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CADERNO COMPLETO CONSTITUCIONAL II

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→ AULA 2 - 28/07/2015 ← 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS - CONCEITOS GERAIS 
 
1.1 - ASPECTOS GERAIS 
 
» Assumem ponto central dentro da constituição federal e dentro da ordem jurídica, 
possuindo dois fatores: 
 
a) A CRFB/88 é a mais protetiva dos direitos fundamentais. Antes disso, apenas no período 
compreendido entre 1947 e 1961 houve uma breve tentativa de inserção, o que demonstra 
um relativo atraso. Na CRFB/88, os direitos fundamentais são cláusulas pétreas, podendo 
apenas ocorrer a ampliação desses direitos. 
 
b) Constitucionalização: irradiação dos princípios inseridos na constituição nos vários ramos 
do direito, onde os direitos fundamentais transcendem para todos os campos. 
 
» Interpretação: sempre a análise de um direito fundamental deve partir do texto 
constitucional, inclusive gerando reflexos na jurisprudência. A interpretação é ligada ao 
contexto histórico, ocorrendo a ampliação ou redução interpretativa dependendo do período 
social vivido no país. 
 
» Diversidade: os direitos fundamentais possuem em seu bojo a necessidade do respeito à 
diversidade de opiniões. O direitos fundamentais são para assegurar a parte hipossuficiente 
agredida no convívio social. 
 
1.2 - CONCEITOS 
 
» Direitos do Homem: possui matriz religiosa. Verifica o Homem como imagem e 
semelhança de Deus e embasado no jusnaturalismo. Não é mais utilizado. 
 
» Direitos Humanos: são aqueles inerentes ao ser humano e previstos em documentos 
internacionais (transcendem o ordenamento jurídico). Encontra obstáculos na soberania de 
cada país. 
 
» Direitos Fundamentais: são aqueles inerentes ao Homem, positivados no texto 
constitucional (âmbito interno). 
 
1.3 - EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
» Direitos fundamentais são oriundos do final do século XVIII e início do século XIX. 
 
a) 1ª Dimensão: ligada a uma perspectiva de estatus negativo, relacionados ao intuito de 
que o Estado não interferirá no indivíduo (liberdade, igualdade, propriedade). Abstenção de 
conduta interferente ao Estado. 
 
b) 2ª Dimensão: Estatus positivo, onde o Estado presta os direitos sociais, econômicos e 
culturais. Ocorrido no início do século XX. 
 
 
→ AULA 3 - 03/08/2015 ← 
 
3ª Dimensão​: Ligada aos direitos de fraternidade, perspectiva trans-individual dos direitos 
(direitos coletivos); englobam o meio ambiente, a paz, o patrimônio histórico, o 
desenvolvimento sustentável... Surgem a partir do final da segunda guerra mundial e 
rompem com a ideia liberal clássica. 
 
» Todos os direitos devem ser somados; na dúvida, deve-se sempre ter uma visão 
ampliativa, aplicados extensivamente. 
 
Obs.: Estas três dimensões são as explicitadas pelo STF. As outras dimensões não serão 
abordadas por carência de amadurecimento pelo próprio STF. 
 
 
1.4 - CARACTERÍSTICAS 
 
As características servem para facilitar a visualização dos próprios direitos fundamentais. 
 
a) ​Positividade ​(fundamentalidade ou constitucionalidade); os direitos fundamentais estão 
previstos, positivados no texto constitucional. Existem direitos fundamentais implícitos 
(artigo 5º, parágrafo 2º), decorrentes do texto constitucional e podem ser criados por 
emendas. 
 
b) ​Possibilidade de restrição​: Limitação de direitos fundamentais; ex.: (limitação do direito 
de ir e vir). Posição do STF: Não são absolutos os direitos fundamentais, pois permitem 
situações de restrição. 
 
Obs.: Existem 3 tipos de restrição: 
 
» Restrição direta: (Ex. artigo 5º, IV e XVII) é aquela prevista no próprio texto constitucional. 
 
» Restrição indireta: (Ex. artigo 5º, XIII) é aquela em que a constituição autoriza que a 
legislação infraconstitucional venha restringir o direito fundamental. 
 
 
→ AULA 4 - 04/08/2015 ← 
 
» Restrição tácita: é aquela que ocorre em casos de colisões de direitos fundamentais. Não 
há a clareza da constituição, visto que a a resolução da antinomia necessita 
necessariamente da verificação do caso concreto. 
 
● Deve-se resolver a celeuma de forma similar às antinomias de princípios, por meio 
de ponderação e sopesamento dos direitos fundamentais atingidos no caso 
analisado. (ex. Liberdade de expressão x Honra). 
● Restrição ao direito fundamental que suportar mais no caso concreto; O direito 
fundamental não pode ser anulado, podendo este ser pleiteado novamente no futuro 
e ter novo entendimento jurisprudencial pelas características do caso em comento. 
Exige-se o cuidado com a subjetividade na análise do caso. 
 
c) ​Universalidade​: os Direitos Fundamentais são inerentes ao ser humano. O artigo 5º, no 
seu ​caput​, não menciona os estrangeiros não residentes no Brasil. no entanto, o STF já se 
posicionou a favor da universalidade, onde os Direitos Fundamentais abrangem todo ser 
humano. 
 
d) ​Vinculação dos Poderes Públicos e dos Particulares​: os Poderes do Estado (Executivo, 
Legislativo e Judiciário) devem se vincular ao respeito aos Direitos Fundamentais nas suas 
atividades públicas. 
 
● Quanto aos particulares - é chamada de eficácia horizontal, e significa que na 
relação entre particulares, os Direitos Fundamentais são aplicáveis, segundo o STF. 
A vinculação aos particulares é mais complexa e deve ser analisada sob o enfoque 
da autonomia e da igualdade entre as partes. 
 
e) ​Aplicabilidade Imediata​: As normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata (artigo 5º, § 1º). 
 
● Existem direitos fundamentais que podem ser normas programáticas, apesar da 
pouca possibilidade de aplicabilidade destas normas. Os artigos 196 e 205 são 
exemplos, ou seja, o § 1º do artigo 5º não torna todos os Direitos Fundamentais de 
eficácia plena. 
● Este mesmo § 1º permite que os Direitos Fundamentais previstos em normas de 
eficácia limitada produzam, no caso concreto, a máxima eficácia possível, sendo um 
Princípio Constitucional Interpretativo. 
 
 
→ AULA 5 - 10/08/2015 ← 
 
f) ​Abertura (art. 5º,§ 2º): os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados. Novos direitos 
fundamentais podem ser incorporados, inclusive por meio de tratrados no qual o Brasil seja 
signatário. 
 
● No regime democrático/republicano, existe o ambiente propício para o surgimento de 
novos direitos fundamentais. Não há a necessidade de criação de emendas para a 
sua aplicação e reconhecimento; Aliado ao exposto, dependendo do contexto 
histórico, podem surgir novas interpretações sobre o tema, modificando o 
pensamento aplicado anteriormente. 
 
