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PETIÇÃO POST MORTEM

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _Vara Cível da Comarca de São Luis - MA
JOELINA MIRANDA, brasileira, casada, motorista, carteira de identidade 24536789652-8, CPF: 023798567-03, residente e domiciliada na rua, dos afogados n°16, vem perante Vossa Excelência, por meio de seu procurador SUE MAY MIRANDA , brasileira, solteira, advogada inscrita na OAB/MA 423562, carteira de identidade 00067543987-7, CPF 030448765-89, residente e domiciliado, Cond. Barramar1, ajuizar a presente
Ação de investigação e reconhecimento de paternidade post mortem cumulada com retificação/averbação de registro civil
em face de JOSÉ MARINHO, brasileiro, solteiro, falecido, sendo representado pelas herdeiras colaterais e irmãs sobreviventes MARIA BETHANIA, brasileira, casada, médica, portadora da carteira de identidade 4235789, CPF 345678432-98, residente e domiciliada no, cond. Jardim Eldorado, e MARIA DAS DORES, brasileira, solteira, aposentada, portadora da carteira de identidade 24534760, CPF 008756435-07, residente e domiciliada na Morada dos nobres nº20 , com os seguintes fundamentos fáticos e jurídicos a serem deduzidos a seguir:
I - Dos fatos:
A autora da presente ação é fruto do relacionamento amoroso entre JOSÉ MARINHO e a mãe MARIA DE LOURDES, ocorrido desde o seu nascimento em 17 de fevereiro de 1976 até a data do óbito do seu pai em 31 de dezembro de 1977.
Apesar de ser filha de JOSÉ MARINHO, a autora não teve na certidão de nascimento o registro da paternidade de seu pai, constando apenas da maternidade o nome de MARIA DE LOURDES . Isso ocorreu devido a uma discussão entre os genitores, que fez com que a mãe da autora registrasse a filha apenas com o nome da mãe, não identificando o nome do pai.
O pai da autora JOSÉ MARINHO, faleceu prematuramente, na idade de 30 anos, em 31 de dezembro de 1977, não tendo havido a oportunidade de haver a inclusão do nome dele na paternidade da autora.
Desde então, a autora sofre moralmente por não ter o nome do pai em sua certidão de nascimento e em sua certidão de casamento, tendo sempre a vontade de ser reconhecida a paternidade de JOSÉ MARINHO, para que conste perante o Estado e a sociedade que é filha do de cujus.
Tanto por parte da mãe da autora como por parte da família de JOSÉ MARINHO, concordam que a autora é filha do de cujus, sendo essas manifestações uma prova inequívoca de que a sua paternidade deve ser reconhecida para todos os fins de direito.
Considerando que não houve nenhuma declaração pública por parte de JOSÉ MARINHO de que é o pai da autora, para que houvesse a solução desse problema no âmbito extrajudicial, resta o ajuizamento da presente demanda para fins de reconhecimento da sua paternidade e consequente retificação de seu registro civil da autora (certidão de nascimento e casamento).
Digno de nota é ressaltar que as rés da presente ação MARIA BETHANIA E MARIA DAS DORES, irmãs sobreviventes do falecido, declaram por meio de escritura pública declaratória que reconhecem que na época do nascimento da autora JOELINA MIRANDA em 17 de fevereiro de 1976 havia um relacionamento amoroso entre JOSE MARINHO e MARIA DE LOURDES, mãe da autora.
As rés reconhecem e afirmam também que desse relacionamento amoroso tiveram uma filha JOELINA MIRANDA e sendo filha de JOSE MARINHO e sobrinha delas.
Dessa forma, não há sequer lide, no que consiste a pretensão jurídica qualificada pela resistência assistida, uma vez que as rés da presente ação, na qualidade de representante do de cujus, reconhecem a procedência jurídica do pedido por meio dessa declaração pública em anexo a essa petição inicial.
Quanto ao exame do DNA, por o de cujus JOSE MARINHO ter falecido há mais de 36 anos, e a exumação do corpo ser uma medida extremamente danosa a memória do falecido e da impossibilidade de se fazer o exame de DNA com apenas as duas irmãs do falecido, por se caracterizar inconcluso, requer à autora que seja reconhecida a paternidade de cujus por meio de outras provas reconhecidas pelo direito, notadamente a prova documental e prova testemunhal.
II) Do Direito:
A autora da presente ação requer o reconhecimento judicial da paternidade de (pai falecido), falecido em 31 de dezembro de 1977, conforme certidão de óbito em anexo, tendo em vista as seguintes provas documentais:
1) cópia autenticada Certidão de batismo na paróquia de Juazeiro – Diocese de Juazeiro em que consta como filha de JOSE MARINHO, datado em 19 de fevereiro de 1977;
2) Cópia autenticada de sete cartas escritas por JOSE MARINHO dirigidas à mãe da autora MARIA DE LOURDES e a autora, em que se deduz que o mesmo era o pai de JOELINA MIRANDA.
3) Escritura Pública Declaratória das irmãs do Sr. JOSE MARINHO, as senhoras MARIA BETHANIA E MARIA DAS DORES, que reconhecem e afirmam que (a autora) é filha do seu irmão sendo sobrinha delas, devido a um relacionamento com a senhora MARIA DE LOURDES, autora da presente ação.
5) Certidão de inteiro teor que afirma que o de cujus é proprietário do imóvel localizado na rua Jardim Eldorado.
