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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DISCIPLINA: DIREITO DO CONSUMIDOR
PROF.: ANA LECTÍCIA
AULA 12
TEMA: Contratos submetidos às regras do CDC II: Contratos com profissionais liberais. Serviços médicos e hospitalares, públicos e privados. Contratos de seguro. Serviços públicos (art. 22, CDC).
CONTRATOS COM PROFISSIONAIS LIBERAIS
Engloba todos aqueles que desenvolvem atividades sujeitas a uma disciplina especial, a exemplo dos médicos, dentistas, engenheiros, advogados, dentre outros.
A regra legal que disciplina a contratação de tais profissionais é a do art.14, § 4o, do CDC, que traz regra específica acerca de tais profissionais.
Trata-se de exceção ao sistema instituído pela lei do consumidor de responsabilidade objetiva dos fornecedores de produtos e serviços que respondem independentemente de culpa de sua parte. Isso porque, o referido parágrafo quarto, diferentemente, estabelece a necessidade da prova da culpa dos profissionais liberais pelo consumidor-lesado, para fins de configuração da responsabilidade civil subjetiva dos mesmos.
Contudo, no artigo em análise, é importante verificar que este só inclui a responsabilidade pessoal do profissional liberal, não favorecendo a pessoa jurídica na qual ele trabalha como empregado, pois neste caso a responsabilidade será objetiva.
Há uma divergência sobre a espécie de obrigação desenvolvida por tais profissionais, vale dizer, se de meio ou de resultado. Para tanto, há que se analisar cada espécie de serviço oferecido de forma particular, levando em conta as peculiaridades do serviço desenvolvido.
RESPONSABILIDADE PESSOAL DO MÉDICO
Há formação de um contrato de prestação de serviço (responsabilidade contratual), mas com obrigação de meio ou de resultado?
Muitos defendem que, no geral, incluindo as cirurgias reparadoras, trata-se de obrigação de meio, uma vez que o médico, por mais competente que seja, não pode garantir a cura ou assumir obrigação de salvar o paciente, mormente quando em estado grave ou terminal.
Ademais, a ciência médica apresenta, ainda, inúmeras limitações.
Deveres médicos: de cuidado; de sigilo e de informação.
A obrigação assumida é, em regra de meio: deverá proporcionar ao paciente todos os cuidados, atenção, prestar serviço de acordo com as regras e métodos da profissão. Portanto, se o tratamento não surtir o efeito esperado, não há que se falar em inadimplemento contratual. Insucesso de diagnóstico idem. Só haverá obrigação de indenizar quando se tratar de erro crasso. 
Prova da culpa: a matéria é essencialmente técnica, exigindo prova pericial, haja vista sua complexidade e a hipossuficiência técnica do consumidor. Contudo, o juiz não fica adstrito à perícia.
Há quem defenda que seria possível a inversão judicial do ônus da prova (art.6o, VIII, CDC), mas a regra é que cabe ao paciente demonstrar que o resultado negativo do tratamento teve por causa a negligência, imprudência ou imperícia médica.
O juiz deve verificar, à vista das provas, se houve ou não falha humana, erro grosseiro no diagnóstico, na medicação ministrada, injustificável omissão na assistência e nos cuidados indispensáveis ao doente.
Obs.) Erro profissional = é a falha do homem normal, conseqüência da falibilidade humana. Deve haver tolerância. A conduta é correta, mas a técnica empregada é incorreta.
Culpa = a conduta é incorreta; técnica é correta.
Obrigação de sigilo = violação de sigilo profissional enseja reparação por dano moral: ofende à intimidade (direito da personalidade). Há um dever ético e legal de guardar segredo. Porém, tal sigilo é relativo (ex. obrigação de notificação de doença infecto-contagiosa; realização de perícias médico-legais)
Dever de informação = tratamento, riscos e possíveis resultados. Exige-se o consentimento esclarecido do paciente (art.46, CDC). Só é dispensável em situações de emergência.
