Buscar

RESPONSABILIDADE NO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO CONTESTADO 
Unidade Universitária de Mafra 
Curso: Direito 
Disciplina: Direito Internacional Público 
Professor: Andhielita Graciela Valiati 
Turma: 9ª Fase 
 
AULA 08 
1 – RESPONSABILIDADE NO DIREITO INTERNACIONAL 
PÚBLICO 
1.1 - Teoria e Evolução Histórica da Responsabilidade Internacional 
A partir do século XX, o instituto da responsabilidade internacional do Estado 
vem sendo tratado pela doutrina como uma das mais importantes disciplinas que 
envolvem o Direito Internacional. 
Não se pode desconsiderar a possibilidade da responsabilização do Estado no 
âmbito internacional, seja por ação ou omissão da qual resulte a violação de norma 
ou obrigação internacional. 
As teorias formadas acerca da responsabilidade internacional do Estado 
evidenciam que, inexiste uma orientação jurídica uniforme sobre o tema, em virtude 
do tratamento diverso na história da sociedade internacional. 
Na idade Antiguidade e na Idade Moderna, a teoria da Irresponsabilidade 
Internacional do Estado prevaleceu, já na Idade Média, o conceito de 
responsabilidade se apresentou pela “justiça pelas próprias mãos”, com a atuação 
dos senhores feudais nas hipóteses em que detivessem pretensos direitos violados 
em seus domínios ou quando seus súditos alegassem o ter. 
Com a revolução francesa a teoria da irresponsabilidade passou a ser 
combatida. A Constituição Francesa de 1789 apresentou avanços que, acolhendo 
normas de responsabilidade dos funcionários do Estado, em decorrência de atos 
danosos que por culpa grave ou dolo praticassem em propriedades particulares. 
Podemos dizer que a responsabilidade do Estado constituiu uma novidade do 
século XX. 
Após a Segunda Grande Guerra, é que a teoria da irresponsabilidade foi 
abandonada e se deu espaço para as teorias civilistas de responsabilização estatal, 
apoiadas na ideia de culpa. 
Buscou-se então a codificação dos costumes internacionais relacionados à 
responsabilidade dos Estados, através de atos da Liga ou Sociedade das Nações e 
da Organização das Nações Unidas. 
Em 2001, com o Projeto da Comissão de Direito Internacional das Nações 
Unidas sobre Responsabilidade Internacional dos Estados se verificou um avanço 
no tocante a responsabilidade, não codificando somente os usos e costumes globais 
mas, propiciou uma evolução às norma. 
O projeto ainda pendente de aprovação pelos países, tem papel importante na 
aplicação atual da responsabilidade internacional do Estado, servindo como fonte 
para decisões das cortes e orientações Internacionais. 
1.2 - Definição e Características da Responsabilidade Internacional 
1.2.1 - Conceito 
Trata-se da responsabilidade que, decorre da relação entre o sujeito do Direito 
Internacional Público que obriga o Estado responsável por prática de ato ilícito a 
reparar o dano causado a outro Estado. Havendo uma afronta a uma norma de 
direito internacional e resultando dano, o Estado será responsabilizado pelo dano. 
Basicamente obedece a mesma sistemática do direito interno. 
Podemos dizer que, a responsabilidade internacional é normalmente 
considerada como a finalidade dos Estados enquanto sujeitos de Direito 
Internacional, aplicando a teoria da responsabilidade aos ilícitos praticados no 
âmbito da sociedade internacional e, representando uma segurança às relações 
jurídicas extraterritoriais. 
Para a caracterização da responsabilização, deverá ocorrer a ligação entre a 
responsabilidade do agente e o seu dever de reparar o dano. Assim, o agente, será 
um sujeito de Direito Internacional - Estado ou Organização Internacional. 
A responsabilidade será do sujeito, proveniente de uma conduta praticada por 
órgão ou funcionário desse ente público, no exercício de suas funções e seja tida 
como ilícita para o Direito Internacional. O Estado será responsável pelo ilícito 
internacional mesmo não sendo ele o autor imediato da antijuridicidade e, deverá 
compensar os danos decorrentes dos atos de seus órgãos internos, agentes políticos 
e particulares. 
 Podemos dizer que, a responsabilidade internacional é uma técnica 
fundamental de sanção à afronta das normas internacionais pelo Estado, onde o 
ente público civilmente responsável deve uma reparação ao Estado para o qual 
causou dano. 
A responsabilidade será sempre de Estado a Estado, com a finalidade de cessar 
a pratica danosa e reparar o prejuízo causado, sua natureza é civil e não criminal. A 
responsabilização se dará através de cortes arbitrais ou judiciais internacionais, em 
casos em que não haja uma reparação espontânea pelo ordenamento interno. 
A responsabilização internacional tem como características o seu caráter 
interestatal, finalidade reparatória civil, a sua orientação de instituto consuetudinário 
(costumes), o aspecto político do ilícito praticado. Para parte da doutrina, há 
possibilidade da reparação não ficar limitado ao Estado vítima, ante a gravidade. 
