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Aula 2 PEÇA 01 Ação de Divórcio com arrolamento de bens

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA __VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE XXXXXX/XX.
ANTÔNIA MOREIRA SOARES, portuguesa, médica, casada, inscrita no CPF sob o n. XXXXXXX, RG n. XXXXX, residente e domiciliada na Rua XXXXXX, n. XX, bairro XXXXX, cidade XXXXXXX, estado XXXX, CEP. XXXXXXX, com endereço eletrônico XXXXXX, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio do seu advogado signatário, OAB n. XXXXX, com escritório na Rua XXXXXX, n. XX, bairro XXXXX, cidade XXXXXXX, estado XXXX, CEP. XXXXXXX, com endereço eletrônico XXXXXX, em que receberá intimações e notificações, nos termos dos artigos 299, 301, 303, 305 e 693, do Código de Processo Civil, propor a presente:
AÇÃO DE DIVÓRCIO COM PEDIDO DE TUTELA CAUTELAR
contra PEDRO SOARES, brasileiro, casado, dentista, inscrito no CPF sob o n. XXXXXXX, RG n. XXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXXXX, n. XX, bairro XXXXX, cidade XXXXXXX, estado XXXX, CEP. XXXXXXX, com endereço eletrônico XXXXXX, pelos motivos de fato e de direito abaixo articulados.
I – DOS FATOS:
A autora está casada há 30 anos com o réu, sendo que da união tiveram dois filhos, Joaquim e Maria das Dores, ambos maiores de idade e plenamente capazes. 
Do esforço conjunto do casal durante sua união, conseguiram formar vasto patrimônio familiar, cuja totalidade não é de conhecimento da autora.
Entretanto, ao tomar conhecimento de um relacionamento extraconjugal, a autora pleiteia o divórcio. Frisa-se que Pedro, ao descobrir da intenção da esposa, começou a realizar sucessivos saques nas contas bancárias conjuntas do casal, assim como pretende doar dois automóveis (modelos SW4 e Corolla, marca Toyota) para sua irmã, Isabel Soares, ou seja, nitidamente Pedro está diluindo o patrimônio comum do casal.
As atitudes do réu transparecem má-fé e a intenção de esconder o patrimônio do casal antes que seja feita a partilha, prejudicando diretamente a autora.
II – DO DIREITO:
Do cabimento da cautelar
As atitudes do réu em relação ao patrimônio do casal revelam uma intenção de ocultá-lo a fim de ludibriar a autora quando da partilha dos bens que foram arduamente obtidos na constância do matrimônio.
Visando a garantia do direito da autora a uma partilha justa e igualitária, urge a necessidade da concessão de medida cautelar de arrolamento de bens, conforme preceitua o art. 301 do CPC:
“Art. 301.  A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.”
Há que se considerar a presença de dois elementos que embasam a concessão da medida cautelar solicitada:
“Periculum in mora”: a presença de elementos ensejadores de uma ameaça real aos direitos da autora, bem como ao resultado útil da ação impetrada;
“Fumus bonus iuris”: existe a certeza do direito que protege as pretensões da autora.
Senão vejamos o que preceitua o art. 300 do CPC:
Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Neste sentido, Humberto Theodoro Jr [1], citando Hugo Alsina, sobre a legitimação do instituto:
“Todo aquele que tiver interesse na conservação dos bens em poder de outrem pode requerer o respectivo arrolamento, desde que demonstre o fundado receio de extravio ou dissipação. Para legitimar-se o interessado há de ser titular:
(…)
b) de um interesse relativo a um direito que possa ser declarado em ação própria, como a do cônjuge que demanda a dissolução da sociedade conjugal, a do sócio que pede a dissolução da sociedade comercial ou mesmo de uma sociedade de fato, como, por exemplo, nas situações de concubinato e outras similares. Observe-se que o uso da medida cautelar em exame não é privilégio da mulher, nas ações matrimoniais, pois, também, o marido pode promover arrolamento dos bens em poder da esposa.”
		Medidas devem ser adotadas no sentido de obstaculizar as tentativas do réu em dilapidar o patrimônio do casal, causando enorme prejuízo à autora, que tanto quanto o réu trabalhou durante boa parte de sua vida para amealhar este patrimônio.
Diante do exposto acima e da clara necessidade, requer seja deferida a cautelar de arrolamento dos bens com a devida remessa de ofício ao Cartório de Registro de Imóveis, ao DETRAN, ao BACEN-JUD e a Receita Federal.
		