● O magistrado pode decidir sobre a aplicação de tratados internacionais “não 
emendados” em normas de caráter interno. 
 
● O parágrafo 3º viabiliza o aspecto da supralegalidade dos tratados internacionais 
sobre Direitos Humanos assinados antes da emenda nº 45 de 2004 (exemplo é o 
caso do depositário infiel). 
 
1.5 - TITULARES E DESTINATÁRIOS 
 
a) ​Titulares​: são os detentores do bem jurídico previsto pela norma de direitos 
fundamentais. 
 
→ Brasileiros; 
→ Estrangeiros, residentes ou não; 
→ Pessoas Jurídicas de Direito Público ou Privado. 
 
b) ​Destinatários​: são aqueles que ficam vinculados à respeitar e cumprir os direitosfundamentais. 
 
→ Estado (destinatário inicial); 
→ Particulares (vinculação horizontal). 
 
 
1.6 - SENTIDO FORMAL E SENTIDO MATERIAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
a) ​Sentido formal​: é aquele basicamente vinculado ao Direito Constitucional positivo 
(previsão no texto constitucional). 
 
→ Como normas constitucionais positivas, os direitos fundamentais são dotados de 
supremacia hierárquica; 
 
→ Os direitos fundamentais são protegidos como cláusulas pétreas, limitando a atuação do 
Poder Constituinte Derivado no aspecto formal e material. Corrente majoritária discorre que 
as emendas também são assecuratórias das cláusulas pétreas. 
 
→ Os direitos fundamentais são dotados de aplicabilidade imediata por força do artigo 5º, § 
1º, onde todos são vinculados a sua aplicação. 
 
b) ​Sentido material​: traz nova perspectiva de análise, estabelecida em razão do conteúdo, 
Advém de uma visão do artigo 5º, § 2º. Protege direitos que sejam inerentes ao ser humano 
(ligação direta com o princípio da dignidade da pessoa humana). 
 
 
 
 
 
→ AULA 6 - 11/08/2015 ← 
 
1.7 - DIMENSÃO SUBJETIVA E OBJETIVA 
 
a) Dimensão subjetiva: os direitos fundamentais criam condições para o exercício de 
direitos subjetivos, onde o titular pode exigir do destinatário as condições de aplicação 
desses direitos. É a possibilidade de exigência garantidora dos Direitos Fundamentais por 
meio de ingresso processual. 
 
b) Dimensão objetiva: ideia de que os Direitos fundamentais criam um dever de proteção 
por parte do Estado. Perspectiva da efetivação dos direitos fundamentais e sua vinculação 
nas relações privadas (efetivação horizontal). 
 
● Criação de vinculação do Estado numa visão geral, coletiva; 
 
● Possui relação direta com o sentido formal. 
 
 
1.8 - RENÚNCIA (DISPONIBILIDADE) DE DIREITOS 
 
● A Constituição não estabelece critérios sobre a indisponibilidade; 
 
● Os direitos de personalidade preconizados no artigo 11 do Código Civil seriam, 
conforme este, indisponíveis: 
 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da 
personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, ​não 
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
 
● O STF, analisando sobre os requisitos da Arbitragem, estabelece as primeiras ideias 
sobre a ​disponibilidade​, que está diretamente ​relacionada ao ​consentimento do 
titular do direito (Obs.: Este consentimento será sempre limitado). 
 
● A disponibilidade de direitos não se confunde com a restrição de direitos, pois 
naquela há o ​consentimento ​do titular do direito afetado, enquanto que esta possui 
um caráter impositivo, sem margem de escolha do titular do direito. 
 
 
1.9 - OS DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CRFB/88 
 
● Concentração de direitos no Título II (do artigo 5º ao artigo 17 da CRFB/88). 
 
→ Sistematização proposta pelo constituinte originário para concentrar, mas sem 
esgotar a oferta de direitos fundamentais. 
 
→ Existe a ocorrência de direitos fundamentais fora do Título II, como por exemplo 
os artigos 170, 196, 225… Os direitos fundamentais encontram-se também espalhados pelo 
tecto constitucional, possuindo a mesma supremacia hierárquica dos direitos previstos 
naquele Título, procurando difundir uniformidade dos direitos. 
 
→ Nem todas as normas deste Título II são direitos fundamentais. O artigo 17, que 
trata sobre partidos políticos, e o artigo 13 - que versa sobre a língua oficial no país, são 
exemplos de normas previstas no Título II que não possuem cunho de direitos 
fundamentais. 
 
→ Grande parte dos direitos previstos neste setor da constituição foram criados pelo 
Poder Constituinte Originário; o Poder Constituinte Derivado, por meio de emendas, 
propõem novos direitos, com a finalidade de garantir a segurança jurídica e aplicação 
imediata. No entanto, este procedimento não é obrigatório para o exercício de um direito, 
conforme disposto no parágrafo 2º do artigo 5º: 
 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
 
→ Direitos fundamentais são protegidos pelo artigo 60, §4º, IV: 
 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: 
[...] 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
Obs.: Corrente majoritária afirma que a proteção proposta pelas cláusulas pétreas abrange 
todos os direitos, individuais e coletivos. Para essa corrente o legislador originário incorreu 
em erro ao explicitar somente os direitos individuais, onde a melhor interpretação procura a 
abrangência dos direitos. 
 
→ AULA 7 - 17/08/2015 ← 
 
1.10 - INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
● Antigo Regime​: anterior à Revolução Francesa, onde as normas eram legítimas 
pelo fato de serem emanadas pelo Absolutista, o que proporcionava grande 
insegurança jurídica. 
 
→ Movimentos de Ruptura: Ideais iluministas e propostas positivistas. 
 
a) Independência dos EUA em 1776; e 
b) Revolução Francesa em 1791. 
 
● Positivismo Exegético 
→ Possui o objetivo da abrangência ampla de possibilidades previstas, de forma que 
a norma previna o maior número de casos concretos. 
→ Eliminação das inseguranças jurídicas por meio da legitimação dos anseios do 
povo, exercidas pelos seus representantes eleitos (discurso legislativo). 
→ Sentido literal da norma jurídica; interpretação sintática independente de contexto. 
→ Reduzida margem de interpretação do magistrado, sendo mero reprodutor da 
norma positivada. 
 
● Positivismo Normativo 
 
→ Proposto por Hans Kelsen, onde a Ciência do Direito é tido como a interpretação 
sintática, analisando os diversos liames da norma (moldura da norma); 
→ Durante a aplicação da norma, deve-se analisar o caso concreto para identificar 
as possibilidades de aplicação (subsunção); Maior importância do contexto histórico; 
→ Magistrado possui maior possibilidades de atuação; 
→ Soma-se à interpretação sintática a interpretação semântica, evidenciando um 
raciocínio lógico subsuntivo. 
→ Procedimentos utilizados apenas nas normas jurídicas com caráter de regras, não 
sendo possível aplicação deste método na análise de conflitos entre princípios. 
 