Cirurgia estética ou meramente embelezadora = o médico se compromete a alcançar o resultado pretendido; se este não é possível, o médico deve se negar a fazer a cirurgia. Ademais, ninguém se dispõe a fazer elevados gastos para ficar com a mesma aparência ou ainda pior. O resultado, portanto, é claro e preciso. Alguns sustentam que se trata de responsabilidade civil médica subjetiva com culpa presumida, enquanto outros defendem tratar-se de responsabilidade objetiva ou sem culpa.
Excludentes do dever médico de indenizar: fatores imponderáveis.
 = RESPONSABILIDADE MÉDICA EMPRESARIAL = (ART. 14, CDC)
	Cuida-se da responsabilidade dos hospitais, clínicas e Casas de saúde. São fornecedores de serviço, nos termos do art.3o, § 2o, CDC.
 Respondem objetivamente, isto é, independentemente da prova de culpa pelo defeito na prestação do serviço que causem dano ao paciente-consumidor.
As excludentes da responsabilidade estão previstas expressamente no art.14, § 3o, CDC: a exemplo das próprias condições do paciente; fatos da natureza.
Quanto aos Laboratórios; bancos de sangue; exames radiológicos de altíssima precisão = trata-se de obrigação de resultado; responsabilidade objetiva (art.14, caput, CDC).
SEGURO SAÚDE: distinção entre médicos e hospitais de livre escolha e, médicos e hospitais próprios ou credenciados. Quanto aos primeiros, a seguradora não responde; responsabilidade direta do hospital, pois a seguradora nada tem a ver com a deficiência de atuação deles. Quanto aos credenciados, a Seguradora responde solidariamente com eles (art.34, CDC); se escolheu mal o preposto, responde pelo risco da escolha; a rede é atrativa e competitiva, logo é evidente o proveito do pacto para ambos.
OBS.) Responsabilidade dos dentistas: regra – obrigação de resultado: preocupação com a estética. Responsabilidade do advogado – responsabilidade subjetiva, exigindo –se prova do dolo ou culpa (ex. perda de prazo recursal)
Serviços públicos também são disciplinados pela lei consumerista, inclusive, o fornecedor pode ser pessoa de direito público (art.22, CDC) ou mesmo, pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços públicos, a exemplo das empresas de telefonia. Responsabilidade objetiva (art. 14), com possibilidade de excludentes – vide § 3º do art.14, incisos I e II.
 Controvérsia acerca da interrupção dos serviços essenciais (p.único do art. 22 fala em continuidade dos serviços e vedação à interrupção, fundadas na dignidade da pessoa humana, ao contrário do disposto no art. 6º, § 3º, II da Lei 8.987/95), a exs da energia elétrica, água...vide aula 4 (art. 6º, X – prestação adequada e eficaz).
2) CONTRATOS DE SEGURO 
Finalidade: meio de preservar o patrimônio e de assegurar a continuidade de inúmeros empreendimentos. Conceito: art.757, CC
Partes: Segurado (consumidor); segurador (sociedade empresária) e, em alguns casos, terceiro ou beneficiário.
Elementos essenciais: risco; mutualismo e boa-fé (recíproca: art.765, CC).
Características: o segurador é fornecedor: art.3o, p.2o, CDC; contrato de adesão (art.54); a responsabilidade do segurador é objetiva e contratual (art.14, CDC); é possível cláusulas limitativas do risco (§4o do art. 54); quando houver cláusula abusiva, serão nulas de pleno direito. É possível a exclusão do dever de indenizar do segurador quando ocorrer fato exclusivo do segurado, a exemplo de uma doença congênita não inserida na cobertura contratual.
Há controvérsia quanto ao prazo prescricional a ser aplicado em ações de responsabilidade do consumidor em face da seguradora. Para o STJ seria de um ano, aplicando-se o atual Código Civil, enquanto que outros defendem a aplicação do art.27 do CDC, qual seja, prazo de cinco anos para as ações de indenização quando da ocorrência de fato do produto ou do serviço. (vide texto Sylvio Capanema).

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