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MODULO – A FASE 2 – G.P.I. (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Logística empresarial (110695). (Ciclo 2 UTA Gerência da produção – A 2017 – Fase 2) Resumo aula teórica 6: Tema 1: Custos logísticos. Os custos logísticos são representativos nas operações comerciais brasileiras. Se fizermos um apanhado em publicações da internet, veremos que os percentuais divulgados variam de 10 a 19%. Porém independente da porcentagem assumida, o fato é que os custos logísticos são difíceis de serem identificados em sua totalidade porque ocorrem em diversos pontos, como nos estoques, na embalagem, na movimentação, na armazenagem, nas compras, no transporte e muitos outros. O que torna mais importante a tarefa de buscar incansavelmente a redução de custos na cadeia logística. Os custos mais representativos ou fáceis de identificar são: transporte, estoques, armazenagem, pessoas, aluguéis, seguros, entre outros. Dependendo do segmento de atuação da companhia, outros custos incorrem ou se potencializam. Por exemplo: Se uma empresa utiliza matérias-primas e componentes importados em sua cadeia produtiva, ou até mesmo importa produtos prontos para revenda, os custos com manutenção de estoques, com transportes e com armazenagem, costumam ser bem maiores que as compras convencionais. Esses fatores devem ser considerados no momento da análise dos custos logísticos envolvidos. Além disso, nas importações é vital considerar custos que podem ocorrer na origem por conta da legislação de cada país. E também os custos locais de desembaraço alfandegário, overbooking, estadias, armazenagem compulsória, higienização de contêineres e outras. Outro conceito de custo que tem chamado a atenção dos profissionais de Logística é o “custo da não qualidade”. Essa situação leva o gestor a ponderar que alguns custos não são quantificáveis no primeiro momento, mas é importante avaliar melhor o processo que o gera. Vamos pensar em um pedido específico de um cliente com quatro itens. Quais as chances de alguma coisa não sair conforme o previsto? A partir do conceito de Banzato (2003 p. 271), conheça apenas algumas possibilidades: • Inserção do pedido de forma incorreta no sistema de vendas; • Seleção dos itens incorretos (cores, tamanhos, marcas…); • Separação das quantidades corretas (um item faltando, outro sobrando); • Montagem do pedido correto (exatamente o que o cliente solicitou); • Faturamento do pedido correto (exatamente conforme o pedido registrado inicialmente); • Documentação isenta de erros (nota fiscal, romaneio de carga, etiqueta de rastreabilidade e outros); • Entregue sem defeito (livre de avarias, dentro das expectativas do cliente); • Entregue no local certo (na primeira tentativa); • Entregue pontualmente (exatamente na data que o cliente determinou). Assim, verificamos a urgente necessidade de avaliação dessas possibilidades e de trabalhar na prevenção desses custos. Tema 2: Custos de armazenagem. O custo de armazenagem está relacionado com a opção da empresa em manter estoque ou não. Esse custo também é chamado de custo diretamente proporcional, pois quanto maior o volume de estoque, maior será também o custo. Esses custos são gerados a partir do excedente de produção, ou vendas menores que o previsto, o que reduz o resultado financeiro da empresa. Esses custos podem aumentar ainda mais, tendo em vista que o estoque pode ser danificado se mal manuseado ou conservado, além do risco de tornar-se obsoleto. Vamos conhecer os principais fatores que compõem o custo de armazenagem: São eles: estrutura física, aluguel e seguros, equipamentos de movimentação interna e veículos industriais, manutenção e pessoas. Estrutura física: Uma empresa pode optar por manter espaço para armazenagem internamente, em suas próprias instalações, ou em depósitos terceirizados. No caso dos suprimentos (matérias-primas, componentes, peças e itens considerados Gastos Gerais de Fabricação-GGF) a opção é sempre de manter depósitos internos mais próximos da linha de produção. Já para os produtos acabados, as companhias podem optar por utilizar armazéns terceirizados ou próprios. A estrutura física da armazenagem vai além do prédio, pois considera também os módulos porta-pallets, prateleiras, estanterias e outros que estão no depósito para guardar e acomodar os produtos pelo período necessário. Aluguel e seguros: Esses custos ocorrem por conta da empresa, se por ventura os armazéns são próprios. Caso a armazenagem seja terceirizada, esses custos farão parte do