Relativamente à primeira prova documental, a certidão de batismo da autora consta expressamente que o seu pai é JOSE MARINHO e que a sua mãe é MARIA DE LOURDES, indicando que aos 19 de fevereiro de 1977, a autora da ação foi batizada solenemente na paróquia de SÃO LUIS, confirmando que havia um relacionamento amoroso entre eles, resultando como fruto do relacionamento a presente autora.
O suposto pai da autora, JOSE MARINHO, também entregava cartas à mãe da autora MARIA DE LOURDES no período compreendido entre 30 de janeiro de 1977 a 20 de junho de 1977, com a respectiva assinatura pessoal na maior parte das cartas, ou assinava por meio de seu apelido “sardinha”. Essas cartas demonstram havia um relacionamento amoroso entre os dois, gerando a autora da presente ação.
Tendo a autora nascido em 17 de fevereiro de 1976, e os períodos das cartas anexadas a essa petição inicial entre 30 de janeiro de 1977 a 20 de junho de 1977, demonstram pelo menos o início de prova material em que a autora é descendente do de cujus, pois até mesmo todas as cartas foram assinadas pelo falecido.
Essas cartas de amor demonstram que houve um reconhecimento material da paternidade de (autora), pois (pai falecido) ao escrever para (mãe da autora), demonstra primeiramente a constância do relacionamento amoroso existente entre os dois e também que o falecido reconhece expressamente que é o pai da autora. O que não ocorreu foi apenas o reconhecimento formal no registro público da certidão de nascimento da autora, que não pode ser resolvido devido à morte prematura de (pai da autora).
Como o imóvel não foi objeto de inventário, não houve a transmissão da propriedade aos herdeiros necessários (avós paternos falecidos), e, portanto, não poderia o imóvel ser objeto de compra e venda. Poderia ter havido a cessão de direitos hereditários, entre os pais do suposto pai da autora e a própria autora, contudo isso não foi feito.
Os supostos avós paternos da autora também faleceram, bem como os irmãos de JOSE MARINHO, exceto as duas irmãs sobreviventes e agora rés da presente ação.
Importante observar que a outra parte contraente do contrato de compra e venda é MARIA DE LOURDES, mãe da autora, o que indica que havia um vínculo jurídico entre a família MARINHO (representado pelos avós paternos falecidos) e a senhora MARIA DE LOURDES. E na cláusula sexta do referido contrato dispõe claramente que a propriedade seria da filha menor impúbere (autora), quando atingisse a maioridade civil que na época era 21 anos.
O motivo pelo qual levaria os pais de JOSE MARINHO fazerem esse contrato de compra e venda seria a paternidade Do de cujus para com a filha (autora), no intuito de preservar a estabilidade financeira da filha menor e impúbere, para que a mesma tivesse pelo menos uma moradia.
Até o presente momento, o imóvel situado JARDIM ELDORADO, objeto desse contrato de compra e venda, está ainda no nome do falecido e suposto pai da autora JOSE MARINHO, conforme a certidão de inteiro teor anexo a essapetição inicial.
Ao final dessa ação com o reconhecimento da paternidade de JOSE MARINHO perante a autora, a mesma pretenderá regularizar a situação jurídica do referido imóvel, pois será a única herdeira necessária na qualidade de descendente.
Insta salientar que o objeto desta ação é apenas o reconhecimento da paternidade de JOSE MARINHO para com a autora, bem como a retificação do registro civil da autora, para que haja a inclusão do sobrenome MARINHO na certidão de nascimento e na certidão de casamento da autora.
Considerando tais provas documentais, é nítido identificar que JOELINA MIRANDA é filha de JOSE MARINHO, sendo adequado e necessário o ajuizamento da presente ação de investigação e reconhecimento de paternidade cumulada com retificação de registro civil.
III) Do pedido:
Pelas razões de fato e de direito acima expostas, requer-se:
Que seja deferido os benefícios da justiça judiciária gratuita, nos termos do artigo 12 da Lei 1.060/50, por ser pobre na acepção legal, não podendo arcar com as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio;
Que seja julgado totalmente procedente o pedido, no sentido de reconhecer a paternidade de JOSE MARINHO com relação à autora e que seja ordenado a retificação dos registros civis nas certidões de nascimento e de casamento da autora, e conste o nome do pai no registro bem como o sobrenome “MARINHO” no sobrenome da autora;
Que sejam citadas as rés por meio de oficial de justiça, nos endereços supracitados na petição inicial, para que apresentem defesa sob pena de sofrerem as consequências jurídicas da revelia;
Que na hipótese de reconhecimento da procedência do pedido por parte das rés da presente ação, que haja o julgamento antecipado da lide, nos termos do artigo 330, I, do código de processo civil;
Que na hipótese de não haver o julgamento antecipado da lide, que sejam arroladas como testemunhas da autora as seguintes testemunhas KARLA CRISTINA E DAYSE SILVA;
Que na hipótese de não haver o reconhecimento da procedência do pedido, que sejam condenadas as rés ao pagamento das custas e da sucumbência dos honorários advocatícios, no importe de 20% a 30% do valor da causa.
Requer-se que seja provado os fatos narrados na inicial por meio de prova documental e prova testemunhal, e no último caso por prova pericial pedindo a exumação do corpo do falecido JOSE MARINHO na hipótese de não serem suficientes as provas documentais trazidas na petição inicial e as provas testemunhas a serem produzidas na audiência de instrução e julgamento.
Dá-se o valor da causa R$5.000,00.
SÃO LUIS, 25/04/2018
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.
_______________________________
Advogada
OAB/MA - 423562
DIREITO DE FAMÍLIA
PETIÇÃO 
SUE MAY MIRANDA DA SILVA
TURMA: 9° Q
SÃO LUIS –MA
2018

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