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UNIP Disciplina: PROCEDIMENTO COMUM Professor: VARCILY QUEIROZ BARROSO DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA (Arts. 485 a 508, CPC) * * DISPOSIÇÕES GERAIS (Arts. 485 a 488, CPC) * * ATOS DO JUIZ (art. 203) Despacho Decisão interlocutória Sentença * * CONCEITO: É o ato pelo qual o juiz dá cumprimento à obrigação jurisdicional do Estado, ou seja, é a decisão sobre o pedido do autor, no processo de conhecimento ou de execução, feita por um juiz competente e segundo as normas processuais. SENTENÇA “É o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos artigos 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução” (art. 203,§1º) * * ESPÉCIES DE SENTENÇA (art. 203, §1º) Terminativa: Extingue o processo sem resolução do mérito (art. 485, CPC) Definitiva: Extingue o processo com resolução do mérito (art. 487, CPC) * * Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. * * § 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. § 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. § 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. § 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. § 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. § 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu. § 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. * * Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485. * * DOS ELEMENTOS E DOS EFEITOS DA SENTENÇA (Arts. 489 a 498, CPC) * * ELEMENTOS ESSENCIAIS DA SENTENÇA (art. 489) RELATÓRIO b) FUNDAMENTAÇÃO (MOTIVAÇÃO) c) PARTE DISPOSITIVA * * RELATÓRIO Permite que o juiz demonstre que conhece o processo que vai julgar; Sumário do processo, apontando o que nele se verificou de mais importante; Obriga o juiz a estudar o processo; Deve constar: nomes das partes, identificação do caso, razões do pedido e da contestação e registros das principais ocorrências (incidentes ou institutos) processuais. * * FUNDAMENTAÇÃO (MOTIVAÇÃO) objetiva mostrar as razões da decisão; o juiz deve referir-se a valoração da prova; não se admite sentença que não façam referência aos motivos pelos quais uma prova não é admitida; o juiz deve explicar as razões pelas quais a prova demonstra, ou não, uma afirmação de fato; * * permite o vencido entender os motivos de seu insucesso; não basta o juiz está convencido mas demonstrar as razões de seu convencimento; permite o controle do juiz pelas partes e pela sociedade; não constitui garantia absoluta de que uma decisão não esconde arbítrio. * * PARTE DISPOSITIVA local em que o juiz afirma se acolhe ou não o pedido do autor; o juiz resolverá as questões que as partes lhe submeteram; dá resposta ao pedido do autor, é a conclusão da sentença; fica revestida pela autoridade da coisa julgada material; * * A sentença que não tenha relatório, fundamentação ou dispositivo é considerada nula. * * § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. * * § 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. § 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formulados pelas partes. * * ELEMENTOS QUANTO À INTELIGÊNCIA DO ATO Deve ser inteligível e insusceptível de interpretações ambíguas ou equívocas; Linguagem simples e períodos curtos Precisão Clareza A sentença deve ser certa e liquida; A sentença deve conter-se nos limites do pedido (art. 141, CPC); Sentença ultra ou extra petita contém vício que afeta sua eficácia. * * Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. * * Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional. Em decorrência desse princípio, denominado “da conformidade” (também chamado do paralelismo, da congruência, ou da adstrição), a sentença não pode apresentar vícios em relação ao pedido. A sentença deve também ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional. PRINCÍPIO DA CONFORMIDADE * * Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunalde Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. § 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. Sentenças proferidas antes da citação do réu, nas hipóteses do artigo acima. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA LIMINAR * * Definitiva: No início (art. 332) Após o prazo de contestação Não havendo necessidade de outras provas: JAM (art. 355,I) Ocorrendo a revelia e seus efeitos: JAM (art. 355,II) Após a fase de instrução: AIJ MOMENTO DO PRONUNCIAMENTO DA SENTENÇA Terminativa: a qualquer tempo (apresentadas as condições) * * a) Quanto aos seus efeitos: Sentença Declaratória Sentença Condenatória Sentença Constitutiva Sentença Mandamental (ação de despejo) Sentença Executiva b) Quanto à decisão: Terminativa Definitiva CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DA SENTENÇA * * Declaram a existência ou inexistência de uma relação jurídica, ou, excepcionalmente, da autenticidade ou falsidade de documento. Fundam-se no art. 19 do Código de Processo Civil. Retroage à época em que se formou a relação jurídica, ou em que se verificou a situação jurídica declarada (possui efeito ex tunc). É declaratória negativa quando negar a existência de direito que ampare a pretensão deduzida pelo autor. SENTENÇAS MERAMENTE DECLARATÓRIAS * * SENTENÇAS CONSTITUTIVAS São as que tem como objeto a constituição ou desconstituição de relações jurídicas (declaram o direito, criam, modificam ou extinguem uma relação jurídica). SENTENÇAS CONDENATÓRIAS São as que, além de declarar o direito, também impõem ao réu uma obrigação, como a condenação ao pagamento de uma indenização por perdas e danos. * * São as consequências jurídicas que da sentença podem advir e que dependerão do tipo de tutela requerida pelo autor. Tutela declaratória (soluciona uma incerteza); Tutela condenatória (impõe uma obrigação a ser cumprida); Tutela constitutiva (constitui ou desconstitui relação jurídica – efeito ex nunc) EFEITOS DA SENTENÇA * * Ausência dos elementos essenciais da sentença; Vedação de o juiz proferir sentença ilíquida quando o autor formular pedido certo; A sentença é nula se o juiz julgar fora do pedido proferindo sentença ilíquida quando o pedido é certo; DEFEITOS DA SENTENÇA * * c) Vedação de a sentença julgar fora do pedido, ou aquém, ou além do pedido (art. 492, CPC). Sentença que julga fora do pedido nula, outra deverá ser proferida pelo juiz de primeiro grau; Sentença que julga além do pedido * * EXTRA PETITA: É a sentença que, não apreciando o pedido, defere objeto diverso do que foi demandado, hipótese em que o autor permanece sem resposta jurisdicional. ULTRA PETITA: É a sentença que excede os limites do pedido, ou seja, o juiz decide além do que foi formulado nos autos. CITRA PETITA: É a sentença que fica aquém do pedido. O juiz não analisa totalmente o que foi solicitado pelo autor. * * e) A sentença deve ser certa, mesmo decidindo relação jurídica condicional. Não é possível a sentença condicionar sua eficácia a evento futuro e incerto por ela mesmo criado; Pode regular negócio jurídico que contemple condição; É nula a sentença que condiciona a eficácia da condenação ao preenchimento de certos requisitos (art. 492, par. único) * * PUBLICIDADE DA SENTENÇA Como ato público deve ser publicado para produzir seus efeitos; Publicada em audiência que é pública, tem-se a sentença publicada (art. 1003, §1o, CPC); A publicação fixa o teor da sentença mas não termina o ofício do magistrado; * * Após a publicação da sentença, o juiz não pode mais alterá-la: Exceções: Corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais (ex: nome das partes), ou retificar erros de cálculo. Embargos de declaração, oferecidos por uma das partes, para esclarecer obscuridade, dúvida ou contradição, ou quando foi omitido ponto sobre que deveria pronunciar-se a sentença. Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração. ALTERAÇÃO DA SENTENÇA * * DA REMESSA NECESSÁRIA (Art. 496, CPC) * * SENTENÇA SUJEITA AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO (ART. 496,CPC) Só produzem efeito após confirmada pelo tribunal, as sentenças (de mérito): I – proferida contra as Fazendas Públicas e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. * * Não havendo apelação, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, caso não faça, o presidente do tribunal deverá avocá-los. Não se aplica o dispositivo quando a sentença estiver fundada (art. 496,§4º): I - súmula de tribunal superior; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. * * Não incidência: dispensa do reexame quando não exceder os limites expostos no art. 496, §3º: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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