● Análise de conflitos entre princípios 
 
→ Robert Alexy: análise de princípios por meio de sopesamento e ponderação, e 
não por subsunção. Surgimento deste pensamento após o final da 2ª Guerra Mundial; 
→ Vinculação do magistrado aos princípios constitucionais. 
→ Maior importância e proteção aos direitos materiais e redução da vinculação aos 
direitos formais, ou ao seu procedimentalismo (Constitucionalismo); 
→ Surgimento do conceito da vontade da Constituição; 
→ Surgimento das Teorias da Argumentação; 
→ Análises de casos difíceis (hard cases), motivados pela não hierarquização dos 
princípios constitucionais. 
 
→ AULA 8 - 18/08/2015 ← 
 
 
1.11 - INTERPRETAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
● Procedimentos para a interpretação de direitos fundamentais: 
 
a) Determinação do Suporte Fático (identificação da área de proteção dos direitos); 
b) Decisão entre os princípios colidentes; 
c) Análise da constitucionalidade de leis infraconstitucionais. 
 
 
 
● Âmbito de proteção​: é o limite deabrangência de proteção de um direito 
fundamental; Pode ser dividido em amplo e restrito. 
 
 
ÂMBITO DE PROTEÇÃO 
SENTIDO AMPLO SENTIDO ESTRITO 
Maior proteção ​a priori ​no processo de 
interpretação; 
Menor proteção ​a priori; 
Maior número de colisões entre princípios; Menor número de colisões; 
Definição da proteção efetiva diante do 
caso concreto. 
Menor liberdade do aplicador. 
 
→ Obs.: Os limites de proteção em sentido amplo possuem os mesmos parâmetros de 
identificação: 
 
EM SENTIDO AMPLO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
EM SENTIDO ESTRITO: 
 
 
 
 
● Esforço interpretativo​: Quanto mais restrito for o âmbito, maior será a necessidade 
de utilização dos métodos clássicos (e outros) de intepretação das normas. 
 
● Métodos de interpretação: 
 
a) Genético: qual a intenção do legislador ao criar a norma. 
b) Gramatical: Sentido literal, positivado, da norma. 
c) Teleológico: Qual a finalidade da norma criada. 
d) Histórico: Busca a “vontade do povo” (volksgeist); análise, com o passar do tempo, da 
aplicação da norma. 
e) Sistemático: Análise das normas constitucionais e infraconstitucionais para a conclusão 
sobre o caso concreto. 
f) Costumes 
g) Analogia 
h) Observação social 
 
● Restrições ou intervenções​: São barreiras que filtram o âmbito de análise dos 
princípios em conflitos. Subdividem-se em internas e externas: 
 
 
RESTRIÇÕES OU INTERVENÇÕES 
INTERNAS EXTERNAS 
Todos os limites são encontrados na 
Constituição. 
Elementos externos que ajudam a definir o 
sentido da norma. 
Promove a harmonia entre as normas. Auxiliam a solução entre os conflitos de 
colisões. 
 
 
 
 
→ AULA 9 - 25/08/2015 ← 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE 
 
1 - DIGNIDADE HUMANA 
 
● A dignidade da pessoa humana constitui um fundamento da República, previsto no 
artigo 1º, III, da CRFB/88. 
 
● Como um princípio, verifica-se preconizado no artigo 226, § 7º, também da 
CRFB/88: 
 
§ 7º Fundado nos princípios da ​dignidade da pessoa 
humana e da paternidade responsável, o planejamento 
familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado 
propiciar recursos educacionais e científicos para o 
exercício desse direito, vedada qualquer forma 
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. 
 
● Como um bem jurídico tutelado, a dignidade da pessoa humana encontra respaldo 
nos artigos 227 e 230. 
 
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever 
de amparar as pessoas idosas, assegurando sua 
participação na comunidade, defendendo sua ​dignidade 
e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
 
1.1 - DIMENSÕES DA DIGNIDADE HUMANA 
 
a) Dimensão ontológica: a dignidade identifica o ser humano como tal, sendo parâmetro de 
igualdade para os seres humanos. Autonomia e autodeterminação; aquilo que desnatura o 
ser humano é indigno. 
 
b) Dimensão intersubjetiva: os seres humanos precisam se respeitar. Existe o dever de 
respeito, inclusive para com ele mesmo. Todos participam do acordo moral da sociedade. 
 
c) Dimensão historico-cultural: a dignidade é uma construção que envolve a questão dos 
contextos históricos e culturais. 
 
1.2 - FUNÇÕES 
 
a) Referência axiológica: fundamento de existência para os direitos fundamentais (liberdade, 
igualdade, integridade, solidariedade…). 
 
b) Referência interpretativa: serve o princípio da dignidade da pessoa humana como 
orientação interpretativa nos casos de indeterminação de sentidos ou colisões entre direitos 
fundamentais. Também possui uma função integrativa, com o intuito de preencher lacunas 
normativas. 
 
→ AULA 10 - 31/08/2015 ← 
 
2 - DIREITO DE IGUALDADE 
 
● Critério comparativo para análise do Princípio, necessariamente. 
 
● É uma lógica de diversidade, respeitando e aceitando as diferenças de cada 
indivíduo. Não é um tratamento homogêneo. 
 
2.1 - ORIGEM DO DIREITO DA IGUALDADE 
 
● Declaração da Virgínia; 
● Revolução Francesa; 
● Declaração da ONU de 1948; 
● Declaração Americana de Direitos Humanos de 1969. 
 
Obs.: Na CRFB/88, a Justiça social é prevista como objetivo da República, conforme 
disposição no artigo 3º, I. 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
 
2.2 - CLASSIFICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE 
 
● Estas classificações são complementares entre si, porém há choque nas ações 
afirmativas. 
 
a) Formal: critério abstrato de cunho tratamental idêntico. Traz uma igualdade de âmbito 
geral e tem como exemplo o caput do artigo 5º, onde este afirma que todos são iguais 
perante a lei. 
 
b) Material: gerar condições de igualdade, tratando individualmente as diferenças, 
promovendo as condições mínimas de subsistência; Trabalha como um critério concreto e 
tem como exemplo o artigo 3º, I, da CRFB/88. 
 
 
 
 
● Formas de aplicação do princípio da igualdade: 
 
→ Igualdade perante a lei: destina-se ao aplicador do direito; 
→ Igualdade na lei: destinada ao legislador, para o processo legislativo compreender 
a igualdade como um fator de entendimento das desigualdades. 
 
2.3 - QUEBRA DA IGUALDADE 
 
● Elemento essencial para a promoção da própria igualdade, sendo possível a sua 
aplicação. 
 
● A quebra da igualdade pode ser aplicada, mas nem toda quebra é constitucional. 
 
● Celso Antonio Bandeira de Melo elabora parâmetros de análise para a realização da 
quebra de igualdade: 
 
→ A quebra de igualdade não pode ser um privilégio; 
 
→ Não pode favorecer apenas uma pessoa; 
 
→ As pessoas que estejam numa situação de quebra devem, realmente, estar em 
situações distintas. 
 