2.3 Elementos Constitutivos da Responsabilidade Internacional 
A doutrina em sua maioria classifica como elementos constitutivos da 
responsabilidade internacional, sendo eles: 
2.3.1 - Elemento Objetivo: Fato Ilícito – conduta ilícita, que afronte 
costume, princípio geral, dispositivo de tratado ou outra normatização, não 
cabendo alegação de que no direito interno é ato lícito. 
No tocante a nomenclatura a Comissão de Direito Internacional da ONU 
preferiu utilizar o termo fato ilícito à nomenclatura tradicional ato ilícito, para 
resumir o elemento objetivo da responsabilidade internacional. 
O ato ilícito, sentido estrito seria o comportamento humano, a vontade para 
o ato e exclui a responsabilidade do Estado já os fatos jurídicos, independem da 
vontade. Assim o fato ilícito existe quando ao Estado violar uma obrigação de 
Direito Internacional, independente de origem ou natureza. 
2.3.2 Elemento Subjetivo: Atribuição (Imputabilidade) – a ação ou 
omissão deve ser imputável ao sujeito internacional. É o nexo causal 
A doutrina clássica trata a ação ou omissão como imputabilidade, porém a 
doutrina contemporânea defende que, o termo deve ser tratado como atribuição. O 
objetivo é interromper qualquer vínculo entre o conceito de atribuição do ilícito e 
a autoria imediata do ato ilícito, uma vez que, o Estado embora não seja o causador 
imediato do ato ilícito responde pelos atos praticados por representantes do estado 
(funcionários). O Estado então responde pelas consequências legais do ato 
praticado. 
Para a doutrina clássica, trata o tema como imputabilidade, não se tratando da 
responsabilidade imediata do Estado. As duas terminologias tratam do nexo causal 
do ilícito e atribuem ao Estado o dever de reparação. 
Por fim, as duas terminologias são aceitas no âmbito da responsabilização do 
Estado no Direito Internacional. 
2.3.3 - Elemento Dano - Deve decorrer um dano, seja material ou imaterial. 
Somente o Estado vítima do dano é que pode requerer a responsabilização, 
não podendo terceiro o fazer. Trata-se de elemento essencial, sem o dano não há o 
que se falar em responsabilidade . 
O dano não depende necessariamente ser material, existem danos imateriais 
que são passíveis de responsabilização 
I - Responsabilidade Indireta 
Ocorre quando o Estado responde por um ilícito provocado por dependência 
sua. Ex: Territórios sob sua tutela, Estados membros, Associações etc. 
II - Responsabilidade Direta 
Responsabilidade pelos atos dos órgãos de qualquer natureza de nível 
hierárquico, salvo ilícitos cometidos no exercício da função. 
A responsabilização será convencional quando a violação ferir um direito 
previsto em tratado internacional e, será delituosa quando ferir normas 
consuetudinárias. 
2.4 - CONSEQUÊNCIAS DA RESPONSABILIDADE 
INTERNACIONAL. 
Possui natureza compensatória de reparação civil, não implica diretamenteem 
pagamento de valores, podem haver a condenação por outras formas, como 
retratação, reparação indireta, pedido formal de desculpas etc. 
A reparação difere-se da sanção, esta tem caráter penal e critica moral, já a 
reparação visa simplesmente o ressarcimento do ato ilícito internacional praticado 
pelo responsável. 
Sobre as espécies de reparação, vejamos: 
2.4.1 – Restituição Integral 
Trata-se da chamada do Estado que cometeu o ilícito para que, restabeleça a 
situação anterior ao cometimento do ato. 
2.4.2 – Compensação 
Nem sempre será possível que a restituição integral se efetive, neste caso se 
aplica a compensação, a problemática aqui é como será calculada a compensação 
(podendo ser incluído o lucro cessante) uma vez que, no direito internacional 
público, não se pode utilizar das regras de direito interno para a compensação. 
2.4.3 – Satisfação 
É quando o Estado que cometeu ato ilícito é chamado a satisfazer o dano. 
Entende-se por satisfação: Desculpa; danos morais; Reparação em casos de grave 
infração que reflitam a esta; em casos de má conduta de funcionários a aplicação de 
ação disciplinar ou “castigo ao responsável”. 
A satisfação será utilizada sempre que não for possível a restituição ou a 
compensação. 
2.4.4 – Garantias e promessas de não repetição. 
O Estado ofendido é chamado, para que o Estado que cometeu o ato firme 
garantias ou promessas de que o ato ilícito não se repetira. 
2.4.5 – Contramedidas 
Trata-se de uma espécie de represálias, antes da aplicação desta medida o 
Estado deve tentar negociar a solução, é pré-condição e obrigação. Faculta-se ao 
Estado afetado utilizar de medidas intermediárias de proteção. 
