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1 - CONCEITOS 
 
a) ​Jurisdição​: Monopólio estatal na solução de avenças, onde o Estado tem a 
inafastabilidade da prestação jurisdicional. Existem formas de solução dos conflitos sem a 
participação do Estado (autocomposição (conciliação, mediação) e arbitragem, e 
autotutela). Estado-juiz, obediência aos métodos atuantes da jurisdição (processo). 
 
b) Processo​: Método que dita os atos jurisdicionais do Estado-juiz. Estabelece parâmetros 
limitadores do Estado e disponibilizando perspectivas e solução e atuação das partes. 
 
c) Ação​: Ato de exigir a tutela jurisdicional do Estado nos seus efeitos práticos (inclui os 
procedimentos executórios). 
 
2 - RELAÇÕES ENTRE SOCIEDADE E DIREITO 
 
● A sociedade, para ser vista como tal, deve trazer um sistema de regras para 
estabelecer seu próprio desenvolvimento. 
 
● As sanções são as razões atuais para a não ocorrência de violação das regras de 
conduta (normas jurídicas). 
 
a) NORMAS JURÍDICAS 
 
● São as regras de conduta; o texto positivado depende do seu contexto ou do caso 
concreto para a sua devida aplicação. 
 
● Todo o conteúdo de um texto de lei deve ser abstrato para não ferir o principio da 
impessoalidade. 
 
b) DIREITO OBJETIVO 
 
● Texto de lei ​in abstratu. 
 
c) DIREITO SUBJETIVO 
 
● Quando o texto de lei se adere no caso concreto; preenchimento das condições do 
direito objetivo. 
 
● O operador do direito deve analisar esses passos para a aplicação da jurisdição. 
 
 
3 - CONCEITOS SOCIAIS 
 
a) ​Vontade​: a simples vontade não manifesta ou imposta não gera efeitos. 
 
b) ​Pretensão​: é a tentativa de imposição do desejo ao individuo a que se dirige. 
 
c) ​Resistência​: é a argumentação que resiste a pretensão; não há a necessidade da 
resistência ser dirigida ao resistente, mas simplesmente a não realização da pretensão. 
 
d) ​Lide​: conflito de interesses caracterizado pela pretensão de uma das partes e a 
resistência da outra. Nem sempre existe litigio na lide (jurisdição voluntária). 
 
 
4 - COMO RESOLVER CONFLITOS? 
 
a) ​Autocomposição​: diálogo para a resolução da contenda. São exemplos desta a mediação 
e a conciliação. 
 
b) ​Autotutela​: resistência violenta proporcional ao fato. Em regra, a autotutela é vedada, 
sendo admitida somente no caso de esbulho possessório na sua contenção, e no caso do 
hotel que retém a bagagem do hospede para o pagamento do seu débito. 
 
c) ​Arbitragem​: escolha de um terceiro sem interesse na disputa do litígio; envolvem 
questões de grande complexidade técnica e grandes montas em dinheiro. Muito utilizado 
em conflitos internacionais. O árbitro faz a sentença, porém não possui o poder coercitivo 
que garanta a execução da sentença. Válido somente para direitos indisponíveis. 
 
d) ​Jurisdição​: monopólio estatal na solução de contendas. Estado-juiz que deve prestar a 
solução da lide. 
 
5 - JURISDIÇÃO 
 
● Dizer direito; conceito precário frente um Estado Democrático de Direito; 
 
● Num conceito mais abrangente, a Jurisdição é o monopólio (função) estatal de 
aplicação coercitiva do direito para a prevenção ou solução de lides, substituindo a 
vontade dos jurisdicionados na solução de contendas, tendo como finalidade 
precípua a pacificação de conflitos. 
 
● Toda atividade jurisdicional está vinculada à manifestação do monopólio da força 
pelo Estado. 
 
5.1 - LIMITES DA JURISDIÇÃO 
 
a) Formal: o Poder Judiciário somente deve atuar por meio dos métodos procedimentais 
impostos (processo); 
 
b) Material: Limitação pelo conteúdo. Todo direito material é o limite para a atuação, sendo 
regras de conduta. 
 
→ Ativismo material: início na experiência americana. Intromissão dos magistrados na vida 
política. Nova regulamentação que, em tese, não estaria prevista no ordenamento jurídico. 
Atuação do magistrado para além do que a lei permite, devendo ser evitado, pois 
ultrapassaria os limites do direito material. 
 
5.2 - CONCEITOS HISTÓRICOS DE JURISDIÇÃO 
 
a) Chiovenda: A jurisdição é caracterizada exclusivamente pela substituição de vontades 
das partes. No entanto, nem sempre ocorre a substituição, podendo ser mera declaração de 
direitos destas partes. 
 
b) Allorio: Jurisdição como atividade estatal apta a formar coisa julgada. Caracteriza-se pela 
produção de decisões imutáveis. Subdivide-se em coisa julgada formal (sem resolução de 
mérito, art. 267, CPC) e coisa julgada material (com resolução de mérito, art. 269, CPC). 
Nem sempre existe coisa julgada na jurisdição, pois decisões como a revisional de 
alimentos, por exemplo, podem ser alteradas se as possibilidades assim permitirem. 
 
c) Carnelutti: Composição da lide seria o cerna da Jurisdição, entretanto, existem casos, 
como no divórcio consensual que não envolvam menores, em que a jurisdição existe, 
porém não ocorre o litígio. 
 
d) Ovídio Baptista: Jurisdição é a atividade estatal exercida por agente investido com 
imparcialidade. Resolução de conflitos que, de maneira alguma, atingem o magistrado, 
chamado de Estado-Juiz imparcial. 
 
5.3 - CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO 
 
a) Substitutividade: ato de substituir a vontade das partes. Apaziguamento do litígio pela 
definição da parte “ganhadora”, ou a simples declaração de um fato, como nos casos de 
divórcio consensual. 
 
b) Imperatividade: imposição pela decisão do magistrado. Garantia da exigibilidade do 
cumprimento da sentença prolatada pelo juiz. 
 
c) Inafastabilidade: por possuir o monopólio da solução das avenças, a jurisdição deve ser 
sempre prestada pelo Estado-Juiz. A jurisdição não pode deixar de agir quando da sua 
solicitação. 
 
d) Imutabilidade: é a garantia de que a solução do conflito não sofrerá impugnações 
posteriores à sentença. É fonte geradora de segurança jurídica para dar fim ao litígio. 
 
e) Indelegabilidade: as competências de cada órgão previstas no ordenamento normativo 
não podem ser delegadas. 
 
f) Inércia: o magistrado não pode, por livre e espontânea vontade, prestar a jurisdição se 
não for provocado. 
g) Unicidade: o Poder Judiciário é único na prestação jurisdicional a quem a quem a solicita. 
 
5.4 - JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
 
● Administração de interesses particulares pelo magistrado; 
● Dúvidas se o magistrado pratica atos administrativos ou se são atos jurisdicionais. 
 
5.5 - DISTRIBUIÇÃO DA JURISDIÇÃO 
 
● Fórum: estrutura física; 
● Vara: unidade jurisdicional onde está lotado o magistrado. 
● 1º grau de jurisdição é diferente de 1ª instância, onde o 1º grau seria composto pelas 
varas, ou seja pelos órgãos do próprio Poder Judiciário; já a 1ª instância é 
determinada pela competência originária da ação. 
● Ver a Resolução 179/2010 do TJ/SC para detalhes sobre a Organização Judiciária 
de Santa Catarina. 
 
5.6 - ANÁLISE DE COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIA 
 
5.6.1 - Supremo Tribunal Federal 
 
a) Composição: O STF compõe-se de 11 ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais 
de 35 e menos de 65 anos de idade, com notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 
101, CRFB/88). Os ministros serão nomeados pelo Presidente da República, após a 
aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
 
Obs.: Os cargos de Ministros do STF são privativos de brasileiros natos(art. 12,§ 3º, 
CRFB/88). 
 
b) Competência: é caracterizada por 3 aspectos: julgar e processar originariamente; 
julgamento em recurso ordinário; e julgar em grau de recurso extraordinário. 
 