→ Deve existir uma relação lógica entre os motivos da quebra e a desigualdade 
sustentada pela norma, necessitando de uma motivação relevante (fatos diferenciais x 
desigualdade normativa). 
 
2.4 - AÇÕES AFIRMATIVAS 
 
● Campo do Direito Constitucional e da Filosofia do Direito. 
 
● Surgimento na Índia e desenvolvimento nos EUA, por sua periodicidade da 
aplicação de ações afirmativas. 
 
● No Basil: Previsão expressa na Constituição nos artigos 3º e 37, VIII, exemplificando 
sua incidência: 
 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação. 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos 
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e 
definirá os critérios de sua admissão; 
 
→ AULA 11 - 01/09/2015 ← 
 
2.4.1 - CONCEITO 
 
● Políticas públicas ou privadas, de caráter coercitivo ou não, que visa promover a 
igualdade material (substancial) para grupos que são objeto de discriminação, 
preconceito ou estigma social. Por ser uma política de governo, é umaopção, não 
uma obrigação. 
 
● Opção pela igualdade material, ponto este que difere da quebra, que se pauta 
principalmente pela igualdade formal, e geram choque antagônico entre as 
igualdades material e formal. 
 
● Quebra dos paradigmas de preconceito. 
 
2.4.2 - DISCRIMINAÇÃO INVERSA OU POSITIVA (cotas) 
 
● Quebra de igualdade para a tentativa de aquisição de igualdade material 
 
2.4.2.1 - FUNDAMENTOS DAS DISCRIMINAÇÕES INVERSAS 
 
a) Justiça compensatória: análise de dívidas históricas para uma compensação. Não é a 
fundamentação mais aceita, pois visa apenas buscar o passado para que não se repita no 
futuro. 
 
b) Justiça distributiva: fundamento de gerar igualdade material. 
 
c) Promoção do pluralismo social: maior quantidade de pessoas de diferenciadas etnias em 
todos os âmbitos. 
 
d) Promoção da autoestima do grupo: necessita da aprovação do grupo beneficiado, por 
isso, ela é presumida, caso contrário a política seria revogada. 
 
2.4.2.2 - CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES AFIRMATIVAS 
 
a) Temporárias: é fator essencial, pois essas ações não podem durar eternamente, e o 
tempo variável ideal de duração entre 10 a 15 anos. 
 
b) Revisão e fiscalização necesssárias; 
c) Percentual estabelecido: é estabelecido entre um percentual mínimo de 25% e máximo 
de 40%. 
 
d) As medidas podem ser regionalizadas; 
 
e) Outro aspecto essencial das ações afirmativas é o necessário respeito à 
proporcionalidade. 
 
→ AULA 12 - 08/09/2015 ← 
 
3 - DIREITO DE LIBERDADE 
 
● Nova dimensão adquirida com a CRFB/88, sendo a liberdade uma conquista que 
não pode ser suprimida. 
 
● A ideia de liberdade abarca a questão do poder fazer tudo aquilo que não interfira na 
liberdade do outro. É essencialmente um desdobramento da autonomia individual. 
 
3.1 - ORIGEM 
 
→ Revolução Francesa: afirmação das bases da liberdade; 
 
→ Na Carta da Virgínia, a primeira revelação de liberdade foi de cunho religioso (Quakers); 
 
→ No Brasil, o início da abordagem sobre o tema foi na constituição de 1891, no entanto, o 
primeiro período em que realmente ocorreu um interregno de liberdades, foi com a 
CRFB/88. 
 
→ Para Ingo Sarlet, o artigo 5º da constituição denota um direito geral de liberdade, pois 
garante a ideia das liberdades genéricas como base para as liberdades específicas 
(liberdades de expressão, reunião, religiosa…). 
 
 
 
 
 
● O princípio da legalidade utilizado como garantidor de liberdades. 
 
 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei; 
 
● A liberdade pode ter funções positivas (ato de exercer a liberdade), ou negativas (ato 
de exercer a liberdade de forma contrária). Podemos abordar a liberdade religiosa, 
por exemplo, que tem como função positiva o ato de “ter fé”, como um católico ou 
protestante; já a função negativa seria o ato de “não ter fé”, como os ateus. 
 
3.2 - LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
 
● É considerada como a liberdade mãe, irradiadora de outros tipos de liberdades. 
 
3.2.1 - ORIGEM E DESENVOLVIMENTO 
 
● Primeira aparição na Constituição Imperial de 1824, mantendo-se em todas as 
constituições seguiintes. 
 
● Traz em seu bojo a ideia de manifestação de pensamento. 
 
● Na CRFB/88, encontra-se prevista no artigo 5º, IV: 
 
Art. 5º 
 
[...] 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato; 
 
● São titulares da liberdade de expressão: 
 
→ Brasileiros, estrangeiros (residentes ou não), pessoas jurídicas de direito público 
ou privado. 
→ Demonstra um espectro amplo de titularidade. 
 
● São destinatários da liberdade de expressão: 
 
→ O Estado e particulares em geral. 
 
→ O artigo 5º no seu inciso IX impõe uma limitação ao Estado com relação à 
censura: 
 
Art. 5º 
 
 [...] 
 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, 
científica e de comunicação, independentemente de 
censura ou licença; 
 
 
3.2.2 - ÂMBITO DE PROTEÇÃO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
 
● A liberdade de expressão abarca os direitos de falar, de permanecer em silêncio, 
acesso a informação, gestos e manifestações, que envolvem os meios artístico e 
musical, além de diversas outras expressões culturais. 
 
→ AULA 13 - 14/09/2015 ← 
 
● Detalhes sobre o âmbito de proteção: 
 
a) Vedação à censura (art. 5º, IX; e art. 220, § 2º) 
 
→ Cabe ao Estado a realização da análise prévia, autorizando ou não a veiculação 
da manifestação, tendo como previsão o inciso XVI do artigo 5º: 
 
Art. 5º 
 
[...] 
 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, 
em locais abertos ao público, independentemente de 
autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo 
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
 
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a 
expressão e a informação, sob qualquer forma, 
processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, 
observado o disposto nesta Constituição. 
 
[...] 
 
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza 
política, ideológica e artística. 
 
→ Não confundir censura com a análise, realizada pelo magistrado, dos conflitos de 
direitos fundamentais, onde a atuação de um direito pode ser mitigada em face de outro 
direito, no caso concreto. 
 
b) Liberdade de Expressão x Discurso do Ódio 
 
→ Omissão da CRFB/88 quanto ao discurso do ódio; 
 
→ O caso Ellwanger (HC 82424/RS), denota o conflito da dignidade da pessoa 
humana com relação à liberdade de expressão. Baseando-se no caso e comento, o STF 
reconheceu que o discurso do ódio não faz parte do âmbito de proteção da liberdade de 
expressão. 
 
