RJTJSP 111/495) 
 
 
Assim, por todo a razão acima esposada, deve o aditamento da 
denúncia ser recebida nos seus termos. 
 
DO P E D I D O 
 
Ante o exposto, o recorrente que neste caso seria o MP, pela reforma da 
decisão que rejeita o aditamento à denúncia e, por consequência, submissão 
do recorrido (indicar o nome do recorrido) ao julgamento popular como incurso 
nas sanções do artigo 121, § 2º, inciso II, do Código Penal brasileiro. 
 
Goiânia, 07 de agosto de 2017. 
Data e assinatura do Promotor de Justiça 
 
 
DO MESMO MODO DEVE PAUTAR A APRESENTAÇÃO DAS 
CONTRARRAZÕES 
 
COTA DE INTRODUÇÃO DE CONTRARRAZÕES EM RECURSO EM 
SENTIDO ESTRITO 
 
Protocolo: 
Recorrente: 
Recorrido: Ministério Público 
 
Meritíssimo Juíz, 
40 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
Segue Contrarrazões de Recurso em Sentido Estrito em 06 (seis) laudas 
digitadas e assinadas. 
 
Goiânia, 22 de agosto de 2017. 
Promotor de Justiça/advogado 
(sempre a depender de quem recorre) 
 
CONTRARRAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Protocolo: 
Recorrente: 
Recorrido: 
 
Colenda Câmara, 
Eméritos Julgadores, 
Douta Procuradoria de Justiça. 
 
O Ministério Público do Estado de Goiás vem, por meio de seu 
representante, à notabilíssima presença de Vossas Excelências ofertar 
contrarrazões de recurso em sentido estrito, com fulcro no artigo 581, inciso IV 
do Código de Processo Penal brasileiro, pelo que passa a expor: 
 
Inconformada com a sentença de pronúncia prolatada por este juízo, a 
defesa de Fulano de tal (indicar o nome do recorrente) interpôs o competente 
recurso com o fito de reformar a indigitada decisão, retirando de seu bojo as 
qualificadoras constantes do artigo 121, § 2º, incisos II e IV. Para tanto, 
fundamenta seu intento sob pálidos argumentos doutrinários e jurisprudenciais, 
que em nada justificam o pleito defensório. 
 
RELATÓRIO 
 
Fulano de Tal, foi denunciado pela prática do crime capitulado no art. 
121, § 2º, incisos II e IV, c/c artigo 61, inciso II, letra “l”, todos do Código Penal 
Brasileiro (fls. 02/04). 
41 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 
A inicial acusatória foi recebida em .................................. (fls. 155). 
 
Devidamente citado apresento defesa escrita, acostadoàs fls. 55/59. 
 
Designada audiência de instrução e julgamento foram ouvidas oito 
testemunhas, sendo 5 (cinco) arroladas pelo Ministério Público e 05 (três) pela 
defesa. 
 
 As alegações foram apresentadas por memoriais, as do Ministério 
Público encontra-se acostada a fls. As de defesa à fls. 
 
Em suas derradeiras alegações, o Ministério Público pugnou pela 
pronúncia do recorrente nos termos da exordial - art. 121, § 2º, incisos II e IV, 
c/c artigo 61, inciso II, letra “l”, todos do Código Penal (fls. 163/168). Por seu 
turno, a Defesa postulou pelo afastamento das qualificadoras e reconhecimento 
do homicídio privilegiado (fls. 170/173). Sobreveio, então, a sentença de fls. 
174/179, pela qual o recorrente foi pronunciado como incurso nas penas do art. 
121, § 2º, incisos II e IV do citado diploma legal. 
 
Irresignada com tal decisão, a Defesa interpôs recurso em sentido estrito 
(cujas razões restam acostadas às fls. 184/189), notadamente por discordar 
dos termos da pronúncia, que incluiu o recorrente nas sanções previstas para 
homicídio em sua forma qualificada e remeteu os presentes autos à apreciação 
do Colégio Popular. 
 
Vieram os autos para contrarrazões ministeriais. 
 
Eis o breve relatório. 
 
DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS 
 
42 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
Eugênio Pacelli de Oliveira ensina, em esclarecedora lição, que “o 
recurso, por constituir o direito de provocação da jurisdição, é condicionado à 
superação de determinados requisitos, dentre os quais figura a 
tempestividade.” 
 
Acrescenta que “se a decisão judicial tem o propósito de resolver 
conflitos, ela deve ser provida de determinados efeitos destinados a esse fim. 
E, como vimos, esses efeitos, em regra, nascem sob condição suspensiva, a 
depender do encerramento do prazo destinado às impugnações das partes”. 
 
Destarte, leia-se o que aduz o inciso II do art. 420, alterado pela Lei nº 
11.689/08: 
 
Art.420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: 
(...) 
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do 
Ministério Público, na forma do disposto no § 1º do art. 370 deste 
Código”. 
 
 
O § 1º do artigo 370 a que se refere o indigitado artigo, trata da 
intimação por documento oficial, indicando que as pessoas citadas tomarão 
conhecimento dos atos processuais por “publicação no órgão incumbido da 
publicidade dos atos judiciais da comarca”. 
 
Nesta senda, consta dos autos a certidão de publicação da sentença (fls. 
183), datada de 28/03/2017. O escrivão, aos 10 dias do mês de junho deste 
ano, certifica que o conteúdo da certidão é verdadeiro, e atesta sua fé-pública. 
 