● Competência originária: 
○ ADC: medida pró-ativa; controle concentrado; efeitos erga-omnes; 
○ ADI: depende de organização política ou da sociedade civil; também de 
controle concentrado. Efeitos erga-omnes; 
○ Crimes comuns em foro privilegiado; julgamento sem atuação primariamente 
constitucional; 
○ Litigios entre entes; 
○ Reclamação constitucional: apontamento de Descumprimento de magistrado 
de 1º grau pelo STF e suas normas. Força coercitiva das decisões do STF e 
suas ADI. 
● Competência recursal ordinária 
○ Simples atuação recursal de 2º grau. 
 
Obs.: Classificação dos Recursos 
I - Ordinários: todas as matérias podem ser discutidas novamente; 
II - Extraordinários: são recursos vinculados somente à análise de violação de dispositivo 
normativo; não podem reavaliar a matéria de fato. 
 
● Competência recursal extraordinária 
○ Causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida 
contrariar dispositivo da CRFB/88 (controle difuso de constitucionalidade). 
 
5.6.2 - Superior Tribunal de Justiça 
 
a) Composição 
 
● ⅓ dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça + ⅓ dentre desembargadores 
dos Tribunais Regionais Federais; + ⅓ de membros da OAB e MP; 
● Mais de 35 e menos de 65 anos de idade; 
● Bacharéis em Direito necessariamente; 
● Apto a qualquer brasileiro, tanto nato quanto naturalizado. 
 
b) Competência 
 
● Competência originária 
 
○ Em razão (função) da pessoa e da matéria. 
 
● Competência recursal ordinária 
 
○ Simples atuação recursal de 2º grau. 
 
● Competência recursal especial 
 
○ Controle direto de legalidade (art. 105, “a” e “b”, CRFB/88); 
○ Controle indireto de legalidade (dissídio/divergência) (art. 105, “c”, CRFB/88). 
 
5.6.3 - Tribunais Regionais Federais (art. 106, I, CRFB/88). 
 
a) Composição 
 
● Composição mínima de 7 juízes; 
● Maiores de 35 e menores de 65 anos de idade; 
● Nomeados pelo Presidente da República; 
● ⅕ de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de 
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos 
de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de 
representação das respectivas classes; 
● O restante é composto mediante a promoção por antiguidade ou merecimento de 
juízes federais; 
b) Competência 
 
● Competência originária 
 
○ Crimes comuns e de responsabilidade dos juízes federais e membro do MPU 
(exceto competência da Justiça Eleitoral); 
○ HC de juiz federal; 
○ MS e HD de juízes federais e membros do TRF; 
○ Conflitos de competência positiva e negativa entre juízes federais. 
 
● Competência recursal 
 
○ Causas decididas pelos juízes federais e juízes estaduais em exercício de 
competência federal. 
 
5.6.4 - Juízes Federais 
 
a) Competência dos Juízes Federais (art. 109, CRFB/88) 
 
● Quanto à pessoa 
 
○ União; 
○ Autarquia; 
○ Empresas Públicas Federais. 
 
● Quanto à matéria. 
 
5.6.5 - Justiças Estaduais 
 
● Organizadas pelos Estados, com competências definidas pelas Constituições 
Estaduais; 
● Análise de insconstitucionalidade estadual; 
● Justiça Militar estadual; 
● Descentralização; 
● Justiça itinerante; 
● Criação de varas especializadas para trato de questões agrárias. 
 
5.6.6 - Justiça Eleitoral 
 
● 2 juízes dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça; 
● 2 juízes de Direito escolhidos Pelo respectivo Tribunal de Justiça; 
● 1 juiz federal ou membro do TRF respectivo; 
● 2 juízes dentre 6 advogados. 
 
5.6.7 - Funções Essenciais à Justiça 
 
5.6.7.1 - Magistratura - garantias e vedações aos magistrados previstas no artigo 95 da 
CRFB/88. 
 
● Garantias 
○ Vitaliciedade, após 2 anos de exercício no 1º grau; 
○ Inalovibilidade, salvo interesse público; 
○ Irredutibiliadde de subsídios. 
● Vedações 
○ Exercer outro cargo ou função, salvo uma de magistério (com ou sem 
disponibilidade); 
○ Receber custas ou participações em processos; 
○ Exercer atividade político-partidária; 
○ Receber auxílios ou benefícios não autorizados em lei; 
○ Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de 
decorridos 3 anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
exoneração. 
 
5.6.7.2 - Ministério Público 
 
● Instituição permanente para defesa da ordem jurídica, regime democrático e 
interesses sociais e individuais indisponíveis. 
● Tem como princípios institucionais a unidade, a indivisibilidade e a independência 
funcional. 
 
 
 
 
 
 
MP 
 
 
 
MPU 
MPF 
MPT 
MPM 
MPDFT 
 MPE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
● Ministério Público x Advocacia Pública 
 
 
 
 
 
 
Funções 
essenciais à 
Justiça 
 
 
Ministério 
Público 
Estadual (MPE) Promotor de 
Justiça 
Procurador de 
Justiça 
 
Federal (MPU) 
Procurador da 
República 
Procurador 
Geral da 
República 
 
Advocacia 
Pública 
Estadual (PGE) Procurador do 
Estado 
Procurador 
Geral do Estado 
Federal (AGU) Procurador 
Federal 
Advogado Geral 
da União 
 
 
5.6.7.3 - Advocacia Pública 
 
● Indispensável à Administração da Justiça, onde seus membros são invioláveis por 
seus atos e manifestações, nos limites da lei. 
● Advogado Geral da união: livre nomeação e exoneração. Pessoas maiores de 35 
anos de idade. 
● Procuradores Estaduais: ingresso na carreira por concurso de provas e títulos; 
estabilidade após 3 anos de exercício; 
 
5.6.7.4 - Defensoria Pública 
 
● Vedado exercer a advocacia fora das atribuições institucionais 
● Defensoria Pública da União: criada por lei complementar; ingresso na carreira por 
concurso de provas e títulos, adquirindo a inamovibilidade. 
● Defensoria Pública dos Estados: possui autonomia funcional e administrativa. 
 
 
 
6 - ROTEIRO DE ESTUDO PARA N1 
 
Instruções: 
 
i. As questões a seguir são um roteiro, não dispensam a leitura da doutrina e/ou artigos 
acadêmicos. 
ii. A prova será predominantemente objetiva. 
iii. Na prova, haverá uma questão extra, discursiva, valendo até 1,0 ponto, que abordará 
Capítulo do livro de Sérgio Bermudes, disponível no sistema acadêmico. 
 
1. Qual a diferença entre direito subjetivo e direito objetivo e de que modo esses conceitos 
se relacionam na atividade jurisdicional? 
 
• O direito objetivo são as normas jurídicas positivadas, onde a lei é o meio pelo qual a 
norma se manifesta aos seus destinatários. Já o direito subjetivo é inerente ao sujeito da 
ação ou omissão, sendo uma manifestação em conformidade com o ordenamento jurídico. 
A subsunção da norma no caso concreto, ou seja, o encaixe do direito objetivo à uma 
situação real gera o direito subjetivo de agir ou omitir ao sujeito, surtindo efeitos no mundo 
fático. 
 
2. O que é jurisdição e quais suas principais características? 
 
• Na sua essência, Jurisdição consiste numa função, um poder inafastável e um dever do 
Estado, de aplicação coercitiva do Direito, mediante decisões de autoridade indiscutível, 
substitutivas da vontade dos jurisidicionados, destinadas a prevenir ou solucionar os 
conflitos sociais, ou a administrar interesses sociais relevantes. Temcomo características a 
inafastabilidade (o Estado não pode se eximir de prestar a jurisdição), a inércia (o direito 
impede a atuação espontânea da jurisdição), investidura (jurisdição exercida por seus 
órgãos constitucionalmente definidos), indelegabilidade, substitutividade, imparcialidade, 
lide, unidade, definitividade, monopólio do Estado. 
 