2.5 - REALIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL 
SOBRE PREJUÍZO DO INDIVÍDUO 
Quando se trata da proteção de pessoas físicas, jurídicas ou funcionários de 
Organizações Internacionais a busca pela responsabilidade do Estado causador do 
ilícito encontra dificuldade no âmbito direito internacional. 
Havendo violação de direito do estrangeiro, primeiramente, deve-se verificar 
se atendeu “Due Diligence” (devida diligência) e em seguida se estrangeiro esgotou 
todos os meios domésticos ou se lhe foi denegada justiça, podendo então utilizar-
se da proteção diplomática em razão da nacionalidade. 
2.5.1 - “Due Diligence” e o padrão mínimo internacional 
O indivíduo ao residir ou adquirir bens de um pais estrangeiro, presume-se 
que aceita as ordenações jurídicas daquele Estado. Entretanto, pode o indivíduo 
reclamar, se as leis ou comportamento daquele Estado não atenderem ao padrão 
mínimo internacional, geralmente relacionadas às normas de direitos humanos. O 
que é difícil, é estabelecer um critério objetivo sobre o tema. 
2.5.2 - Proteção diplomática – diferente das relações diplomáticas, aqui 
serão indivíduos vítimas de um procedimento arbitrário, fara o pedido para que o 
Estado de origem abra reclamação ao ato. O Estado não é obrigado abrigar o 
estrangeiro mas, autorizando sua entrada deve trata-los de forma correta. 
A proteção se realiza mediante negociações, arbitragens ou até soluções 
judiciais. Não se trata de uma responsabilização do Estado infrator para com o 
indivíduo e sim, em relação ao Estado do reclamante em razão da sua nacionalidade. 
I – Endosso 
No endosso, o Estado assume a reclamação como sua, perante o Estado 
causador do ato ilícito. Antes do endosso, busca-se a solução pacífica 
diplomática/política da solução do conflito. O estado tem a faculdade de conceder 
ou recusar o endosso. 
II - Elementos para utilização da proteção diplomática (ou condições 
do endosso) 
a) Nacionalidade da vítima: 
O sistema de proteção diplomática vem para suprir a falta de reconhecimento 
do indivíduo nas cortes internacional, porém é um direito do Estado cabendo a este 
decidir se irá acionar o mecanismo internacional ou não. 
A ligação existente entre o Estado e o Indivíduo é a nacionalidade, e como 
visto ela é determinada pela lei do Estado. Cabendo o Estado proteger 
diplomaticamente o seu nacional, devendo o indivíduo manter sua nacionalidade 
até a decisão final do processo. Pessoa Jurídica – foro de sua constituição; Pessoa 
Física – Local de nascimento (exceção: Apátridas). 
A nacionalidade deve ser continua, com vínculos patrial e social efetivos. O 
Estado protegerá seus subordinados em situação funcional. Aos polipátridas 
qualquer dos Estados podem promover a defesa contra outro Estado. 
b) Esgotamento dos recursos internos: 
O indivíduo deverá comprovar que não conseguiu a solução do conflito no 
âmbito interno, esgotando as vias administrativas ou judiciais, para que seja 
outorgado o endosso. Pressupõe que se tem vínculo com estado estrangeiro. 
2.6.2 - Efeito jurídico do endosso - O Estado torna-se dono do litígio 
podendo haver assistência do particular no andamento da reclamação. O Estado é 
quem vai conduzir a ação podendo utilizar vias diplomáticas ou judiciarias. 
O estado não é obrigado a repassar a indenização ao particular, eis que o 
Direito Internacional Público não traz esta imposição, o repasse será feito por 
disposição de normas internas ou por princípios éticos 
2.6.3 - Renúncia do direito de da proteção diplomática 
O Estado tendo renunciado à sua reclamação, não pode mudar de opinião e 
formular uma nova reclamação. Como a reclamação pertence ao Estado, a renúncia 
do particular não impede que o estado de continuidade. 
A Chamada Doutrina Calvo foi criada em 1868 na Argentina onde se estatuiu 
que nacionais e estrangeiros só poderiam recorrer a corte local contra atos da 
administração. Segundo a doutrina não haveria endosso e nem mesmo proteção 
diplomática. A doutrina não foi recepcionada pelo Direito Internacional Público 
2.7 – PROTEÇÃO FUNCIONAL 
A proteção funcional será conferida aos agentes das Organizações 
Internacionais, em razão da sua função diferente a proteção diplomática que é 
conferida aos súditos do Estado em razão da nacionalidade. 
Para o caso de concorrência de proteção diplomática e funcional, o direito 
internacional público não tem regra absoluta, por analogia pode-se concluir que 
teria preferência a proteção funcional. E sendo impossível a proteção funcional, o 
Estado poderia aplicar a proteção diplomática. 
 
	FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO CONTESTADO
	Unidade Universitária de Mafra
	Curso: Direito

Outros materiais