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A Pedagogia de Rousseau

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Professor: Diego Frederichi
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O ideal iluminista de educação:
O século XVIII é conhecido como século das Luzes, Iluminismo ou Ilustração.
Luzes significa, nesse contexto, o poder da razão humana para interpretar e reorganizar o mundo.
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Esse otimismo com respeito à razão já se revelava, desde o Renascimento, no processo de secularização da consciência, antes impregnada pela religiosidade medieval.
O iluminismo teve um de seus aspectos marcantes na política educacional focada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado.
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No espírito do iluminismo, os filósofos franceses Diderot, D’ Alembert, Voltaire e Rousseau não eram educadores, mas encaravam o ensino como veículo importante das luzes da razão e no combate às superstições e ao obscurantismo religioso.
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O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), natural de Genebra, na Suíça, viveu em Paris, onde conviveu com os enciclopedistas, embora divergisse de muitos deles devido a uma visão menos racionalista e estar voltado para a natureza e os sentimentos.
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Rousseau ocupa lugar de destaque na Filosofia política:
Crítico do Absolutismo
O Homem é bom por natureza
Contrato social
Participação direta das decisões
Cidadão ativos e livres
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Costuma-se dizer que Rousseau provocou uma revolução copernicana na pedagogia
Assim como Copérnico inverteu o modelo astronômico, retirando a Terra do centro, Rousseau centralizou os interesses pedagógicos no aluno e não mais no professor.
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Mais que isso, ressaltou a especificidade da criança, que não devia ser encarada como um adulto em miniatura.
Até então, os fins da educação encontravam-se na formação do indivíduo para Deus ou para a vida em sociedade, mas Rousseau quer que o ser humano integral seja educado para si mesmo.
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“viver é o que eu desejo ensinar-lhe. Quando sair das minhas mãos, ele não será magistrado, soldado ou sacerdote, ele será, antes de tudo, um homem”
Rousseau 
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Em sua obra Emílio relata de forma romanceada a educação de um jovem, acompanhado por um preceptor ideal e afastado da sociedade corruptora.
O projeto de uma educação conforme a natureza, entretanto, não significa retornar à vida selvagem ou primitiva, mas sim buscar a verdadeira natureza, que corresponde à vocação humana.
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O que para Rousseau significa uma pedagogia naturalista?
Ao fazer a crítica dos costumes da aristocracia, Rousseau preconiza uma educação afastada do artificialismo das convenções sociais, que busque a espontaneidade original, livre da escravidão aos hábitos exteriores, a fim de que o indivíduo seja dono de si mesmo, agindo por interesses naturais e não por constrangimento exterior e artificial.
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A educação natural consiste também na recusa ao intelectualismo, reforçado no ensino tradicional muito formal e livresco.
Para ele, a pessoa não se reduz à dimensão intelectual, como se a natureza pudesse ser apenas razão e reflexão, porque antes da idade da razão (15 anos) já existe uma razão sensitiva.
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Portanto, os sentidos, as emoções, os instintos e os sentimentos são anteriores ao pensar elaborado, e essas disposições primitivas são mais dignas de confiança do que o hábito de pensamento inculcados pela sociedade
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Além de naturalista, Rousseau preconizava a educação negativa.
Desconfiado da sociedade constituída, teme a educação que põe a criança em contato com os vícios e a hipocrisia. 
Por isso, em um primeiro momento, o preceptor , além de afastar a criança do mundo corrompido, deve abster-se de transmitir conceitos sobre a virtude ou a verdade, a fim de não criar preconceitos e hábitos que impeçam o florescimento espontâneo de sua natureza
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É, portanto, delicada a função do professor na pedagogia rousseauniana. 
Se não deve impor o saber à criança, tampouco pode deixá-la no puro espontaneísmo. Afinal, ela deve aprender a lidar como os próprios desejos e a conhecer os limites para se tornar um indivíduo adulto dono de si mesmo. 
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Aprendendo a controlar-se no mundo físico e nas relações com as pessoas, aos 15 anos começa para o jovem a educação moral propriamente dita.
De posse da verdadeira razão, só então ele poderá observar as pessoas e suas paixões e também iniciar a instrução religiosa, porque falar precocemente de Deus com a criança é apenas lhe ensinar idolatria.
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Rousseau sofreu diversas críticas à sua pedagogia: 
uns a consideravam elitista, já que Emílio é acompanhado por um preceptor; outros a rejeitavam por defender uma educação individualista, já que separava o aluno da sociedade.
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Mesmo admitindo a procedência dessas críticas, não convém esquecer que Rousseau recorre à abstração metodológica de uma relação ideal, hipotética.
Ou seja, perguntar como seria possível a educação natural de Emílio em uma sociedade corrompida significa tratar do mesmo problema da política. 
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Rousseau não estaria propondo um ensino centrado apenas na relação professor-aluno. 
Compreende-se o artifício de Rousseau porque, por ser liberal, concebia a sociedade como uma justaposição de indivíduos, e a crítica ao individualismo só aparecerá mais tarde, com as teorias socialistas.
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Rousseau é um opositor da educação do seu tempo, extremamente autoritária, interessada em adaptar e adestrar a criança e que, ao contrário dele, se apoiava na concepção de uma natureza humana má. 
Ao contrário, Rousseau abre um novo caminho para recuperar as forças originais da infância, o que o faz o precursor não só das pedagogias do final do séc. XIX que valorizam a atividade da criança, como a Escola Nova, mas, sobretudo, de movimentos mais radicais das pedagogias não diretivas. 