 
3. O que é jurisdição voluntária? Ela é propriamente jurisdição? Explique os argumentos 
que justificam sua resposta. 
 
• A jurisdição voluntária é um complexo de atividades confiadas ao juiz nas quais não há 
litígio entre os interessados. Doutrina majoritária brasileira não a considera como jurisdição, 
mas sim simples atividade administrativa exercida pelo juiz, pelo fato de não constituir uma 
lide, um conflito de interesses, nem ocorrer a substituição da vontade das partes pela 
posição do magistrado. 
 
4. Quais os órgãos do Poder Judiciário? Todos eles são jurisdicionais? 
 
• São órgãos do Poder Judiciário o STF, CNJ, STJ, TRF e Juízes Federais, TJ e Juízes 
Estaduais e as Justiças especializadas (TST, TRT e Juízes Trabalhistas; TSE, TRE, os 
Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais; STM, os Tribunais e Juízes Militares). Somente o 
Conselho Nacional de Justiça, as Ouvidorias da Justiça e a Escola da Magistratura não 
possuem competência jurisdicional, sendo o CNJ mero órgão administrativo, ligado à defesa 
da autonomia do Poder Judiciário. 
 
5. Qual a competência do STF? De que modo ele é composto? 
 
• O Supremo Tribunal Federal possui três competências: Originária, atuando como 
verdadeiro tribunal especial para o julgamento de determinadas causas que perante ele se 
iniciam; Julgar em recurso ordinário determinados fatos de cunho predominantemente 
político; e o julgamento de recursos extraordinários, que cabem contra julgamentos de 
tribunais de qualquer justiça. 
• O STF é composto por 11 ministros, no gozo de seus direitos políticos, com mais de 35 
anos e menos de 65 anos de idade, com notável saber jurídico e reputação ilibada, sendo 
nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado 
Federal. Ocorre também a exigência de ser brasileiro nato, devido à hipótese de sucessão 
presidencial. 
 
6. Qual a competência do STJ? De que modo ele é composto? 
 
• O Superior Tribunal de Justiça tem como competências: a) originária: atua como defensor 
e unificador do direito infraconstitucional nacional, com atuação em certas áreas previstas 
pela CRFB/88; b) Julgamento de recurso ordinário nas causas regidas pelo direito 
substancial comum; c) Julgamento de recursos especiais em causas que versem sobre 
questões federais. 
• O STJ é composto por no mínimo 33 ministros, brasileiros, com mais de 35 anos e menos 
de 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da 
República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. É composto por uma 
terça parte de ministros dentre juízes dos TRF, uma terça parte dentre Desembargadores 
dos TJ e uma terça parte dentre advogados e membros do Ministério Público com mais de 
10 anos de atuação 
 
7. STF e STJ são tribunais de sobreposição? O que isso significa? Eles sempre atuam com 
tal competência/função? 
 
• Ambos são considerados tribunais de superposição, ou seja, tanto o STF quanto o STJ 
julgam causas que já hajam exaurido todas as instâncias das justiças de que provêm, 
dando a decisão final sobre a matéria tratada. Essa característica não é única no rol de 
competências destes Tribunais, visto as suas competências originárias preconizadas na 
CRFB/88. 
 
8. Quais as garantias ou prerrogativas da magistratura? 
 
• A magistratura tem como prerrogativas: 
 
a) A vitaliciedade, que no primeiro grau será adquirida após 2 anos de exercício, 
dependendo a perda do cargo somente de deliberação do tribunal a que o juiz 
estiver vinculado, ou por sentença judicial transitada em julgado; 
b) A inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público (voto da maioria absoluta 
do tribunal respectivo ou do CNJ, assegurada ampla defesa); 
c) Irredutibilidade dos subsídios, exceto nos casos previstos na CRFB/88. 
 
 
 
7 - PROCESSO 
 
● Método de atuação do Estado; 
● Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal 
(art. 5º, LIV, CRFB/88). 
● Proteção do devido processo legal: 
 
○ Material: perspectiva pouco exercida no Brasil, tendo como exemplo os 
princípios de limitação tributária. 
○ Formal: processo jurisdicional (processo justo); igualdade, contraditório e 
ampla defesa, decisão fundamentada, duplo grau de jurisdição, duração 
razoável do processo. 
 
7.1 - Origem 
 
● Magna Charta (1215), John Noland; proteção da liberdade e propriedade dos lordes 
ingleses. 
 
7.2 - Garantias Constitucionais do Processo 
 
7.2.1 - Definições 
 
● Garantias, princípios constitucionais e princípios gerais: 
 
○ As garantias e os princípios se referem ao mesmo texto, no caso o texto 
constitucional. Também pode ter como sinônimo a expressão direito 
fundamental, no entanto, apesar da mesma referência, não tratariam da 
mesma coisa. 
○ Os princípios gerais do direito são obtidos com o passar do tempo, e só pode 
ser exigido se este estiver previsto em texto de lei. Difere dos princípios 
constitucionais, que são previstos no texto da Constituição. 
 
7.2.2 - Devido Processo Legal 
 
● A ​Constituição brasileira de 1988 traz a garantia exarada no seu Artigo 5º, que trata 
das garantias e direito individuais. Seu inciso LIV expressa a essência do ​due 
process​, e o inciso LV surge como seu corolário (ou desdobramento): 
 
"Art. 5º - (...) 
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal. 
LV – aos litigantes em processo judicial e administrativo, e aos 
acusados em geral, serão assegurados o contraditório e a ampla 
defesa, com os meios de recurso a ela inerentes." 
 
● O Supremo Tribunal Federal decidiu em alguns recursos extraordinários que o 
devido processo legal também se aplica às relações privadas, especificamente para 
garantir a ampla defesa em procedimentos de exclusão de associados dos quadros 
de entidades privadas. 
 
7.2.3 - Isonomia 
 
● Intimamente ligado ao contraditório e à ampla defesa, no seu sentido formal. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos 
desta Constituição; 
 
● Isonomia formal: igualdade perante a lei, desconsiderando possíveis desigualdades 
anteriores; 
● Isonomia material: tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na 
medida de suas desigualdades. Exemplo disto são os benefícios processuais à 
Fazenda Pública. 
 
7.2.4 - Juízes e promotores naturais 
 
Art. 5º 
 
[..] 
 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pelaautoridade competente; 
 
 
● Vedação ao Tribunal de exceção. Dispersa-se pelo estabelecimento de 
competências. Não gera a mudança da jurisdição. 
 
● O promotor natural se liga às causas em que o MP age como parte processual. 
 
7.2.5 - Inafastabilidade da Jurisdição 
 
● Não se excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça a direito. (art. 
5º XXXV, CRFB/88). 
 
7.2.6 - Contraditório e ampla defesa 
 
● O contraditório tem conteúdo substancial, levando em consideração as ponderações 
da parte adversa, permitindo que esta manifestação seja fundamentada na decisão, 
não sendo apenas a autorização da parte de se manifestar. É intimamente ligado à 
inafastabilidade da jurisdição e da fundamentação das decisões. 
● A ampla defesa fica envolto na ideia de que a parte terá a ampla possibilidade de 
defesa. Demonstra maior rigor na proteção do acusado. 
 
7.2.7 - Vedação à prova ilícita 
 
● São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; Ligação ao 
Princípio dos frutos da árvore envenenada. 
 
7.2.8 - Publicidade dos atos processuais 
 
● Todos os atos processuais devem ser públicos. Exceção à regra da publicidade dos 
atos são os casos de processos que correm em segredo de justiça. 
 