→ Proliferação de discursos racistas a partir de 2010 
 
c) Anonimato 
 
→ Constitui vedação no texto constitucional, conforme artigo 5º, IV: 
 
Art. 5º 
 
 [...] 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato; 
 
→ Medida que visa ao direito de resposta. Manifestações anônimas não podem 
servir de base para responsabilizações civis ou criminais, pois o anonimato não seria uma 
liberdade de expressão em exercício. 
 
→ Não confundir com a denúncia anônima que pode gerar prisão em flagrante. 
 
d) Publicidade (art. 220, § 4º) 
 
→ A propaganda enganosa deve sofrer restrições, sendo exemplo de mitigação da 
aplicação da publicidade: 
 
 
Art. 220. 
 
[...] 
 
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e 
terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, 
sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso. 
 
I - Meios de comunicação (art. 220, § 5º): Vedação à propriedade cruzada. A CRFB/88 visa 
coibir a formação de monopólios ou oligopólios abrangendo TV, Rádio e Jornal, ao mesmo 
tempo e na mesma região de transmissão. 
 
Art. 220. 
 
[...] 
 
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, 
diretaou indiretamente, ser objeto de monopólio 
ou oligopólio. 
 
e) Direito de Resposta (art. 5º, V) 
 
 
→ Este direito deve ser exercido de forma similar à manchete veiculada que tenha 
ferido o âmbito de proteção à liberdade de expressão, inclusive com o mesmo tempo, 
espaço e destaque fornecido à original. 
 
→ Pilar fundamental em relação aos assuntos que envolvem a Imprensa. 
 
Art. 5º 
 
[...] 
 
V - é assegurado o direito de resposta, 
proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem; 
 
_________________________________________________________________________
__ 
29.09.2015 
 
3.3 - LIBERDADE RELIGIOSA 
 
● Previsão no artigo 5º, incisos VI a VIII, da CRFB/88: 
 
 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de 
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos 
locais de culto e a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação 
de assistência religiosa nas entidades civis e militares 
de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo 
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei; 
 
● A liberdade religiosa verifica-se nas formas positiva ( direito de ter religião) e 
negativa (liberdade em não ter religião); 
● A menção da proteção de Deus explicitada no preâmbulo não afeta a liberdade de 
religião, pois não contém valor normativo seu conteúdo. Portanto, não existe a 
necessidade da promoção de alteração legislativa. 
● Titulares da liberdade religiosa - pessoas físicas e pessoas jurídicas de Direito 
Privado; 
● Destinatários da liberdade religiosa - Estado e particulares. 
● Com relação ao ensino religioso, este encontra-se amparado no art. 210, §1º: 
 
Art. 210 - § 1º O ensino religioso, de matrícula 
facultativa, constituirá disciplina dos horários normais 
das escolas públicas de ensino fundamental. 
 
● O símbolos religiosos em prédios públicos teriam valor cultural e histórico, segundo 
decisão do CNJ de 2007; 
 
3.3.1 - LIBERDADE DE CRENÇA 
 
● Abrange os aspectos ideológicos, fora do contexto religioso; 
 
3.4 - LIBERDADE PROFISSIONAL 
 
● Bem jurídico protegido é a possibilidade de escolha profissional; a liberdade de 
escolha da profissão, ou não ser obrigado ao exercício profissional; 
● Previsão no art. 5º, XIII: 
 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, atendidas as qualificações profissionais que 
a lei estabelecer; 
 
● A restrição indireta prevista neste inciso tem o condão de regulamentação, mas 
nunca restringir a possibilidade de escolha profissional 
● Titulares da liberdade profissional - pessoas físicas e pessoas jurídicas de direito 
privado. 
● Destinatários da liberdade profissional - Estado e particulares. 
 
3.5 - LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO 
 
○ Um dos direitos mais antigos e com proteção mais eficaz. 
○ Previsão no artigo 5º, XV; 
 
XV - é livre a locomoção no território nacional em 
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos 
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus 
bens; 
 
3.5.1 - Titulares do direito de locomoção: 
 
● Os estrangeiros não residentes devem cumprir a lei nº 6815/80. 
● Brasileiros; 
● Estrangeiros residentes; 
● As pessoas jurídicas, em tese, não têm este direito garantido. 
 
3.5.2 - Âmbito de proteção: 
 
● Proteção ao exercício ou não do direito de ir e vir, ou seja, poder transitar livremente 
em todo território nacional. Inclui o direito de dimensão negativa de poder 
permanecer no local. Tudo isto expressamente declarado que é praticado em 
tempos de paz. 
 
● Estado de defesa e Estado de sítio são situações excepcionais à liberdade de 
locomoção. 
 
● Outra restrição é o direito penal, onde, em tempos de paz, pode ocorrer a restrição 
ao direito de ir e vir, adaptada à previsão constitucional. O direito de r e vir é pleno, 
no entanto, admite variadas restrições. 
 
● Para alguns autores, a liberdade de locomoção deve ser também prestado pelo 
Estado, como o oferecimento de segurança pública e do transporte público viável. 
 
3.6 - LIBERDADE DE REUNIÃO 
 
○ Relação direta com a liberdade de locomoção e de expressão, pois as 
reuniões podem ser móveis e indicam a expressão de uma opinião. 
○ Deve, conforme o texto cosntitucional, ter o prévio aviso às autoridades 
públicas. 
 
3.6.1 - Titulares da liberdade de reunião: 
 
● Pessoas físicas em geral: brasileiros, estrangeiros residentes ou não; 
● Pessoas jurídicas Públicas ou Privadas (atuação convocatória para a manifestação). 
 
3.6.2 - Destinatários: 
 
● Estado; e 
● Particulares. 
 
3.6.3 - Âmbito de proteção: 
 
● Participar ou não de reuniões; 
● Convocar ou não reuniões. 
 
3.6.4 - Elementos caracterizadores da liberdade de reunião: 
 
● Locais públicos​; 
 
● Participantes - autores trabalham com a ideia do bom senso, onde o todo não pode 
ser exercido por apenas um ou dois integrantes, mas por uma quantidade que 
garanta as condições de proteção daquele direito de reunião. 
 
● Pacífica - vedação de qualquer tipo de armas, tanto de fogo, quanto armas brancas. 
No caso de manifestações de sem terras, alguns integrantes determinados poderiam 
utilizá-las, recebendo ostensiva vigilância para restringir possíveis problemas. 
 
● Temporal - deve ter início e fim, que deve ser informado no agendamento prévio da 
reunião. Somente em casos de resistências é que a polícia poderia agir 
coercitivamente para a dispersão das pessoas reunidas. 
 
● Prévio aviso - não é uma autorização, pois o poder público não pode, em tese, 
proibir a sua realização, exceção ocorre nos casos de proximidades com hospitais e 
outras casas de saúde, limitando a exposição sonora na região. É a comunicação à 
autoridade competente para evitar possíveis frustrações de outras reuniões 
previamente agendadas para o mesmo local. 
 
● Elemento subjetivo​: motivo que reúne as pessoas - as pessoas se unem por ter 
afinidade. Lembrando que este motivo deve ser lícito. 
 