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A reflexão pedagógica de Kant encontra-se no livro Sobre a pedagogia.
As reflexões de Kant a respeito da moral se tornaram fecundas para a pedagogia, na sua busca de laicização.
Segundo ele, é por meio da consciência moral que o ser humano rege sua vida prática, conforme certos princípios racionais (e não religiosos).
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No entanto, a lei moral resulta da luta interior entre as inclinações individuais e a lei universal, fundada no dever.
Portanto, a moral formal se constrói a partir da liberdade, que se baseia na autonomia e exige a aprendizagem do controle do desejo pela disciplina, a fim de que o indivíduo atinja seu próprio governo e seja capaz de autodeterminação
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Kant afirma que o Iluminismo é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele é o próprio responsável.
A educação, ao desenvolver a faculdade da razão, forma o caráter moral. Por isso, quando Kant diz:
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“mandamos, primeiro lugar, as crianças à escola, não na intenção de que nela aprendam alguma coisa, mas a fim de que se habituem a observar pontualmente o que se lhes ordena”
Kant não pretende reduzir a criança à passividade da obediência, mas que ela aprenda a agir com planos e pela submissão às regras.
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Kant busca a “obediência voluntária”, fruto do reconhecimento pessoal de que as exigências são reazoáveis e superiores aos caprichos momentâneos.
Mesmo quando existe, a coerção tem por finalidade propiciar a liberdade do sujeito moral, porque, em última análise, cabe a cada um proceder a sua própria formação. 
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Ao unir educação e liberdade, Kant redefine a relação pedagógica, reforçando a atividade do aluno, que deve aprender a “pensar por si mesmo”.
O mesmo princípio da conduta moral vale para o saber, também um ato de liberdade, porque nenhuma verdade vem de fora (nem é transmitida, nem imposta), mas é construída pelo sujeito.
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Coerente com o conceito de autonomia do pensar e do agir, Kant destaca a liberdade de credo e valoriza a tolerância religiosa.
Embora tenha sido educado sob severa disciplina religiosa, preocupa-se com os riscos das superstições inculcadas desde cedo nas crianças.
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*A pessoa moralmente livre é um fim em si mesmo, e não um meio para alguma coisa, para alguém, nem mesmo para Deus.
Com essas afirmações, Kant mostra-se mais uma vez como representante do Iluminismo, na busca dos fundamentos de uma educação laica, própria do pensamento burguês.
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A ênfase posta na disciplina aproximaria Kant da escola tradicional, não fosse uma nítida diferença com o essencialismo metafísico:
Kant valoriza o controle e o aprimoramento da razão, o faz como instrumento que permite ao ser humano sair da sua menoridade, ou seja, libertar-se do jugo da tradição e da autoridade.
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O sucesso da industrialização e o desenvolvimento das ciências trouxeram algumas preocupações específicas à escola tradicional do século XIX.
Por um lado, acentuou-se o dualismo escolar, que destina escolas de diferente qualidade para a elite e para o segmento popular operário;
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Por outro, a necessidade de não restringir a formação dos jovens apenas às humanidades, mas estimular o estudo das ciências.
Nesse intuito, destacarem-se os positivistas interessados na formação do espírito científico.
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Augusto Comte, fundador do positivismo, estava convencido de que cada indivíduo passa, durante sua vida, pelas mesmas etapas percorridas pela humanidade.
Desse modo, o pensamento fetichista da criança deveria ser superado pela concepção metafísica na adolescência, enquanto o estado positivo (científico) é fruto da maturidade
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O positivismo é a concepção determinista, que atribui ao comportamento humano as mesmas relações invariáveis de causa e efeito que presidem as leis da natureza.
Por ex: para Taine, um seguidor de Comte, o ato humano não é livre, já que é determinado por causas das quais não pode escapar, como raça (biológico), o meio (geográfico) e o momento (histórico)
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O positivismo permeou de maneira eficaz a pedagogia daí em diante. Dentre os seguidores mais próximos, destacamos Herbert Spencer (1820-1903), que, além da influência positivista, incorporou o evolucionismo de Darwin.
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Para ele, a educação, como tudo no mundo, sofre um processo evolutivo em que o ser revela suas potencialidades. 
Essa convicção baseia-se na ideia de progresso, que parte do pressuposto segundo o qual as coisas têm em germe aquilo que elas serão, bastando existir condições para serem desencadeadas.
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Imbuído da concepção cientificista, Spencer escreveu a obra Educação.
Nela considera o ensino das ciências o centro de toda educação, não só em termos de transmissão dos conhecimentos, como da formação mesma do espírito científico.
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Entre as ciências, a física, a química e a biologia seriam as mais importantes. Na sua obra prevalece o interesse pelas questões utilitárias, em franca oposição ao ensino humanista tradicional.
O positivismo atuou de forma marcante no ideário das escolas estatais, sobretudo na luta a favor do ensino laico das ciências e contra a escola tradicional humanista religiosa.
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No século XX ainda permaneceu viva a influência positivista, p.e. com a psicologia comportamentalista de Skinner, que serviu de base a muita teoria pedagógica.
Sempre esteve subentendido nas práticas empiristas da educação e, de modo mais explícito, na década de 70, no Brasil, por ocasião da tentativa de implantação da escola tecnicista. 
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1. Explique as principais características da pedagogia de Rousseau
2. Explique as principais características da pedagogia de Kant
3. Explique os principais aspectos da pedagogia positivista

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