contrato. Equipamentos de movimentação interna e veículos industriais: Para as operações internas do armazém há necessidade da utilização de equipamentos apropriados, tais como: equipamentos de elevação, transportadores contínuos, empilhadeiras, carrinhos paleteiros, talhas, pontes rolantes e outros. Quanto mais estoques estiverem alocados no armazém, mais equipamentos serão necessários para que os colaboradores consigam movimentar e manusear os produtos. Manutenção: Para manter o armazém e também todos os demais fatores envolvidos: estoques, equipamentos, estruturas de armazenagem e outros, os custos devem ser mantidos em perfeita ordem. Pessoas: Quanto mais estoques uma empresa manter em seus depósitos, mais pessoas para operacionalizar e gerenciar esses processos. Os custos com estoques são decorrentes da estratégia empresarial. Se uma companhia determina que sua estratégia é “atender contra pedido”, não haverá estoques, logo, esses custos inexistirão ou serão mínimos. Entretanto, empresas que tem como estratégia “atender prontamente o cliente” ou manter entregas rápidas, certamente possuem estoques. O custo total de investimentos em estoque é formado no mínimo por quatro elementos: Custo de Armazenagem + Custo de Obtenção + Custo Invariável + Custo de comprar. Cada um desses fatores pode trazer implícito outros custos. Assim, antes de determinar o “valor X” do estoque da empresa, é necessário avaliar todas as possibilidades. Investir em estoques é sempre uma escolha crítica para a empresa, pois sabe-se que parte do capital de giro da organização estará aplicado nos estoques e com isso perde-se o custo de oportunidade. Além disso, altos volumes de estoques podem garantir a produção em tempos de escassez, mas podem também ocultar problemas de gestão. Na logística empresarial o trade off entre manter ou não manter estoques, é um desafio constante para o gestor. O custo de manter estoques ocorre devido a algumas situações, por exemplo: estratégia em atender prontamente o cliente; falta de confiabilidade do fornecedor; distância geográfica do fornecedor; sazonalidade do produto, entre outros. Pode-se considerar que os custos que serão apresentados decorrem a partir do volume de estoque que a empresa decide manter. Na composição do custo de manutenção de estoques de uma organização, além do custo de armazenagem apresentado no tópico anterior, ocorre também o custo de pedido de compras (aquisição, obtenção, custo de comprar) que é composto pelos fatores: tamanho do lote - o qual determina o número de pedidos - follow up e entrega, conforme descrito nos itens: Custo do pedido de compras (obtenção): Esse custo dependerá do tamanho do lote (quantidade) de produtos que a empresa deseja receber a cada entrega. Quanto menor o lote, maior será o número de pedidos. O custo de obtenção inclui também o custo do follow up , que é o acompanhamento do pedido e também o custo da entrega, que é o valor do frete a ser pago. Custo da falta de estoques: Os custos que ocorrem quando falta o produto para área de vendas por determinado período de tempo. Outra situação que pode ocorrer é a ruptura do estoque de matéria-prima, o qual pode fazer uma linha de produção paralisar suas operações. Isso causará transtornoe impactará nos custos de produção e ainda, poderá trazer multas contratuais para a empresa. Tema4: Custos com transportes. O custo do transporte é consequência de uma negociação, geralmente de compra e venda de mercadorias, o que resulta na necessidade de entrega de determinado bem ao cliente em local diferente da sua produção Quanto maior a distância geográfica entre os dois atores do negócio, maior será o custo do frete. Além disso, há que se pensar nas características do bem a ser transportado, pois podem haver necessidades especiais de embalagens, de manuseio, de movimentação, entre outras. O custo com transporte, também chamado de custo frete, é o mais visível dos custos logísticos, porque geralmente representa até 60% desse total. Normalmente os custos dos transportes são divididos em custos fixos e custos variáveis e para levantá-los, é necessária uma análise mais detalhada da natureza do negócio. Por exemplo, se a empresa analisada é uma indústria, seus custos fixos e variáveis serão diferentes da análise de uma empresa transportadora. Na nossa aula, a abordagem será mais generalizada porque é uma prévia das informações que o gestor de Logística Empresarial terá que ter. Tema 5: Custos administrativos da logística. Os custos administrativos da logística nem sempre são objetos de análise