Art. 5º, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o 
exigirem; 
 
Art. 93, IX - ​todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, 
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou 
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito 
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse 
público à informação; 
 
 
7.2.9 - Garantia ao duplo grau de jurisdição 
 
● Indica a possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz 
de 1º grau. 
● Constitui também aplicação desse princípio a exigência de que ordinariamente os 
processos tenham início perante os órgãos inferiores, salvo nos casos de 
competência originária dos tribunais, previstos na CRFB/88. 
 
7.2.10 - Motivação 
 
● Segundo os incisos IX e X do artigo 93, da Constituição de 1988, todas as decisões 
do poder judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade, estendendo o 
preceito às decisões administrativas dos Tribunais, que, igualmente, terão de ser 
motivadas. 
 
7.2.11 - Celeridade e duração razoável do processo 
 
Art. 5º, LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que 
garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
● A intenção dos legisladores era garantir a presteza na tramitação de processos 
judiciais e administrativos. 
 
● Celeridade é signo de velocidade no seu mais lato grau; processo célere seria 
aquele que tramitasse com a maior velocidade possível; 
 
● Processo com razoável duração já não significa, necessariamente, um processo 
veloz, mas um processo que deve andar com certa rapidez, de modo a que as 
partes tenham uma prestação jurisdicional em tempo hábil. 
 
 
 
 
 
 8 - PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO CIVIL 
 
● São regras tidas pela doutrina que trazem conceitos gerais do próprio Direito. 
Influenciam a criação e formatação de leis. 
 
● Não tem aplicabilidade normativa, apesar de embasarem todas as formas 
normativas; 
 
● Apesar do processo dever se guiar pela oralidade, os procedimentos adotados nas 
matérias processuais são predominantemente escritos; 
 
8.1 - Classificações 
 
a) Quanto à prestação da jurisdição​ - limites de atuação 
 
● Princípio da Inércia Jurisdicional - a jurisdição somente será exercida se for 
provocada. Pode ser relacionada com o direito de ação, ato de exigir a tutela 
jurisdicional. 
 
● Princípio da Adstrição ou vinculação ao pedido ​- o pedido deve ser realizado na 
exordial, não podendo praticar o magistrado uma atuação diferenciada daquilo que 
fora solicitado pelo autor. Caso contrário, o magistrado estaria incorrendo nos casos 
de declarações ​infra petita​, ​ultra petita ou ​extra petita​. Pode ser relacionado com o 
princípio da inércia (ultra e extra petita). 
 
○ Extra petita​: A parte deixa de realizar um pedido e o magistrado julga este 
pedido favorável ao autor; Aplicação de um pedido extra não solicitado. 
 
○ Ultra petita​: O magistrado dá além do que o autor solicitou; Tem aplicação 
direta na questão do acréscimo (no valor) não solicitado numa indenização 
por dano moral, por exemplo. 
 
○ Infra petita​: Ligado ao direito de ação e à inafastabilidade da jurisdição. 
Ocorre quando o magistrado deixa de dar parte do pedido, ou também a falta 
de análise de parte do pedido. Pode gerar a nulidade da decisão 
 
■ Não confundir com a aplicação menor do valor sollicitado na causa; 
por exemplo, se o valor da causa de determinado processo é de R$ 
40.000 e o juiz concede apenas R$ 30.000, neste caso, houve a 
análise do pedido, não se encaixando hipótese de infra petita (tem 
que ser fundamentado, caso não o seja, o advogado pode solicitar a 
sentença como infra petita). 
 
b) Quanto à organização dos procedimentos 
 
● Princípio da concentração de atos - os atos devem, sempre que possível, ser 
realizados de forma reunida, concentrada, de forma que corram paralelamente num 
mesmo lapso temporal. No CPC/2015 ocorrerá a concentração de variados atos de 
defesa na contestação. Aplicado (em tese) nos juizados especiais. 
 
○ Preclusão - perda da prerrogativa de alegar determinada matéria pelo 
transcurso temporal. A concentração determina preclusão para a prática 
posterior de um ato. 
 
● Princípio da Oralidade - os atos processuais devem ser preferencialmente orais, 
tendo em vista a maior compreensão daquilo que se discute no processo. 
Entretanto, como supracitado, boa parte dos procedimentos são realizados por 
escrito, inclusive as oitivas testemunhais são reduzidas a termo, quando não há a 
gravação. 
 
● Princípio da Economia e Celeridade Processual - garantia à parte de uma duração 
razoável do processo, além do aproveitamento de atos, evitando que meras 
formalidades não cumpridas, invalidem a execuçao de um ato. 
 
_________________________________________________________________________
__ 
 
 
c) Quanto aos sujeitos do processo. 
 
● Princípio da Responsabilidade - o sujeito que está em juízo é responsável por todos 
os atos de má-fé praticados no processo. Envolve: 
 
○ Ato atentatório à dignidade da Justiça - ato da parte que inviabiliza uma 
ordem ou a própria dignidade judicial. 
 
○ Litigância de má-fé - ato de uma parte que prejudica a outra parte no 
processo. Um mesmo ato pode incidir nas duas hipóteses. 
 
● Princípio da Lealdade - Relaciona-se com a litigância de má-fé. As partes devem 
cooperação umas com as outras. O saneamento continuado no processo é uma 
hipótese de cooperação oriunda dos magistrados. 
 
● Princípio da Sucumbência ​- ​A parte que perdeu processo é obrigada a ressarcir os 
gastos realizados pela parte vencedora.São exemplos as custas iniciais, perícia 
realizada... Fala da responsabilidade obrigatória do sucumbido na lide sobre o 
direito. As verbas sucumbenciais são duas: honorários sucumbenciais (advogado) e 
despesas gerais (parte). 
 
d) Quanto à nulidade dos atos processuais 
 
● Princípio das Liberdade das Formas - todo ato processual será realizado de 
qualquer forma, exceto quando houver forma determinada prevista em lei. Ver artigo 
154 do CPC/73: 
 
"Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma 
determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se 
válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade 
essencial". 
 
● Princípio da Fungibilidade (recursal) - O recurso interposto erroneamente pode ser 
aceito, se este preencher as finalidades próprias à ocasião. Deve envolver nesta 
questão a dúvida do advogado em qual recurso aplicar, devendo, inclusive, esta 
dúvida fundamentar o ato praticado. 
 
● Princípio da fungibilidade entre tutelas de urgência​ - Ver artigo 273, parágrafo único: 
 
§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer 
providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes 
os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter 
incidental do processo ajuizado. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 
7.5.2002). 
 
 
_________________________________________________________________________
__ 
 
e) Quanto à produção de provas: 
 
● Oralidade - Um ato processual deve ser, sempre que possível, realizado de forma 
oral, não significando a ausência da reduzida à termo dos atos praticados. 
Proporciona proximidade na interpretação das provas e de outras questões 
incidentes. A gravação em áudio e vídeo aplicada atualmente visa à garantia da 
análise das características da oralidade. 
 
● Imediatidade - relacionada com a ideia da oralidade e do magistrado lidar com a 
prova. Inclui a análise in loco pelo magistrado da prova, visando à melhor forma de 
análise do ato probatório realizado. Prova imediata ao juiz, retirando intermediários. 
Muitos autores consideram este princípio como um desdobramento da oralidade. 
 
● Livre convencimento motivado - Indicação de aplicação expressa deste princípio no 
artigo 131 do CPC/73: 
 
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e 
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas 
partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe 
formaram o convencimento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 
1º.10.1973). 
 
○ O magistrado pode decidir da forma que mais lhe for adequado, devendo, 
contudo, fundamentar sua escolha, motivando os pontos que formaram seu 
convencimento. Não se confunde com liberdade de atuação do magistrado. 
 
