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Embargos de Terceiro aula 08

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AO JUÍZO DA 4a VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITAPERUNA/RJ 
Distribuição por dependência do processo n° 6002/2015.
			JOSÉ AFONSO, (nacionalidade), solteiro, engenheiro, portador da carteira de identidade n° xxxx, inscrito no CPF sob o n° xxx, residente e domiciliado na ..., representado por seu advogado que subscreve a presente, com endereço profissional encontrado a ..., nos autos da ação de Execução de Título Extrajudicial, vem, na forma dos artigos 319 c/c 674 e seguintes, ambos do CPC, opor
		 EMBARGOS DE TERCEIRO
Pelo Procedimento Especial, em face de CARLOS BATISTA, (nacionalidade), solteiro, contador, portador da carteira de identidade n° xxxx, inscrito no CPF sob o n° xxx, residente e domiciliado na Rua Rio Branco, n° 600, Itaperuna/RJ, com as seguintes razões e fundamentos.
DOS FATOS E FUNDAMENTOS.
O Embargante, adquiriu de Lúcia Maria, residente na Avenida dos Bandeirantes, n° 555, São Paulo/SP, o bem imóvel que se encontra à Rua Central, n° 123, Bairro Funcionários, Mucurici/ES, por meio de contrato particular de compra e venda, no valor de R$ 300.000,00 (Trezentos Mil reais), em 10 de janeiro de 2015. Ocorrendo a sua tradição em única parcela realizada por meio de depósito bancário, conforme documento anexo.
Após a compra do bem, o Embargante foi residir no imóvel e no decorrer de sete meses, o mesmo ao realizar a busca das certidões cartorárias atualizadas, a fim de realizar registro e averbação da compra e venda do referido bem, deparou-se com o gravame de penhora determinada por este Juízo, visando satisfação do crédito por parte do Embargado em decorrência de ser credor da vendedora do bem, que ora figura como Executada na ação principal.
Cabe esclarecer, que a penhora que recai sobre o imóvel do Embargado, foi determinada após 03 (três) meses da celebração do instrumento particular de compra e venda entre o sr. José e a sra. Lúcia Maria.
Após informação supra, passamos a apresentar fundamentos de que o bem penhorado, não poderia ter sofrido tal constrição. Pois, como já informado, a penhora foi realizada com a existência da dívida que vincula o sr. Carlos Batista, ora Embargado e a sra. Lúcia Maria, ora Executada na ação principal. Entretanto, a dívida foi adquirida posteriormente a celebração do contrato particular de compra e venda, afastando a possibilidade de penhora, uma vez que somente bens do devedor podem ser objeto de penhora, conforme artigo 789 do CPC.
Neste sentido, o brilhante doutrinador Daniel Amorim Assumpção Neves, comenta o presente instituto:
“A responsabilidade patrimonial, como regra gera, recai sobre as partes que participam da relação jurídica processual, sendo apenas de forma excepcional permitindo o juiz que determine a constrição patrimonial daquele que não participou do processo (art. 790 do Novo CPC)”.
(NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código e Processo Civil Comentado- 2ed. Ver. E atual.- Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.página 987)
Diante da exposição do caso em tela e da cristalina apresentação doutrinária, é devida a retirada da penhora que recai sob o bem objeto dos presentes Embargos.
No sentido do cabimento dos Embargos de Terceiro, continua o ilustre doutrinador.
“Sempre que a regra geral for desrespeitada e não se verificar um dos casos de exceção, ou seja, não ser parte tampouco ter qualquer responsabilidade pelo cumprimento da obrigação, o terceiro poderá ingressar com ação de Embargos de Terceiro com o exclusivo objeto de afastar a constrição judicial já existente ou evitar que iminente contrição se realize”. 
(NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código e Processo Civil Comentado- 2ed. Ver. E atual.- Salvador: Ed. JusPodivm, 2017. Página 987)
Informa o Embargado, que encontra-se na posse do imóvel desde a celebração do contrato de compra e venda. Assim, estão presentes as características de um possuidor de boa-fé que goza do direito de ser mantido na posse, diante da turbação sofrida, iniciada após ser efetivado o registro do gravame da penhora em seu bem, bem como a eminência e receio de não estar seguro dentro de um bem que adquiriu de forma legal e de boa-fé, conforme expõe o artigo 1.210 do Código Civil de 2002.
Diante das exposições acima, é preciso apresentar que o presente caso concreto possui aplicabilidade da súmula 84 do STJ, que admite a oposição de Embargos de Terceiro por parte do possuidor do bem, ainda que o contrato não tenha tido o devido registro realizado.
Cabe esclarecer, que a penhora do bem, decorreu de requerimento do Embargado após recusar a penhora de outros bens em nome de sua devedora, que encontram-se livres de Embaraços e desimpedidos de serem objetos de penhora.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requeiro de V. Exa., que:
Seja levantada a penhora que recai sobre o bem do Embargante, devidamente indicado;
Caso V. Exa. entenda por manter a constrição do imóvel, requeiro que seja determinada a Manutenção do Embargante na posse do bem, até o trânsito em julgado dos presentes embargos;
Seja realizada a citação do Embargado, a fim de apresentar contestação na forma do artigo 679 do CPC;
Seja condenado o Embargado ao pagamento dos honorários de sucumbência.
DAS PROVAS
Protesta o Embargante por todos os meios de prova admitidos em direito.
Dá à causa o valor de R$ 100.000,00 (Cem mil reais).
Termos em que.
Pede deferimento.
Local, Data, ano.
OAB/UF n° XXX—XX
Advogado.

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