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UNIVERSIDADE NILTON LINS CURSO DE PSICOLOGIA ESTUDO DE CASO Teoria Cognitiva Comportamental MANAUS 2018 ANDRÉIA SOUZA DE ALMEIDA – Mat. 14002012 BRENDA ANDRADE MARTINS – Mat. 14003755 CLEISEJANE PEIXOTO DA SILVA – Mat. 14007823 LEANDRO CORDEIRO DE SOUZA – Mat. 14005200 ESTUDO DE CASO Teoria Cognitiva Comportamental Trabalho de Clínica Cognitiva Comportamental, apresentado como exigência para obtenção da primeira nota institucional, ministrada pelo Professor Josephe Antunes da turma PSI 091. MANAUS 2018 Caso Clínico. S., um homem branco e solteiro de 26 anos, foi levado para uma avalição ambulatorial por seus pais porque eles estavam angustiados com seus sintomas. Desde os 13 anos, ele sempre havia se preocupado com sua pele “cheia de cicatrizes”, seu cabelo “escasso”, suas orelhas “assimétricas” e sua constituição física “magricela” e “muscularmente inadequadamente”. Embora tivesse uma aparência normal, S. estava totalmente convencido de que era “feio” e medonho e acreditava que as outras pessoas falavam dele e o ridicularizavam por causa de sua aparência. Ele passava de cinco a seis horas por dia verificando compulsivamente as áreas do corpo das quais não gostava na frente de espelhos e de outras superfícies refletoras como janelas, arrumando excessivamente o cabelo para “criar um ilusão de volume”, puxando as orelhas na tentativa de “deixa-las parelhas” e comparando sua aparência com a de outras pessoas. Ele beliscava a pele compulsivamente, ás vezes usava aparelhos de barba, na tentativa de “limpa-la”. Levantava peso todos os dias e regularmente vestia varias camadas de camisetas para parecer maior. Quase sempre usava boné para esconder o cabelo. Havia recebido tratamento dermatológico devido às preocupações com a pele, mas achava que não surtia efeito. S. perdeu vários dias de aula quando estava no ensino médio quando porque estava preocupado demais para fazer o dever de casa, se sentia obrigado a sair da sala de aula para se olhar no espelho e, constrangido por ser visto pelos outros. Por esses motivos não conseguiu frequentar a faculdade. Retraiu-se socialmente e não namorava “porque nenhuma menina iria namorar alguém tão feio como eu”. Ele considerava suicidar-se frequentemente porque achava que não valia a pena viver “com essa aparência esquisita” e porque se sentia isolado, ignorado devido a sua “feiura”. Seus pais manifestaram preocupação com seus “arroubos violentos”, que ocorriam quando ele se sentia particularmente zangado e angustiado com a sua aparência ou quando tentavam afasta-lo do espelho. S. relatou humor deprimido, anedonia, desvalia má concentração e ideação suicida, atribuindo todos esses sintomas ás suas preocupações com a aparência. Com o intuito de se automedicar para lidar com o sofrimento causado por sua aparência consumia álcool e maconha. Usava proteína em pó para “criar músculos”, mas negou o uso de esteroides, anabolizantes e outros fármacos de intensificação de desempenho e todas as substancias de abuso. Sofrera de ansiedade angustiante e problemática em situações sociais no final da adolescência, o que ele atribuía o fato de ser “burro”, mas negou ansiedade social recente. Ele não tinha historia medica significante e não estava tomando medicamentos. Sua mãe tinha TOC. S. estava bem vestido, bem cuidado e usava boné. Ele não apresentava nenhum defeito nenhum defeito físico obvio. Seu contato visual era escasso. Estava orientado e sua cognição estava amplamente preservada. Seu afeto era irritável; seu humor deprimido com ideação suicida passiva. Ele não tinha anormalidades psicomotoras; seu discurso estava normal. Estava totalmente convencido de que era feio, mas não tinha outros sintomas psicóticos. Acreditava que seus “defeitos” na aparência eram reais e não atribuíveis a um transtorno psiquiátrico. Diagrama de Conceptualização Cognitiva (J. Beck). Paciente - S. 26 anos, masculino. Dados Relevantes da Infância - Desde os 13 anos, ele