○ O ativismo judicial pode se relacionar com este princípio por causa da 
politização do Poder Judiciário. A garantia por parte da CRFB de direitos 
amplos ao indivíduo propicia a aplicação do livre convencimento motivado do 
magistrado, com o intuito de conquistar este direito não garantido pelo 
Estado. 
 
_________________________________________________________________________
__ 
 
f) Quanto à tutela jurisdicional executiva. 
 
A reforma aplicada em 1994 admitiu a antecipação da tutela, prevista no artigo 273 do 
CPC/73. 
 
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou 
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, 
desde que, existindo prova inequívoca, se convença da 
verossimilhança da alegação e: (Redação dada pela Lei nº 8.952, 
de 13.12.1994) 
 
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; 
ou (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 
 
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório do réu. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 
13.12.1994) 
 
§ 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo 
claro e preciso, as razões do seu convencimento. (Incluído pela Lei 
nº 8.952, de 13.12.1994) 
 
§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver 
perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. (Incluído pela 
Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 
 
§ 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e 
conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 
4o e 5o, e 461-A. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) 
 
§ 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a 
qualquer tempo, em decisão fundamentada. (Incluído pela Lei nº 
8.952, de 13.12.1994) 
 
§ 5o Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o 
processo até final julgamento. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 
13.12.1994) 
 
§ 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um 
ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se 
incontroverso. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) 
 
§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer 
providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes 
os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter 
incidental do processo ajuizado. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 
7.5.2002). 
 
● Princípio do Título Executivo - não se pode ter um ato de execução sem o título 
executivo. Estes podem ser judiciais (sentença) ou extrajudiciais, previstos no artigo 
585 do CPC/73: 
 
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: (Redação dada pela 
Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) 
 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e 
o cheque; (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994) 
 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo 
devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas 
testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo 
Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos 
transatores;(Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994) 
 
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e 
caução, bem como os de seguro de vida; (Redação dada pela Lei 
nº 11.382, de 2006). 
 
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; (Redação dada pela 
Lei nº 11.382, de 2006). 
 
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel 
de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e 
despesas de condomínio; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 
2006). 
 
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou 
de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem 
aprovados por decisão judicial; (Redação dada pela Lei nº 11.382, 
de 2006). 
 
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, 
correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; (Redação 
dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
 
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei 
atribuir força executiva. (Incluídopela Lei nº 11.382, de 2006). 
 
 
○ A exigência de título judicial é mitigada com a antecipação da tutela, por 
exemplo. 
 
● Tipicidade dos Atos Executivos - refere-se à ideia de que o juiz, durante a execução, 
pode realizar somente aquilo que o Código Processual Civil preconiza. Entretanto, o 
CPC de 73 e o de 2015 versam sobre a atuação do magistrado segundo seu livre 
entendimento: 
 
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar 
adequadas para efetivação da tutela provisória (CPC/15). 
 
Art. 461, § 5º. Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção 
do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a 
requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a 
imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, 
remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e 
impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de 
força policial (CPC/73). 
 
_________________________________________________________________________
__ 
 
g) Quanto aos recursos 
 
● Princípio da taxatividade ​- Por este princípio entende-se que somente uma lei federal 
poderá criar recursos no sistema processual civil brasileiro, conforme disposto no 
artigo 22 da CRFB (compete à União privativamente legislar sobre). Os recursos 
cabíveis no ordenamento processual civil estão previstos taxativamente no artigo 
496 do CPC/73. 
Art. 496. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação; 
II - agravo; 
III - embargos infringentes; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
Vl - recurso especial; 
Vll - recurso extraordinário; 
VIII - embargos de divergência em recurso especial e em recurso 
extraordinário. 
 
 
● Princípio da unirrecorribilidade - para cada decisão efetuada no processo existiria 
apenas uma forma única de recurso. Decorre da interpretação sistemática dos 
recursos taxativamente enumerados. A parte deve ter clareza de que determinada 
decisão gera a possibilidade de um determinado recurso. 
 
○ Exceção à regra são os embargos de declaração, situação em que podem 
ocorrer o duplo recurso contra uma só decisão, visto que este suspende o 
prazo da apelação (art. 518). 
 
● Princípio do duplo grau de jurisdição - garantia dada pelo sistema processual de que 
toda sentença será revista por, pelo menos, mais um órgão julgador. Visa à 
segurança jurídica. Consiste em estabelecer a possibilidade de a sentença definitiva 
ser reapreciada por órgão de jurisdição, normalmente de hierarquia superior à 
daquele que a proferiu, o que se faz de ordinário pela interposição de recurso. Não 
é necessário que o segundo julgamento seja conferido a órgão diverso ou de 
categoria hierárquica superior a daquele que realizou o primeiro exame. 
_________________________________________________________________________
__ 
15.10.2015 
 
9 - PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
 
● Elementos que um processo deve seguir para gerar efeitos jurídicos. 
● Requisitos objetivos que visam às garantias constitucionais e processuais gerais. 
Todos estes requisitos devem ser seguidos para esta conquista. 
 
9.1 - PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA 
 
Se o processo não contiver um destes pressupostos, o processo é considerado inválido, 
inexistente. 
 
a) Provocação inicial: Ligado essencialmente com a inércia da jurisdição. Em regra se 
materializa por meio da petição inicial. 
 
b) Existência de jurisdição: Ligada ao aspecto da vinculação de competências próprias do 
poder Judiciário. 
 
c) Existência de citação: A citação é o ato que chama o acusado ao processo para tomar 
conhecimento e se defender no prazo legal. Vinculado ao princípio do contraditório e da 
ampla defesa. 
 
Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o 
interessado a fim de se defender. 
 
 
 
 
9.2 - PRESSUPOSTOS DE VALIDADE 
 
a) Aptidão da provocação: Para que o processo seja válido, a provocação deve observar os 
seus requisitos formais (devido processo legislativo) e materiais (limites da constituição). 
Exemplo desta aplicação é o não cumprimento de algum dos requisitos previstos no artigo 
282 do CPC/73: 
 
 
Art. 282. A petição inicial indicará: 
 
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
 
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e 
residência do autor e do réu; 
 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
 
IV - o pedido, com as suas especificações; 
 
V - o valor da causa; 
 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos 
fatos alegados; 
 
VII - o requerimento para a citação do réu. 
 
b) Competência do juízo: O processo deve ser direcionado ao magistrado competente para 
o julgamento daquilo que pede na exordial. A competência pode ser analisada em razão da 
matéria, do valor, do território ou da pessoa ou função. Ver artigos 91 a 111 do CPC/73. 
 
c) Imparcialidade do Juiz: São os casos de impedimento e suspeição do Juiz: 
 
Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo 
contencioso ou voluntário: 
 
I - de que for parte; 
 
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou 
depoimento como testemunha; 
 
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe 
proferido sentença ou decisão; 
 
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o 
seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em 
linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; 
 
V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das 
partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; 
 
VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa 
jurídica, parte na causa. 
 
Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica 
quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, 
porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o 
impedimento do juiz. 
 
Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, 
quando: 
 
I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; 
 
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu 
cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o 
terceiro grau; 
 
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das 
partes; 
 
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; 
aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou 
subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
 
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das 
partes. 
 
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por 
motivo íntimo. 
 
d) Capacidade de ser parte: Para a parte estar em juízo litigando algum direito, ela deve ter 
a capacidade de usufruir deste direito exigido. Alguns exemplos: 
 
Art. 7º Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem 
capacidade para estar em juízo. 
 
Art. 8º Os incapazes serão representados ou assistidos por seus 
pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil. 
 
Art. 10. O cônjuge somente necessitará do consentimento dooutro 
para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. 
 
e) Capacidade postulatória: é a capacidade do advogado em praticar todos os atos em 
defesa de sua causa, seja a busca ou a defesa do direito. 
 
Art. 36. A parte será representada em juízo por advogado 
legalmente habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto, postular em 
causa própria, quando tiver habilitação legal ou, não a tendo, no 
caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos 
que houver. 
 