______________________________________________________________________ 
06.10.2015 
 
4 - DIREITO DE ASSOCIAÇÃO 
 
○ União permanente entre os indivíduos; traz claro a possibilidade de ingressar 
numa associação que perdure no tempo. 
 
4.1 - Titulares da liberdade de associação 
 
● Pessoas físicas; 
● Pessoas jurídicas. 
 
4.2 - Destinatários da liberdade de associação 
 
● Estado; 
● Particulares. 
 
4.3 - Âmbito de proteção 
 
● Dignidade da pessoa humana; 
● Direito de se associar, permanecer associado, não permanecer associado ou não se 
associar; 
● Direito ao gozo dos benefícios de ser associado; 
● Direito de autonomia da entidade; 
● Direito a não sofrer interferência estatal. 
 
➡ Previsão sobre as associações no artigo 5º, XVII a XXI: 
 
XVIII - a ​criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas 
independem de autorização​, sendo vedada a interferência estatal em seu 
funcionamento; 
 
XIX - as associações só poderão ser ​compulsoriamente dissolvidas ou ter 
suas atividades suspensas por decisão judicial,exigindo-se, no primeiro 
caso, o trânsito em julgado​; 
 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer 
associado; 
 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
 
● A dissolução espontânea de associações não está regrado nestes dispositivos, 
sendo livre a autonomia de extinção não compulsória das associações. 
 
 
5 - DIREITO À VIDA 
 
○ Grande debate principalmente com relação ao início e término da vida. 
○ Envolvem o questionamento da dignidade da pessoa humana, por isso que 
não existem vedações constitucionais quanto ao aborto e a eutanásia, por 
exemplo. 
 
5.1 - Origem 
 
● Constituições liberais. 
 
5.2 - Âmbito de proteção 
 
● Basicamente se desenvolve na integridade física; 
● Posteriormente começa a abranger a integridade psicológica; 
● O ponto central da discussão é delimitação do parâmetros de análise do caso em 
comento. 
 
5.3 - Titulares do direito à vida 
 
● Pessoas físicas. 
 
5.4 - Destinatários do direito à vida 
 
● Estado; 
● Particulares. 
 
5.5 - Direito à vida x Dignidade da pessoa humana 
 
● Garantia da vida DIGNA; 
● Garantia do mínimo existencial, que trabalha com a ideia de condições mínimas de 
uma vida digna; difere do mínimo vital, que apenas prevê condições para 
sobrevivência do corpo, não estabelecendo aspectos dignos ao ser humano. 
 
5.6 - Direito à vida x Direito à Saúde 
 
● A saúde é dever do Estado, devendo prestar continuamente a assistência à 
população. Gera consequências diretas na aplicação do direito à vida, pois é forma 
de promover a continuidade da vida humana garantindo o mínimo existencial. 
 
5.7 - Observações 
 
● Não é direito absoluto 
______________________________________________________________________ 
19.10.2015 
 
5.8 - Proteção constitucional à vida 
 
5.8.1 - A proteção à vida 
 
● Nascimento - é o posicionamento do STF quanto ao âmbito de proteção da vida, 
apesar da ampla gama de proteção das legislações infraconsitucionais ao feto. 
 
● Vida intra uterina - não se dá da mesma forma que a proteção à vida. São baseadas 
principalmente no princípio da dignidade da pessoa humana. Para o Supremo, isso 
não quer dizer que o aborto seria inconstitucional, apenas veda a degradação 
humana das práticas desrregradas do aborto, permitindo que, a partir da positivação 
pelo legislador infraconstitucional, trate da ampliação das possibilidades de prática 
do ato abortivo. 
 
5.8.2 - Direito à morte - debate crescente com reação ao tema, visto a discussão da 
dignidade humana, ou seja, levar uma vida digna como fundamento para o direito à morte 
digna. A distanásia é prolongada enquanto o indivíduo possuir atividade cerebral, estando 
protegida segundo o direito à vida. 
 
● Eutanásia ativa - quando se decida acabar com a vida da pessoa de forma rápida, 
como no desligamento dos aparelhos que mantém o ser humano vivo, ou a 
aplicação de medicamento nocivo à saúde. 
 
● Eutanásia passiva - redução gradual da medicação, permitindo que o indivíduo 
venha a falecer pelo avanço da doença. 
 
A eutanásia não está excluída da possibilidade de análise legal positiva ou negativa na 
ordem jurídica brasileira. O STF afirma que o texto constitucional em nada barra a 
discussão sobre a viabilidade de prática da eutanásia. Não há colisão com o princípio da 
dignidade da pessoa humana. 
 
5.8.3 - Possibilidade de tirar a vida de alguém 
 
No caso de sequestro com refém, onde o policial atira para matar o sequestrador, este deve 
decidir entre a possibilidade de tirar a vida, mesmo que seja de alguém posto à margem do 
sistema, sendo um momento limite extremo, e a opção pode gerar polêmicas e erros. 
 
 
6 - INTIMIDADE E PRIVACIDADE (art. 5º, X, XI e XII) 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação; 
 
 
 
6.1 - Proteção à vida íntima x Proteção à vida privada ​- a intimidade estaria contida na 
privacidade, sendo a privacidade mais ampla, menos restritiva. A intimidade é o espaço 
mais reservado, mais instrospectivo e sigiloso do indivíduo, exposto conforme a disposição 
e vontade da própria pessoa; possui um número maior de limitações que a privacidade. A 
exposição da vida privada deve ser consentida e autorizada pela pessoa afetada. 
 
A relação entre intimidade e privacidade também tem variabilidade com relação à pessoa, 
onde um cidadão comum tem maior âmbito de proteção da privacidade e da intimidade do 
que uma pessoa pública. 
______________________________________________________________________ 
20.10.2015 
 
6.2 - A proteção ao domicílio: ​o conceito de casa para o STF - Art. 5º, XI. 
 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem ​consentimento do morador​, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o 
dia, por determinação judicial; 
 
 
Para o STF, a casa possui um sentido amplo de proteção ao domicílio para dar a máxima 
proteção, inclusive considerando escritórios profissionais e consultórios médicos neste 
conceito abrangente. Seria o local onde a pessoa mora, além de qualquer compartimento 
fechado de habitação coletiva (quartos de hotel, pensão, cabanas, motor home quando 
parado, camping…), barcos de grande porte, navios, aviões, ou seja, ambientes que 
possam propiciar compartimentos propícios à habitação com prática de intimidade e 
privacidade. 
 
6.3 - Proteção ao sigilo da correspondência e comunicações telefônicas: não é fator 
absoluto, pois os Correios podem abrir cartas em certos casos. O e-mail é também 
considerado correspondências, podendo sofrer restrições no ambiente profissional, por 
exemplo. 
 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal; 
 
O sigilo telefônico pode ocorrer apenas para fins penais mediante ordem judicial, tirando 
isso, as escutas telefônicas seriam ilegais. Não confundir com a gravação realizada quando 
o indivíduo que produz a gravação é interlocutor da conversa, neste caso, não seria ilícito. 
 