criteriosa, porém fazem parte das atribuições da Logística Empresarial gerenciá-los, e para isso é necessário conhecê-los: Custos administrativos: Correspondem aos colaboradores que fazem parte dos departamentos de suporte à logística, além da manutenção do escritório, aluguel, comissões, material de uso e consumo, serviços terceirizados e outros. Custos com TI (Tecnologia da Informação): A Logística foi a área que mais recebeu investimentos em TI nos últimos períodos. E naturalmente que a escolha dos sistemas informatizados mais adequados para o negócio exigiu alguns cuidados para a melhor relação Benefício x Custo. Mas a manutenção desses sistemas requer ainda mais atenção. A questão é que nem sempre as empresas possuem colaboradores capacitados para dar esse suporte contínuo, o que resulta em contratação de serviços de empresas especializadas, o que gera mais custos que precisam ser contemplados nos planejamentos. Porém, a empresa terá que arcar com esses custos para manter os sistemas informatizados (hardwares, softwares e licenças) em perfeito funcionamento. Custos com riscos: Quando a empresa mantém estoques certamente estará suscetível a alguns riscos, tais como perdas de materiais por avarias, quebras ou danos. Poderá correr riscos de furtos, roubos e até obsolescência do material. Para se precaver em relação a isso é prudente considerar um percentual para esse risco, e se necessário, provisionar um valor que possa “cobrir” esses prejuízos. A tarefa mais árdua é conhecer esses custos, identificar em que fase da operação eles ocorrem e qual a representatividade no resultado do negócio. Somente a partir disso é prudente definir ferramentas que possam auxiliar o planejamento das atividades logísticas com foco na minimização dos mesmos. Acompanhamentos efetivos da evolução dos custos e a busca constante em reduzi- los tem feito parte dos desafios dos gestores de todas as áreas, refletindo de forma relevante para fornecedores e clientes. Tema 6: Indicadores de desempenho logístico. Para a Logística Empresarial um assunto de extrema relevância são os indicadores. A ciência de como está o desempenho logístico auxiliará o gestor a entender melhor as necessidades reais da empresa, permitindo uma análise hoje que impactará em uma decisão futura! Os indicadores devem ser implementados com um objetivo bem específico: o aperfeiçoamento dos processos logísticos continuamente! Os indicadores são (ou deveriam ser) os instrumentos que alertam, de forma antecipada, eventuais movimentos relevantes do mercado, tendências adversas de performance ou comportamentos específicos de clientes e da sociedade em relação às ofertas da companhia. São as dores corporativas. Segundo Bowersox & Closs, (2008 p. 561): “a combinação de crescimento econômico mais lento e a concorrência mais acirrada forçou empresas em todos os setores a se concentrarem na apropriação eficaz e eficiente de recursos logísticos. Um resultado desses esforços foi o surgimento de uma nova posição nas empresas dedicadas ao controle logístico: o Controller de logística está interessado na avaliação contínua do desempenho da empresa. Ao executar o processo de mensuração, o Controller concentra-se na avaliação da vinculação de recursos e no alcance das metas”. Vamos conhecer inúmeros indicadores logísticos já estabelecidos pelo mercado, mas sempre compete ao gestor avaliar quais são úteis para a empresa no momento, ou não. A definição de indicadores deve contemplar as atividades internas e externas, uma vez que a Logística é uma área que ultrapassa os intramuros da organização. Sempre é bom lembrarmos que um indicador deve ser de fácil compreensão para que os colaboradores se comprometam com as metas da empresa. Sabia que as pessoas costumam ser resistentes a informações nebulosas ou mal explicadas? Ou seja, o ser humano tende a não se interessar ou se comprometer com aquilo que não entende e não vê o propósito do seu esforço. Mas não é apenas porque alguns indicadores foram selecionados e implantados que a empresa terá melhores resultados, muito mais do que isso é necessário! E na área de Logística Empresarial isso não é diferente. Esses conceitos só se tornarão estratégia, se a organização tiver um bom sistema de gestão integrada implementado, um conjunto de técnicas e ferramentas de gestão que suporte as operações, um fluxo de informações eficiente e colaboradores preparados. E ainda, políticas bem definidas e um planejamento estratégico coerente com a sua missão e visão!
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