Art. 38. A procuração geral para o foro, conferida por instrumento 
público, ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a 
praticar todos os atos do processo, salvo para receber citação 
inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, 
desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, 
dar quitação e firmar compromisso. 
f) Citação válida: 
Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação 
inicial do réu. 
 
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz 
litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por 
juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a 
prescrição. 
 
______________________________________________________________________ 
29.10.15 
 
9.3 - PRESSUPOSTOS NEGATIVOS 
 
● Pressupostos ou situações que afastam a possibilidade de julgamento do processo. 
São vedados no processo. 
 
a) Litispendência: Pedido trazido em novo processo que busca o mesmo pedido em outra 
ação já em trâmite de análise. Conflito de questão controvertida com outro pedido já 
analisado. Pode resultar em extinção ou suspensão do processo. 
 
b) Coisa julgada: É a característica de uma decisão que se tornou imutável, não cabendo 
mais recursos. 
 
c) Perempção: Processos que podem ser extintos sem a resolução do mérito. Resta 
configurada pelo sucessivo abandono da causa pelo autor. Decorre da inércia do autor, que 
motivou por 3 vezes a extinção de um mesmo tiipo de ação. 
 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
 
(...) 
 
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência 
ou de coisa julgada; 
 
d) Convenção de arbitragem: O conflito deve versar sobre direitos disponíveis. Existindo 
cláusula arbitral, preenchidos os seus requisitos, a sua presença no instrumento contratual 
vincula as partes, impedindo que qualquer dela venha a recusar a sua submissão ao juízo 
arbitral. Haverá, por vontade das partes manifestada na convenção de arbitragem, a 
exclusão prévia e irretratável à jurisdição estatal. Tem o escopo de diminuir o número de 
demandas judiciais. 
 
e) Falta de caução a outra exigência legal: A ausência de pagamento dos procedimentos 
suscitados pela parte geram a inabilitação (extinção) do processo. 
 
 
9.4 - ATOS PROCESSUAIS 
 
● São todos os atos jurídicos praticados no processo (petições, audiências, 
decisões…). 
 
Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma 
determinada senão quando a lei expressamente a exigir, 
reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe 
preencham a finalidade essencial. (CPC/73) 
 
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma 
determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, 
considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe 
preencham a finalidade essencial. (CPC/15) 
 
10 - AÇÃO 
 
10.1 - CONCEITO 
 
● Garantia de prestação jurisdicional para tutelar o direito de pedir perante o Poder 
Judiciário. 
 
10.2 - NATUREZA JURÍDICA 
 
● O direito de ação é um direito diverso daquele em que se alega ter em juízo. Aquele 
está vinculado à garantia de prestação jurisdicional, enquanto que este são as 
razões que expõem em juízo a matéria questionada ou violada. É a chamada Teoria 
Abstrata da Ação; direito a solicitar a prestação jurisdicional até mesmo quando a 
matéria suscitada não favorece o autor. 
 
● O direito processual caracteriza-se por ser um Direito Público, abstrato (não se 
confunde com o direito material). 
 
● Os procedimentos ordinário ou comum são os utilizados para a grande parte das 
ações judiciais. 
 
● Gerou como consequência a supervalorização da norma e também, modos de 
mitigação destas formalidades (instrumentalidade e aproveitamento das formas, das 
provas, dos recursos…) 
 
● A fase instrumental da evolução processualista denota o retorno da preocupação em 
relação ao direito material, caracterizando o direito processual como consequência 
organizadora do direito material. 
 
10.3 - CONDIÇÕES DA AÇÃO 
 
a. Legitimidade das partes​: É necessário que o autor tenha o direito material 
pretendido, em regra, para poder buscá-lo em juízo. A legitimidade pode ser 
ordinária (a parte defende seu próprio direito); extraordinária (substituição 
processual); ativa e passiva. 
 
Art. 6º Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, 
salvo quando autorizado por lei. 
 
a. Interesse de agir​: Pode ser entendido quanto à adequação ou necessidade. É a 
análise da necessidade de solicitação da prestação jurisdicional e da utilização das 
formas adequadas da ação. O processo deve ser um meio necessário para a 
solução da lide, aliado à adequada utilização do instrumento correto para a prática 
do pedido. 
 
Art. 3º Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e 
legitimidade (CPC/73). 
 
Art. 4º O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
 
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
 
II - da autenticidade ou falsidade de documento (CPC/73). 
 
a. Possibilidade jurídica do pedido​: A pretensão do autor deve ser legal, não sendo 
vedada pelo ordenamento jurídico. Todo pedido ilegal é juridicamente impossível de 
ser apreciado pelo Poder Judiciário. A análise da possibilidade jurídica do pedido, 
para alguns autores, pode ser considerada uma anáise do mérito da causa, e assim, 
não seria uma condição da ação (pensamento minoritário). 
 
 
● A consequência da ausência de qualquer uma das condições da ação é a extinção 
do processo sem a resolução do mérito: 
 
 
 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
 
(...) 
 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a 
possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse 
processual (CPC/73). 
 
_________________________________________________________________________
__ 
05.11.2015 
 
10.4 - ELEMENTOS DA AÇÃO 
 
● Servem basicamente para a comparação entre as ações, para saber se existe uma 
similaridade ou não das ações conflitadas 
 
a. Partes: Autor, réu e possíveis interessados (incluindo a assistência) no julgamento 
da lide. Nem sempre haverá um processo simplificado, podendo existir a pluralidade 
tanto no polo ativo quanto no polo passivo (litisconsórcio). 
 
Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, 
em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide; 
 
II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento 
de fato ou dedireito; 
 
III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de 
pedir; 
 
IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou 
de direito. 
 
Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo 
quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida 
solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação 
interrompe o prazo para resposta, que recomeça da intimação da 
decisão. 
 
Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei 
ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de 
modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da 
sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no 
processo. 
 
Parágrafo único. O juiz ordenará ao autor que promova a citação 
de todos os litisconsortes necessários, dentro do prazo que assinar, 
sob pena de declarar extinto o processo. 
 
Art. 48. Salvo disposição em contrário, os litisconsortes serão 
considerados, em suas relações com a parte adversa, como 
litigantes distintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão 
nem beneficiarão os outros. 
 
Art. 49. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento 
do processo e todos devem ser intimados dos respectivos atos 
(CPC/73). 
 
a. Causa de Pedir: Elementos aos quais se afirma a existência do pedido. Seria o 
motivo para a proposição da ação judicial. 
 
a. Pedido: Aquilo que a parte requer ao magistrado. Em regra, o processo possui mais 
de um pedido, promovendo a cumulação de ação (ou pedido), podendo se 
comunicar estes pedidos entre si. 
 
10.4.1 - INCIDENTES NOS ELEMENTOS DA AÇÃO 
 
a. Conexão​: Quando se tem o mesmo pedido e a causa de pedir, tendo o intuito de 
evitar decisões conflitantes. 
 
 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes 
for comum o pedido ou a causa de pedir. 
 
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão 
conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. 
 
§ 2o Aplica-se o disposto no caput: 
 
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento 
relativa ao mesmo ato jurídico; 
 
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
 
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que 
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou 
contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem 
conexão entre eles (CPC/15). 
 
 
a. Continência​: Também traz a ideia do conflito de decisões, necessitando da 
identidade de partes e de causa de pedir. Entretanto, o pedido de uma ação contém 
o pedido de outra, sendo a primeira mais abrangente com relação ao pedido. 
 
 
 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando 
houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o 
pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 
 
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido 
proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será 
proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as 
ações serão necessariamente reunidas. 
 
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no 
juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente (CPC, 15). 
 