______________________________________________________________________ 
26.10.2015 
 
7 - DIREITOS SOCIAIS 
 
○ Alguns tratamentos sobre os direitos sociais já foram tratados nas 
constituições anteriores, tendo como principal texto constitucional a abordar 
este tema (2ª dimensão), antes da CRFB/88, a constituição de 1934. 
○ Exigem prestações positivas do Estado perante os indivíduos. 
○ Rol de direito sociais previstos no artigo 6º da CRFB/88. A parte relativa à 
ordem social (art. 193 e seguintes) busca conferir a conquista dos direitos 
sociais. 
○ Principal obstáculo seria a efetivação prática do texto constitucional. 
○ DIreitos sociais são o conjunto de direitos sociais ligados ao direito de 
igualdade material, tendo preocupaçãocom o mínimo existencial, no sentido 
de fazer que esse conjunto de direitos torne mais concreta a dignidade da 
pessoa humana. 
○ Direitos coletivos seriam aqueles ligados a grupos determinados. Não tem a 
relação com todos os direitos sociais existentes. 
 
Os direitos sociais estão vinculados a ideia de que o rol previsto não seria exaustivo, 
abrindo possibilidade de surgimento de novos direitos. (art. 5º, § 2º). Também seriam 
dotados de aplicabilidade imediata (art. 5º, § 1º). 
 
Titulares dos direitos sociais: qualquer pessoa, podendo abranger também os estrangeiros 
não residentes ​(Universalização - ​tratamento universal na sua prestação). 
 
 
Destinatários dos direitos sociais: Estado, justamente porque este deve prestar os direitos 
sociais previstos no texto constitucional. Particulares podem estar vinculados quando da 
garantia do mínimo existencial (área da saúde, por exemplo). 
 
Direitos sociais podem sofrer restrições, mas não podem retirar o mínimo existencial: 
 
a) ​Reserva do possível​: Harmonizar os vários interesses da coletividade na administração 
do orçamento público. Busca a efetiva disponibilidade de recursos públicos na questão de 
direitos prestacionais. Parcela de aplicação do princípio da proporcionalidade. 
 
i. Reserva do possível fática​: é a efetiva disponibilidade de recursos públicos 
para a satisfação de direitos sociais (esgotamento do orçamento). 
ii. Reserva do possível jurídica​: autorização legal para que o Estado venha a 
praticar gastos relativos aos direitos sociais, sempre analisando 
conjuntamente os demais fatores legais para a previsão dessa reserva do 
possível jurídica. 
 
b) ​Proibição do Retrocesso: 
 
i. Respeito à proporcionalidade, não pode diminuir a prestação dos direitos 
sociais já estabelecidos. 
ii. A medida estatal adotada deve ser constitucionalmente adequada. 
iii. A restrição não pode também atingir o núcleo essencial do direito 
fundamental. 
iv. Essas medidas de restrição também não podem desrespeitar parâmetros 
legais e a segurança jurídica. 
 
 
______________________________________________________________________ 
27.10.2015 
 
8 - NACIONALIDADE 
 
8.1 - Aspectos gerais 
 
Análise inicial dos Direitos fundamentais na perspectiva da nacionalidade: 
 
● Povo - Pessoas unidas pelo ​vínculo de nacionalidade e que são parte do Estado 
enquanto país; 
● População - Conjunto de pessoas que ​habitam​ determinado ​território​; 
● Nacionalidade - ​Vínculo jurídico de Direito Público Interno que cria uma relação entre 
o indivíduo e o Estado, fazendo que este indivíduo seja parte integrante deste 
Estado; 
● Cidadão - Nacional no exercício dos direitos políticos; 
● Nação - Conjunto de pessoas unidas por vínculos culturais de idioma e de costumes. 
 
8.2 - Brasileiros natos (nacionalidade originária) 
 
● Decorre do nascimento ou de critérios estabelecidos no texto constitucional. Possui 
duas classificações, sendo elas o ​jus solis (envolve o âmbito territorial); e o ​jus 
sanguini (envolve o âmbito sanguíneo, hereditário). Atualmente, segundo o 
professor, o Brasil adotaria a soma dos dois crtérios. 
 
Art. 12. São brasileiros: 
 
I - natos: 
 
a) os ​nascidos na República Federativa do Brasil​, ainda que de 
pais estrangeiros​, desde que estes ​não estejam a serviço de seu 
país​; (Critério territorial - jus solis). 
 
b) ​os nascidos no estrangeiro​, de ​pai brasileiro ​ou mãe brasileira​, 
desde que qualquer deles esteja ​a serviço da República Federativa 
do Brasil​; (Critério sanguíneo + serviço pelo país). 
 
c) os ​nascidos no estrangeiro de ​pai brasileiro ​ou de mãe brasileira​, 
desde que sejam ​registrados em repartição brasileira competente 
ou ​venham a residir na República Federativa do Brasil ​e optem, em 
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira​; (Critério sanguíneo + registro ou 
residência após a maioridade e opção pela nacionalidade). 
 
8.2.1 - Situações privativas para brasileiros natos 
 
● Previsão no parágrafo 3º do artigo 12 e também no artrigo 89, VII: 
 
Art. 12. 
 
(...) 
 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII - de Ministro de Estado da Defesa; 
 
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do 
Presidente da República, e dele participam: 
 
(...) 
 
VII - ​seis cidadãos brasileiros natos​, com mais de trinta e cinco 
anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da 
República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela 
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada 
a recondução. 
 
8.3 - Brasileiros naturalizados (nacionalidade derivada) 
 
Art. 12. São brasileiros: 
 
II - naturalizados: 
 
a) os que, na forma da lei (6815/80 - Estatuto do Estrangeiro), 
adquiram a nacionalidade brasileira, ​exigidas aos originários de 
países ​de língua portuguesa apenas ​residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral​; 
 
b) os ​estrangeiros de qualquer nacionalidade​, ​residentes na 
República Federativa do ​Brasil há mais de quinze anos 
ininterruptos e ​sem condenação penal​, desde que ​requeiram a 
nacionalidade brasileira​. (naturalização constitucional ou 
extraordinária). 
 
8.4 - Perda da nacionalidade 
 
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
 
I - tiver ​cancelada sua naturalização, por sentença judicial​, em 
virtude de atividade nociva ao interesse nacional; 
II - ​adquirir outra nacionalidade​, ​salvo nos casos​: 
 
a) de ​reconhecimento de nacionalidade originária pela lei 
estrangeira​; 
 
b) de ​imposição de naturalização, pela norma estrangeira​, ao 
brasileiro residente em estado estrangeiro, ​como condição para 
permanência​ em seu território ou para o exercício de direitos civis; 
 
9 - DIREITOS POLÍTICOS 
 
9.1 - Aspectos Gerais 
 
● A CRFB regula as regras, fixando parâmetros para o nacional para a formação da 
perspectiva do exercício dos direitos políticos. 
 
● Tem como regra o artigo 1º, parágrafo único da CRFB/88, legitimado pela soberania 
popular: 
 
Art. 1. (...) 
 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição. 
 