Ainda requer que seja determinado a abstenção de movimentação na conta bancária conjunta, somente ocorrendo com autorização judicial.
Neste sentido: 
MEDIDA CAUTELAR ANTECEDENTE DE ARROLAMENTO DE BENS - Ação ajuizada pela mulher em face do marido - Indeferimento da tutela provisória de urgência - Inconformismo da mulher - Acolhimento - Beligerância entre as partes e indícios de concentração do patrimônio do casal nas mãos do agravado e desconhecimento da mulher de todo o patrimônio amealhado ao longo dos anos que autorizam o arrolamento de bens, por meio de pesquisa via INFOJUD E BACENJUD - Bloqueio de bens e valores que, por ora, se justifica - Decisão reformada - Recurso provido.(TJ-SP 20896205220178260000 SP 2089610-52.2017.8.26.0000, Relator: J.L. Mônaco da Silva, Data de Julgamento: 23/08/2017, 5ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 24/08/2017)-Grifo nosso.
Do Divórcio
		Segundo disciplina o Código Civil em seu art. 1.571, inciso IV: “ A sociedade conjugal termina: pelo divórcio”. Ainda a Lei 6.515/1977 dispõe em seu art. 24: “O divórcio põe termo ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio religioso”.
		A união matrimonial da autora com o réu perdurou por três décadas, sendo, no entanto impossível sua subsistência em virtude de o réu manter paralelamente outra relação, o que vai de encontro às regras de um casamento e contraria o disposto no art. 1.573, inciso I do CC. 
Da partilha de bens
		Durante o casamento, a autora e o réu, como casal e de forma concorrente amealharam patrimônio de valor considerável incluindo imóveis, veículos e dinheiro.
		Como já mencionado anteriormente na exordial, a autora tomou conhecimento de que o réu vem tomando medidas no sentido de diminuir o patrimônio a ser partilhado, por isso urge a necessidade da decretação da cautelar de arrolamento dos bens, inclusive por não ter a autora conhecimento do total do patrimônio do casal.
Da alteração do nome	
De acordo com o art. 25. § único, da lei 6.515/1977, a autora pretende voltar a utilizar seu nome de solteira após a homologação do divórcio.
Dos alimentos
A autora é profissional autônoma, bem sucedida; os filhos do casal são maiores de idade e plenamente capazes; portanto a autora abre mão de alimentos. 
III – DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer:
Que seja, liminarmente, deferida, inaudita altera parte, a medida cautelar de arrolamento dos bens do casal com a expedição de ofícios solicitando informações ao Cartório do Registro de Imóveis, ao DETRAN, ao BACEN-JUD e a Receita Federal;
Que seja deferida a medida cautelar de bloqueio de saques na conta bancária conjunta sem devida autorização judicial;
Que, após a efetivação da liminar, o réu seja citado para que, querendo, conteste no prazo legal, sob pena de confesso
Que seja realizada audiência de conciliação e mediação, conforme disciplinado nos artigos 694 e 334 do CPC;
Que seja decretado o divórcio;
Que seja oficiado ao Registro Civil informando a alteração de nome da autora que retornará a utilizar seu nome de solteira;
Que após a finalização do arrolamento dos bens seja aberto prazo para aditamento da inicial.
A condenação do réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios.
IV- DAS PROVAS:	
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do Código de Processo Civil em vigor, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do réu.
V– DO VALOR DA CAUSA:
Dá-se a causa o valor provisório deR$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), aguardando o arrolamento de bens para que seja determinado o valor final da causa.
Nestes termos. Pede deferimento.
 Local e data.
___________________________
Advogado - OAB n°/UF XXXX/XX

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