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EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE RELATOR DA 5ª TURMA DO COLENDO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
Processo nº:...
Agravante: Pedro Furtado
Agravado: Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
PEDRO FURTADO, por seus advogados subscritores, nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente,perante Vossa Excelência, diante da r. decisão monocrática de fls., interpor o presente
AGRAVO INTERNO
inconformado com a r. decisão monocrática do eminente relator, vem, respeitosamente, apresentar as inclusas razões de agravo interno disposto no artigo 1.021 e seguintes do Código de Processo Civil e artigos 282 e 283 do Regimento Interno deste Tribunal, e pelas razões a seguir aduzidas.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Porto Alegre, 29 de junho de 2016.
_________________
Advogado
OAB/RS ...
EGRÉGIA 5ª TURMA DO COLENDO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
EMINENTE RELATOR
Razões do recurso
Pedro Furtado, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº..., residente e domiciliado a rua..., nº..., bairro..., por seu procurador signatário, apresentaa, a seguir, a exposição dos fatos, do direito e as razões do pedido de reforma da decisão, nos termos que seguem:
I – BREVE SÍNTESE DO PROCESSO
O autor impetrou ação de mandado de segurança em face da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS em razão de cobrança realizada pela instituição no ato de sua matrícula no Curso de Direito. Dentre os argumentos trazidos por Pedro, em suma, está a alegação de que a taxa de matrícula cobrada pela Universidade Federal no ato de sua matrícula viola frontalmente o disposto no artigo 206, IV, da Constituição Federal de 1988.
A sentença proferida pelo juiz da 4ª Vara Federal julgou improcedente o pedido formulado pelo autor, por entender que a cobrança realizada não violaria qualquer direito líquido e certo, conforme pretendeu o autor em sua inicial.
Irresignado, o autor apelou da sentença e recentemente foi informado que o Desembargador Presidente e relator da Quinta Turma do TRF da 4ª Região negou provimento ao seu recurso de apelação em decisão monocrática, sob o argumento de que a sentença não mereceria qualquer reparo, eis que de acordo com o seu entendimento já consolidado em outros julgados.
II – DA TEMPESTIVIDADE
De início, verifica-se que o recurso ora intentado preenche o requisito da tempestividade, pois a decisão monocrática fora publicado em 07 de junho de 2016, tendo o prazo iniciado dia 09 de junho, conforme preceituado pelo artigo 1.021 e seguintes do CPC.
II – DAS DECISÃO MONOCRÁTICA
A r. decisão do eminente Relator, a qual é objeto de ataque, data vênia, merece ser reformada, tendo em vista que fora prolatada decisão monocrática onde negou reforma ao recurso interposto perante decisão a quo, eis que de acordo com seu entendimento já está consolidado em outros julgados.
Ocorre que o eminente Relator laborou em equívoco eis que a matéria discutida no recurso de apelação está em desacordo com a jurisprudência sumulada pelo Supremo Tribunal Federal.
III – RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO MONOCRÁTICA
Incessantemente fora demonstrado na exordial, bem como no recurso de apelação interposto, que a cobrança de taxa de matrícula por estabelecimento de ensino público afronta o princípio disposto no artigo 206, IV, da Constituição Federal, em que pese, ser um direito dos brasileiros o acesso ao ensino público. Cabe aduzir, que mesmo que configure ato burocrático, a matrícula constitui formalidade essencial para que o aluno possua acesso à educação, não importando o grau de formação acadêmica e não deve ser cobrada pela rede de ensino público.
Deste modo, a decisão prolatada pelo eminente relator acabou por ferir tal preceito constitucional, conforme disposto:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
[...]
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
[...].
Destarte, tal artigo não fale especificamente acerca dos procedimentos burocráticos que credenciam o aluno a ingressar no ensino público, o Supremo Tribunal Federal possui entendimento pacificado acerca de tal questão, vide o que dispõe a Súmula Vinculante nº 12:
A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
Ademais, nesta mesma linha de considerações, é importante destacar o entendimento do Dr. Sr. Ministro Ricardo Lewandowski acerca da cobrança de taxas pelas instituições de ensino público:
"(...) a gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais, conforme se lê no caput do art. 206, IV, configura um princípio. Um princípio que não encontra qualquer limitação, no tocante aos distintos graus de formação acadêmica. (...) O que não se mostra factível, do ponto de vista constitucional, é que as universidades públicas, integralmente mantidas pelo Estado, criem obstáculos de natureza financeira para o acesso dos estudantes aos cursos que ministram, ainda que de pequena expressão econômica, a pretexto de subsidiar alunos carentes, como ocorre no caso dos autos. (...) Não se figura razoável, ademais, que se cobre uma taxa de matrícula dos estudantes das universidades públicas, em especial das federais, visto que a Constituição, no art. 212, determina à União, que aplique, anualmente, nunca menos de 18% da receita resultante de impostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino."
Desta maneira, resta comprovado que o recurso de apelação é pertinente e merecedor de reforma, devendo ser desprezada a decisão monocrática proferida conduzindo-o a julgamento final pela Colenda Turma Julgadora da Quinta Câmara deste egrégio Tribunal, a qual certamente concluirá que o r. decisão julgou de forma equivocada o recurso apresentado.
IV – DOS PEDIDOS:
Diante do expostos, passa a requerer o que segue:
a) que o eminente relator, conforme lhe faculta os artigos 282 e 283 do Regimento Interno deste Tribunal, e artigo 1021 e seguintes do CPC reconsidere os motivos ensejadores da r. decisão monocrática, levando-se em consideração tudo o aqui exposto, procedendo com a reforma da decisão prolatada.
b) caso não seja este o entendimento de V. Exª. seja o presente recurso submetido a julgamento pelo órgão competente, concluindo-se ao final, pelo integral provimento deste recurso de agravo interno.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Porto Alegre, 29 de junho de 2016.
_________________
Advogado
OAB/RS ...

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