 
 
c. Litispendência: Autor move uma ação idêntica a outra proposta contra o mesmo réu, não 
ocorrendo a coisa julgada no processo mais antigo. Pode acontecer por pluralidade de 
procuradores ou má-fé do autor. 
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
 
VI - litispendência; 
 
VII - coisa julgada; 
 
VIII - conexão; 
 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se 
reproduz ação anteriormente ajuizada. 
 
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, 
a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
 
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
 
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por 
decisão transitada em julgado. 
 
10.5 - CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES 
 
a) Quanto ao tipo cognitivo: 
 
● Ação de conhecimento 
● Ação de execução 
● Ação cautelar (CPC/73) 
 
b) Quanto à natureza da sentença ou dos pedidos: 
 
● Teoria trinária: fala-se em ação declaratória, constitutiva e condenatória. 
Classificação típica da escola paulista processual. 
 
○ Declaratória: é a declaração afirmativa ou negativa de um direito pelo 
magistrado. São aquelas ações que, na conformidade do artigo 4º do 
CPC/73, visam declarar a certeza de existência ou inexistência de relação 
jurídica, ou de autenticidade ou falsidade de documento. 
 
Art. 4º O interesse do autor pode limitar-se à 
declaração: 
 
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
 
II - da autenticidade ou falsidade de documento. 
 
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, 
ainda que tenha ocorrido a violação do direito. 
 
○ Constitutiva: é a ação deconhecimento que tem por fim a criação, 
modificação ou a extinção de umarelação jurídica, sem estatuir qualquer 
condenação do réu ao cumprimento de uma prestação, produzindo efeitos ex 
tunc ou ex nunc. 
 
○ Condenatória: serve para colocar uma das partes no polo passivo de uma 
obrigação. Visa formar um título executório que sujeitará o devedor à 
constrição da execução. 
 
● Teoria quinária 
 
○ Declaratória 
 
○ Constitutiva 
 
○ Condenatória 
 
■ Condenatória stricto sensu: abarca o pedido de alimentos,sendo uma 
das exceções de tutela urgente que não seria mandamental ou 
executiva latu sensu. 
 
■ Mandamental: natureza de ordem, geralmente acompanhada de 
algum elemento coercitivo (multa diária ou astreinte) que deve ser 
cumprido pela parte. Refere-se esta ação à pretensão por atos de que 
o juiz ou outra autoridade deva mandar que se pratiquem. Geralmente 
aplicados em tutelas urgentes. Tem como exemplo o Mandado de 
Segurança. 
 
■ Executiva latu sensu: um terceiro recebe a ordem promulgada na 
sentença. Geralmente aplicados em tutelas urgentes. 
 
● Nenhuma destas modalidades são puras, contendo elementos de mais de uma 
classificação. 
 
● Na maioria das ações, os pedidos não são únicos, cumulando estes pedidos na 
petição inicial. 
 
 
ESQUEMA BÁSICO DE PETIÇÃO INICIAL (ver artigo 282 CPC/73 e artigo 319 CPC/15) 
 
 
 
CPC/1973 
 
Art. 282. A petição inicial indicará: 
 
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
 
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, 
domicílio e residência do autor e do réu; 
 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
 
IV - o pedido, com as suas especificações; 
 
V - o valor da causa; 
 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a 
verdade dos fatos alegados; 
 
VII - o requerimento para a citação do réu. 
 
Art. 283. A petição inicial será instruída com os 
documentos indispensáveis à propositura da ação. 
 
Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não 
preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou 
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de 
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o 
autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) 
dias. 
 
Parágrafo único. Se o autornão cumprir a diligência, o 
juiz indeferirá a petição inicial. 
 
________________________________________ 
 
CPC/2015 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
 
I - o juízo a que é dirigida; 
 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência 
de união estável, a profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional 
da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio 
e a residência do autor e do réu; 
 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
 
IV - o pedido com as suas especificações; 
 
V - o valor da causa; 
 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a 
verdade dos fatos alegados; 
 
VII - a opção do autor pela realização ou não de 
audiência de conciliação ou de mediação. 
 
§ 1o Caso não disponha das informações previstas no 
inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao 
juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
 
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito 
da falta de informações a que se refere o inciso II, for 
possível a citação do réu. 
 
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não 
atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a 
obtenção de tais informações tornar impossível ou 
excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os 
documentos indispensáveis à propositura da ação. 
 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não 
preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que 
apresenta defeitos e irregularidades capazes de 
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o 
autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a 
complete, indicando com precisão o que deve ser 
corrigido ou completado. 
 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o 
juiz indeferirá a petição inicial. 
 
 
 
ROTEIRO DE ESTUDOS PARA N3 
 
1. O que são, quais são e como podem ser classificados os pressupostos 
processuais? 
 
→ Os pressupostos processuais são elementos que um processo deve seguir para gerar 
efeitos jurídicos. São requisitos objetivos que visam às garantias constitucionais e 
processuais gerais, devendo estes requisitos serem seguidos para esta conquista dos 
efeitos pretendidos. 
 
→ Classificam-se em 3 gêneros, sendo estes os pressupostos de existência (provocação 
inicial, existência de jurisdição e existência de citação), pressupostos de validade (aptidão 
da provocação, competência do juízo, imparcialidade do juiz, capacidade de ser parte, 
capacidade postulatória e citação válida) e pressupostos negativos (litispendência, coisa 
julgada, perempção, convenção de arbitragem, falta de caução a outra exigência legal). 
 
→ ​Pressupostos de existência​: Se o processo não contiver um destes pressupostos, 
o processo é considerado inexistente. 
 
● Provocação inicia​l: Ligado essencialmente com a inércia da jurisdição. Em regra se 
materializa por meio da petição inicial. 
● Existência de jurisdição​: Ligada ao aspecto da vinculação de competências próprias 
do poder Judiciário. 
● Existência de citação​: A citação é o ato que chama o acusado ao processo para 
tomar conhecimento e se defender no prazo legal. Vinculado ao princípio do 
contraditório e da ampla defesa. 
 
→ ​Pressupostos de validade​: Se o processo não contiver um destes pressupostos, o 
processo é considerado inválido. 
 
● Aptidão da provocação​: Para que o processo seja válido, a provocação deve 
observar os seus requisitos formais (devido processo legislativo) e materiais (limites 
da constituição). Exemplo desta aplicação é o não cumprimento de algum dos 
requisitos previstos no artigo 282 do CPC/73. 
● Competência do juízo​: O processo deve ser direcionado ao magistrado competente 
para o julgamento daquilo que pede na exordial. A competência pode ser analisada 
em razão da matéria, do valor, do território ou da pessoa ou função. Ver artigos 91 a 
111 do CPC/73. 
● Imparcialidade do Juiz​: São os casos de impedimento e suspeição do Juiz. 
● Capacidade de ser parte​: Para a parte estar em juízo litigando algum direito, ela 
deve ter a capacidade de usufruir deste direito exigido. 
● Capacidade postulatória​: é a capacidade do advogado em praticar todos os atos em 
defesa de sua causa, seja a busca ou a defesa do direito. 
● Citação válida​: para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu. 
 
→ ​Pressupostos negativos​: Pressupostos ou situações que afastam a possibilidade 
de julgamento do processo. São vedados no processo. 
 
● Litispendência​: Pedido trazido em novo processo que busca o mesmo pedido em 
outra ação já em trâmite de análise. Conflito de questão controvertida com outro 
pedido já analisado. Pode resultar em extinção ou suspensão do processo. 
● Coisa julgada​: É a característica de uma decisão que se tornou imutável, não 
cabendo mais recursos. 
● Perempção: Processos que podem ser extintos sem a resolução do mérito. Resta 
configurada pelo sucessivo abandono da causa pelo autor. Decorre da inércia do 
autor, que motivou por 3 vezes a extinção de um mesmo tipo de ação. 
● Convenção de arbitragem​: O conflito deve versar sobre direitos disponíveis. 
Existindo cláusula arbitral, preenchidos os seus requisitos, a sua presença no 
instrumento contratual vincula as partes, impedindo que qualquer dela venha a 
recusar a sua submissão ao juízo arbitral. Haverá, por vontade das partes 
manifestada na convenção de arbitragem, a exclusão prévia e irretratável à 
jurisdição estatal. Tem o escopo de diminuir o número de demandas judiciais. 
● Falta de caução a outra exigência legal​: A ausência de pagamento dos 
procedimentos suscitados pela parte geram a inabilitação (extinção) do processo. 
 