De outra ponta, o bojo do artigo 586 traz a seguinte redação: “O recurso 
voluntário poderá ser interposto no prazo de 5 (cinco) dias”. 
 
Ocorre que, compulsando os autos, verifica-se que o recurso foi 
interposto e protocolado aos 29 dias do mês de maio, portanto, 32 dias após a 
ciência do nobre defensor. 
43 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
 
A jurisprudência do Tribunal de Goiás assenta: 
 
Recurso em sentido estrito. Intempestividade. Não conhecimento. O 
prazo para a interposição do recurso em sentido estrito é de cinco 
dias, contados da data da intimação da pronúncia em relação ao réu 
e ao defensor por ele constituído. Escoado aquele prazo, opera-se a 
preclusão temporal, impondo-se o não conhecimento da insurgência, 
por extemporânea. Recurso não conhecido. (TJGO – Rel. Dr(a). 
Márcio de Castro Molinari - 10081-0/220 – Recurso em Sentido 
Estrito) 
 
Pelo exposto, verificam-se ausentes os pressupostos recursais objetivos, 
devendo, pelo juízo de prelibação negativo, ser o recurso desconhecido. 
 
DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer o Ministério Público, que seja o presente recurso 
desconhecido, uma vez que intempestivo, mantendo-se a decisão que 
pronunciou o acusado e, consequentemente, remetendo os presentes autos ao 
Tribunal do Júri, juiz natural da causa. 
 
Goiânia, 07 de agosto de 2017. 
Assinatura Promotor de Justiça ou advogado. 
 
 
ESQUEMA PARA ELABORAÇÃO DE PRÁTICA DAS RAZÕES e 
CONTRARRAZÕES DE OUTROS RECURSOS 
 
Noções: utiliza-se o mesmo esquema para a petição de interposição, e os 
mesmos para apresentação das razões e contrarrazões do ReSE 
anteriormente explicados. Lembrando que as razões de apelação poderão ser 
apresentadas em segundo grau, na conformidade do que dispõe o § 4º, do art. 
600 do Código de Processo Penal. 
 
44 
 
 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
Observação importante – nem todos os recursos concedem prazo para 
apresentação das razões, devendo estas serem apresentadas no ato da 
interposição, tais como nos recursos Especial, Recurso extraordinário, recurso 
Ordinário Constitucional; Embargos infringentes. 
 
DA APELAÇÃO 
 
Conceito: recurso interposto contra sentença definitiva ou com força de 
definitiva (decisões interlocutória mistas terminativas não impugnáveis por 
ReSE), possui caráter residual – ex.: restituição de coisa apreendida- da 
decisão que conceder ou não a restituição da coisa. 
Disciplina Legal: a apelação está prevista nos artigos 593 a 603 do código de 
processo Penal. 
 Decisões proferidas na lei de Imprensa: art. 44, § 2º do CPP; 
 No JECrim: encontra-se no art. 82 da Lei 9.099/95. 
Finalidade: pedir reexame ao Tribunal de sentença definitiva ou com força de 
definitiva. 
Legitimidade ativa: 
a)- Ministério Público; b)- assistente de acusação; c)- defensor dativo; e)- réu 
e curador. 
Características: 
a)- Amplo: pois devolve ao tribunal toda a matéria já decidida pelo juiz a quo; 
b)- Residual: cabe quando não for possível o RESE; 
c)- Delimitação: no ato da interposição, de acordo com a Súmula 713 do 
STF “O efeito devolutivo da apelação contra as decisões do júri é adstrito aos 
fundamentos da sua interposição”. 
Prazo: o prazo é de 5 dias, se tratar do JECrim o prazo para interposição é de 
10 dias; 
Contagem do Início do prazo: intimação da sentença (Ver Súmula 710 STF). 
Do crimes de competência do Júri: a publicação da intimação ocorre na 
sessão de julgamento, saindo às partes intimadas (art. 798, § 5º, ‘b’, do CPP). 
 
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 PRÁTICA JURÍDICA II – 
Atividade Prática - Caso Concreto e Atividade Simulada 
 Professora: Ana Maria Duarte 
 
Assistente: há dois posicionamentos, A primeira corrente sustenta que o prazo 
varia, conforme esteja ou não habilitado 
 Se habilitado: em 5 dias; 
 Se não habilitado: 15 DIAS, após o termino do prazo do Ministério 
Público. 
Forma: petição ou termo (art. 578 CPP). 
 
Razões: crime oito dias; contravenções: três dias, se for assistente o prazo é 
de três dias, após manifestação do Ministério Público, terá o prazo de três dias 
para arrazoar ou contrarrazoar o recurso, se a ação penal for privada: no 
JECrim o prazo é de dez dias. 
Prazo comum: quando forem dois ou mais apelantes ou apelados. 
Defensor Público: o prazo será em dobro, nos termos do art. 5º, § 5º, da Lei nº 
1.060/50. 
Julgamento: Tribunal ou Turma recursal, quando for JECRim. 
Processamento: 
a)-Interposição: por termo ou petição; 
b)- intimação do apelante: para oferecer razões ou, se preferir, pode arrazoar 
em 2ª instância, nos termos do art. 600, § 4º, do CPP ( o que deve ser 
mencionado na interposição), no tribunal ad quem será aberto vista para as 
razões e contrarrazões); 
c) intimação do

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