sempre havia se preocupado com sua pele “cheia de cicatrizes”, seu cabelo “escasso”, suas orelhas “assimétricas” e sua constituição física “magricela” e “muscularmente inadequadamente”. Crenças Nucleares Sit. 1: Sou feio, inadequado (DESVALOR). Sit. 2: Sou feio, defeituoso (DESVALOR). Sit. 3. Sou feio, incapaz de ser gostado (DESAMOR). Sit. 4. Sou fraco, feio. (DESVALOR) Sit. 5. Sou esquisito, indesejável (DESAMOR). Sit. 6: Sou burro. (DESVALOR). Pressupostos/Crenças/Regras Condicionais Sit. 1: Se eu não me arrumar, então serei inadequado para as outras pessoas. Sit. 2: Se e não me arrumar, então serei defeituoso para mim mesmo. Sit. 3: Se eu não me arrumar, então serei incapaz de ser gostado por alguém. Sit. 4: Se eu me olhar varias vezes no espelho, posso então me arrumar para esconder minha má aparência. Sit. 5: - Se eu não me expor frente outras pessoas e principalmente moças, então posso não ser desprezado por outros e levar um “fora” de uma moça. Sit. 6: Se eu me recordar da minha adolescência, então me lembrarei de que sou “burro”. Estratégias Compensatórias - Perdeu meses de aula quando estava no ensino médio; usava proteínas para criar músculos; consumia álcool e maconha; se olhar várias vezes no espelho; isolamento social e não namora; automedicação. SITUAÇÃO 1. - Sair da sala de aula. SITUAÇÃO 2. - Usar proteína SITUAÇÃO 3. - Consumir álcool e maconha. PENSAMENTO AUTOMÁTICO (P.A.) - “Tenho que sair daqui para me ver no espelho”. PENSAMENTO AUTOMÁTICO (P.A.) - “Tenho que tomar essa proteína para criar musculo” PENSAMENTO AUTOMÁTICO (P.A.) - “Tenho que consumir álcool e maconha para poder lidar com a minha feiura” SIGINIFCADO DESSE PA. - Sou defeituoso (DESVALOR) SIGINIFCADO DESSE PA. - Sou inadequado (DESVALOR) SIGINIFCADO DESSE PA. - Sou incapaz de ser gostado (DESAMOR) EMOÇÃO - Frustação/Desgosto EMOÇÃO - Desapontamento/Raiva EMOÇÃO - Angustia/Preocupação COMPORTAMENTO - Não assistia aula. COMPORTAMENTO - Faz uso da proteína, pois não se sente satisfeito com ele mesmo. COMPORTAMENTO - Se sente incapacitado, usando álcool e maconha para suprir a feiura. SITUAÇÃO 4. - Ao sair ficava horas em frente a superfícies refletoras SITUAÇÃO 5. - Ao se deparar no meio de pessoas, principalmente onde tem moças. SITUAÇÃO 6. - Ao lembrar-se que em sua adolescência sofrera de ansiedade angustiante e problema em situações sociais. PENSAMENTO AUTOMÁTICO (P.A.) - “Devo ao menos minimizar ou desfaça minha aparência desagradável”. PENSAMENTO AUTOMÁTICO (P.A.) - “Sou feio demais, indesejável para que alguém me namore.” PENSAMENTO AUTOMÁTICO (P.A.) - “Desde a adolescência sempre fui burro”. SIGINIFCADO DESSE P.A. - Sou feio, “medonho” (DESVALOR). SIGINIFCADO DESSE P.A. - Sou indesejável. (DESAMOR). SIGINIFCADO DESSE P.A. - Sou burro. (DESVALOR). EMOÇÃO - Tristeza/Desgosto EMOÇÃO - Inferioridade/Tristeza EMOÇÃO -Desapontamento /Tristeza. COMPORTAMENTO - Usar várias camisas. COMPORTAMENTO - Se isola socialmente e não namora. COMPORTAMENTO - Se automedicava para lidar com o sofrimento causado por suaaparência. Diagnostico Transtorno Dismórfico Corporal. Critérios Diagnósticos (F45.22) A. Preocupação com um ou mais defeitos ou falhas percebidas na aparência física que não são observáveis ou que parecem leves para os outros. B. Em algum momento durante o curso do transtorno, o indivíduo executou comportamentos repetitivos (p. ex., verificar-se no espelho, arrumar-se excessivamente, beliscar a pele, buscar tranquilização) ou atos mentais (p. ex., comparando sua aparência com a de outros) em resposta às preocupações com a aparência. C. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. D. A preocupação com a aparência não é mais bem explicada por preocupações com a gordura ou o peso corporal em um indivíduo cujos sintomas satisfazem os critérios diagnósticos para um transtorno alimentar. Especificar se: Com dismorfia muscular: O indivíduo está preocupado com a ideia de que sua estrutura corporal é muito pequena ou insuficientemente musculosa. O especificador é usado mesmo que o indivíduo esteja preocupado com outras áreas do corpo, o que com frequência é o caso. Especificar se: Indicar o grau de insight em relação às crenças do transtorno dismórfico corporal (p. ex., “Eu pareço feio” ou “Eu pareço deformado”). Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece que as crenças do transtorno dismórfico corporal são definitiva ou provavelmente não verdadeiras ou que podem ou não ser verdadeiras. Com insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças do transtorno dismórfico corporal são provavelmente verdadeiras. Com insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo está completamente convencido de que as crenças do transtorno dismórfico corporal são verdadeiras. Características Diagnósticas Os indivíduos com transtorno dismórfico corporal (anteriormente conhecido como dismorfofobia) são preocupados com um ou mais defeitos ou falhas percebidas em sua aparência física, que acreditam parecer feia, sem atrativos, anormal ou deformada (Critério A). As falhas percebidas não são observáveis ou parecem apenas leves para outros indivíduos. As preocupações variam desde parecer “sem atrativos” ou “não adequado” até parecer “hediondo” ou “como um monstro”. Podem focar em uma ou mais áreas do corpo, mais comumente a pele (p. ex., percepção de acne, cicatrizes, rugas, palidez), os pelos (p. ex., cabelo “escasso” ou pelo corporal ou facial “excessivo”) ou o nariz (p. ex., o tamanho ou formato). No entanto, qualquer área do corpo pode ser foco de preocupação (p. ex., olhos, dentes, peso, estômago, mamas, pernas, tamanho ou formato do rosto, lábios, queixo, sobrancelhas, genitais). Algumas pessoas são preocupadas com a percepção de assimetria de áreas corporais. As preocupações são intrusivas, indesejadas, tomam tempo (ocorrendo, em média, de 3 a 8 horas por dia) e geralmente são difíceis de resistir ou controlar. Os comportamentos repetitivos ou atos mentais excessivos (p. ex., comparações) são executados em resposta à preocupação (Critério B). O indivíduo se sente compelido a executar esses comportamentos, os quais não são prazerosos e podem aumentar a ansiedade e a disforia. Eles geralmente tomam tempo e são difíceis de resistir ou controlar. Os comportamentos comuns são comparar a própria aparência com a de outros indivíduos; verificar repetidamente os defeitos percebidos em espelhos ou em outras superfícies refletoras ou examiná-los diretamente; arrumar-se de maneira excessiva (p. ex., penteando, barbeando, depilando ou arrancando os pelos); camuflar (p. ex., aplicando maquiagem repetidamente ou cobrindo as áreas em questão com coisas como chapéu, roupas, maquiagem ou cabelo); procurar tranquilização acerca do aspecto das falhas percebidas; tocar as áreas em questão para verificá-las; fazer exercícios ou levantamento de peso em excesso; e procurar procedimentos estéticos. A dismorfia muscular, uma forma de transtorno dismórfico corporal que ocorre quase exclusivamente no sexo masculino, consiste na preocupação com a ideia de que o próprio corpo é muito pequeno ou insuficientemente magro ou musculoso. Os indivíduos com essa forma de transtorno, na verdade, têm uma aparência corporal normal ou são ainda mais musculosos. Eles também podem ser preocupados com outras áreas do corpo, como a pele ou o cabelo. A maioria (mas não todos) faz dieta, exercícios e/ou levanta pesos excessivamente, às vezes causando danos ao corpo. Alguns usam esteroides anabolizantes perigosos e outras substâncias para tentar deixar seu corpo maior e mais musculoso. O transtorno dismórfico corporal por procuração é uma forma de transtorno dismórfico corporal em que os indivíduos são preocupados com defeitos que eles percebem na aparência de outra pessoa. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual de Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais. 5°ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
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