2. O que é o direito de ação? 
 
→ Garantia de prestação jurisdicional para tutelar o direito de pedir perante o Poder 
Judiciário. O direito de ação é um direito diverso daquele em que se alega ter em juízo; 
aquele está vinculado à garantia de prestação jurisdicional, enquanto que este são as 
razões que expõem em juízo a matéria questionada ou violada. É a chamada Teoria 
Abstrata da Ação; direito a solicitar a prestação jurisdicional até mesmo quando a matéria 
suscitada não favorece o autor. 
 
3. De que modo é possível relacionar os conceitos de ação, processo e jurisdição? 
 
→ Uma nova forma de abordar os institutos fundamentais da teoria geral do processo, 
reaproximando o direito processual do direito material, é a tratativa da construção e 
conceituação de um novo instituto, a “tutela jurisdicional” com pretensão de os aspectos da 
teoria geral. A tutela de direitos, ou tutela jurisdicional, é uma decorrência do estudo da 
jurisdição, da ação e do processo no modelo de processo civil contemporâneo. 
 
→ Significa que são necessárias a norma processual, o procedimento em si, e o 
reconhecimento do direito pelo Estado-Juiz, para se poder falar em tutela efetiva. 
 
4. Como as ações podem ser classificadas quanto à sua carga de eficácia? 
 
● Declaratória​: é a declaração afirmativa ou negativa de um direito pelo magistrado. 
São aquelas ações que, na conformidadedo artigo 4º do CPC/73, visam declarar a 
certeza de existência ou inexistência de relação jurídica, ou de autenticidade ou 
falsidade de documento. 
● Constitutiva​: é a ação deconhecimento que tem por fim a criação, modificação ou a 
extinção de uma relação jurídica, sem estatuir qualquer condenação do réu ao 
cumprimento de uma prestação, produzindo efeitos ex tunc ou ex nunc. 
● Condenatória​: serve para colocar uma das partes no polo passivo de uma obrigação. 
Visa formar um título executório que sujeitará o devedor à constrição da execução. 
● Condenatória stricto sensu​: abarca o pedido de alimentos,sendo uma das exceções 
de tutela urgente que não seria mandamental ou executiva latu sensu. 
○ Mandamental​: natureza de ordem, geralmente acompanhada de algum 
elemento coercitivo (multa diária ou astreinte) que deve ser cumprido pela 
parte. Refere-se esta ação à pretensão por atos de que o juiz ou outra 
autoridade deva mandar que se pratiquem. Geralmente aplicados em tutelas 
urgentes. Tem como exemplo o Mandado de Segurança. 
○ Executiva latu sensu​: um terceiro recebe a ordem promulgada na sentença. 
Geralmente aplicados em tutelas urgentes, representa a possibilidade de 
ações que tragam embutidas no processo de conhecimento capacidade 
executória, possibilitando ao juízo determinar, desde logo, e 
independentemente de qualquer outra providencia, a entrega do bem da vida 
objeto da lide, isto porque o provimento jurisdicional tem caráter executório. 
 
5. Comente, destacando os principais conceitos de Teoria do Processo estudadas ao 
longo do semestre, os arts 1º ao 11 do CPC/15. 
 
● Enfoque no modelo constitucional de processo civil, focando o direito processual a 
partir do texto constitucional; ​constitucionalização do direito​. 
Art. 1​o O processo civil será ordenado, disciplinado e 
interpretado conforme os valores e as normas 
fundamentais estabelecidos na Constituição da 
República Federativa do Brasil, observando-se as 
disposições deste Código. 
● Princípio da Inércia da jurisdição: a jurisdição somente será exercida se for 
provocada. Pode ser relacionada com o direito de ação, ato de exigir a tutela 
jurisdicional. 
Art. 2​o O processo começa por iniciativa da parte e se 
desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções 
previstas em lei. 
● Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição: ​Não se excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário, lesão ou ameaça a direito. Lembrando que a arbitragem e a conciliação 
respeitam e não ferem a inafastabilidade da jurisdição. 
Art. 3​o Não se excluirá da apreciação jurisdicional 
ameaça ou lesão a direito. 
§ 1​o​ É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2​o O Estado promoverá, sempre que possível, a 
solução consensual dos conflitos. 
§ 3​o A conciliação, a mediação e outros métodos de 
solução consensual de conflitos deverão ser 
estimulados por juízes, advogados, defensores 
públicos e membros do Ministério Público, inclusive no 
curso do processo judicial. 
● Duração razoável do processo e efetiva satisfação do direito (material): Processo 
com razoável duração já não significa, necessariamente, um processo veloz, mas 
um processo que deve andar com certa rapidez, de modo a que as partes tenham 
uma prestação jurisdicional em tempo hábil. A segunda parte do artigo traz a certeza 
de que o processo deve servir como técnica valorativa que objetiva a realização do 
direito material. 
Art. 4​o As partes têm o direito de obter em prazo 
razoável a solução integral do mérito, incluída a 
atividade satisfativa. 
● Princípio da boa-fé processual: vertente objetiva da boa fé, é aquele que impõe um 
comportamento leal, ético, de acordo com a boa-fé, em nada se relacionando com a 
intenção do sujeito do processo (boa fé subjetiva). 
Art. 5​o Aquele que de qualquer forma participa do 
processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. 
Art. 6​o Todos os sujeitos do processo devem cooperar 
entre si para que se obtenha, em tempo razoável, 
decisão de mérito justa e efetiva. 
● Princípio do Contraditório e ampla defesa: O contraditório tem conteúdo substancial, 
levando em consideração as ponderações da parte adversa, permitindo que esta 
manifestação seja fundamentada na decisão, não sendo apenas a autorização da 
parte de se manifestar. É intimamente ligado à inafastabilidade da jurisdição e da 
fundamentação das decisões.A ampla defesa fica envolto na ideia de que a parte 
terá a ampla possibilidade de defesa. Demonstra maior rigor na proteção do 
acusado. 
Art. 7​o É assegurada às partes paridade de tratamento 
em relação ao exercício de direitos e faculdades 
processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos 
deveres e à aplicação de sanções processuais, 
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
● Princípio da cooperação​: As partes devem cooperação umas com as outras. O 
saneamento continuado no processo é uma hipótese de cooperação oriunda dos 
magistrados. 
Art. 8​o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz 
atenderá aos fins sociais e às exigências do bem 
comum, resguardando e promovendo a dignidade da 
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a 
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a 
eficiência. 
● Vedação às “decisões surpresa”​: 
Art. 9​o Não se proferirá decisão contra uma das partes 
sem que ela seja previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 
311, incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701. 
● Princípio do contraditório efetivo​: forma de assegurar que haja, no processo judicial, 
um contraditório pleno, efetivo, prévio à construção das decisões judiciais, e 
destinado fundamentalmente a assegurar que o resultado do processo seja fruto de 
um processo participativo, cooperativo, em que todos os seus atores trabalham 
juntos (ainda que buscando resultados diversos) no qual, democraticamente, será 
construído. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de 
jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual 
não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual 
deva decidir de ofício. 
● Princípio da publicidade​: Todos os atos processuais devem ser públicos. Exceção à 
regra da publicidade dos atos são os casos de processos que correm em segredo de 
justiça. 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as 
decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, 
pode ser autorizada a presença somente das partes, 
de seus advogados, de defensores públicos ou do 
Ministério Público.

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