● Regra da soberania popular: parâmetro sobre o qual se ergue a democracia 
nacional. Traz outra espécie de direitos fundamentais pertencentes aos indivíduos. A 
democracia necessita da participação popular para sua legitimação. 
 
● Democracia como ​participação popular direta é praticada por meio de plebiscito 
(consulta prévia para que o cidadão decida sobre a matéria), referendo (consulta 
posterior para concordar ou não com a medida adotada), ou iniciativa popular 
(possibilidade do cidadão apresentar projetos de lei às casas do Poder Legislativo, é 
forma de flexibilização da representatividade do sistema político). A lei nº 9709 trata 
sobre os requisitos para a prática do plebiscito e do referendo. A iniciativa popular 
vem definida no artigo61, § 2º, da CRFB/88: 
 
Art. 61. § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela 
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito 
por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído 
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por 
cento dos eleitores de cada um deles. 
 
● Já a ​participação popular de forma indireta ou representativa é exercida pelo 
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual a todos, onde o 
cidadão delega para os seus representantes eleitos o poder de decisão. 
 
○ Sufrágio universal: Possibilidade do cidadão participar do processo político. 
Significa uma série de atos participativos prévios à eleição, tendo um sentido 
muito mais amplo que a simples votação. 
 
○ Voto: Escolha dos representantes ouda proposta estabelecida pelos partidos 
políticos. É a forma finalizadora do exercício do sufrágio universal. O voto 
obrigatório não é previsto como cláusula pétrea. 
 
● Desta forma, o Brasil adota um ​sistema misto ou híbrido​ de participação popular. 
 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e 
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos 
da lei, mediante: 
 
I - plebiscito; 
 
II - referendo; 
 
III - iniciativa popular. 
 
 
9.2 - Direitos Políticos Positivos 
 
● Normas que regulam o exercício da capacidade eleitoral ativa e passiva, regulando 
os processos de votar e ser votado. 
 
○ Capacidade eleitoral ativa: capacidade de realizar o voto, adquirido a partir 
do alistamento eleitoral. Este alistamento é o ingresso do cidadão no corpo 
eleitoral do Estado. 
 
Art. 14. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: 
 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
 
II - facultativos para: 
 
a) os analfabetos; 
 
b) os maiores de setenta anos; 
 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
 
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, 
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. 
 
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16.11.2015 
 
○ Capacidade eleitoral passiva: capacidade de ser votado (condições de 
elegibilidade). 
 
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
 
I - a nacionalidade brasileira; 
 
II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
 
III - o alistamento eleitoral; 
 
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 
 
V - a filiação partidária; 
 
VI - a idade mínima de: 
 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da 
República e Senador; 
 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do 
Distrito Federal; 
 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou 
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; 
 
d) dezoito anos para Vereador. 
 
● A lei dispunha que a idade mínima deveria ser preenchida até a data da posse. A 
nova reforma eleitoral modificou a regra de vereador, onde a idade mínima deve ser 
completada no momento do registro de candidatos. 
 
9.3 - Direitos Políticos Negativos 
 
● Servem como normas que estabelecem restrições ao exercício da capacidade 
eleitoral ativa e/ou passiva. 
 
 
9.3.1 - As inelegibilidades 
 
● É restrição para a capacidade eleitoral passiva. 
● Os analfabetos possuem a inelegibilidade absoluta, prevista no artigo 14, parágrafo 
4º: 
 
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 
 
● Inelegibilidade relativa: A questão da reeleição dos Chefes do Poder Executivo, em 
casos de substituição são hipóteses de relatividade na inelegibilidade 
 
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do 
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou 
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um 
único período subseqüente. 
 
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, 
os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos 
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes 
do pleito. 
 
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e 
os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por 
adoção, ​do Presidente da República, de Governador de Estado ou 
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja 
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito​, salvo se já 
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
 
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 
 
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da 
atividade; 
 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato 
da diplomação, para a inatividade. 
 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a 
probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato 
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e 
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico 
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na 
administração direta ou indireta. 
 
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça 
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída 
a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou 
fraude. 
 
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de 
justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de 
manifesta má-fé. 
 
 
 
● Perda e suspensão - restrições às capacidades ativa e passiva. 
○ A cassação de direitos políticos é vedada por ser considerado arbitrária, 
autoritária. 
○ A suspensão é privação temporária com retorno automático após o 
cumprimento da sanção imposta. 
○ A perda tem privação de caráter permanente. Além das hipóteses dos incisos 
do artigo 15, existe o caso da perda da nacionalidade, ois este perde também 
a cidadania. 
○ 
○ 
 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de: 
 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em 
julgado; (perda) 
 
II - incapacidade civil absoluta; (suspensão) 
 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem 
seus efeitos; (suspensão) 
 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação 
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; (perda, para ter intuito de 
sanção) 
 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
(suspensão) 
 
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na 
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 
um ano da data de sua vigência. 
 
9.4 - PARTIDOS POLÍTICOS 
 
● A Lei nº 9096/95 regula a composição e organização dos partidos políticos; 
 
9.4.1 - PRINCÍPIO REGENTE DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
 
● Princípio da liberdade partidária - são livres os aspectos de criação, extinção e modo 
de operação, sofrendo restrições quanto: 
 
i. à Soberania (movimentos separatistas); 
ii. aos Direitos Fundamentais (partido nazista); 
iii. Pluripartidarismo; 
iv. Regime Democrático (linhas de partidos nazistas e alguns socialistas).Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e 
extinção de partidos políticos, resguardados a 
soberania nacional, o regime democrático, o 
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa 
humana e observados os seguintes preceitos: 
 
I - caráter nacional; 
 
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de 
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação 
a estes; 
 
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
 
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 
 
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia 
para definir sua estrutura interna, organização e 
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o 
regime de suas coligações eleitorais, sem 
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas 
em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, 
devendo seus estatutos estabelecer normas de 
disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 52, de 2006) 
 
 
9.4.2 - NATUREZA JURÍDICA DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
 
● Pessoas jurídicas de Direito Privado; 
● Precisam do aval do TSE para o seu registro. 
 
 
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem 
personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão 
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. 
 
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do 
fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à 
televisão, na forma da lei. 
 
 
9.4.3 - VEDAÇÕES AOS PARTIDOS POLÍTICOS 
 
● Proibição de partidos com caráter paramilitar. Se ocorrer, o seu registro poderá ser 
cassado pelo TSE. 
● Por ter caráter similar ao das associações, também trasz essa restrição. 
 
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de 
organização paramilitar. 
 
 
10 - DIREITOS E GARANTIAS 
 
● Direitos​: são normas de cunho declaratório. 
● Garantias​: são normas de cunho assecuratório, as garantias visam proteger os 
direitos. As garantias contém os remédios constitucionais. 
● Remédios constitucionais​: ações previstas pela constituição para garantir a defesa 
de direitos. Tem como exemplos o HC, o MI, o HD, o MS, ação popular…

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